http://bibo-porto-carago.blogspot.pt/
Nasci em 1984, o que faz de mim um Portista com sorte, tendo acompanhado este Clube em anos dourados, numa cadência de títulos e grandes momentos quase sem paralelo na história do futebol mundial.
Sem memórias de Viena cresci no entanto a ver o FC Porto ganhar mais campeonatos que os rivais, passando a ser quase imbatível nos anos do Penta. Depois de um interregno suavizado pelo facto do grande rival continuar atrás de nós, voltamos a dominar internamente e a ganhar lá fora, duma maneira irresistível.
No entanto a vida não é feita apenas de Gelsenkirchen, Sevilha, Dublin, dois 5-0, golos no último minuto em Manchester e festas no galinheiro ou no terreno dos viscondes... Também tivemos espinhos e abalos fortes e nunca me esqueço de tardes/noites amargas como aquela em 1991 onde que perdemos um campeonato nas Antas, um jogo cruel com a Sampdória, uma eliminação injusta com o Bayern, mil e um desastres em Inglaterra ou mesmo um revoltante jogo no Algarve contra o maior rival, mesmo tendo acontecido numa competição menor.
Embora tenha festejado muito mais do que chorado, nunca vivo na ilusão que o FC Porto é imune à derrota e que só vence, como que por destino divino. Também já tivemos os nossos maus momentos e a grande força deste Clube nos últimos 30 anos sempre esteve na forma como reage e não numa suposta imunidade a momentos difíceis. Aliás, quando caímos até tem sido com estrondo, como por exemplo na malfadada temporada 2009/10.
Dito isto tenho no entanto de ser sincero e partilhar o que me vai na alma depois do jogo de quarta-feira. Foi mau demais e o sentimento no final do jogo foi de que dificilmente podia ter sido pior, naquela que para mim foi a derrota mais humilhante que vivi em quase 30 anos de vida. Não a mais triste, não a mais importante, não a mais inesperada. Simplesmente a mais humilhante.
Não vale a pena descrever detalhadamente o porquê do meu sentimento. Vocês sabem bem os motivos, ver tão pouco Porto, sermos batidos em superioridade numérica, sentir o jogo como "nosso" ao 1-1 para se escapar em seguida de forma quase natural, serve como ilustração duma noite histórica, pela negativa.
Este FC Porto 2013/14 fica como um case study de tudo o que de negativo pode ser feito numa temporada futebolística. Todos os Portistas sentem a frustração da péssima temporada mas, mais do que isso, carregam um sentimento de frustração porque fizemos tudo errado. Não se lutou sequer, muito menos perdemos de forma digna, entregámos tudo sem oferecer real oposição, cometendo todos os erros possíveis e imaginários, de uma maneira que ninguém pensava ser possível no FC Porto.
O mal está feito e 2 vitórias sobre o nosso rival no Dragão só servirão para repor um pouco do amor-próprio entretanto perdido. A grande batalha agora será reconstruir uma equipa de futebol, sob as cinzas dum conjunto desprovido de qualquer ADN Porto. Um desafio difícil atendendo às circunstâncias, mas ao qual não podemos escapar.
Se em Maio de 2013 estávamos no céu, a descida ao inferno foi rápida, demasiado rápida, incompreensivelmente rápida. Deitamos ao lixo um golpe de autoridade, perdemos um momento de ouro para desferir uma pancada contundente e duradoura no rival. Fomos cigarras e não formigas, o universo Porto transformou-se em algo que não lhe assenta, um pouco à imagem de 2004/05. O custo foi elevado e agora há que voltar a recomeçar, certamente com outra postura e outra atitude dentro e fora do relvado.
Foi um autêntico banho de humildade. Que seja o tónico para uma mudança de paradigma que há muito se adivinhava necessária e que deste momento difícil nasça um novo ciclo, com um FC Porto mais realista, lutador e ambicioso. Um FC Porto com atitude e raça, a fazer jus à sua história centenária. Um FC Porto com uma mentalidade forte e vitoriosa, honrando os pergaminhos do Clube que Pedroto e Pinto da Costa reergueram a partir de 1976 e que se tornou num exemplo de sucesso dentro e fora de Portugal.
