22 novembro, 2016

CARO NES: NÓS NÃO ESTAMOS FERIDOS NEM NOS SENTIMOS PREJUDICADOS.


Anda aí uma corrente de opinião que sustenta que as arbitragens não são decisivas nem têm influência na classificação final do campeonato. Uma teoria geral que defende que, a bem ou a mal, os grandes são sempre os mais beneficiados. Um pensamento que refere que, mesmo prejudicado, o FC Porto tem que conseguir ganhar os seus jogos. Que a arbitragem nunca é capaz de ter uma influência decisiva num resultado. Basicamente usam e abusam dos livros de autoconfiança: se quisermos muito ganhar, mesmo sendo muito prejudicados, vamos na mesma conseguir ganhar.

Decidimos então lembrar aos mais distraídos 3 jogos decisivos disputados pelo FC Porto esta temporada, nos quais a equipa de arbitragem teve uma influência directa no desenrolar das partidas:
  • FC Porto 1 x 1 AS Roma (1ª Mão Play-Off Champions League)
    O FC Porto perdia em casa por 0x1, após autogolo de Felipe aos 21 minutos. A Roma sufocava o FC Porto. A maioria dos portistas no Dragão pensava, e bem, que a passagem à fase de grupos seria tão só uma missão quase impossível, tamanha a supremacia romana. No entanto, aos 28 minutos, Vermaelen é amarelado. Aos 41 minutos, o mesmo Vermaelen atinge André Silva no rosto. O holandês Bjorn Kuipers não se amedronta e mostra o segundo amarelo e consequente vermelho ao central belga. O jogo muda e, com ele, a inclinação da eliminatória.
  • AS Roma 0 x 3 FC Porto (2ª Mão Play-Off Champions League)
    O 1x0 bastava para a Roma de Dzeko, Salah, Strootman, Perotti e Nainggolan passar a eliminatória no emblemático Stadio Olimpico. O FC Porto aguenta bem a pressão romana, mas a expulsão do capitão De Rossi, antes do intervalo, por agressão, facilita e de que maneira o trabalho dos azuis e brancos. A abrir a 2ª parte, é a vez de Emerson Palmieri receber ordem de expulsão do juiz polaco Szymon Marciniak. O destino da Roma estava traçado e não passava pela Liga dos Campeões.
  • Club Brugge 1 x 2 FC Porto (3ª Jornada Grupo G Champions League)
    Já passava dos 90 minutos quando Paolo Tagliavento, árbitro italiano, assinala grande penalidade a favor do FC Porto. André Silva não perdoa e carimba a primeira vitória fora de portas do FC Porto nesta edição da Champions, deixando o clube muito mais confortável e confiante para os restantes 3 jogos da fase de grupos. Três pontos preciosos para quem tem como objectivo atingir os oitavos-de-final da prova milionária.
O que têm em comum estas três partidas de futebol? Simplesmente o facto de serem dirigidas por árbitros estrangeiros e por contarem para competições europeias. Além disso, têm em comum uma novidade e algo raro de ver nos dias que correm: os árbitros assinalarem penalties a favor do FC Porto e expulsarem adversários do nosso clube. Em comum têm também o facto de terem tomado decisões correctas, com natural influência no resultado. Ainda são capazes de defender que as arbitragens não têm influência directa nos resultados e nas classificações finais?

Aqui chegados, não adianta aos adeptos do FC Porto mostrarem-se indignados e berrar que a Direcção e o seu Presidente não se manifestam nem dizem um BASTA! Se não o fizeram nos últimos 5 anos, não é agora que o vão fazer. A Direcção é composta por um Presidente que há muito se demitiu do papel que em tempos representou: o de líder nortenho de uma guerra contra os poderes sulistas instalados; por um Advogado que nunca se lhe ouviu uma palavra que seja acerca dos destinos futebolísticos do clube; por um político/gestor que de futebol percebe muito pouco (e de contas, pelo andar da carruagem, também); por um funcionário de longos anos do clube, que nunca se distinguiu pelo discurso externo e capacidades de comunicação para fora de portas; e por um novo Director para o futebol, que ainda não teve tempo ou não foi capaz de mostrar algo que valha.

E não adianta também aos portistas esperar que NES seja o vulcão de contestação que todos gostavam de ver no banco do FC Porto. Se não percebeu até agora o que se lhe pede/exige, seria ingénuo pensarmos que vai percebê-lo até ao final do seu contrato (isto se tiver tempo de o cumprir). Estamos a falar de um homem que foi treinado por Jesualdo Ferreira e que conviveu no balneário com grandes símbolos do FC Porto. Se, com este CV, NES não é capaz de dar um murro na mesa e chamar os bois pelos nomes, é porque de facto não é talhado para o actual momento que o clube atravessa.

NES pede aos árbitros “que sejam justos”.
NES diz que “tem sido evidente e, não creio que haja nada premeditado, mas há erros evidentes e sentimo-nos prejudicados”.
NES diz que “estamos feridos”.

Está totalmente errado e alheado do que se passa à sua volta.

Caro Nuno, vê lá se percebes uma coisa, nós não estamos feridos coisa nenhuma. Nem nos sentimos prejudicados. Nós estamos é na m*!d&, estamos f*di#&s, sentimo-nos espezinhados, humilhados, roubados. Sentimos que cospem, jornada sim, jornada sim, na história deste emblema.

