FC PORTO-LEIXÕES, 0-0
O FC Porto mantém uma estranha relação com a Taça da Liga. Os Dragões, desde que a prova foi inserida no calendário nacional, raramente encararam a prova com espírito de vitória. Os jogadores parecem entrar já com a sensação de que vão falhar a vitória no jogo que têm pela frente. São já mais de 1000 dias sem uma vitória nesta prova. Não é normal.
O adversário desta noite a militar na Liga Ledman Pro, é um adversário que o FC Porto tem obrigatoriamente que vencer, seja no Dragão, em Matosinhos e com ou sem os habituais titulares. Não se pode admitir que os jogadores entrem para estes jogos e bloqueiem perante esta prova.
Será que se o jogo contasse para a Taça de Portugal, o FC Porto também iria baquear? Não me parece, atendendo ao histórico na prova-rainha do calendário nacional.
O FC Porto apresentou um onze com muitas poupanças. Na baliza jogou o recém-titular José Sá, apoiado por uma defesa com alterações em todos os lugares excepto Felipe que foi capitão.
Maxi, Reyes e Layún preencheram a defesa. No meio-campo, jogou um trio composto por A. André, Óliver e Otávio e na frente de ataque, Galeno e Hernâni estiveram no apoio a Aboubakar. Muitas poupanças mas ainda assim, obrigatoriedade de vencer é do FC Porto.
Foi uma primeira parte muito fraca, sem oportunidades de golo e sem ideias da parte dos azuis-e-brancos. A única situação de algum perigo surgiu aos 13 minutos quando Galeno correspondeu a um bom centro mas a bola rematada foi parar à bancada. Fora isso, o jogo deu até para adormecer, tanta era a apatia portista.
O Leixões fez pela vida. Jogou tudo neste jogo, sabendo que se não perdesse, poderia aumentar consideravelmente as possibilidades de passar à final-four da competição, uma vez que já venceu o P. Ferreira na 1ª Jornada da prova. Apoiados por muitos adeptos, os matosinhenses deram boa réplica mas longe de serem um quebra-cabeças para o Dragão.
No segundo tempo, o FC Porto continuou com aquele marasmo habitual que a equipa atravessa nesta prova. Sem soluções, denotando uma apatia geral, os azuis-e-brancos teriam que mexer no onze e recrutar no banco os seus melhores jogadores do momento.
Sérgio Conceição meteu a carne toda no assador. Entraram Brahimi, Corona e Marega para os lugares de Galeno, Hernâni e Otávio e o FC Porto voltou ao figurino do último jogo com o P. Ferreira: 4x4x2. Estas mudanças transformaram o jogo portista que começou a produzir muito mais do que até então. Três oportunidades soberanas foram desperdiçadas no último quarto de hora por Corona, Reyes e Marega mas o marcador não funcionou.
O jogo terminaria com um Sérgio Conceição desiludido, desalentado, notoriamente aborrecido com o jogo e a exibição. E no meu entender, há jogadores que não mostraram ser merecedores de jogar nesta equipa pois quando a oportunidade é dada, não mostram a motivação que é exigível. Não vou individualizar mas há vários jogadores que devem repensar o que pretendem para esta época. E caso não arrepiem caminho, começam a estar a mais neste curto plantel.
O FC Porto tem agora que vencer os dois jogos teoricamente mais complicados da prova, defrontando o Paços de Ferreira na Capital do Móvel e recebendo o Rio Ave no Dragão. Em caso de vitória nos dois jogos, terá que esperar que o Leixões não vença em Vila do Conde.
Próxima paragem será no Bessa, no próximo sábado, com o regresso da Liga NOS. Os Dragões irão ter muito apoio nas bancadas e por isso os jogadores façam o favor de se redimir e trazer a vitória de um campo onde é sempre muito complicado para os portistas.
DECLARAÇÕES
Sérgio Conceição: “Não fomos eficazes”
O filme do jogo
“A razão para o empate foi não fazermos golos. Tivemos ocasiões, especialmente na segunda parte, para fazer golos e quebrar a ação defensiva do Leixões. Na primeira parte não gostei da minha equipa nos últimos 30 metros, faltou-nos diversidade de movimentos na frente. Tínhamos bola e o controlo do jogo, mas sem que isso significasse a criação de oportunidades. Mérito também para o Leixões, pelo que fez e trabalhou e pela ocupação que fez do espaço nos últimos 30 metros.”
Um problema de eficácia
“Na segunda parte melhorámos, tivemos quatro ou cinco oportunidades de golo, mas o futebol mede-se pela eficácia e hoje não fomos eficazes. Se alguma das situações que criámos tivesse sido concretizada, poderíamos ter ganho por mais do que 1-0. Não aconteceu, parabéns ao Leixões, que veio aqui fazer aquilo que nenhuma equipa da Primeira Liga conseguiu e isso demonstra qualidade.”
As mudanças na equipa
“O plantel dá garantias, com os jogadores que temos. Formamos um grupo competitivo, agora é preciso demonstrar isso, ir para dentro do campo. Eu dou muita atenção a todos os pormenores, sejam eles no treino ou no jogo, em competição. Hoje houve coisas de que não gostei.”
Ambição mantém-se
“Claro que não estamos satisfeitos, queríamos ganhar. O grupo sentiu isto, a seu tempo falaremos desta competição e estamos plenamente convencidos de que vamos passar este grupo. É o primeiro título que podemos conquistar, temos é de estar muito conscientes, motivados e determinados para o conseguir. Aquilo que se passou nos outros anos não interessa.”
RESUMO DO JOGO
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