19 setembro, 2013

Vitória sem chama

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Áustria de Viena 0-1 FC Porto

UEFA Champions League 2013/2014, grupo G, 1.ª jornada
18 de Setembro de 2013
Estádio Ernst Happel, em Viena


Árbitro: Craig Thompson (Escócia).
Assistentes: Alan Mulvanny e David McGeachie Assistentes adicionais: Steven McLean e Kevin Clancy.

ÁUSTRIA DE VIENA: Lindner; Rogulj, Ortlechner (cap.), Suttner, Koch; Mader, Holland, Royer; Jun, Hosiner, Stankovic.
Substituições: Simkovic por Jun (68m), Kienast por Hosinere e Okotie por Holland (83m) Não utilizados: Grünwald, Rotpuller, Leovac e Dilaver.
Treinador: Nenad Bjelica.

FC PORTO: Helton; Danilo, Otamendi, Mangala e Alex Sandro; Fernando, Josué e Lucho (cap.); Varela, Jackson Martínez e Licá.
Substituições: Izmaylov por Licá (67m), Herrera por Varela (79m) e Quintero por Lucho (87 m) Não utilizados: Fabiano, Fucile, Reyes e Ghilas.
Treinador:
Paulo Fonseca.

Ao intervalo: 0-0.
Marcador: Lucho (55m).
Disciplina: Cartão amarelo a Koch (43m), Alex Sandro (44m), Hosiner (67m) e Varela (73m).

Se pudesse classificar este jogo e esta vitória numa palavra seria: cinzentismo. A equipa do FC Porto estreou-se na liga dos campeões 2013/14 num estádio mítico, de grandes recordações, de uma forma muito pouco determinada, vazia de ideias, sem chama e pouco assertiva. Em relação ao último jogo, apenas uma substituição: Josué entrou para o lugar do castigado Defour mas a equipa ficou a perder.

Os azuis e brancos erraram muitos passes, foram pouco agressivos, jogaram com o tempo, deixando correr o jogo e isso muitas vezes traz dissabores. Não foi o caso mas a equipa azul e branca mostrou que ainda tem um longo caminho por percorrer.

Hoje, vendo o jogo pela tv, ficou um pouco a sensação de que o jogo com o Gil Vicente ainda não tinha terminado. A lentidão foi por demais evidente perante um adversário que nunca tinha jogado na prova máxima da UEFA. O Austria de Viena mostrou em campo ser uma equipa aguerrida, bastante agressiva sobre o transportador de bola adversário, fechando linhas de passe e apostando, claramente, em transições rápidas. Esta equipa austríaca, diga-se de passagem, não mostrou qualquer nervosísmo aparente na estreia na liga milionária.

O FC Porto, vazio de ideias, teve grande dificuldade em construir jogo, em criar desequilíbrios. Este facto permitiu à equipa de Viena ganhar confiança e ser atrevida. No entanto, não houve lances dignos de registo da equipa austríaca durante a 1ª parte. Pelo lado portista, ficaram dois registos apenas. Um remate de Fernando nos minutos iniciais e uma boa oportunidade de Jackson Martínez com um remate por cima da barra.

Na 2ª parte, o FC Porto não alterou o figurino mas os jogadores tiveram instruções claras para mudar o que estava menos bem, ou seja, tudo. A equipa mostrou mais vontade em mudar o rumo dos acontecimentos perante uma equipa bastante inferior. A vitória no jogo de hoje era obrigatória.

Os minutos iniciais deram alguns sinais de mudança, embora a apatia da equipa e a lentidão se mantivessem presentes. Aos 55 minutos, no entanto, surge uma interrupção no marasmo. Uma boa jogada sobre a direita entre Danilo e Lucho, com trocas de bola rápidas, permitiu ao FC Porto adiantar-se no marcador com um golo apontado por El Comandante.

Criou-se a ideia de que as coisas poderiam mudar e o jogo poderia tornar-se mais interessante e mais bem jogado. Puro engano. O FC Porto continuou a trocar a bola para trás e para o lado, a lentidão acentuou-se e o Austria de Viena, com bem menos recursos, subiu no terreno e criou alguns calafrios à equipa portuguesa, nomeadamente, numa bola ao poste e em duas transições rápidas, uma delas oferecida pelo desastrado Otamendi.

Paulo Fonseca, surpreendeu de certa forma, nas substituições que fez. Colocou dois jogadores que pouco ou nada jogaram esta época – Izmaylov e Herrera – com o objectivo de aumentar a posse de bola, quebrar o ritmo de jogo e controlar o mesmo. O objectivo foi conseguido e os três pontos alcançados mas a equipa do FC Porto, de regresso ao Prater pela 4ª vez na sua história, teve a vitória mais cinzenta da época.



