http://bibo-porto-carago.blogspot.com/
Como certamente já terão reparado, o slogan do 26º título do FC Porto é "Estejam onde estiverem, este é o vosso destino". Subtil mas perceptível, o dito slogan tem sido complementado com imagens que não deixam margem para dúvidas: em 2012, a comunicação do FC Porto decidiu marcar território.
Ter-se-á baseado em algum estudo encomendado especialmente para o efeito, tirado ilações a partir da popularidade dos clubes nas redes sociais (sem esquecer que a administração de uma página no Facebook tem acesso a dados estatísticos muito relevantes sobre os respectivos fãs, incluindo a localização) ou simplesmente extrapolado a partir das muitas notícias que nos vão chegando de Portistas de todo o país, mas o facto é que o nosso clube considerou que era chegada a hora de atacar o mito de que só há Portistas no Porto.
Se olharmos para trás, nomeadamente para o percurso de Pinto da Costa desde que subiu à presidência do clube, percebemos duas atitudes bem distintas em relação ao país para lá do Porto, e nomeadamente em relação a Lisboa. Numa primeira fase, o FC Porto alimentou e alimentou-se da rivalidade patente entre Porto e Lisboa em muitas esferas da vida social, económica, cultural e política do país, assumindo-se não apenas como símbolo de uma cidade e de uma região criminosamente negligenciada, mas também como um foco de oposição directa ao regime centralista que a sufocava. Eram declarações acutilantes do Presidente e outros responsáveis, eram os adeptos a gritar que queriam ver Lisboa a arder, e assim se traçava uma linha invisível mas muito clara entre "nós" e "eles".
A certa altura, lá para meados dos anos 90, este discurso começou a baixar de tom, de volume e de frequência. Os sinais eram cada vez mais claros: fosse pelas migrações, fosse pelas vitórias, fosse pela nossa atitude desafiadora dos poderes estabelecidos desde o tempo da outra senhora, a verdade é que a base de adeptos do FCP crescia cada vez mais, e estendia-se geograficamente por todo o país, incluindo Lisboa. Era todo um horizonte que alargava: já não fazia sentido confinarmo-nos à nossa cidade e região, quando podíamos abrir-nos a todo o país e ao mundo, levando o nome dessa cidade e dessa região cada vez mais alto e mais longe. E assim, sem nunca colocar em causa a identidade local e regional do clube, a hostilidade contra Lisboa foi-se atenuando - e foi-se transferindo. A certa altura, já não era contra Lisboa em si, mas contra os clubes de Lisboa, materialização no desporto do doentio centralismo, elitismo e favoritismo de uma capital para quem o resto do país era paisagem.
Embora escasseiem dados oficiais (tentei, há tempos, quantificar os adeptos dos três grandes com base nos critérios disponíveis num post que podem ler AQUI), é consensual que a nossa massa adepta não parou de aumentar desde então. E hoje chegamos claramente ao ponto em que o clube se sente preparado para afirmar alto e bom som o nosso crescimento por todo o país. Podemos fazer disso bandeira, gritar "vejam bem o quando crescemos". E continuamos a crescer. "Há cada vez mais" - é como começam algumas das frases que o FCP tem usado no âmbito desta campanha, para ilustrar a nossa presença em diversas cidades. Não é só "há"; "há", sim, mas "há cada vez mais". É a marcação de uma posição forte, que gerou inclusivamente alguma polémica, da qual acredito que o nosso departamento de comunicação já estivesse à espera e que demonstra o incómodo que esta realidade representa para muita gente. Mas é também uma homenagem aos Portistas de fora do Porto; é mostrar-lhes que o clube se lembra deles, que reconhece a sua importância, que agradece o seu apoio. Não podem vir ao Dragão ou ao Dragãozinho todas as semanas, mas são embaixadores do nosso clube em terras distantes, conquistadores de território outrora inóspito mas "cada vez mais" azul.
Termos chegado a este ponto é mérito de Pinto da Costa e daqueles de quem se rodeou ao longo destes 30 anos. A parte mais difícil está feita. Estamos implantados em todo o Portugal, sobretudo nas gerações mais jovens, sem nunca largarmos o estandarte da nossa cidade e da região que representamos. Em vez das duas perspectivas colidirem, complementam-se. Como vários outros grandes clubes europeus, soubemos crescer sem perder a identidade local que moldou a nossa história e que continua a ser fundamental no nosso presente. Do Porto para Portugal e para o Mundo, um clube que leva o escudo da sua cidade aos píncaros do prestígio internacional e acolhe todos aqueles que se identificam com o espírito do Dragão. O FC Porto é de quem o ama, esteja onde estiver, mas onde essa pessoa estiver, é também um bocadinho do Porto que lá está.
PS - Dublin faz um ano. Só de pensar, já sinto pequenos duendes a puxar-me os cantos da boca... É impossível não sorrir.
Ter-se-á baseado em algum estudo encomendado especialmente para o efeito, tirado ilações a partir da popularidade dos clubes nas redes sociais (sem esquecer que a administração de uma página no Facebook tem acesso a dados estatísticos muito relevantes sobre os respectivos fãs, incluindo a localização) ou simplesmente extrapolado a partir das muitas notícias que nos vão chegando de Portistas de todo o país, mas o facto é que o nosso clube considerou que era chegada a hora de atacar o mito de que só há Portistas no Porto.