Continuação de boa semana.
Sem memórias de Viena cresci no entanto a ver o FC Porto ganhar mais campeonatos que os rivais, passando a ser quase imbatível nos anos do Penta. Depois de um interregno suavizado pelo facto do grande rival continuar atrás de nós, voltamos a dominar internamente e a ganhar lá fora, duma maneira irresistível.
No entanto a vida não é feita apenas de Gelsenkirchen, Sevilha, Dublin, dois 5-0, golos no último minuto em Manchester e festas no galinheiro ou no terreno dos viscondes... Também tivemos espinhos e abalos fortes e nunca me esqueço de tardes/noites amargas como aquela em 1991 onde que perdemos um campeonato nas Antas, um jogo cruel com a Sampdória, uma eliminação injusta com o Bayern, mil e um desastres em Inglaterra ou mesmo um revoltante jogo no Algarve contra o maior rival, mesmo tendo acontecido numa competição menor.
Embora tenha festejado muito mais do que chorado, nunca vivo na ilusão que o FC Porto é imune à derrota e que só vence, como que por destino divino. Também já tivemos os nossos maus momentos e a grande força deste Clube nos últimos 30 anos sempre esteve na forma como reage e não numa suposta imunidade a momentos difíceis. Aliás, quando caímos até tem sido com estrondo, como por exemplo na malfadada temporada 2009/10.
Dito isto tenho no entanto de ser sincero e partilhar o que me vai na alma depois do jogo de quarta-feira. Foi mau demais e o sentimento no final do jogo foi de que dificilmente podia ter sido pior, naquela que para mim foi a derrota mais humilhante que vivi em quase 30 anos de vida. Não a mais triste, não a mais importante, não a mais inesperada. Simplesmente a mais humilhante.
Não vale a pena descrever detalhadamente o porquê do meu sentimento. Vocês sabem bem os motivos, ver tão pouco Porto, sermos batidos em superioridade numérica, sentir o jogo como "nosso" ao 1-1 para se escapar em seguida de forma quase natural, serve como ilustração duma noite histórica, pela negativa.
Este FC Porto 2013/14 fica como um case study de tudo o que de negativo pode ser feito numa temporada futebolística. Todos os Portistas sentem a frustração da péssima temporada mas, mais do que isso, carregam um sentimento de frustração porque fizemos tudo errado. Não se lutou sequer, muito menos perdemos de forma digna, entregámos tudo sem oferecer real oposição, cometendo todos os erros possíveis e imaginários, de uma maneira que ninguém pensava ser possível no FC Porto.
O mal está feito e 2 vitórias sobre o nosso rival no Dragão só servirão para repor um pouco do amor-próprio entretanto perdido. A grande batalha agora será reconstruir uma equipa de futebol, sob as cinzas dum conjunto desprovido de qualquer ADN Porto. Um desafio difícil atendendo às circunstâncias, mas ao qual não podemos escapar.
Se em Maio de 2013 estávamos no céu, a descida ao inferno foi rápida, demasiado rápida, incompreensivelmente rápida. Deitamos ao lixo um golpe de autoridade, perdemos um momento de ouro para desferir uma pancada contundente e duradoura no rival. Fomos cigarras e não formigas, o universo Porto transformou-se em algo que não lhe assenta, um pouco à imagem de 2004/05. O custo foi elevado e agora há que voltar a recomeçar, certamente com outra postura e outra atitude dentro e fora do relvado.
