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Vou começar pelo basquetebol propriamente dito. Uma final equilibrada, que infelizmente não pendeu para o nosso lado por culpa própria. Alguns erros ditaram o desfecho final. Incompreensível fazer apenas quatro pontos no segundo período, um exemplo apenas. De qualquer forma limpámos as taças todas, vamos para o ano tentar reconquistar o campeonato com todas as forças de um Dragão. Connosco nunca caminharão sozinhos, basta que para isso tenho o mágico emblema ao peito!
Agora o jogo jogado “cá fora”, que é sobre isso que vos escrevo semanalmente. Sabe quem me conhece, que para além do amor incondicional ao FC Porto, desde muito novo que despontou em mim uma paixão pelas claques, pela festa, pelos cânticos, pela forma de estar, pelo material usado, etc. Esse interesse também foi aumentado ao longo do tempo. Ainda debaixo da alçada do meu pai, ia eu à bola na minha inocência. Ainda adepto “de central”, devorava tudo o que tinha a ver com as claques, mais concretamente com as nossas, como é claro. Ouvia histórias, tentava saber o máximo acerca do fenómeno e imaginava como seria quando fosse eu a estar naquelas andanças. Concordava com a atitude dos ultras, mas fazia-me uma enorme confusão, quando eles se juntavam todos e partiam sobre um inimigo comum: a polícia!
Na minha inocência, eu não percebia porque é que não gostavam da polícia. Para mim, a polícia era competente e estava lá para garantir a nossa segurança. Pelo menos tinha sido isso que me ensinaram. Se algo corria mal, a culpa não era deles de certeza. Cada vez que via que tinha havido desacatos, através da comunicação social, eu próprio culpava os adeptos, mais conhecidos por bando de selvagens. Até que os anos foram passando e eu percebi que estava redondamente enganado…
Hoje felizmente junto o útil ao agradável. Acompanho regularmente o FC Porto em tudo o que é modalidade, e da forma como eu gosto. E como tal, para além de ouvir, eu também vejo, estou presente, sinto na pele e isso faz-me pensar, que afinal a vivência dá experiência e como isso pode ser importante nas opiniões. A mim ninguém me precisa de contar nada do que se passou ontem no Dragão Caixa no final do jogo, e também não têm que me contar como as forças de insegurança actuam semanalmente em tudo o que é estádio ou pavilhão. Eu é que vos vou contar, para de certa forma desmistificar o que já vejo por todo o lado… completamente deturpado. Bem sei que não adianta de nada, pois os inexperientes nestas andanças, vão continuara a dizer que os adeptos é que são arruaceiros. Pois olhem, de arruaceiros, analfabetos, selvagens e delinquentes está o Corpo de Intervenção cheio. Animais que passam a semana a puxar ferro no ginásio, para no fim-de-semana baterem em tudo e todos.
Levo com eles há alguns anos, mas conheço quem leve há décadas. Aquilo que se passou ontem foi apenas mais uma demonstração do que as forças de insegurança são capazes de fazer, doa a quem doer. Para os ultras, foi apenas mais um episódio de uma guerra que já se iniciou há algum tempo, para os adeptos normais que lá estavam, foi uma experiência que espero bem tinha servido para mudarem as suas teorias. É mesmo a única coisa positiva que retiro do que aconteceu. Aqui não há cores. Nem há polícia do Porto, nem de Lisboa. Há sim, um conjunto de covardes, que fardados como robocop’s de alto e baixo, de viseira e bastão na mão, salivam por entrar em acção. E quando entram, a maioria das vezes despropositada e desproporcionadamente, levam à frente homens, mulheres, crianças, idosos e até deficientes físicos se for necessário (ontem bateram num senhor de muletas)!!
Não estou a dizer que os adeptos são anjinhos, mas na grande maioria das situações de desordem, a culpada é a polícia.
