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EU SOU CAMPEÃO!
3 de Abril de 2011 juntou-se ao 7 de Novembro de 2010 como datas que nunca mais esquecerei na minha vida, tamanha foi a alegria que senti no meu coração. É para momentos como os que vivi a semana passada, que um ultra vive, momentos que muitas vezes nem em sonhos achamos que algum dia se vão concretizar. Mas este concretizou-se. O FC Porto é campeão nacional 2010/2011! O resgate está consumado, missão cumprida em pleno circo de Carnide! Façam a festa meus amigos, festejem muito, festejem até não poderem mais. Que inchem todos aqueles nos odeiam, Sérgio L. Bordalo e restantes seres da sua raça, que o tamanho da sua cabeça não os permita sequer entrar no quarto à noite para dormir com a sua mulher e que esgotem todos os anti-depressivos por esse mundo fora! Regressou a normalidade, os campeões de Portugal somos nós!! Muitos me perguntam como correu o tal dia da deslocação à mouraria, querem saber ao máximo os pormenores e aquilo que senti, mas vou-vos dizer que é impossível descrevê-lo. A emoção foi tanta que me arrepio ao lembrar-me dela, mas como faço semanalmente, vou-vos contar as últimas prestações das nossas claques, sendo o mais expositivo possível. E antes de o fazer, quero aproveitar esta introdução para mencionar o nome do Dr. Pôncio Monteiro, e dedicar-lhe este campeonato. Este é seu, grande portista! E que feliz deve estar, esteja onde estiver.
Como adeptos do FC Porto, seja qual for a modalidade em que jogue, Sábado dia 2 partimos ao final da manhã para Ponte de Lima, com o intuito de apoiar a equipa de hóquei em patins, que lá disputou mais uma batalha rumo ao decacampeonato nacional. Ponte de Lima, uma vila encantadora, recebeu um grupo de dragões que acompanha o Porto para todo o lado. Lá almoçámos e passámos umas belas horas de convívio ao sol, numas esplanadas a aquecer as gargantas, até à hora de rumar ao pavilhão. Entrámos para as bancadas e logo fomos saudados por toda a comitiva azul e branca, sempre amável para connosco. Dispuseram-se algumas faixas e estandartes e apoiou-se a nossa equipa do início ao fim do encontro. Estiveram presentes os Super Dragões de Viana e de Ponte de Lima, assim como a casa do FC Porto de Ponte de Lima. O jogo foi mais tranquilo do que o da raça de Portugal, vencemos 2-8 e demos mais um passo rumo a mais um título histórico na modalidade. Desengane-se quem pensa que nos consegue fazer frente, com estes jogadores em campo e os fiéis seguidores em qualquer bancada de qualquer pavilhão, é muito difícil derrubar-nos. Seguimos firmes. Um Sábado muito bem passado, na companhia dos de sempre, já numa espécie de estágio para o dia que se seguiria. Regressámos à Invicta no final do jogo e nunca mais era “amanhã”…
Sábado Ponte de Lima, Domingo invasão à mouraria, é assim um fim-de-semana de um ultra! Chegava a tão ansiada deslocação, aquela pela qual esperamos o ano inteiro, por muitas outras que façamos, tal como fiz questão de explicar aqui na minha última intervenção. É o dia em que vamos estar cara a cara com o nosso mais rival, em território inimigo! O resto é pura adrenalina e qualquer segundo é imperdível. Para aguçar o apetite, sabíamos que se ganhássemos o jogo nos tornávamos automaticamente nos novos campeões nacionais, roubando esse título ao adversário em questão! Querem melhor?