Se olharmos para trás, nomeadamente para o percurso de Pinto da Costa desde que subiu à presidência do clube, percebemos duas atitudes bem distintas em relação ao país para lá do Porto, e nomeadamente em relação a Lisboa. Numa primeira fase, o FC Porto alimentou e alimentou-se da rivalidade patente entre Porto e Lisboa em muitas esferas da vida social, económica, cultural e política do país, assumindo-se não apenas como símbolo de uma cidade e de uma região criminosamente negligenciada, mas também como um foco de oposição directa ao regime centralista que a sufocava. Eram declarações acutilantes do Presidente e outros responsáveis, eram os adeptos a gritar que queriam ver Lisboa a arder, e assim se traçava uma linha invisível mas muito clara entre "nós" e "eles".
A certa altura, lá para meados dos anos 90, este discurso começou a baixar de tom, de volume e de frequência. Os sinais eram cada vez mais claros: fosse pelas migrações, fosse pelas vitórias, fosse pela nossa atitude desafiadora dos poderes estabelecidos desde o tempo da outra senhora, a verdade é que a base de adeptos do FCP crescia cada vez mais, e estendia-se geograficamente por todo o país, incluindo Lisboa. Era todo um horizonte que alargava: já não fazia sentido confinarmo-nos à nossa cidade e região, quando podíamos abrir-nos a todo o país e ao mundo, levando o nome dessa cidade e dessa região cada vez mais alto e mais longe. E assim, sem nunca colocar em causa a identidade local e regional do clube, a hostilidade contra Lisboa foi-se atenuando - e foi-se transferindo. A certa altura, já não era contra Lisboa em si, mas contra os clubes de Lisboa, materialização no desporto do doentio centralismo, elitismo e favoritismo de uma capital para quem o resto do país era paisagem.
Termos chegado a este ponto é mérito de Pinto da Costa e daqueles de quem se rodeou ao longo destes 30 anos. A parte mais difícil está feita. Estamos implantados em todo o Portugal, sobretudo nas gerações mais jovens, sem nunca largarmos o estandarte da nossa cidade e da região que representamos. Em vez das duas perspectivas colidirem, complementam-se. Como vários outros grandes clubes europeus, soubemos crescer sem perder a identidade local que moldou a nossa história e que continua a ser fundamental no nosso presente. Do Porto para Portugal e para o Mundo, um clube que leva o escudo da sua cidade aos píncaros do prestígio internacional e acolhe todos aqueles que se identificam com o espírito do Dragão. O FC Porto é de quem o ama, esteja onde estiver, mas onde essa pessoa estiver, é também um bocadinho do Porto que lá está.
PS - Dublin faz um ano. Só de pensar, já sinto pequenos duendes a puxar-me os cantos da boca... É impossível não sorrir.
De tão bom que é o texto, carregado de ideias (o habitual) NÃO POSSO dizer… nada, a não ser: pertinente, excelente!
ResponderEliminarObrigado, VIVA Enid. E BIbÓ PORTO.
Bom, em primeiro lugar há que refutar a falsidade da frase só há Portistas no Porto. Segundo dois iluminados e doentes colegas meus benfiquistas (que se foram ao Porto uma vez, foi muito), no Porto não há Portistas. Na cidade do Porto a maioria é benfiquista, os Portistas são dos arredores. E eles juram que isto é verdade pala saúde da mãezinha deles...
ResponderEliminarDoenças mentais à parte:
Sou Portuense nascido numa grande família portuense e portista, mas vim para Lisboa com alguns dias de vida e por cá (ou pelos arredores) vivo até hoje. E a verdade é que a realidade do universo portista em Lisboa hoje não tem nada, mas mesmo nada a ver com aquilo que era há 20 ou mesmo há dez anos. Hoje encontro e conhceço Portistas com alguma frequência (o que não acontecia). Hoje vejo paragens de autocarro e outdoors com publicidade ao fcporto (qd vi isto na fontes Pereira de Mello nem queria acreditar...). Hoje passo no rossio e as lojas para turistas tem há porta manequins com camisola, cachecol e boné do FCP, do slb e do scp às vezes nem vê-los). Hoje vou ao maior centro comercial da margem Sul e vejo nas montras das papelarias, parafarmacias e lojas de souvenirs mais produtos do Porto que do Sporting. Hoje vou a qualquer lado jogar matrecos e quase sempre é Porto-slb. Hoje vejo tudo isto e muito mais em Lisboa. Coisa que não acontecia nem há meia dúzia de anos. Sem qq dado estatístico em que me apoiar, eu é que juro pela saúde da minha maezinha que ninguém cresceu tanto como nós!
