16 abril, 2011

Capítulo 4: 1931 a 1940 – À conquista do futuro; Bicampeão! (Parte VIII)

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FCPorto – Dragões de Azul Forte
Retalhos da história, conquistas e vitórias memoráveis, figuras e glórias do
F. C. do Porto


Capítulo 4: 1931 a 1940 – À conquista do futuro; Bicampeão! (Parte VIII)


Clubes das 1.ª e 2.ª Ligas com direito a disputar o Campeonato de Portugal

1.ª Liga:
Académico Futebol Clube
Assoc. Académica de Coimbra
Clube Futebol Os Belenenses
Futebol Clube do Porto
Sport Lisboa e Benfica
Sporting Clube de Portugal
União Football de Lisboa
Vitória Futebol Clube

2.ª Liga:
(Vencedores das 4 zonas)
Boavista Futebol Clube
Sport Comércio e Salgueiros
Carcavelinhos Football Club
Futebol Clube Barreirense

(Vencedores apurados entre os 4 vencidos das zonas)
Leixões Sport Clube
Sporting Club Olhanense

Torneio de apuramento Açores-Madeira:
Clube Desportivo Nacional

Oitavos-de-final

OLHANENSE - FC PORTO, 4-4 (1.ª mão)
19-5-1935, Olhão (Padinha)
Árbitro: Manuel Marques (Lisboa)
Marcadores:
1-0 Januário (6’)
2-0 Pinção
2-1 Carlos Mesquita (15’)
2-2 António Santos (44’)
3-2 Batista
3-3 Carlos Mesquita (58’)
3-4 António Santos
4-4 Sales (88’)
Olhanense –
João Francisco; Paulino e César Murta; David Santos e Francisco Gomes; Henrique Murta, José dos Santos “Bengala”, Batista, Sales, Januário e Pinção.
FC Porto – Treinador: Joseph Szabo (húngaro)
Soares dos Reis; Avelino Martins e Jerónimo Faria; João Nova, Álvaro Pereira e Carlos Pereira; Lopes Carneiro, Waldemar Mota, António Santos, Carlos Mesquita e Carlos Nunes.

FC PORTO - OLHANENSE, 9-2 (2.ª mão)
26-5-1935, Porto (Estádio do Lima)
Árbitro: Tavares da Silva (Lisboa)
Marcadores:
1-0 Lopes Carneiro
2-0 Carlos Nunes
3-0 António Santos
4-0 Waldemar Mota
5-0 António Santos
6-0 António Santos
7-0 Lopes Carneiro
8-0 António Santos
9-0 António Santos
9-1 Bengala
9-2 Carlos Nunes (pb)
FC Porto – Treinador: Joseph Szabo (húngaro)
Soares dos Reis; Avelino Martins e Jerónimo Faria; João Nova, Carlos Pereira e Álvaro Pereira; Lopes Carneiro, Waldemar Mota, António Santos, Carlos Mesquita e Carlos Nunes.
Olhanense –
João Francisco; César Murta e Ramos; David Santos, Francisco Gomes e Henrique Murta; José dos Santos “Bengala”, Batista, Palmeiro, Januário e Pinção.

Quartos-de-final

FC PORTO - V. SETÚBAL, 4-1 (1.ª mão)

2-6-1935, Porto (Constituição)
Árbitro: António Carvalho (Lisboa)
Marcadores:
1-0 João Nova (10’)
1-1 Armando (23’)
2-1 Raul Castro (43’)
3-1 Carlos Nunes (50’)
4-1 Carlos Nunes (87’)
FC Porto – Treinador: Joseph Szabo (húngaro)
Soares dos Reis; Avelino Martins e Jerónimo Faria; João Nova, Álvaro Pereira e Carlos Pereira; Raul Castro, Waldemar Mota, António Santos, Artur de Sousa “Pinga” e Carlos Nunes.
V. Setúbal –
Manuel Neves; António Vieira e Álvaro Cardoso; António Figueiredo, Aníbal José e António Guerreiro; Joaquim Silva, João Santos, Rodrigo Jordão, Armando Martins e João Cruz.

V. SETÚBAL - FC PORTO, 1-0 (2.ª mão)
9-6-1935, Setúbal (Arcos)
Árbitro: Joaquim Bogalho (Lisboa)
Marcadores:
1-0 Armando (62’)
V. Setúbal –
Manuel Neves; António Vieira e Álvaro Cardoso; António Figueiredo, Aníbal José e António Guerreiro; Joaquim Silva, João Santos, Mário Pité, Armando Martins e João Cruz.
FC Porto – Treinador: Joseph Szabo (húngaro)
Soares dos Reis; Avelino Martins e Jerónimo Faria; João Nova, Álvaro Pereira e Carlos Pereira; Lopes Carneiro, Waldemar Mota, António Santos, Artur de Sousa “Pinga” e Carlos Mesquita.