Às 12h30 o movimento na Alameda do Dragão era incrível. Tudo dava os últimos preparativos para arrancar em direcção à capital. Cerveja não faltava na bagagem e por via das dúvidas há sempre tempo para adquirir umas reservas no Dolce Vita das Antas. Apinhada de polícia que desde cedo nos revistou, as camionetas partiam da alameda com um curto intervalo umas das outras. Estas deslocações são controladas ao pormenor pela autoridade. O “pobo” mais forte vai a caminho da capital! Na camioneta o espírito é tremendo, faz-se a festa pelo Porto e anseia-se a chegada à terra onde não somos bem-vindos. Parámos uma vez na estação de serviço da Mealhada, toda ela recheada de corpo de intervenção. A partir da área de repouso perto de Fátima, a polícia juntou grande parte dos autocarros, que seguiam uns atrás dos outros pela A1 abaixo. Só visto, que caravana azul e branca! 3250 adquiriram bilhete no Dragão, fora aqueles que os adquiriram noutros locais. A maior invasão dos últimos anos estava a caminho. Mal passámos as portagens de Alverca, como é tradição fomos imediatamente encostados à direita. Como já lá estavam muitos outros autocarros, não nos foi dada ordem para sairmos cá fora. Sob um aparato policial digno de registo, invadimos Lisboa!! Onde nós passámos o trânsito foi previamente cortado, os dragões pararam a capital! Chegámos a telheiras, ao local de concentração de todos os portistas. Um local amplo onde os veículos ficam estacionados, acolhe o inicio do nosso cortejo, ano após ano. Dispusemo-nos na estrada e o trânsito foi cortado, como não poderia deixar de ser. Creio que já passava das 18h30 quando o cortejo arrancou, em direcção ao estádio sem luz. Com o pára/arranca natural neste tipo de coisas, o cortejo demorou cerca de uma hora a chegar ao estádio sem luz. Foi um cortejo tranquilo, sem nenhum incidente de registo. É um dos grandes momentos do dia, a caminhada a pé até ao estádio. Nas varandas uns provocavam com cachecóis vermelhos, outros aplaudiam-nos com cachecóis azuis. E não eram poucos! Os cânticos dos ultras do FC Porto abafavam as ruas da capital do império! Uma das melhores partes do cortejo é a passagem no túnel, debaixo da segunda circular, já mesmo próximo do circo gigante.
À nossa chegada, um grupo de lampiões que nos queria dar as boas-vindas, foi impedido pelo corpo de intervenção e por alguns spotter’s, o que provocou um certo motim nas imediações, o qual as tv’s transmitiram em directo. Confesso que no meio daquela confusão, não me apercebi de nada. As revistas eram feitas minuciosamente e… muito muito lentamente! Chegámos ao estádio sem luz com uma hora de antecedência e uma hora depois, ainda nem metade dos dragões tinham entrado. Óbvio que isso provocou uma revolta em todos nós, que exigíamos mais respeito, afinal de contas, os 22 euros do bilhete davam direito a ver os 90 minutos de jogo. Com tanta manifestação, lá aceleraram o processo e passaram “do 8 para o 80”. Mal me revistaram e garanto-vos que o meu bilhete não me pediram. Nem a mim, nem às dezenas que entraram comigo a correr! O material ficou quase todo à parte, por ordens do clube que julga estar acima da lei. Apelo a que isto não fique assim, eles não o podem fazer e não se podem defender dizendo que no estádio do Dragão também não entra. Não entra simplesmente porque os grupos organizados deles não são legalizados, ao contrário dos nossos. Está aí a diferença. Para que serve então a legalização? Também não sei. Os Super Dragões conseguiram entrar com as faixas e o Colectivo, para além da faixa ainda meteu lá dentro duas bandeiras. Quando nos mandaram entrar, já o primeiro anel estava cheio, e a partir daí foi tudo encaminhado para o anel superior. Já lá tinha estado uma vez, a primeira vez que fui ao novo estádio sem luz, mas a minha opinião mudou. Não se vê tão mal como tinha ideia, e a acústica é espectacular, uma vez que estamos próximo do “tecto” do estádio. Foi o pior 5LB – FCP em termos de assistência, que me lembro, não estavam mais de 40.000.
