09 abril, 2019

ACABEM COM O VAR.


LIVERPOOL-FC PORTO, 2-0

Estamos numa era em que cada vez mais as novas tecnologias têm um peso tremendo em todos os sectores da sociedade. O futebol não foge à regra. Com a introdução da tecnologia do VAR, acreditava-se, ou pelo menos, eu queria acreditar que os erros de arbitragem iriam diminuir substancialmente. Principalmente os erros clamorosos e flagrantes. Pura ilusão!

Ou sou um lírico e um optimista incurável ou sou muito ingénuo. Depois da pouca vergonha que temos visto na Liga NOS, eis que na UEFA, os erros escandalosos das arbitragens surgem em catadupa. A tecnologia do VAR, afinal, não veio para melhorar as condições dos árbitros e para defender a verdade desportiva. Ela veio, aparentemente, para essas situações, mas o certo é que os tubarões continuam a ser superprotegidos, enquanto os restantes clubes continuam a ser prejudicados ano após ano.



Quando o árbitro e o VAR recorrem à tecnologia para ver hipotéticos erros ou lances capitais do jogo e, perante as imagens visualizadas, tomam decisões estapafúrdias, contrárias às das que toda a gente viu, só podem estar a tomar-nos por parvos e idiotas ou então devem ser uns autênticos fenómenos da arbitragem. Como é possível ver penaltis flagrantes e entradas violentas não serem sancionadas pelo árbitro depois de recorrerem ao VAR? Expliquem-me porque eu devo ser mesmo ignorante.

Há pouco dias, um iluminado das televisões, que todas as terças-feiras debita teorias e discursos bonitos para o Zé Povinho engolir, afirmou que os últimos jogos da Liga NOS deveriam ser apitados por árbitros estrangeiros para defender a verdade desportiva. A esse senhor digo que se estivesse calado e não dissesse as asneiras que, por norma, diz, faria um favor a toda a gente. Venham os árbitros portugueses ou venham os árbitros estrangeiros, venha o VAR luso ou o VAR da UEFA, é tudo a mesma treta.

Enquanto não se mudarem mentalidades, enquanto o poder financeiro e certos interesses estiverem à frente dos superiores interesses do futebol e do desporto em geral, vamos continuar, ano após ano, a assistir a esta lama que “mata” o futebol.

Depois de, no passado Domingo, termos assistido a mais uma brilhante actuação (noutras funções) do Sr. Paixão que nos tem acompanhado ao longo dos últimos 20 anos com os seus brilharetes, foi a vez do Sr. Lahoz e o seu VAR a mostrar a toda a Europa como contornar o regulamento do próprio VAR e desvirtuar a verdade desportiva.


O FC Porto foi altamente prejudicado frente ao Liverpool e, deste modo, comprometeu as poucas hipóteses que tinha na eliminatória, mesmo antes de iniciar a partida de Anfield Road. Não está em causa a vitória da equipa inglesa no jogo. Foi superior aos Dragões, revelou ter mais argumentos para levar vantagem para a segunda mão, mas para os reais interesses económicos, os mesmos de sempre têm que estar nas finais e nas fases de decisão da prova. E o FC Porto não tem lugar nessas fases, por mais que lute meritoriamente por isso.

Por isso a UEFA que faça o que pretende fazer. Organize o campeonato dos poderosos e que se entretenham entre eles. Isto não é futebol. Isto é tudo menos modalidade desportiva. Isto é puro negócio.

A derrota por 2-0 frente aos ingleses compromete quase irremediavelmente as hipóteses dos portistas de, pelo menos, lutar para inverter a eliminatória no Estádio do Dragão.

Num palco terrivelmente complicado de jogar e de pontuar, o FC Porto procurou de tudo para minimizar as diferenças para o seu opositor. Além destas diferenças, o FC Porto apresentou-se com duas baixas de vulto (Pepe e Herrera) que tornaram a tarefa ainda mais complicada.


Sérgio Conceição apostou num 3x4x3. Três defesas em linha (Maxi, Felipe e Militão), dois laterais subidos (Corona e Telles) a acompanhar Danilo e Oliver no meio campo e depois três avançados (Otávio, Soares e Marega).

Os portistas entraram muito bem no jogo com um remate fortíssimo de Marega que saiu ao lado da baliza contrária. Mas aos 4 minutos, na primeira investida do Liverpool, a equipa inglesa marcou, com alguma sorte à mistura. Mané e Firmino combinaram e Keita rematou com a bola a tabelar em Óliver e a enganar Casillas.

Perante este cenário, qualquer equipa que sofresse um golo cedo desta forma poderia perder a calma. Otávio ainda deu sinais disso com um passe disparatado que isolou Salah, mas o egípcio, perante a saída de Casillas, atirou ao lado. Depois, o FC Porto acertou, manteve-se igual a si próprio. Suster a avalanche atacante dos ingleses e tentar o contra-ataque foi a estratégia de Sérgio Conceição.

No entanto, aos 26 minutos Henderson, com um passe de ruptura, lançou Alexander-Arnold que cruzou para Firmino, que só teve que encostar. O 2-0 deixou o FC Porto em alerta. Os azuis-e-brancos reagiram quatro minutos depois com Óliver a desmarcar Marega, mas a permitir que Alisson defendesse com o pé o remate do maliano.

Na sequência do lance, a bola voltou a área inglesa. Corona cruzou por alto, Allisson cortou, a bola foi jogada, autenticamente, pelo movimento de braço de Alexander-Arnold para a linha de fundo, mas o VAR, depois de analisar o lance, deu a sinalética ao árbitro para mandar jogar. Um roubo!!!