Meias-finais

Os adeptos portistas viviam em tempo de euforia, após a brilhante vitória no novo Campeonato Nacional (Liga). O entusiasmo esfriaria nas meias-finais do Campeonato de Portugal. Depois de eliminar Olhanense (4-4 e 9-2) e Vitória de Setúbal (4-1 e 0-1), os campeões da Liga baquearam. Ante o Sporting. No Campo Grande, derrota por 0-4. Sem contestação. Na segunda “mão”, 0-0.
“Apesar da desvantagem sensível com que o FC Porto saiu do seu primeiro desafio com o Sporting, o público portuense deu uma prova formidável da confiança que deposita no seu Campeão, pois encheu de lés a lés o Estádio do Lima, a ponto de ser registada a maior enchente da época e, no entender de alguns, o “record” de todos os tempos. Não ganhou o FC Porto, não se qualificou para a final o campeão da I Liga... O empate está certo. E mais certo ainda porque, aos cinco minutos, Lopes Carneiro, numa colisão com Dyson, ficou quase inutilizado para o jogo e à meia hora saiu Álvaro Pereira, magoado também, recuando Pinga para médio. Com a parcial incapacidade de Lopes Carneiro e a retirada de Álvaro Pereira pode mesmo dizer-se que o esforço dos portuenses, que não saíram diminuídos da luta, foi simplesmente formidável, pois nem num só momento sequer renunciaram a ver satisfeitos os seus desejos. Energia a rodos, muita alma e muita coragem foram as características da equipa, que sai belamente da competição, apesar de jogar quase sempre com nove elementos”.
Por não terem conseguido eliminar o Sporting, cada portista perdeu 1000$00, prémio que a Direcção oferecia pela passagem à final!

SPORTING - FC PORTO, 4-0 (1.ª mão)
16-6-1935, Lisboa (Campo Grande)
Árbitro: Natividade Silva (Aveiro)
Marcadores:
1-0 Vasco (21’)
2-0 Vasco (40’)
3-0 Soeiro (47’)
4-0 Mourão (60’)
Sporting – Treinador: Wilhelm Possak (romeno)
Artur Dyson; João Jurado e Joaquim Serrano; João Correia, Rui de Araújo e António Faustino; Adolfo Mourão, Vasco Nunes, Manuel Soeiro Vasques, Ferdinando e Francisco Lopes.
FC Porto – Treinador: Joseph Szabo (húngaro)
Soares dos Reis; Avelino Martins e Jerónimo Faria; João Nova, Carlos Pereira e Álvaro Pereira; Lopes Carneiro, Waldemar Mota, António Santos, Artur de Sousa “Pinga” e Carlos Mesquita.

FC PORTO - SPORTING, 0-0 (2.ª mão)
23-6-1935, Porto (Estádio do Lima)
Árbitro: Luís Câmara (Santarém)
FC Porto – Treinador: Joseph Szabo (húngaro)
Soares dos Reis; Avelino Martins e Jerónimo Faria; João Nova, Carlos Pereira e Álvaro Pereira; Lopes Carneiro, Waldemar Mota, António Santos, Artur de Sousa “Pinga” e Carlos Nunes.
Sporting – Treinador: Wilhelm Possak (romeno)
Artur Dyson; João Jurado e Joaquim Serrano; João Correia, Rui de Araújo e António Faustino; Adolfo Mourão, Vasco Nunes, Manuel Soeiro Vasques, Martins e Francisco Lopes.

Jul.1935 – Continuava em exposição, na Casa Clarck, na Rua da Santo António, o troféu que o FC Porto conquistou no Campeonato da I Liga.

Uma equipa de internacionais
A classe dos jogadores do FC Porto pode medir-se pelo número de internacionais que formavam a equipa desta fotografia. Só Jerónimo Faria e Lopes Carneiro não jogaram pela Selecção Nacional. Todos os outros vestiram a “camisola das quinas”. Eis os nomes:
Atrás, da esquerda: Avelino Martins, Jerónimo Faria, João Nova, Álvaro Pereira, Carlos Pereira e Soares dos Reis;
À frente: Lopes Carneiro, Waldemar Mota, Acácio Mesquita, Artur de Sousa Pinga e Francisco Castro.