O material tirara-nos, mas a voz ninguém nos tira e apoiámos durante os 90 minutos! Entre 4500 e 5000 portistas na luz, a mancha azul e branca era assustadora e estava mais gente no anel de cima, onde fiquei. Entrei com cinco minutos de jogo e ainda estava a posicionar-me… quando houve a primeira explosão no sector visitante! Golo do Porto, loucura, imaginem! O empate deles não nos calou e um 1-2 deu origem a nova explosão no nosso sector! Fantástico, perante um estádio sem luz que nem piava. Já se cantava “campeões”! O nosso apoio foi excelente e bastante audível. Na primeira parte mais repartido com os Diabos Vermelhos e os No Name Boys, que ainda deram alguma réplica, mas na segunda parte parecia que estávamos a jogar no Dragão. DV e NN muito fracos nos segundos 45 minutos, praticamente não se ouviram e nós tomámos conta daquilo! Alguma troca de cânticos de um lado para o outro, e várias picardias com os lampiões que estava próximos da nossa bancada. E só de imaginar que fui campeão mesmo à frente deles…
Cânticos como “Pinto da Costa”, “Campeões na luz”, “Outra vez, outra vez”, “Lampião levaste cinco”, iam sendo entoados para nosso gáudio! O jogo aproximava-se do final, o coração batia forte. A expulsão de Cardozo fez milhares de lampiões levantarem-se e dirigirem-se para o exterior do estádio, com cara de quem ia bater na mulher ao chegar a casa. Que privilégio ter podido viver aqueles momentos ao vivo! Duarte Gomes apita pela última vez… as lágrimas escorrem pela cara, uns abraçam-se, outros saltam, outros correm para todos os lados… NÓS SOMOS CAMPEÕES!! Era dar asas à imaginação e festejar na cara daquela escumalha. Os jogadores corriam na nossa direcção, eufóricos, tal como os seus ultras. Agradecimento especial ao 5LB por ter contribuído para a festa! Apagámos a luz!! Os campeões encharcavam-se com a água do sistema de rega e davam a volta de honra ao estádio! Na bancada era o delírio, fazia-se “comboinho” para cima e para baixo nas escadas, ao som de “Oh Sugar”, música passada vezes sem conta nas colunas do estádio sem luz. Que SONHO! Depois dos jogadores recolherem aos balneários, ainda ficámos cerca de uma hora a fazer a festa. As portas abriram-se e o cortejo regressou a telheiras em apoteose! É uma experiência única, festejar o título nas ruas da capital! De volta a telheiras, hora de regressar à Invicta. No autocarro a festa não parou, eu não conseguia falar quando chegámos ao Porto, por volta das 4h30 da manhã…
Um dia para sempre recordar.
Rumo a Dublin!
É com uma vantagem de quatro golos que jogaremos na Rússia, depois de termos goleado o Spartak de Moscovo na última quinta-feira por 5-1. O sonho europeu continua bem vivo, vamos acreditar. 38219 espectadores deslocaram-se ao estádio do Dragão e viram um FC Porto demolidor em toda a linha, a mostrar que não brinca em serviço. Ambas as claques marcaram forte presença como normalmente e acompanhadas do material de grupo. Destaque para os Super Dragões, que apresentaram a curva sul lotada e pequenas bandeiras “12” espalhadas pelo seu sector, o que causa um efeito visual extraordinário. Uma palavra também para os russos que marcaram forte presença, tendo em conta a longa viagem percorrida, e tiveram uma grande prestação. Eram cerca de 1000 e cá fora vi a sua chegada, em grande. No início do jogo, abriram um pano gigante que cobriu grande parte do sector visitante.
Da Invicta a Portimão, ver o Porto Campeão!
Que grande fim-de-semana! Um abraço especial aos meus amigos, Nando e Dani, que me acompanharam na grande transferta que fizemos ao Algarve! Momentos como os que vivemos marcam-me muito e nunca mais me esqueço deles. Não somos adeptos das festas e dos jogos grandes, estamos lá sempre que pudemos! Nem com bilhetes a 20 euros, atravessar o país de ponta a ponta e visitar a casa do último classificado, nos impede e lá estar! Fazemos o que gostamos, “perdemos” muito tempo e gastamos muito dinheiro, mas estamos com o Porto sempre e cimentamos os laços de amizade. É a nossa forma de viver.
