10 dezembro, 2015

AS INVENÇÕES DO PROF. PARDAL.

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CHELSEA-FC PORTO, 2-0

UEFA Champions League, Grupo G, 6.ª jornada
qua, 9 Dezembro 2015 • 19:45
Estádio: Stamford Bridge, Londres
Assistência: 41.906 espectadores


Árbitro: Cünyet Çakir (Turquia).
Assistentes: Bahattin Duran e Tarik Ongun; Hüseyin Göçek e Baris Simsek (Turquia).
4.º Árbitro: Mustafa Eyisoy (Turquia).

CHELSEA: Courtois, Ivanovic, Zouma, Terry (c), Azpilicueta, Matic, Ramires, Oscar, Willian, Diego Costa, Hazard.
Suplentes: Begovic, Fàbregas, Obi Mikel (86' Diego Costa), Kennedy, Pedro (81' Oscar), Rémy (90' Hazard), Cahill.
Treinador: José Mourinho.

FC PORTO: Casillas, Maxi Pereira, Maicon (c), Marcano, Martins Indi, Danilo Pereira, Imbula, Herrera, Corona, Brahimi, Layún.
Suplentes: Helton, Rúben Neves (57' Maxi Pereira), Varela, Aboubakar (56' Imbula), Tello (71' Herrera), Evandro, Bueno.
Treinador: Julen Lopetegui.

Ao intervalo: 0-1.
Marcadores: Marcano (12' ag), Willian (52').
Disciplina: cartão amarelo a Diego Costa (20'), Matic (31'), Maxi Pereira (34'), Danilo Pereira (41'), Martins Indi (43'), Ivanovic (74').

Não sei por onde começar esta crónica. O óbvio é dizer: pelo princípio. É de La Palice. Mas neste FC Porto eu perguntou onde são o princípio, o meio e o fim? Alguém sabe? Eu não sei e muita gente também não sabe. Não sabem nada de nada. E o treinador deste FC Porto sabe? Será que sabe? Será que tem a noção de saber o que anda a fazer?

Gostaria de perceber o que passou pela cabeça de Julen Lopetegui esta noite para conseguir a explicação para o ridículo que se passou em Stamford Bridge mas é impossível. Nem uma pequena ideia faço, nem uma pequena noção tenho, nada de nada.

Ainda ouvi o (ainda) treinador no fim do jogo falar em problemas físicos. Problemas físicos? Motivaram estas mudanças todas? Um onze escalonado sem qualquer tipo de rotina de jogo, nunca experimentado em competição e sem qualquer ponta de lança? Um FC Porto a ter obrigatoriamente de ganhar e abdica do seu modelo de jogo, dos seus princípios e das suas rotinas? Um FC Porto que defrontou o pior Chelsea que vi jogar até hoje e não faz das tripas coração e não mete a carne toda no assador?

Por mais voltas que dê, não consigo perceber. À cabeça só me saltam duas coisas: medo e inconsciência. Medo de arriscar, de jogar e de tentar vencer. Inconsciência de não saber o que está a fazer e então inventa. Pode ser que resulte.

Onde já vi este filme? Munique. Pois foi. Estádio da Luz? Pois foi. E agora Stamford Bridge. Nestas três situações, Lopetegui mostrou claramente o medo que tem de perder, de arriscar e, principalmente, o medo de ser feliz. Isto não é um treinador à Porto. Meu amigo, regresse à sua terrinha e treine lá os miúdos e o seu tiki-taka que isto aqui não é um clube qualquer. Onde o senhor está é no bicampeão europeu e mundial que o senhor envergonhou e ridicularizou esta noite.

No dia de ontem, Lopetegui recebe a notícia de que André André não poderia jogar por problemas musculares. É certo que nos dois últimos jogos André André não se apresentou na plenitude e esteve abaixo do que pode e deve render. Até aqui tudo bem. Mas depois Lopetegui já com a equipa em mente para defrontar o Chelsea dá um autêntico nó e opera uma revolução. Contraria todas as suas concepções de jogo. Abandona completamente o 4x3x3 de futebol de construção, apoiado, de muita circulação de bola. Óptimo, isso não aconteceu esta noite em Stamford Bridge.

