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Três dias passados e o assunto continua obviamente incontornável: perdemos e fomos eliminados de uma competição europeia na qual acalentávamos esperanças. Desilusão? Sim, claro, podíamos perfeitamente ter ido mais longe, mas a falta de killer instict da 1ª mão somada a uma série de vicissitudes que o Rodrigo tão bem analisou na sua crónica ao jogo da 2ª mão, deu que mais uma vez tivéssemos de sair da Liga dos Campeões pela porta dos oitavos de final.
Todos, desde jogadores e treinador a adeptos, tiveram desde o início da época um certo desejo mal escondido de fazer um grande brilharete europeu, algo que podia parecer estranho uma vez que estamos em plena era de super equipas como o Barcelona, Real Madrid ou Bayern, todas elas com elencos de luxo. Sonhamos e saímos de forma precoce, com um sentimento de frustração ainda mais acentuado por força dessa ambição. Talvez tenhamos encarado esta Champions com demasiada vontade de mostrar uma imagem à Europa de uma equipa sedutora e dominadora e esquecemo-nos que o mais importante é simplesmente...ganhar, seja com estilo e brilhantismo ou com qualquer outra coisa semelhante ao catenaccio versão Ivic em Roterdão 1993.
Sair de cena na Europa é algo inédito na história do FC Porto? Bem, para muitos Portistas que tive a oportunidade de ler pelos facebooks da vida talvez tenha sido, tal o nível de desespero e “bota abaixismo” que vi por ai. Mas queria aproveitar para dizer que foi a nossa 49ª eliminação europeia na 53ª participação. Ou seja, algo absolutamente habitual na maior parte das nossas épocas, mesmo que estejamos a falar do FC Porto, que conquistou umas impressionantes 3 provas europeias em 11 anos. A gestão da derrota é cada vez mais complicada, também por culpa do próprio Clube que “insufla” na massa adepta a ideia que no desporto azul e branco só há uma expectativa e uma hipótese, uma mensagem algo perigosa, como já tive oportunidade de mencionar num texto escrito em Janeiro.
Claro que isso não impede que se faça uma análise construtiva e que se tente perceber porque é que falhamos numa eliminatória em que até apresentávamos em teoria mais argumentos para chegar aos quartos-de-final. Mas sem exageros, sem depressões exageradas, não há que embarcar em fúrias de tornar quem era bestial há 1 mês em besta sem valor, o talento e capacidade para levar o barco a bom porto continua lá e ainda temos nas nossas mãos o objectivo nº 1 de qualquer época futebolística: o campeonato, neste caso o 3º consecutivo, o 7º em 8 anos. Como já levamos chapadas europeias bem grandes no passado (Sampdória, Man. Utd, Chelsea, Schalke, entre outras) e no final seguramos o título nacional, estou portanto confiante para as próximas batalhas.
Certamente que quando olhamos lá para o relvado já não vemos o Gomes, Lima Pereira, André, João Pinto, Jaime Magalhães, Vítor Baía, Jorge Costa, Bandeirinha, Fernando Couto, Rui Barros, Paulinho Santos, entre tantos outros que injustamente não referi… Gente que sofria pelo FC Porto antes de ser profissional de futebol e que continua a sofrer mesmo depois de abandonar os relvados, aqueles para quem olhávamos nas derrotas e sabíamos que estavam a sentir o mesmo que nós na bancada e que sabiam perfeitamente qual era o passo seguinte. Hoje temos um futebol diferente, mas tenho a certeza que Portistas como o Dr. Puga, Paulinho Santos, Vítor Pereira, entre outros, somados a jogadores como o capitão Lucho e Helton, já deviamente “aculturados”, bem como o “nosso” Castro e mesmo os restantes portugueses, saberão o que está em jogo nesta fase e irão incutir nos restantes argentinos, colombianos, brasileiros e demais o sentido da responsabilidade que é lutar por este Tri Campeonato e o que significa para os Portistas esta batalha final, contra um adversário desesperado e que tem jogado em todos os tabuleiros.
É portanto tempo de cerrar fileiras, esperando que a equipa seja mais consistente e abandone a estranha bipolaridade que tem sido corrente no FC Porto versão 2012/13, uma vez que ganhar este ano significa bem mais do que conquistar um simples campeonato. Para que tudo corra bem só existe uma receita, a de sempre: raça, abnegação, ambição, humildade, o espirito de “antes quebrar que torcer”. O verdadeiro ADN do centenário Futebol Clube do Porto!
Bom fim-de-semana!
PS: Nas modalidades a impunidade federativa para com os nossos adversários continua. Os casos sucedem-se de forma alarmante e em diferentes desportos, passando de forma quase anónima na opinião pública, bem ao contrário do famigerado circo levantado em torno do caso Edo. Será que isto não aflige os nossos dirigentes da mesma forma que aos Portistas que se preocupam com o Clube no seu todo? Nem sequer pelo facto do beneficiado ser o nosso odiado rival os faz reagir de forma veemente? Será que definitivamente as modalidades são filhas de um Deus menor?
Parabéns pelo artigo, porque ainda aí muita gente de cabeça perdida.
ResponderEliminarPensa-se e diz-se muito a quente e as opiniões mudam ao sabor do vento.