Atendendo a factores monetários, mas também ao tempo que gastaríamos a fazer a viagem de carro, optámos por fazê-la de avião. Sábado depois do almoço encontrámo-nos no aeroporto Francisco Sá Carneiro e embarcámos rumo a Faro. Aqui vai, invasão, dos ultras do campeão! 50 minutos depois estávamos na capital do Algarve, debaixo de um intenso calor. Com o Porto sempre, pelo Porto tudo! “On Tour”, lá estávamos nós em mais uma deslocação! Um fim-de-semana vivido com grande intensidade e espírito de amor ao FC Porto, a razão que nos move para qualquer lado. Faro, Olhos d’Água, Albufeira, Portimão, foram alguns dos locais que nos avistaram ao longo de dois dias. Sempre a defender e a erguer o bom nome do clube, seja onde for.
Domingo, dia do jogo, rumámos cedo a Portimão. Passeio indispensável na praia da rocha, com clima típico de Verão. O calor era muito e qualquer tasco servia para refrescar a garganta. As camionetas que transportavam os elementos das nossas claques, chegavam ao estádio municipal de Portimão cerca de meia hora antes do jogo principiar, seguidas de perto por forte contingente policial, para não variar. Um estádio bem acolhedor, comparado com outros da primeira liga. Muita gente nas bancadas para ver o novo campeão nacional. Os Super Dragões estenderam uma faixa gigante onde se lia “Campeão Nacional 2010/2011” e com o brasão nacional no meio. A bancada que nos é destinada é amovível, de modo que não tem espaço à frente para se colocarem as faixas, que foram estendidas nas primeiras filas. Algumas bandeiras e estandartes, no sector dos ultras do campeão! Apoio satisfatório, melhor na primeira do que na segunda parte. Do lado contrário os meninos dos “Bianconero”, que em vez de apoiarem a sua equipa, passaram grande parte do jogo a insultarem o FC Porto e os seus jogadores. Canalhada que para o ano volta a ver jogos com o Santa Clara e o Varzim. Um local com muitos mouros, chegou-se ao cúmulo de se ver famílias a vir à janela festejar golo do Portimonense, em que os pais tinham cachecóis pretos e brancos e os filhos camisolas dos lagartos e dos lampiões. Até por isso foi uma vitória muito saborosa, e continuamos a fazer história, num campeonato com números de fazer inveja a qualquer um.
O regresso ao Porto foi na segunda-feira pelo nascer do sol. Chegámos ao Porto às 8h e cada um seguiu as suas vidas profissionais, depois de cumprida a missão enquanto adepto. E é em gente assim que me revejo.
“Em qualquer lado, em qualquer estádio, só pr’a te ver…”
Um abraço ultra.
P.s- Peço desculpa pela dimensão da crónica, mas foi-me impossível publicar a semana passada e como tal tive que juntar as deslocações da 25ª e 26ª jornada esta semana.
P.s 2- Aos ultras do FCP que se encontram em Moscovo, nomeadamente aqueles que conheço e são meus amigos, vocês são verdadeiros, mostrem a força do Dragão e tragam carimbada a passagem às meias-finais da Liga Europa.
3 de Abril de 2011 juntou-se ao 7 de Novembro de 2010 como datas que nunca mais esquecerei na minha vida, tamanha foi a alegria que senti no meu coração. É para momentos como os que vivi a semana passada, que um ultra vive, momentos que muitas vezes nem em sonhos achamos que algum dia se vão concretizar. Mas este concretizou-se. O FC Porto é campeão nacional 2010/2011! O resgate está consumado, missão cumprida em pleno circo de Carnide! Façam a festa meus amigos, festejem muito, festejem até não poderem mais. Que inchem todos aqueles nos odeiam, Sérgio L. Bordalo e restantes seres da sua raça, que o tamanho da sua cabeça não os permita sequer entrar no quarto à noite para dormir com a sua mulher e que esgotem todos os anti-depressivos por esse mundo fora! Regressou a normalidade, os campeões de Portugal somos nós!! Muitos me perguntam como correu o tal dia da deslocação à mouraria, querem saber ao máximo os pormenores e aquilo que senti, mas vou-vos dizer que é impossível descrevê-lo. A emoção foi tanta que me arrepio ao lembrar-me dela, mas como faço semanalmente, vou-vos contar as últimas prestações das nossas claques, sendo o mais expositivo possível. E antes de o fazer, quero aproveitar esta introdução para mencionar o nome do Dr. Pôncio Monteiro, e dedicar-lhe este campeonato. Este é seu, grande portista! E que feliz deve estar, esteja onde estiver.