O espanhol apostou num 5x3x2, desdobrado em 3x5x2 em transições ofensivas. O que pretendeu o homem? Jogar à defesa e tentar o contra-ataque com Brahimi e Corona? Mas como? Se o Chelsea não joga em ataque continuado, não precisava de vencer e joga em transições rápidas e blocos baixos, o que queria o Sr. Lopetegui?

Quem é que tinha que se expor e correr atrás do prejuízo? Seria o Chelsea? Só se fosse doido. O Chelsea só tinha que fazer o que sabe fazer muito bem. Esperar pelo adversário e explorar as costas do adversário com transições rápidas. E foi assim que chegou ao primeiro golo.

O FC Porto com três centrais, sofreu um golo logo aos 11 minutos, quando Diego Costa passou por Marcano rematou contra Casillas, a bola bate em Marcano e entra na baliza. Pronto, estava feito o que se esperava e que era mais que óbvio. Só não via quem não queria.

Venham agora os arautos dizer que se corresse bem estávamos aqui a meter a viola num saco, o homem é um génio, enganou o melhor treinador do mundo e operou uma estratégia do outro mundo. Tretas! Tudo tretas.

Sofrido o golo, haveria que dar a mão à palmatória e corrigir o que estava errado. Mas não. O homem mantém-se fiel à sua teimosia e casmurrice e passa 34 minutos restantes da primeira parte a ver a sua equipa circular a boa no meio-campo e na sua defesa. Vê um dos seus jogadores mais avançados (Brahimi) buscar jogo atrás onde havia mais pernas do que frangos num aviário e o outro avançado (Corona) perdido lá à frente onde a bola nunca lhe chegou.

O meio-campo foi completamente inoperante. Danilo, Herrera e Imbula não sabiam que terrenos pisar e andaram perdidos a distribuir bolas sabe-se lá por onde. Tudo sem nexo, tudo sem rei nem roque. Pudera! Os laterais Maxi e Layún com a missão de subir e fazer de extremos iriam cruzar para a área para quem? Só se fosse para Courtois dar uns saltinhos e não arrefecer na noite fria de Londres.

Não seria de todo prudente colocar o ponta-de-lança em jogo, retirar um central, voltar à fórmula 4x3x3 e jogar para ganhar? Se perdesse, perdia mas teria a consciência de que tudo tinha feito para vencer. Não, não e não! - Pensou Julen. - Vamos continuar a jogar assim.

Ao intervalo, a perder e com uma equipa que nem se pode considerar uma equipa mas sim um conjunto de bons jogadores a trocar umas bolas em campo, Lopetegui por incrível que pareça não fez qualquer substituição. Manteve-se na sua teimosia e o onze inicial regressou. Inacreditável! O que queria ele? Não ser goleado ou perder por poucos? Só falta saber qual das duas.

Dito e feito. Não mudou, pega lá mais um golinho que é para aprenderes. Estavam decorridos 52 minutos e o FC Porto fica a perder por 2-0. Qual a surpresa? Nenhuma. Mais uma vez numa transição rápida, após um lançamento lateral, Diego Costa ganha de cabeça, Hazard abre na direita e Willian surge à frente de Layún, com Martins Indi metido no meio e remata com potência ao ângulo inferior esquerdo de Casillas.

Muitos defesas, alguns médios e dois extremos e para quê? Para nada. Apenas para ver o óbvio. Derrota pela certa. O FC Porto de ontem à noite fez lembrar uma frase do Mestre Pedroto. Falta-lhe os últimos 30 metros. Pudera!

É então que Lopetegui opera duas substituições. Rúben Neves e Aboubakar entram para resolver o jogo? Agora?! Santa paciência! Totalmente despropositado e extemporâneo. Mas o que se viu? Viu-se mais Porto a chegar à baliza contrária e a criar algum frisson com duas ou três oportunidades que, com a metade da sorte do primeiro golo da equipa londrina, teriam entrado. Porque não jogou assim desde início?

O que fica deste jogo? Lamento dizê-lo mas fica a certeza que temos um bom plantel, com boas soluções mas um comandante, um líder, um técnico competente não existe. E, portanto, perante isto o que fazer para evitar acabar o 3º ano consecutivo em desgraça? Mudar já o técnico! Ou vai-se mudar como se mudou Paulo Fonseca?

Notas positivas do jogo: a grande moldura humana e as boas prestações de Brahimi, Corona e Maicon.