DECLARAÇÕES

PAULO FONSECA
“O importante era vencer e obviamente que estou satisfeito por isso. Na primeira parte poderíamos ter feito outro jogo, mas sabíamos que não iria ser fácil – ao contrário do que muita gente pensa, este adversário tem qualidade. Antevíamos uma fase inicial difícil e isso sucedeu porque, às vezes por culpa própria, perdemos bolas em zonas e de formas que não podemos permitir.”
“Tivemos dificuldades, algumas vezes por demérito, outras por mérito do Áustria de Viena, que entrou de forma agressiva e pressionante. Não fomos equilibrados nesse período do ponto de vista emocional e não resolvemos as questões de forma simples, permitindo ao Áustria ganhar confiança e ir acreditando. A segunda parte foi muito diferente, controlámos e dominámos, a equipa foi mais segura defensivamente e no passe e a chegar ao último terço, mesmo sem criar grande perigo. Pelo que fizemos na segunda parte, merecemos amplamente a vitória.”

LUCHO
“Obviamente que marcar é sempre fantástico para qualquer jogador. Para mim era uma data importante pelo que aconteceu com o meu pai há um ano. Estou contente por termos conseguido os três pontos. A primeira parte custou-nos, mas, na segunda parte, jogámos melhor, controlámos o ritmo e poderíamos ter marcado mais golos. Não fiquei surpreendido com o Áustria de Viena, que é um rival de qualidade e que em casa pressiona muito. Falhámos muitos passes e não estamos habituados a isso, mas nesta competição tudo é difícil, só há grandes equipas.”

FERNANDO
“Na Liga dos Campeões as equipas são muito fortes e há sempre dificuldades. O adversário foi muito agressivo na primeira parte, por isso tivemos de deixar de ser passivos e passámos também a jogar com muita agressividade. Na segunda parte, fizemos um golo e depois conseguimos controlar. O importante foi conseguir os três pontos, o nosso objectivo é marcar posição num grupo difícil, ganhar jogo após jogo e classificarmo-nos em primeiro lugar. Se não for possível, queremos pelo menos passar a fase de grupos.”

JOSUÉ
“Concretizei um sonho, que era jogar no meu clube de coração na Champions. Sabíamos que ia ser um jogo difícil, mas o mais importante são os três pontos. Falhámos passes que não são habituais e eles cresceram. Depois marcámos o golo e controlámos até ao fim.”



RESUMO DO JOGO

12 comentários:

  1. 0-0, intervalo

    45min iniciais sem pressão, sem dinâmica, sem determinação... sem nada, ou quase nada... pobre, mto pobre.

    aguardemos pelos 45min complementares.

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  2. Fodasse, depois de fazerem o mais difícil, permitem 2 ataques com o avançado isolado?!

    Acordem caralho, o jogo caseiro com os de Barcelos, já acabou faz 4 dias...

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  3. 0-1, fim jogo

    3 pontos, com uma 2ª parte.. e cumprida a missão!

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  4. Blue, deu a impressão que a equipa estava ali à espera de um percalço do Aústria...E ele aconteceu, ainda bem para nós.
    Mas foi demasiado calculismo.
    As coisas poderiam ter corrido muito mal e acresceram a isso as constantes paragens cerebrais de Otamendi e Mangala, um dando baldas e o outro fazendo faltas estúpidas...Jackson teve um sono descansado.
    A equipa melhorou com as entradas de Ismaylov e Quintero, aí já houve alguma circulação positiva.
    Quiz-me parecer que a equipa estava convencida que marcaria mais tarde ou mais cedo.Isso é arrogância.
    Cumprimentos.

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  5. Fraquinho...
    - A 10 minutos do final do encontro apeteceu-me que recomeçasse aí… Desde que o Porto chegasse ao fim em vantagem… É que a equipa com Quintero e Herrera é outra coisa! Que maravilha de jogadores! Demonstra-se, cada vez com mais evidência, que o FC Porto tem plantel para fazer coisas muito bonitas.
    - Lucho (outro golo na Liga dos Campeões!) continua a ser “El Comandante”. Um grande, grande capitão! Mesmo quando é substituído não se inibe de dar instruções e incentivar os companheiros. Por isso (e muito mais) é admirado e respeitado por colegas e adversários.
    - Foi importante a vitória, ainda que escassa. Quem não ganhar os dois jogos ao Áustria de Viena arrisca-se a ficar pela fase de Grupos da “Champions”.
    BIBÓ PORTO!

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  6. Vitória sofrida, sofrida demais!