Como adeptos do FC Porto, seja qual for a modalidade em que jogue, Sábado dia 2 partimos ao final da manhã para Ponte de Lima, com o intuito de apoiar a equipa de hóquei em patins, que lá disputou mais uma batalha rumo ao decacampeonato nacional. Ponte de Lima, uma vila encantadora, recebeu um grupo de dragões que acompanha o Porto para todo o lado. Lá almoçámos e passámos umas belas horas de convívio ao sol, numas esplanadas a aquecer as gargantas, até à hora de rumar ao pavilhão. Entrámos para as bancadas e logo fomos saudados por toda a comitiva azul e branca, sempre amável para connosco. Dispuseram-se algumas faixas e estandartes e apoiou-se a nossa equipa do início ao fim do encontro. Estiveram presentes os Super Dragões de Viana e de Ponte de Lima, assim como a casa do FC Porto de Ponte de Lima. O jogo foi mais tranquilo do que o da raça de Portugal, vencemos 2-8 e demos mais um passo rumo a mais um título histórico na modalidade. Desengane-se quem pensa que nos consegue fazer frente, com estes jogadores em campo e os fiéis seguidores em qualquer bancada de qualquer pavilhão, é muito difícil derrubar-nos. Seguimos firmes. Um Sábado muito bem passado, na companhia dos de sempre, já numa espécie de estágio para o dia que se seguiria. Regressámos à Invicta no final do jogo e nunca mais era “amanhã”…
Sábado Ponte de Lima, Domingo invasão à mouraria, é assim um fim-de-semana de um ultra! Chegava a tão ansiada deslocação, aquela pela qual esperamos o ano inteiro, por muitas outras que façamos, tal como fiz questão de explicar aqui na minha última intervenção. É o dia em que vamos estar cara a cara com o nosso mais rival, em território inimigo! O resto é pura adrenalina e qualquer segundo é imperdível. Para aguçar o apetite, sabíamos que se ganhássemos o jogo nos tornávamos automaticamente nos novos campeões nacionais, roubando esse título ao adversário em questão! Querem melhor?
Às 12h30 o movimento na Alameda do Dragão era incrível. Tudo dava os últimos preparativos para arrancar em direcção à capital. Cerveja não faltava na bagagem e por via das dúvidas há sempre tempo para adquirir umas reservas no Dolce Vita das Antas. Apinhada de polícia que desde cedo nos revistou, as camionetas partiam da alameda com um curto intervalo umas das outras. Estas deslocações são controladas ao pormenor pela autoridade. O “pobo” mais forte vai a caminho da capital! Na camioneta o espírito é tremendo, faz-se a festa pelo Porto e anseia-se a chegada à terra onde não somos bem-vindos. Parámos uma vez na estação de serviço da Mealhada, toda ela recheada de corpo de intervenção. A partir da área de repouso perto de Fátima, a polícia juntou grande parte dos autocarros, que seguiam uns atrás dos outros pela A1 abaixo. Só visto, que caravana azul e branca! 3250 adquiriram bilhete no Dragão, fora aqueles que os adquiriram noutros locais. A maior invasão dos últimos anos estava a caminho. Mal passámos as portagens de Alverca, como é tradição fomos imediatamente encostados à direita. Como já lá estavam muitos outros autocarros, não nos foi dada ordem para sairmos cá fora. Sob um aparato policial digno de registo, invadimos Lisboa!! Onde nós passámos o trânsito foi previamente cortado, os dragões pararam a capital! Chegámos a telheiras, ao local de concentração de todos os portistas. Um local amplo onde os veículos ficam estacionados, acolhe o inicio do nosso cortejo, ano após ano. Dispusemo-nos na estrada e o trânsito foi cortado, como não poderia deixar de ser. Creio que já passava das 18h30 quando o cortejo arrancou, em direcção ao estádio sem luz. Com o pára/arranca natural neste tipo de coisas, o cortejo demorou cerca de uma hora a chegar ao estádio sem luz. Foi um cortejo tranquilo, sem nenhum incidente de registo. É um dos grandes momentos do dia, a caminhada a pé até ao estádio. Nas varandas uns provocavam com cachecóis vermelhos, outros aplaudiam-nos com cachecóis azuis. E não eram poucos! Os cânticos dos ultras do FC Porto abafavam as ruas da capital do império! Uma das melhores partes do cortejo é a passagem no túnel, debaixo da segunda circular, já mesmo próximo do circo gigante.