Época 1935-1936

7 Jul.1935 – 4-2 ao Campeão de Espanha!

O FC Porto, campeão de Portugal, defrontou o campeão de Espanha, o Real Bétis, de Sevilha, num arremedo de Taça Ibérica. O FC Porto ganhou por 4-2.
A equipa alinhou com:
► Soares dos Reis; Avelino Martins e Jerónimo Faria; João Nova, Manuel dos Anjos “Pocas” e Carlos Pereira; Waldemar Mota, António Santos, Artur de Sousa Pinga, Carlos Nunes e Carlos Mesquita.
► Golos: António Santos, Pinga (2) e Carlos Nunes.

"Foi uma vitória nítida, incontestável", comentário de um jornalista de Lisboa. E mais disse: "Glória ao FC Porto, que mais uma vez soube representar brilhantemente as nossas cores contra um campeão estrangeiro. O Bétis foi batido com nitidez. Eles sabiam ao que vinham e o título que ostentavam. Supuseram, talvez, que a tarefa era fácil, baseando-se na “enorme” diferença de classe que alguns críticos espanhóis se encarregaram de pôr a correr depois do último Portugal-Espanha. E em face do resultado obtido, saíram do Porto, com toda a pressa, na madrugada a seguir ao jogo. Por vergonha?!”.

Homenagem da revista “Stadium” com o plantel da equipa principal do FC Porto após a vitória na Taça Ibérica. Laureados estão, a partir da esquerda: João Nova, Álvaro Pereira, Carlos Pereira, Carlos Nunes, Pinga, Valdemar Mota, Carlos Mesquita, António Santos, Jerónimo Faria, Soares dos Reis e Carlos Alves

18 Set. 1935 – Em Assembleia-geral foi aprovado o aumento de quotas: sócios de peão pagariam 7$50, de bancada lateral 10$00 e de bancada central 15$00. Até aqui apenas existia uma categoria de sócios que pagavam 5$00.

Szabo de chicote na mão!
Joseph Szabo convenceu os dirigentes do clube que devia estagiar em Inglaterra, junto de George Allison treinador do Arsenal. No regresso, Szabo diria que “entre treinador e jogadores deve haver a diferença que há entre um general e um soldado”. Mudou, então, radicalmente de comportamento passando a impor uma disciplina férrea, com multas aos jogadores que chegassem atrasados aos treinos (um minuto que fosse…), visitas nocturnas às casas dos jogadores (verificando se estavam recolhidos) e exigindo que os futebolistas fizessem corridas de mais de sete quilómetros da Constituição à Circunvalação. Este hercúleo preparo físico constituiu o pomo da discórdia e Joseph Szabo acabaria vítima dos seus novos métodos e dos maus resultados a meio da época 1935-36.

15 Dez.1935 – Ponto final no Campeonato do Porto da época 1935-36. Com vitória do FC Porto sobre o Leixões, por 10-0. Os azuis-e-brancos somaram nove vitórias e apenas um empate, marcando 53 golos e sofrendo só 10. Carlos Mesquita foi o melhor marcador da equipa, com 16 golos.
  • No próximo post.: Capítulo 4, 1931 a 1940 – À conquista do futuro; Bicampeão! (Parte IX) – Campeonato Nacional/Liga 1935-36; a segunda "chicotada psicológica" da história do FC Porto; Magyar sucede a Szabo; 10-1 ao Sporting e Carlos Nunes a celebrar um "poker"!; a 1 ponto do título; biografias de Carlos Nunes e Carlos Alves.

5 comentários:

  1. Acabado de ler isto, como das outras vezes, fica água na boca, com pena da interrupção e à espera de mais...

    ...Domingo vai ao Dragão?...

    Um abraço.

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  2. Mais um pedaço desta já gloriosa história re-escrita por quem a sente!
    É um orgulho ser adepto do mesmo clube que o Fernando!
    Parabéns pelo serviço que está a prestar a todos nós Portistas!
    Abraço

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  3. Tantas e tantas páginas, tantas e tantas canseiras, tantas e tantas glórias, do passado, que se projectarm no presente e, tenho acerteza, continuarão no futuro.
    Bem-haja, Fernando!

    UM ABRAÇO

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  4. "Glória ao FC Porto, que mais uma vez soube representar brilhantemente as nossas cores contra um campeão estrangeiro”. E dito por um lisboeta! Uau!!!

    Beijinhos e abraços.

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  5. Com a qualidade deste trabalho não admira que nas revistas do DN e JN venham cá "raptar" as imagens do Dragão Azul Forte.

    Grande abraço

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