    É preciso fazer melhor no próximo jogo da champions, porque AM e Zenit são muito mais fortes.

    Valeu mesmo o resultado.

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  7. Dasse...ganhámos...já sei..também vi o jogo! E do andebol..que humilhou os lampiões...ninguém fala...

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  8. Muito sinceramente já começo a desconfiar das capacidades do PF em por o Porto a jogar bom futebol, sobretudo depois de ontem

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  9. Não não foi um jogo bonito nem bom para a saúde, mas calma. Há 24 pontos em disputa a repartir por quatro equipas. Se o FCPorto vencer os três jogos em casa faz 12 pontos que apenas o Atlético de Madrid poderá igualar. Fé ! Viva o FCPorto.

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  10. Salvou-se o mais importante, o resultado. O resto foi pouco menos que miserável, na maior parte dos 90 minutos. Muitas perdas de bola, passes mal efectuados, muita desconcentração, pouca velocidade e nenhuma inspiração e ainda muita «abébias» na defesa.

    Felizmente os austríacos nunca acertaram com as redes, nas várias ocasiões que tiveram para marcar. Até o poste foi nosso amigo.

    Mau de mais para este nível de competição. Fiquei preocupado com o que vi.

    Um abraço

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  11. A exibição do FC Porto no jogo de ontem, bem como na 2ª parte do jogo com o Gil Vicente, deixam-me preocupado.

    Considero ser urgente, apesar das 6 vitórias em 6 jogos, refletir e MUITO sobre a quebra exibicional verificada neste 2 últimos jogos. Uma quebra exibicional que terá consequências quando o nível competitivo dos adversários subir, e já não falta muito para que tal aconteça…

    Aquilo que se viu ontem em Viena, independentemente da vitória, foi mau demais para ser verdade. Para além de uma inacreditável falta de dinâmica, velocidade, rasgo e atitude, o que me chocou foi a enorme inconsistência defensiva e desequilíbrio evidenciado por toda a equipa… Perante um adversário fraco, fraquinho… Uma exibição daquelas frente ao Atlético ou ao Zenit levaria a uma derrota, se calhar com números pouco habituais para um clube como o FC Porto.

    Não quero fazer dramatismos excessivos, nem entrar em derrotismos antecipados, mas aquilo que se viu foi, volto a repetir, mau demais. E sim, foi uma exibição similar às piores do tempo de VP, sem querer entrar em comparações muito profundas.

    É preferível, quando ainda temos 5 pontos de vantagem e 3 pontos na Champions à 1ª jornada, refletir sobre o que está mal. Em minha opinião, que vale o que vale, há várias opções erradas nos últimos tempos… A saber:

    1) Não percebo o porquê de Kelvin ter sido votado ao esquecimento. Um extremo criativo que o ano passado marcou 3 golos absolutamente decisivos para o título. Não seria logico motivar o jogador dando-lhe oportunidades e integrando-o na equipa, em vez de votá-lo ao total esquecimento?!?!?!

    2) Herrera parece-me claramente um jogador de outra craveira e que tem de entrar rapidamente no onze inicial. É um jogador dinâmico, que abre espaços, desmarca-se…. Caramba, no pouco que vi pareceu-me dar muito mais dinâmica que os muitos passes para trás e para o lado que têm sido vistos… Serei o único a pensar assim?!?!

    3) Iturbe? Depois de bons apontamentos na pré-época, depois de não termos conseguido a aquisição de um extremo que viria a acrescentar qualidade (Bernard), o que fazemos então? Dispensamos um extremo que teoricamente iria desmontar se realmente vale ou não alguma coisa…

    4) Quintero? Vão para onde forem, Quintero é o jogador mais criativo do FC Porto. Talvez por isso perca mais bolas… Mas não tenho duvidas que será titular dentro em breve… Não pode ser jogador de apenas 5 minutos… De modo nenhum…

    Em suma, estou angustiado depois do que vi ontem. Espero que no jogo com o Estoril a imagem dada seja totalmente diferente. Temos tudo a nosso favor, 5 pontos de vantagem, uma equipa técnica apoiada pela maioria dos adeptos e uma margem de manobra que já não existia anteriormente. Que se saiba aproveitar tudo isso em prol de uma só coisa: o sucesso do FC Porto!

    PS: Só mesmo um adepto do FCP para estar assim como estou depois de 6 vitórias noutros tantos jogos… Mas é bom que se reflita nas coisas antes da m**** acontecer… Foi talvez por se ter refletido e mudado a tempo a atitude que se ganhou os últimos 2 campeonatos… Eu confio em todos, mas que não se repitam coisas como à de ontem…

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