À nossa chegada, um grupo de lampiões que nos queria dar as boas-vindas, foi impedido pelo corpo de intervenção e por alguns spotter’s, o que provocou um certo motim nas imediações, o qual as tv’s transmitiram em directo. Confesso que no meio daquela confusão, não me apercebi de nada. As revistas eram feitas minuciosamente e… muito muito lentamente! Chegámos ao estádio sem luz com uma hora de antecedência e uma hora depois, ainda nem metade dos dragões tinham entrado. Óbvio que isso provocou uma revolta em todos nós, que exigíamos mais respeito, afinal de contas, os 22 euros do bilhete davam direito a ver os 90 minutos de jogo. Com tanta manifestação, lá aceleraram o processo e passaram “do 8 para o 80”. Mal me revistaram e garanto-vos que o meu bilhete não me pediram. Nem a mim, nem às dezenas que entraram comigo a correr! O material ficou quase todo à parte, por ordens do clube que julga estar acima da lei. Apelo a que isto não fique assim, eles não o podem fazer e não se podem defender dizendo que no estádio do Dragão também não entra. Não entra simplesmente porque os grupos organizados deles não são legalizados, ao contrário dos nossos. Está aí a diferença. Para que serve então a legalização? Também não sei. Os Super Dragões conseguiram entrar com as faixas e o Colectivo, para além da faixa ainda meteu lá dentro duas bandeiras. Quando nos mandaram entrar, já o primeiro anel estava cheio, e a partir daí foi tudo encaminhado para o anel superior. Já lá tinha estado uma vez, a primeira vez que fui ao novo estádio sem luz, mas a minha opinião mudou. Não se vê tão mal como tinha ideia, e a acústica é espectacular, uma vez que estamos próximo do “tecto” do estádio. Foi o pior 5LB – FCP em termos de assistência, que me lembro, não estavam mais de 40.000.
O material tirara-nos, mas a voz ninguém nos tira e apoiámos durante os 90 minutos! Entre 4500 e 5000 portistas na luz, a mancha azul e branca era assustadora e estava mais gente no anel de cima, onde fiquei. Entrei com cinco minutos de jogo e ainda estava a posicionar-me… quando houve a primeira explosão no sector visitante! Golo do Porto, loucura, imaginem! O empate deles não nos calou e um 1-2 deu origem a nova explosão no nosso sector! Fantástico, perante um estádio sem luz que nem piava. Já se cantava “campeões”! O nosso apoio foi excelente e bastante audível. Na primeira parte mais repartido com os Diabos Vermelhos e os No Name Boys, que ainda deram alguma réplica, mas na segunda parte parecia que estávamos a jogar no Dragão. DV e NN muito fracos nos segundos 45 minutos, praticamente não se ouviram e nós tomámos conta daquilo! Alguma troca de cânticos de um lado para o outro, e várias picardias com os lampiões que estava próximos da nossa bancada. E só de imaginar que fui campeão mesmo à frente deles…
Cânticos como “Pinto da Costa”, “Campeões na luz”, “Outra vez, outra vez”, “Lampião levaste cinco”, iam sendo entoados para nosso gáudio! O jogo aproximava-se do final, o coração batia forte. A expulsão de Cardozo fez milhares de lampiões levantarem-se e dirigirem-se para o exterior do estádio, com cara de quem ia bater na mulher ao chegar a casa. Que privilégio ter podido viver aqueles momentos ao vivo! Duarte Gomes apita pela última vez… as lágrimas escorrem pela cara, uns abraçam-se, outros saltam, outros correm para todos os lados… NÓS SOMOS CAMPEÕES!! Era dar asas à imaginação e festejar na cara daquela escumalha. Os jogadores corriam na nossa direcção, eufóricos, tal como os seus ultras. Agradecimento especial ao 5LB por ter contribuído para a festa! Apagámos a luz!! Os campeões encharcavam-se com a água do sistema de rega e davam a volta de honra ao estádio! Na bancada era o delírio, fazia-se “comboinho” para cima e para baixo nas escadas, ao som de “Oh Sugar”, música passada vezes sem conta nas colunas do estádio sem luz. Que SONHO! Depois dos jogadores recolherem aos balneários, ainda ficámos cerca de uma hora a fazer a festa. As portas abriram-se e o cortejo regressou a telheiras em apoteose! É uma experiência única, festejar o título nas ruas da capital! De volta a telheiras, hora de regressar à Invicta. No autocarro a festa não parou, eu não conseguia falar quando chegámos ao Porto, por volta das 4h30 da manhã…
Um dia para sempre recordar.
