13 abril, 2019

O REGRESSO DO BOM MAREGA.


PORTIMONENSE-FC PORTO, 0-3

A visita do FC Porto a Portimão constituía-se como uma das deslocações mais complicadas que os Dragões teriam que cumprir até ao fim do campeonato. Primeiro, porque o jogo em causa foi disputado no meio de uma terrível e difícil eliminatória da Champions League e depois, porque a equipa de António Folha é uma equipa de muita qualidade que entra nos jogos a jogar olhos nos olhos e cria vários dissabores. Que o digam os rivais da segunda circular.

O desgaste sentido no jogo da primeira mão dos quartos-de-final da Champions League, frente ao Liverpool, era um dos factores que iria condicionar a actuação do FC Porto em Portimão. Por isso seria importante entrar forte de início e tentar o golo cedo.

Em relação ao jogo com o Liverpool, Sérgio Conceição efectuou quatro alterações. Manafá, Pepe, Herrera e Brahimi entraram no onze e, no meu ponto de vista, jogaram os melhores onze do momento. Disposto em campo, num 4x4x2, os Dragões tiveram uma etapa inicial da partida muito forte, apesar da boa réplica algarvia.


Até que aos 15 minutos, numa transição rápida, Corona lançou Marega em profundidade pela direita do ataque azul-e-branco. O maliano foi até à linha de fundo, cruzou atrasado para a entrada da área, onde apareceu Brahimi a rematar para a baliza, inaugurando o marcador. O regresso de Moussa aos bons tempos parece estar a acontecer e será fulcral a sua boa forma para encarar esta ponta final de decisões da época.

O Portimonense reagiu fortíssimo ao golo sofrido. Parecendo irritado com a contrariedade sofrida, os algarvios colocaram a equipa portista em sentido. Lucas Fernandes esteve em destaque com um livre para uma defesa bastante apertada de Casillas e depois, num pontapé de canto, obrigou Soares a desviar a bola para o poste da baliza azul-e-branca. Aylton também teve uma oportunidade, mas Casillas, muito atento, saiu da baliza e despachou o esférico para longe da sua baliza.

O jogo do FC Porto estava pouco acutilante e a falta de frescura física e mental eram evidentes. Os jogadores acusavam o cansaço e procuravam controlar o jogo, sem imprimir a velocidade e a agressividade necessárias. Até ao intervalo, o FC Porto teve uma oportunidade para ampliar para 2-0, mas Manafá, na área, em vez de rematar à baliza, preferiu o cruzamento e o lance perdeu-se na defensiva portimonense.


Ao intervalo, Sérgio Conceição deve ter alertado os seus pupilos para os perigos de continuar a jogar com esta atitude. Seria importante mudar o “chip”, sob pena de sofrer o empate e deitar por terra as aspirações de vencer o título nacional. Cada ponto perdido a partir de agora significa sentenciar a decisão do campeonato.

A segunda parte trouxe então um FC Porto mais intenso e com mais atitude. Os Dragões não deram veleidades ao seu opositor e perceberam a grande importância de, pelo menos, salvaguardar a vantagem no marcador.

Folha mexeu na sua equipa e tentou esticar o jogo para tentar chegar ao empate. Mas foi o FC Porto que aproveitou para ampliar o resultado para 2-0. Aos 73 minutos, Alex Telles lançou Marega pela meia esquerda e o avançado portista picou a bola à saída de Ricardo Ferreira, obtendo um golo importante e de belo efeito.


O Portimonense não desistiu. A dez minutos do fim, à entrada da área, Ruster rematou a rasar a trave de Casillas, dando a sensação de golo. A equipa algarvia pressionava a formação de Sérgio Conceição, mas sem efeitos práticos. Com o relógio a determinar o aproximar do fim do jogo, o Portimonense lá se rendeu e foi já em tempo de descontos que os Dragões aumentaram a vantagem para 3-0.

Bruno Costa cobrou um canto na direita do ataque portista, Militão cabeceou para uma defesa incompleta de Ricardo Ferreira e Herrera, na recarga, atirou para o fundo das malhas. Uma vitória justa, com um resultado algo exagerado, mas que vem motivar ainda mais os Dragões para os cinco jogos finais da prova.

Marega destacou-se com o regresso à sua boa forma e deu sinais de que o seu contributo poderá ser decisivo para o FC Porto vencer os jogos que vai ter pela frente. A equipa azul-e-branca volta a mudar o “chip” para o modo Champions League, onde na próxima Quarta-feira irá dar tudo por tudo para tentar uma noite mágica e perfeita.




DECLARAÇÕES

Sérgio Conceição: "Há um espírito fantástico no balneário"

Missão cumprida
“Ganhámos o jogo, somámos 3 pontos e estamos satisfeitos.”

Importância da organização
“Foi uma exibição dentro do que esperávamos. Ofensivamente, o Portimonense cria sempre muitos problemas a todas as equipas, já ganhou este ano ao Sporting e ao Benfica. Hoje não lhes permitimos explanar as virtudes deles no processo ofensivo. Há quem fale muito da raça e do grito. Claro que é preciso alma, mas uma boa organização, com uma boa ocupação dos espaços, é que é fundamental. Hoje, o Portimonense, numa ou noutra situação, causou-nos nos alguns problemas, muito por causa de um dos médios que variava o centro do jogo. Corrigimos esse aspeto na segunda parte, chegámos ao segundo golo e depois fizemos um final de jogo mais tranquilo. O resultado é justíssimo.”

Coletivo conta mais
“É importante que haja jogadores a fazer vários golos mas mais importante é que os golos se traduzam em vitórias. Damos sempre mais valor à exibição coletiva.”

Gestão de plantel?
“Não foi nenhuma gestão, apostei no melhor onze para ganhar o jogo. Houve jogadores que entraram hoje e não jogaram contra o Liverpool porque não estavam disponíveis para esse jogo. Pepe e Manafá são dois exemplos.”



Pressão sobre o Benfica
“Nós não pensamos no rival, pensamos nestes 3 pontos, temos o nosso caminho a percorrer, há um espírito fantástico no balneário e uma grande aceitação daquilo que é o trabalho diário. Vamos fazer o nosso trabalho e em maio fazem-se as contas.”

2.ª mão contra o Liverpool
“Acredito na reviravolta mas não é o momento para falar disso. A nossa Champions League é sermos campeões em Portugal mas obviamente que vamos fazer tudo para passar. Estamos confiantes para esse jogo. Precisamos de ser quase perfeitos para passar mas acredito que ainda temos uma palavra a dizer.”

Estreia de Bruno Costa na Liga
"Jogou hoje depois da boa exibição em Liverpool. É pelo valor dele e também pela necessidade da equipa."



RESUMO DO JOGO

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