O lado negativo do jogo destaco as duas equipas. O Chelsea é medíocre e o FC Porto não tem um treinador capaz de fazer uma boa equipa, competente e capaz. Nos momentos decisivos falhou sempre. O FC Porto da era Pinto da Costa raramente falhou um momento decisivo. Isto não é o PORTO que me habituei a ver.

Mas já estou a ver o filme que vem aí. Não se passa nada, está tudo bem, o campeonato é o que importa e depois até à próxima escorregadela a gente conversa. Único culpado da eliminação da liga dos campeões tem um nome: JULEN LOPETEGUI. Costuma-se dizer que quando se ganha, ganham todos, quando se perde, perdem todos. Desta vez perdeu o FC Porto mas o culpado aqui é claramente o técnico.

Deixem as invenções para o Prof. Pardal.

Domingo segue-se viagem muito difícil à Madeira para defrontar o Nacional. Até estou com medo mas, por favor, peço encarecidamente: não invente, Sr. Lopetegui!



DECLARAÇÕES

Lopetegui: “O golo cedo deu tranquilidade ao Chelsea”

O FC Porto tinha uma estratégia preparada para anular os pontos fortes do Chelsea e surpreender os ingleses com a ausência de uma referência no ataque, mas Lopetegui admite que os planos saíram furados com o golo sofrido logo aos 12 minutos. Os Dragões acabaram por perder por 2-0 e ficaram no terceiro lugar do grupo G da Liga dos Campeões, transitando assim para a Liga Europa, mas o treinador portista elogiou a segunda parte dos azuis e brancos – “não tenho nada que apontar aos jogadores”, sublinhou – e não esqueceu uma estatística clara: a maior parte das equipas que consegue dez pontos na fase de grupos é apurada para a fase seguinte.

“Tínhamos problemas físicos na equipa, que leva cinco jogos em 15 dias. Queríamos evitar principalmente as transições do Chelsea e ter o controlo do encontro. Tentámos surpreendê-los ao jogar sem referências junto dos centrais deles e julgo que entrámos bem. Tivemos duas ou três ocasiões, uma delas pelo Brahimi, bastante clara, mesmo antes do 1-0. O Chelsea tem um contra-ataque excelente, conseguiram marcar o golo que lhes deu tranquilidade e que nos obrigou a outro tipo de jogo, que não queríamos, pela transição forte que eles têm”, afirmou o basco, minutos após o final da partida.

Lopetegui reconheceu que os adeptos estarão “tristes”, mas frisou o “esforço titânico” que a equipa fez na segunda parte. “Eles foram melhores, mas é certo que o jogo teve os seus momentos. A atitude dos jogadores na segunda parte, face a uma equipa com uma capacidade incrível para as transições, foi muito boa. Lutaram até ao final e não tenho nada a apontar. Amanhã espero ir trabalhar com a mesma força e ambição, porque temos um jogo muito importante no domingo, na competição mais importante, que é a Liga portuguesa”, declarou.

Já na sala de imprensa, Lopetegui acabou por fazer uma balanço da participação na prova. Dez pontos na fase de grupos garantem “normalmente” a qualificação para os oitavos-de-final e a derrota caseira com o Dínamo Kiev – uma “boa equipa, muito melhor do que as pessoas pensam” –, num jogo “estranho”, acabou por tornar o caminho dos portistas “muito mais complicado”. “Disputámos a qualificação até ao final e não perdemos com uma equipa qualquer, mas sim com o Chelsea, em Stamford Bridge, num jogo em que o empate os favorecia”, resumiu.

Por último, a Liga Europa, em que os Dragões irão entrar em prova em Fevereiro: “Podemos competir para a ganhar. Logo pensaremos nessa competição”.



ARBITRAGEM



RESUMO DO JOGO

9 comentários:

  1. Sabem quem é que tinha razão? O "treinador do distrital".
    Ah pois é...


    Ass: O Anónimo que vos adora! ;)

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  2. Rua com este pseudo treinador antes que percamos tudo.Mas a Sad via continuar com a sua inércia habitual própria dos acomodados e que estão bem de vida e nós aqui a sofrer e a dormir mal por quem o não merece.Rua!!!