Rumo a Dublin!
É com uma vantagem de quatro golos que jogaremos na Rússia, depois de termos goleado o Spartak de Moscovo na última quinta-feira por 5-1. O sonho europeu continua bem vivo, vamos acreditar. 38219 espectadores deslocaram-se ao estádio do Dragão e viram um FC Porto demolidor em toda a linha, a mostrar que não brinca em serviço. Ambas as claques marcaram forte presença como normalmente e acompanhadas do material de grupo. Destaque para os Super Dragões, que apresentaram a curva sul lotada e pequenas bandeiras “12” espalhadas pelo seu sector, o que causa um efeito visual extraordinário. Uma palavra também para os russos que marcaram forte presença, tendo em conta a longa viagem percorrida, e tiveram uma grande prestação. Eram cerca de 1000 e cá fora vi a sua chegada, em grande. No início do jogo, abriram um pano gigante que cobriu grande parte do sector visitante.
Da Invicta a Portimão, ver o Porto Campeão!
Que grande fim-de-semana! Um abraço especial aos meus amigos, Nando e Dani, que me acompanharam na grande transferta que fizemos ao Algarve! Momentos como os que vivemos marcam-me muito e nunca mais me esqueço deles. Não somos adeptos das festas e dos jogos grandes, estamos lá sempre que pudemos! Nem com bilhetes a 20 euros, atravessar o país de ponta a ponta e visitar a casa do último classificado, nos impede e lá estar! Fazemos o que gostamos, “perdemos” muito tempo e gastamos muito dinheiro, mas estamos com o Porto sempre e cimentamos os laços de amizade. É a nossa forma de viver.
Atendendo a factores monetários, mas também ao tempo que gastaríamos a fazer a viagem de carro, optámos por fazê-la de avião. Sábado depois do almoço encontrámo-nos no aeroporto Francisco Sá Carneiro e embarcámos rumo a Faro. Aqui vai, invasão, dos ultras do campeão! 50 minutos depois estávamos na capital do Algarve, debaixo de um intenso calor. Com o Porto sempre, pelo Porto tudo! “On Tour”, lá estávamos nós em mais uma deslocação! Um fim-de-semana vivido com grande intensidade e espírito de amor ao FC Porto, a razão que nos move para qualquer lado. Faro, Olhos d’Água, Albufeira, Portimão, foram alguns dos locais que nos avistaram ao longo de dois dias. Sempre a defender e a erguer o bom nome do clube, seja onde for.