Foi um autêntico banho de humildade. Que seja o tónico para uma mudança de paradigma que há muito se adivinhava necessária e que deste momento difícil nasça um novo ciclo, com um FC Porto mais realista, lutador e ambicioso. Um FC Porto com atitude e raça, a fazer jus à sua história centenária. Um FC Porto com uma mentalidade forte e vitoriosa, honrando os pergaminhos do Clube que Pedroto e Pinto da Costa reergueram a partir de 1976 e que se tornou num exemplo de sucesso dentro e fora de Portugal.
Continuação de boa semana.
"Se em Maio de 2013 estávamos no céu, a descida ao inferno foi rápida, demasiado rápida, incompreensivelmente rápida." - Foi rápida, mas só no final da dita descida. Porque essa começou em Junho de 2011. Em 2012 e 2103 tivemos um pacto com o diabo. Que este cobrou em 2014. Nada de mais compreensível.
ResponderEliminarTriste realidade a nossa...Acorda Porto!!
ResponderEliminarTambém acho que perdemos uma oportunidade de ouro para dar uma estocada muito forte ao rival... Afinal demos-lhe foi a hipótese de redenção e alento ao outro da 2ª circular...
ResponderEliminarO pior mesmo, foi não termos sido "Porto" e perdido sem dignidade.
Vamos esperar que quem nos tem dado tantas alegrias, seja capaz de novo de nos colocar no trilho, de novo...
Dizendo que "em Maio estávamos no céu" refiro-me a objectividade de sermos campeões invictos, num cenário de fábula.
ResponderEliminarAs fraquezas que se identificavam e as necessidades que tínhamos eram outras questões (que inclusive abordei no final da época passada aqui no blog), que podiam e deviam ter sido trabalhadas em cima de um tricampeonato, num clima de tranquilidade.
Assim não aconteceu e agora, descidos ao inferno em termos de resultados desportivos, o trabalho terá de ser feito de forma ainda mais profunda, pois as tais fraquezas e necessidades são hoje ainda mais prenunciadas.
Eu também nasci em 84, por isso o meu clube tem-me dado muito mais alegrias do que tristezas. Mas é nestes momentos maus que se vê quem realmente ama e está com clube. Quem é sócio do clube e não do momento. Que vai aos jogos quando a equipa joga mal, e não há nada para ganhar, e não só às festas. Agora é que temos que ser PORTO, e tudo o que quem o é sabe o que isso significa. Abraço. Sérgio.
ResponderEliminar“ Em 2012 e 2103 tivemos um pacto com o diabo.”
ResponderEliminarO FC Porto foi campeão nacional em 2012 e 2013 porque em 60 jogos perdeu APENAS UM, contra o bruno paixão em barcelos… Nesses dois anos para além de ter sido bicampeão, venceu 2 supertaças, no 1º ano foi eliminado da LE pelo campeão inglês Manchester City e no 2º ano passou a fase de grupos e por acaso foi a única equipa a vencer o PSG na competição.
Dizer que ganhamos por um pacto com o diabo, dizer que o Kelvin marcou aos 92m devido à graça do Espírito Santo, ou em que em 60 jogos apenas perdemos 1 por causa da graça de Deus Nosso Senhor é um tipo de argumentação que não compreendo sinceramente!
Porque se nós levarmos as coisas para o campo do divino também poderíamos dizer que perdemos na luz porque a Nossa Senhora inventou um penaltie numa altura decisiva em que o slb estava praticamente afastado da final, que dos últimos 16 minutos de jogo apenas se jogou futebol durante 1 minuto, sendo que por causa dos 3 pastorinhos os restantes 15 minutos foram passados num vergonhoso anti-jogo do adversário…
Explicar as coisas recorrendo ao divino é algo que tem piada, mas de construtivo tem ZERO!
As razoes são bem mais objetivas e algumas delas não são muito difíceis de perceber. Se calhar não foi o diabo, mas sim uma péssima escolha de treinador… Se calhar não foi a Nossa Senhora mas sim não termos ido buscar um extremo para substituir James… Mas isso sou eu, que não recorro ao diabo, nem a Deus Nosso Senhor para explicar quando algo corre bem ou mal…