Sentimos que nos desrespeitam todos os fins-de-semana, seja em casa, seja em terreno alheio. Sentimos que gozam com a nossa cara, que se riem de nós, que nos ROUBAM PREMEDITADAMENTE. E tanto faz que seja em Alvalade frente a um grande, como em casa do modesto Chaves. O clube assiste impávido e sereno a roubalheiras dignas de Butch Cassidy e Sundance Kid e tu, Nuno, que conheces o clube como a palma das tuas mãos, vens dizer que nos sentimos “prejudicados e feridos” ?!

Não, Nuno. Eu e todos os portistas sentimo-nos fod&d%#, humilhados, desprezados, insultados. Sentimos que a camisola do FC Porto já não é respeitada em relvado nenhum do luso-futebol. E a História e o Mestre Pedroto ensinaram-nos que não é com falinhas mansas e com educação de salão que se mudam as coisas. E se tu, esta Direcção e este Presidente não percebem (ou já se esqueceram) como é que se ganham títulos contra os clubes da capital, o melhor é que SAIAM JÁ e dêem lugar a outros. Com estes, assim, já não vamos lá. É chão que já deu uvas.

Rodrigo de Almada Martins

11 comentários:

  1. Sinceramente este tema não desculpa na totalidade o nosso momento. É certo que os erros são mais que muitos e alguns dele ps seriam fundamentais para algumas vitórias que não alcançamos. Mas e neste último jogo em concreto, a falta de intensidade de jogo é gritante. O chaves fez e bem o seu papel de equipa pequena e que tinha um resultado a defender, nos jogamos sem força, sem a tal intensidade e sem procurar o golo. Mesmo no prolongamento quando o chaves estava sem forças e encostado atras não fomos capazes de como equipa grande evitar os penalties. Na minha opinião, e respeito a de todos claro, não falta alguém que dê um murro na mesa, falta um treinador com fio de jogo e ideias claras, que nos traga intensidade ofensiva e bom futebol, falta qualidade na frente e meio campo, extremos que façam golos e mudem o jogo quando necessário, e um ponta de lança como quase sempre tivemos que faça golos nas oportunidades que tem.

    Silva

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  2. Grande Texto. Reflecte perfeitamente o que se passa.

    Cumprimentos.

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  3. Absolutamente perfeita a leitura. Parece que, o jogo de futebol, quando envolve o FCP, deixou de ser um jogo e com regras!!!

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  4. Ou seja, jogarmos futebol organizado, com fio de jogo, como equipa, não interessa nada. O importante é fazermos muito barulho para de quando em vez ganharmos uns joguitos e quiça sermos campeões nacionais.
    E nas competições europeias? Foi com esse ruído que se exige, que fomos campeões Europeus, Mundiais e ganhamos a Taça UEFA? Esse Presidente, esse advogado, esse funcionário que não dá entrevistas, aí já eram os melhores e já tinham a conduta mais adequada? Pois, não se adaptaram à selfie, ao twiter, à pipoca, ao instagram, mas isso é que nos faz ganhar?

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  5. Tudo dito.
    Haja coragem e firmeza para dizer as verdades.
    Doa a quem doer.

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  6. Quanto temos um treinador que passou pelo caso dos tuneis enquanto esteve no clube e mesmo assim tem das atitudes mais mansas e submissas que já vi no futebol português, está tudo dito da confiança que se pode ter nele e na que o mesmo transmite.

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  7. Excelente texto.

    Para alguns dos que comentaram acima, presumo que o RAM, eu e a maioria dos portistas estamos f*di#&s porque vemos a equipa a jogar q.b. (e por vezes muito, como com o slb) para ganhar, e não nos deixam.

    Bem diferente da era Peseiro, onde qualquer equipa moribunda nos conseguia marcar golos e roubar pontos. E se não conseguiam, nós ajudávamos, com asneiras de bradar aos céus.

    Curiosamente, nas últimas 3 jornadas da época passada, em que jogamos apenas para encher chouriços, tivemos penalidades em todos os jogos, uma delas contra o sporting. Mais do que a soma do resto da época anterior com a actual. Porque será? Decerto não foi porque os nossos jogadores atacassem mais e melhor, ou aprimorassem a arte da queda. Talvez o facto de já não sermos ameaça para ninguém, tenha algo a ver. Isso, e o bonus de estatisticamente nos calarem em comparação com os rivais.

    Esta época para lá caminha. Esperem por ficarmos a mais de 10 pontos da liderança e vão ver como os penalties já voltam a ser marcados.

    Não é à toa que existe um dirigente sulista que prefere lugares de decisão do que craques em campo...

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  8. De acordo do primeira à ultima letra

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  9. Apesar de toda a ROUBALHEIRA, a grande verdade é que o nosso Porto, sofre do "síndrome de equipa pequena". Grandes jogos contra as equipas melhores ( Roma e SLB) e péssimos jogos contra todas as outras!!! O Nuno julga que ainda está a treinar o Rio Ave?! Podemos agradecer à SAD (PInto da Costa) a escolha dos dois piores treinadores que por cá passaram, Lopetegui e Nuno. O Peseiro não servia para Pinto da Costa, mas se ganhar hoje ultrapassa-nos.............. Largos dias têm 100 anos diz Pinto da Costa e Chegou a altura de IRES embora, digo Eu.

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