Domingo, dia do jogo, rumámos cedo a Portimão. Passeio indispensável na praia da rocha, com clima típico de Verão. O calor era muito e qualquer tasco servia para refrescar a garganta. As camionetas que transportavam os elementos das nossas claques, chegavam ao estádio municipal de Portimão cerca de meia hora antes do jogo principiar, seguidas de perto por forte contingente policial, para não variar. Um estádio bem acolhedor, comparado com outros da primeira liga. Muita gente nas bancadas para ver o novo campeão nacional. Os Super Dragões estenderam uma faixa gigante onde se lia “Campeão Nacional 2010/2011” e com o brasão nacional no meio. A bancada que nos é destinada é amovível, de modo que não tem espaço à frente para se colocarem as faixas, que foram estendidas nas primeiras filas. Algumas bandeiras e estandartes, no sector dos ultras do campeão! Apoio satisfatório, melhor na primeira do que na segunda parte. Do lado contrário os meninos dos “Bianconero”, que em vez de apoiarem a sua equipa, passaram grande parte do jogo a insultarem o FC Porto e os seus jogadores. Canalhada que para o ano volta a ver jogos com o Santa Clara e o Varzim. Um local com muitos mouros, chegou-se ao cúmulo de se ver famílias a vir à janela festejar golo do Portimonense, em que os pais tinham cachecóis pretos e brancos e os filhos camisolas dos lagartos e dos lampiões. Até por isso foi uma vitória muito saborosa, e continuamos a fazer história, num campeonato com números de fazer inveja a qualquer um.
O regresso ao Porto foi na segunda-feira pelo nascer do sol. Chegámos ao Porto às 8h e cada um seguiu as suas vidas profissionais, depois de cumprida a missão enquanto adepto. E é em gente assim que me revejo.
“Em qualquer lado, em qualquer estádio, só pr’a te ver…”
Um abraço ultra.
P.s- Peço desculpa pela dimensão da crónica, mas foi-me impossível publicar a semana passada e como tal tive que juntar as deslocações da 25ª e 26ª jornada esta semana.
P.s 2- Aos ultras do FCP que se encontram em Moscovo, nomeadamente aqueles que conheço e são meus amigos, vocês são verdadeiros, mostrem a força do Dragão e tragam carimbada a passagem às meias-finais da Liga Europa.
Longas viagens, grande epopeia, enormes vitórias! Parabéns, Tripeiro. Parabéns, Campeão.
ResponderEliminarUm abraço.
Agora diz-se dasss, no meu tempo diza-se da silva, Tiago, é como se estivesse a ver o filme todo...
ResponderEliminarMravilha, pena o teu pai não te deixar ir a Moscovo, tu merecias...
Abraço
Uma crónica nunca é grande quando há tantas alegrias para recordar e aventuras para contar.
ResponderEliminarExcelente Tiago. Muito bem campeão.
Caros AMIGOS CAMPEOES:
ResponderEliminarComo eu invejo e como eu gostaria de permanentemente acompanhar o magico PORTO como o Amigo.Infelizmente não me é possivel. Mas quando posso não deixarei nunca de estar no seio da nossa gente.
Força PORTO UNIDOS VENCEREMOS
Mais uma excelente crónica, Tripeiro. São portistas assim que fazem do nosso clube único!
ResponderEliminarNem os milhares de quilómetros que fazemos todos os anos, nos separam da nossa grande paixão. E quando a nossa equipa corresponde ao nosso apoio com vitórias, só podemos estar orgulhosos do nosso trabalho.
Abraço a todos os CAMPEÕES!
Até cansa Tripeiro.
ResponderEliminarÉ sempre a abrir, sem descanso;)
Brilhante e emocionante post como sempre.
tRIPAS,
ResponderEliminareste ano, bem, vou-te contar... tás em GRANDE, aliás, tás ENORME pá ;) em permanente tOUR, ora cá dentro, ora lá fora ;)
muito bom apoio em Ponte de Lima dos mesmos do costume :)
fabulástica tRIP a Marrocos pa defrontar a encorneirada e sair de lá, CAMPEÕES... um sonho tornado realidade, é esse o nosso destino ;) e com mais uma tRIP do nosso bUS dos rapazes do Dragão, tudo malta 7 estrelas :)
ps - policiamento em Marrocos, pela primeira vez, posso dizê-lo, 7 estrelas... os meus parabéns. FInalmente, preocuparam-se em proteger-nos do que propriamente em malhar nos de azul!!
para no fim, não uns kms mas dessa vez, umas belas d'umas milhas a caminho do ALLgarve... áhhh boa vida c'um carago!!! quem pode, p(h)ode e mai'nada!!!
Grande Tripeirinho, tu contas tudo e não deixas nada...;)))
ResponderEliminarBIBÓ PORTO