Factos: termina o jogo e os encornados festejam. O Corpo de Intervenção imediatamente circunda o pavilhão!! Carlos “Corno” Lisboa insulta constantemente, sem qualquer tipo de receio, os adeptos portistas presentes. Poucos segundos depois começa a fazer gestos obscenos, visível aos mais de 2000 que lá estavam dentro. O ambiente aquece e de repente chega o roupeiro do regime, distribuindo camisolas festivas a todo o plantel… e arremessando algumas para bancada!! O pavilhão explodiu de raiva e aí começou a verdadeira confusão…
A polícia evitava uma resposta por parte dos adeptos que se sentiam insultados com aquelas atitudes. Mas NO PORTO MANDAMOS NÓS!! O que se viveu naqueles 45 minutos depois do jogo, especialmente quando o nosso grande Presidente, Jorge Nuno Pinto da Costa desceu ao recinto, foi puro portismo. Defendemos com unhas e dentes a nossa casa, sem medo, e enquanto em 1994, no Jamor, levantámos um troféu debaixo de condições muito piores, ontem aos lampiões não cabia um feijão no traseiro e refugiaram-se no balneário. Já sem lampiões no recinto tudo parecia ter acalmado, quando eis que de repente os cães raivosos atacam! Entram pela bancada Sul dentro, de bastão no ar e a varrer tudo e todos (a cobardia é tão grande que só o fizeram quando a bancada já estava mais de metade deserta!!). De SHOUTGUN na mão, DISPARARAM balas de borracha contra adeptos do FC Porto. Obviamente houve retaliação, com aquilo que estivesse mais à mão, tal era fúria dos robocop´s. Convém deixar claro que estava tudo calmo quando eles começaram a varrer. Fizeram mais três ou quatro investidas em diferentes pontos do pavilhão, até o Presidente se levantar, descer o camarote e entrar pelo recinto dentro!
O nosso grande Presidente, o meu grande Presidente!! Orgulhoso de si! Com a garra que lhe é característica, mandou chamar o responsável por aquele massacre aos adeptos do FC Porto e cara à cara protestou a sua actuação. O pavilhão vibrou e cantava “ Pinto da Costa, allez!” e “O Porto é nosso e há-de ser…” . Daí até sairmos foi fantástico o espírito vivido, só mesmo quem sente o clube como nós é que compreende. Somos Porto nas vitórias… e muito mais nas derrotas!!
A polícia continuava a encaminhar adeptos para a porta do pavilhão, (podíamo-nos perder!) “a bem ou a mal”, segundo pronunciavam os próprios agentes. Apurem responsabilidades e irradiem estes criminosos, fardados da cabeça aos pés, que são responsáveis pela maior parte dos desacatos existentes no desporto, fomentam a violência e anseiam por ela a todo o momento. Em Itália e mais recentemente em Espanha temos mesmo casos mortais (Gabbo Sandri e Iñigo Cabacas). Abram os olhos!
Em relação às galinhas que andam de crista no ar, a dizer que está de certa forma vingada a conquista do ano passado no galinheiro, só vos digo, não sejam ridículos. Estamos a falar de uma modalidade em que o campeão se define num play-off, com jogos consecutivos em casa e fora, logo a probabilidade disso acontecer é maior. Querem um exemplo? 21 de Junho de 2008, sabem o que aconteceu?? Tentem saber…
Já agora, a pedido de várias famílias, eis o bom saber perder:
Repressão não é solução... não podem prender a paixão!
Um abraço ultra.
Repressão não é solução... não podem prender a paixão!
Um abraço ultra.
O que se está a criar no nosso país é um culto de proibição a qualquer aglomerado ou grupo de pessoas...como aconteçeu durante a ditadura...e quem pensa assim só pode mesmo ser burro,como uns tantos que andaram para aí a dizer que não existia claques num certo clube...isso só potencia a uma menor capacidade de controlo,já que é mais fácil levar uma claque da estação ao estádio do que levar um aglomerado súbito de gente vinda de vários sítios para o estádio.
ResponderEliminarNaquela situação as forças de autoridade deveriam ter identificado o elemento causador dos distúrbios e retirado-o imediatamente do ringue.
É o país que temos.
Porto Sempre
Está provado que a intervenção destes facínoras só conduz a pior situação… É sempre assim! Mas quando se trata de adeptos portistas, a carga é elevada à potência 10…
ResponderEliminarAbraço.
Ps: foi um prazer conhecer-te, ontem, Tripeiro.
Meu amigo, o prazer é reciproco.
ResponderEliminarGrande abraço