Saudações Portistas da Caparica
PS: curioso que o corrector ortografico do iPad me substitua automaticamente "portista" por "Portista" e quando escrevo "benfiquista" ele não mude nada :x
Sou também um Portista de Lisboa, nascido e criado aqui. O meu Pai sempre viveu aqui, mas nasceu no alentejo, e também ele é Portista. Poderei dizer que em nada me influenciou o facto de ele ser Portista uma vez que nunca me obrigou a escolher o clube. Tenho 28 anos, e de facto começei a ver futebol, por volta de 1992 1993, e nessa altura a celebre equipa do FCP do Domingos e Kostadinov, marcou-me. Desde então sempre fui um Portista doente. Não há jogo que não vejo. Pelo menos uma vez por ano vou ao Dragão, e não raras vezes vejo o Porto sempre que se desloca ao Sul, mais concretamente região da Grande Lisboa. Desde "puto" que por exemplo na escola, sempre havia miudos adeptos do FCP, embora em menor numero, mas nunca fui o unico. Sempre conheci gente do FCP, e agora nesta ultima decada realmente nota-se, fruto também dos titulos europeus, um crescendo. Deixo só aqui um exemplo bem patente, trabalhava com um colega adepto do Sporting, o ano passado quando o Porto se qualificou para a final da Liga Europa que veio a vencer frente ao Braga, e após termos ganho o campeonato na luz, e termos ido lá vencer na meia final por 3-1, o filho desse colega meu que até então era do Sporting por influência do pai, perguntou a pai, "Oh pai posso mudar pro Porto???". Fica bem vincado aqui a influência que as vitórias têm nas pessoas. E assim, embora eu ache que até já poderíamos ter muito mais adeptos, caso tivéssemos campanhas de comunicação como agora parece que o clube está a ter, mais agressivas junto das pessoas, tentando cativar sócios, e adeptos, bem como no acompanhamento à equipa, facilitando informações, nota-se realmente uma expansão assinalável, e que irá crescer ainda mais, porque o clube está no rumo certo. Acima de tudo continuar com campanhas de incentivo à captação de sócios, e publicidade ao clube, de forma a abrir o clube às pessoas que não moram na zona do Porto. A este facto devo juntar que o Porto Canal veio trazer uma lufada de ar fresco, embora nem toda a gente o tenha, pelo facto de ser um canal cabo, mas permite acompanhar o clube mais de perto. No fundo acho que estamos no bom caminho no sentido de aproximar o clube às pessoas, sejam elas do Porto Cidade, sejam elas de Lisboa, ou do Algarve. Labaredas Azuis e Brancas rumo ao Tri.
ResponderEliminarAntonio Santos, Portista Lisboeta.
Pois é cada vez somos mais, mas não é Portista quem quer é quem tem inteligência suficiente para ver de facto quem é o melhor e não ir nas campânhas dos media, que continuam a enganar os burros.
ResponderEliminarImaginem só se dessem 1/3 da publicidade que dão aos outros frustrados, coitados já quase nem existiam, mas ainda bem porque assim só quem tem discernimento para ver o que é bom, é que é Portista, os burros que vão para os outros que é isso que eles querem para os poderem enganar à vontade.
Fica aqui o hino para que leiam e interiorizem.
«Ó meu Porto onde a eterna mocidade
Diz à gente o que é ser nobre e leal
Teu pendão leva o escudo da cidade
Que na história deu o nome a Portugal
Oh Campeão, o teu passado
É um livro d'honras de vitórias sem igual
O teu brasão abençoado
Tem no teu Porto mais um arco triunfal
Porto Porto Porto Porto
Quando alguém se atrever a sofucar
O grito audaz da tua ardente voz
Oohh Porto então verás vibrar
A multidão num grito só de todos nós!
Oh Campeão, o teu passado
É um livro d'honras de vitórias sem igual
O teu brasão abençoado
Tem no meu Porto mais um arco triunfal
Porto Porto Porto Porto»
Há uma bandeira do FCP hasteada bem alta na ilha das Flores , Açores (3791 hab. no meio do oceano Atlântico), aqui também se festeja as nossas vitórias. Vou tentar tirar uma foto para verem a nossa bandeira a esvoaçar na magnifica paisagem da ilha das Flores (com o Corvo ao fundo).
ResponderEliminarUm grande pomar nasce de uma simples semente!
ResponderEliminarSomos PORTO, carago!!!!
Ozzy Bluesky
O post é bom e pertinente. Sobre os portistas, muitos ou poucos, só por cegueira ou má-fé não se constata o enorme crescimento em todo o Portugal continental e ilhas. Isto, mesmo com todos os boicotes, omissões, facciosismos e sectarismos e mesmo que a estratégia do F.C.Porto ainda possa melhorar muito.
ResponderEliminarBjs
Boa Tarde
ResponderEliminarTambém sou um portista de longe e não tenho dúvidas de que por aqui o FCP já ultrapassou o Sporting, sou de família numerosa e um dia destes pus-me a contar somente familiares directos, sem contar com primos primas e tios quantos eram azuis, bom acabei nuns trinta portistas para dez benfiquistas e nenhum sportinguista. Mas mesmo que a família fosse um caso à parte (que nã é) à minha volta há um mar azul e branco que constato diariamente.
Imparavel
Grande POst, boas palavras, Um Abraço de Lisboa desde 1982!
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