Na sequência deste lance polémico, Corona cobrou o canto, a bola foi aliviada, Otávio desmarcou Marega que, à meia volta, rematou fraco e à figura de Allison. O jogo prosseguiu com o FC Porto a tentar responder aos ataques dos “reds”. Firmino esteve perto do 3-0, mas Marega respondeu com um cabeceamento.

A etapa complementar trouxe um jogo diferente. Apesar de Mané ter feito um terceiro golo bem anulado por fora-de-jogo, logo a abrir o segundo tempo, o FC Porto aumentou a sua produção ofensiva e o Liverpool pareceu querer gerir a vantagem de dois golos.

Brahimi, Bruno Costa e Fernando Andrade entraram no jogo para tentar modificar alguma coisa, mas só o português mostrou algum bom futebol.

Aos 67 minutos, Corona bateu um canto na direita e Lovren jogou a bola com o braço. O VAR chamado a analisar o lance, repetiu a decisão do último lance revisto. Dois roubos!!!

Aos 70 minutos, Marega, lançado na meia direita por Otávio, rematou à figura de Allison. Na resposta, Mané rematou em arco a rasar o poste e oito minutos depois Marega, novamente, teve uma soberba oportunidade mas, com o pé esquerdo, rematou por cima da baliza inglesa.

A seis minutos do fim, jogada do FC Porto pela direita e Felipe, na área, foi carregado pelo braço de Alexander-Arnold. O árbitro mandou seguir. Três roubos!!!


A terminar, num lance à entrada da área portista, Danilo cortou a bola e Salah entrou, de uma forma impressionante, de pitões na perna do jogador portista. O árbitro, a um metro do lance, assinalou falta, mas as cartolinas ficaram no bolso. O VAR nem se pronunciou. Expulsão clara perdoada ao egípcio. Quatro roubos!!!

É este o futebol que pretendem? Eu não. Para isso, prefiro que o mesmo volte às origens. Sem dinheiro, mas com paixão pelo jogo e pela modalidade. Com uma pontinha de sorte e com os lances bem ajuizados, nesta altura estaríamos aqui a falar do FC Porto com possibilidades de lutar pelo apuramento para as meias finais. Assim, vamos apenas dignificar o nome do clube.

Este jogo fez-me lembrar a eliminatória com o Barcelona em 1985/86, onde um senhor de nome Langenhove ficou para a história dessa partida pelas piores razões. Contas de outros tempos.

Destaques finais para as grandes exibições de Militão, na sua posição natural, e de Corona, para a boa entrada de Bruno Costa e para o grande apoio de adeptos azuis-e-brancos.

O FC Porto regressa de imediato à Liga NOS onde, no próximo Sábado, desloca-se a Portimão para mais um jogo que vale três preciosos pontos.




DECLARAÇÕES

Sérgio Conceição: "Era justo termos marcado"

Estratégia certa
"É preciso jogar na próxima semana e vamos ver o que acontece. Tivemos ocasiões para marcar. Pela frente estava uma equipa muito forte a nível individual e coletivo, ofensiva e defensivamente. Preparámos uma equipa diferente porque sabíamos da profundidade do Liverpool, aspeto em que eles são muito fortes. O meio-campo deles também é muito forte mas a nossa equipa controlou bem os espaços. Estivemos bem a nível defensivo, tivemos duas ou três oportunidades de golo na primeira parte. Há ainda a questão do pénalti mas não vou falar de arbitragem."

Dupla Felipe-Militão
"Preparámos esta dupla em Portugal, eles fizeram um bom trabalho, e é bom ter várias opções no corredor central para combater a profundidade do Mané e do Salah. Tentámos travar o processo ofensivo do Liverpool e a este nível estivemos bem. Podíamos ter tido um pouco mais de bola."


Sorte e erros
"O Liverpool teve sorte no primeiro golo, no segundo houve erro nosso na abordagem individual. Na segunda parte, a equipa foi mais compacta e conseguiu chegar com mais perigo à frente. Era justo termos marcado."

Falta a segunda parte
"Estamos a meio da eliminatória. Passaram 90 minutos e na próxima semana há mais 90 no Dragão. Tudo faremos para encurtar a distância. Aguardamos com prazer o próximo jogo."



RESUMO DO JOGO

2 comentários:

  1. Nao sei qual sera o texto mas SC tem de introduzir mais futebol e mais classe na equipa , ja chega de Marega que quando joga contra adversarios de potencia semelhante ............. atrapalha se quase sempre. SC deve ter interiorizado que o seu modelo tatico nao funciona mesmo com equipas parecidas ou superiores a quem se queira ganhar. QUEM NAO CONSEGUE NEM EMPATAR COM OS TOUPEIRAS, QUEM NAO CONSEGUE GANHAR AO GUIMARAES ........QUER TER A VELEIDADE DE GANHAR AO LIVERPOOL????? andamos a brincar???

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  2. Eles são muito melhores e só não marcaram mais porque não quiseram. No Dragão marcam de novo. Isso não faz esquecer a arbitragem vergonhosa a que assistimos pous até parecia um padre do campeonato português. A sad não faz uma exposição à UEFA? Lá como cá somos roubados e ficamos calados e sem reação. Os velhos patéticos que nos dirigem se gostassem mais do clube que dos próprios bolsos não se recandidatavam. Mas os sócios dormem. Além de tudo isto querer marcar golos com um avançado como Marega é pura utopia.

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