07 dezembro, 2015

QUATRO JOGOS DECISIVOS.

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É comum ouvir os treinadores, sejam eles quais forem, antes dos grandes jogos desvalorizarem a importância dos mesmos, ressaltando o habitual “ainda falta muito campeonato depois deste jogo”. Não é nada que possa espantar, trata-se sobretudo de retirar pressão dos jogadores, com certeza que dizer a um jogador, seja ele qual for, que determinado jogo é de vida ou morte, não é necessariamente a forma mais apropriada para o motivar.

Todavia, uma coisa é aquilo que tem de ser necessariamente o discurso muitas vezes politicamente correto da maioria dos treinadores, outra coisa completamente diferente é o texto de opinião de um simples Portista como eu, colaborador com muito orgulho deste plural e democrático espaço de opinião.

E a verdade nua e crua é só uma: os próximos jogos, 4 jogos até ao final do ano (ainda há um 5º jogo para a taça dos correios, irrelevante!), são inegavelmente decisivos relativamente aos 3 principais objetivos da época. Já na próxima 4ª feira, disputamos em Londres o acesso aos oitavos-final da Champions, vamos à Madeira e recebemos no Dragão a Académica para o campeonato e deslocamo-nos a Santa Maria da Feira tendo em vista os quartos-final da taça de Portugal.

Não gostaria de fazer grandes dissertações teóricas sobre a atitude tática, escolha de jogadores e opções do treinador para esses jogos. Já me convenci de uma coisa: o treinador escolhido foi este, o modelo de jogo adotado há já um ano e meio foi este e os jogadores serão com quase toda a certeza estes até ao fim da época. Será com isto que teremos de conviver pelo menos até final da época - se nem na época de Paulo Fonseca foi tomada a decisão de mudar de treinador a meio da época (mas sim esperou-se a demissão do próprio), não será nesta que julgo que tal possa acontecer. Já passei a fase da crítica ao modelo de jogo, de apontar os defeitos que o mesmo tem e de criticar algumas opções do treinador. A fase em que agora entrei e provavelmente irei manter até final da época é tão simplesmente uma fase em que a minha margem de manobra com todos se reduziu a um nível mínimo, exijo que os jogadores honrem a camisola, honrem o símbolo que ostentam. Todos têm de ser competentes, todos têm de saber e perceber o clube onde estão, todos têm de perceber as consequências de mais uma época sem nada ganhar. Se tudo for encarado com displicência, desportivismo e naturalidade, não compreendo, nem compreenderei que passemos mais uma época em branco.

Na Champions League fizemos aquilo que mais temia, ou seja, deixar para Stamford Bridge a decisão da passagem à próxima fase, pior que isso, apenas um resultado nos interessa, precisamente aquele que nunca alcançamos em Inglaterra em jogos a contar para as competições europeias. Sou por natureza um pessimista inveterado, apesar de paradoxalmente ser adepto de um clube que já me permitiu festejar vitórias em todas as competições nacionais e internacionais (Ok, falta a taça dos correios e a taça das Taças já extinta…) e em grande quantidade. Tenho de ser completamente honesto convosco, é verdade que o Chelsea não está bem, atravessa um período de grande intranquilidade quer a nível de resultados quer a nível de exibições, mas pensar num cenário em que uma equipa, por pior que esteja, que seja treinada por José Mourinho e que apenas necessite de um ponto para se apurar para os oitavos da Champions, competição que a par da FA Cup será alvo da focalização de Mourinho pois no campeonato as coisas estão irremediavelmente perdidas, e que não seja capaz de conquistar esse ponto, parece-me um cenário improvável. Mourinho fará tudo aquilo que for necessário para conquistar um ponto seja com que estratégia e tática for, com autocarros, com ataque continuado ou contra-ataque, se há algo em que Mourinho é mestre é na adaptação a diferentes cenários mas com um único objetivo: ganhar!

Para além disso, a verdade é que o FC Porto também não anda nada bem, apesar das duas últimas importantes vitórias no campeonato, atravessando mesmo um período de grande intranquilidade. Teria de ser um FC Porto quase perfeito para vencer não um Chelsea em crise, mas sim um Chelsea que não deixa de ser treinado por Mourinho. Teremos certamente uma missão dificílima. Estou já conformado com a ida para Liga Europa mas a esperança é a última a morrer. Até ao apito final na 4ª feira, mantenho uma réstia de esperança.

Para o campeonato, temos nestes próximos jogos muito mais a perder do que a ganhar. Ganhar na sempre complicada deslocação à Choupana e depois à Académica não permitirá ganhar rigorosamente nada, mas tão só permitirá levar para o jogo de Alvalade a decisão da disputa da liderança. Aqui as contas também são fáceis de fazer, isto é, perder pontos antes do jogo inicial de 2016 significará um alargamento da desvantagem face à liderança para 4 ou 5 pontos. E aí, daremos um passo enorme em direção a mais um ano sem ganhar o campeonato, porque entrar em alvalade com menos 4 ou 5 pontos é arriscar a que a desvantagem aí se alargue para números impensáveis nessa altura do campeonato.

Em resumo, jogos difíceis em terrenos habitualmente complicados para o FC Porto mas em que neste momento a única solução é ultrapassá-los com distinção, sob pena dos objetivos irem ficando pelo caminho ainda numa fase prematura da época.

1 comentário:

  1. Creio que neste momento passa pelo treinador por os jogadores mais motivados.
    Por jogadores desmotivados, como Aboubakar ou "amuados" como Brahimi irá desequilibrar o balanço motivacional.
    Esta quarta há que entrar de rompante e conseguir o maior número de bolas possíveis na 1ª parte. Uma possível receita para abater este Chelsea.

    Fora do ponto tático, estas semanas todos os jogadores tem de deixar tudo de lado e focar-se em fazer uma só coisa: jogar futebol como se não houvesse amanha.

    Let the games begin! And win the best team of course FC Porto!

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