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  3. Logo no inicio ( 2014) tive um lampejo de que estavamos a contratar um razoavel Diretor Técnico, ou então o Carlos Queiroz espanhol...O jogo do ano passado com o Boavista (mudou 6 jogadores, ignorou ou não sabia mesmo da rivalidade FCP/BFC) onde começamos a perder a Liga do ano passado, fez procurar nas diferentes publicações espanholas quem em era o sr. JL - 1º espanto, há 12 anos tinha tido uma e unica experiencia como treinador de seniores... e foi um verdadeiro...insucesso! Atirou com o Rayo Vallecano à 2ª Liga, apesar do esforço desse Clube em reforços ( comprinhas é com ele, já vem de longe) nesse ano. Depois foi comentador de TV'S... estão a ver o genero, temos cá umas boas 2 duzias de treinadores falhados nesta ocupação. Em 2008/09 andou pelo Castillha B - e a sua boa relação com Angel Villar levou ( 2010) este teorico aos miudos da seleção S 19...que acompanhou até 2014. Aqui sim com sucesso, mas nós sabemos o que valem as escolas dos clubes em Espanha... Mas ok, pelo menos não estragou !
    E eis que Jorge Mendes o mete no Dragão...As contratações JM são um emaranhado de ligações e favores... ( ouvi as famosas gravações do nosso Presidente com JM !!!)
    Então o ano passado por esta altura, não era de despachar este Queiroz (salvo seja) ? Agora, aguentem que as ligações são tantas que oxalá não seja o JL a despedir o Presidente !

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  4. Como PORTISTA, apenas digo o seguinte: falta de classe ! Quando ela existir, voltaremos aos exitos. FC PORTO para sempre.

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  5. Há três coisas que me incomodam. Uma delas é dizer-se que temos um plantel extraordinario, outra é esquecerem-se que o homem só não é campeão nacional porque os capelas da vida e seus pares andaram a encher o barulho de graça no museu da cerveja e afins, e a terceira é esquecerem-se que devemos ser a equipa da Europa com mais alterações no plantel... Vamos por partes.
    Tenho dúvidas que Maxi seja assim tão bom jogador e duvido que melhor que Danilo. Tenho dúvidas que Marcano seja assim tão excelente, assim como Maicon... Duvido imenso que esta dupla garanta segurança a uma equipa como o Porto. Gosto do Layun e do Danilo Pereira, mas duvido que sejam melhores do que AlexSandro e Casemiro. Não sei sequer se André chega a Oliver, mas sei que Aboubakar nunca será Jackson. E Quaresma? É uma questão de opinião, nos dias bons era melhor que Brahimi, mas nos dias maus pior que Varela. Eu nem sequer sabia quem era o Imbula antes de saber que vinha para o Porto por 20 milhões. E tenho a certeza que o Lopetegui é obrigado a pôr o Herrera a jogar para ver se alguém o compra em Janeiro... Nesse dia poderemos comprar um garrafão de vinho e metê-lo no meio campo, vai jogar tanto como o Mexicano... Temos assim um plantel tão bom??? Mesmo??? E as mudanças não importam?
    Quanto ao treinador. Sou do tempo em que o clube fazia o treinador. Sou do tempo em que um chimpanzé era campeão a treinar o Porto. E enquanto não voltar a ser desse modo, nem Lopeteguis nem nenhum outro fará milagres. A título de referência, tirando Mourinho, que outro treinador do Porto foi inequivocamente bem sucedido no estrangeiro?
    Abraços, que esta coisa de ser portista em Lisboa tá difícil.

    P.S. E não se deixem enganar pelos inteligentes comentadores da nossa praça. Parecem o professor Marcelo, sabem tudo, tudo, tudo.

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  6. Caro Nuno Miguel,

    É isso mesmo! Subscrevo inteiramente!

    Já é tempo de pararmos de dar munições aos adversários!

    Um abraço portista!

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  7. A melhor crónica que li! Muitos parabéns.

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  8. Sem duvida Cronica excelente com muita precisao e conhecimento deste pro.Pardal como diz na cronica simplesmente e inerte em jogos decisivos so mostra covardia ... matematicamente sempre a mesma coisa Medo medo e muito medo .. parabens ao senhor k escreveu

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  9. Sem duvida bom post, estamos tramados
    Mark Margo
    www.markmargo.net ( ENTRETENIMENTO e PLAYMATES )

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