Festim de coentrada no apagão do electricista

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A festa estava reserBada para o “Cesto do Pão” (denominação lisonjeira do antro das trapalhadas) casa do nosso anfitrião (designação adoçada de vilão)

Durante a semana que antecedeu a festa o anfitrião-mor, Khadafi dos Pneus, honrando os seus pergaminhos, tratou de preparar a recepção com todo o esmero. Pela voz dos “meninos do coro” e das “virgens ofendidas” foi avisando que “nada de adereços ou roupagem de gala”. E exigia decoro e bom comportamento

Enquanto os convidados da festa alinhavavam a fatiota (observando os condicionalismos anunciados), o comité de recepção (NN Bois), atendendo à voz do dono, preparava um acolhimento condigno

Chegado o dia, os convidados foram recebidos em ambiente apoteótico e de grande cordialidade. A guarda de honra (PSP) até ficou comovida – a um pergunta lançada ao “comité de recepção” sobre o que atiravam aos visitantes, obteve esta resposta: “São rosas, senhores!”

Posto isto, os visitantes foram informados de que naquele sítio ocorriam frequentes alterações climáticas, provocando tempestades devastadoras. Ainda há meses, tinha acontecido um temporal aquando da visita dos pupilos da Académica… Mas alguém da comitiva lembrou algo mais grave: aquele local era propenso a sismos por estar numa zona de falha geológica. De facto, a 18 de Setembro de 1996, verificou-se um terramoto demolidor. O primeiro e forte abalo e 4 réplicas violentas apavoraram os donos da casa que tremeu por todos os lados. Para cúmulo houve um tsunami gigantesco…

Entretanto, no recinto da festa, o chefe Khadafi ia tratando dos últimos pormenores. Foi aos bastidores e entregou uma cabeleira postiça ao director do “catering” para parecer melhor às visitas… Depois inteirou-se do estado de saúde da “Vitória” (talismã dos êxitos… ih, ih,ih) mas teve uma grande desilusão: a “Vitória” não podia participar na festividade, estava de caganeira

Os convivas entravam (alguns ainda com pétalas de rosas na cabeça) e era-lhes fornecida a ementa. Desta constavam dois petiscos que logo fizeram crescer “água na boca”: pezinhos (de porco) de coentrada e frango à Roberto Espanhol. As preferências dividiram-se, mas toda a gente ficou ansiosa por provar daquelas iguarias. Começasse a festa…

Tudo estava pronto. Convidados VIP e anfitriões “Extremely Vip” iam dar início ao baile. Os restantes convivas aplaudiam enquanto petiscavam…

A festa começou e depressa se animou. Peripécias e mais peripécias, a malta entusiasmava-se…
Quase no início do baile, Guarín deu um belo passo de dança e comeu as duas asas do frango à Roberto…

A coentrada estava deliciosa, o frango à Roberto também. Os visitantes empanturravam-se com a lauta jantarada, mas os anfitriões (somíticos p’ra carago) chegaram a interromper o serviço de “buffet”. Porém a fome (de vitória) impôs, de novo, a vontade do… apetite nortenho…

O mestre-de-cerimónias (Jesus Jorge Masca), farto de pezinhos de coentrada e de frango à Roberto, entretinha o estômago com a pastilha mastigada pela primeira vez nos 5 murros do Dragão. Jurou a Deus que, enquanto não ganhasse um campeonato, mastigaria a mesma pastilha...

Cristian Rodriguez, o “mal-amado” (lá) comprovou que não é bem assim. Os seus dotes não foram esquecidos (pelos vistos). Uma voluptuosa senhora queria um pé de dança, mas ele tinha outros compromissos…

O chefe do “catering” que afinal, fiel à sua identidade, não usou o disfarce, distribuía “brindes” privilegiando (sem lhe custar muito, pois claro…), os visitantes. Mas as reclamações eram muitas e teve de fazer algumas “dádivas” aos patrícios…

E o fim do baile aproximava-se. A apoteose também. Numa coreografia de rara originalidade e beleza, os visitantes Dragões dedicaram a última dança à águia “Vitória” de diarreia.

O chefe do “catering” deu ordens para o pessoal de serviço recolher à copa. De imediato os Dragões, nome da nobre tribo que se deslocou à capital do Império, se abraçaram e se regozijaram por terem tido um comportamento digno e adequado à condição de convidados. Eles, fazendo garbo do seu apetite devorador (pelas vitórias), nem os ossinhos pouparam do que lhes aprouve comer… Comeram-nos de coentrada! Que sorte para a águia estar de caganeira!
Mas houve quem se sentisse envergonhado perante tão notável demonstração cavalheiresca…

Entretanto saltavam as rolhas das garrafas de champanhe…

Mas os envergonhados, continuavam envergonhados… Então o Senhor das Trevas ordenou aos capangas dos túneis e catacumbas que se apagassem as luzes. Chamaram o electricista. E a ordem passou a facto: o electricista fez “OFF”... E na Luz se fizeram trevas…

A tribo nortenha festejou às escuras e até foi divertido. Não se viam as carantonhas dos envergonhados, a quem a máscara caiu. Viam-se isso sim as “estrelas”, bem reluzentes, orgulhosas do realce e refrescadas pelos repuxos (gentileza do anfitrião). “Eles apagaram a capoeira, nós apagámos 6 milhões…” “A vida é como os interruptores, uns dias para cima, outros para baixo, mas no FC Porto continuamos “on” e como o clube de toda a Europa com mais troféus no sec. XXI”.

Nos corredores dos túneis, a coisa não correu tão bem. Os mafiosos da casa, aproveitando a escuridão, fizeram das suas. Até os irmãos de cor (vermelha) atacam… Vários ficaram de tanga (como se vê pelo exemplo junto). Este também tinha o olho negro porque, antes, quando o Guarín comeu uma asa do frango à Roberto, um outro benfiquista indisposto cagou-se e projectou uma pipoca (ou um paralelepípedo?!) que o atingiu.
Ela ficou menos despida, mas não fazia mal se não fosse assim…

Cá fora, alguns participantes na festa tiveram grata surpresa: deixaram um carro com tejadilho, encontraram um descapotável… Uma benesse do “comité de recepção”.

A tribo dos Dragões partiu da capital do Império, rumo à Grande Capital do Norte, a Cidade Invicta. Invictos, orgulhosos e felizes.

Do outro lado, no Reino das Trevas, os envergonhados e o Khadafi dos Pneus (mais conhecido por “orelhas”) faziam contas à vida…

No REINO DO DRAGÃO as contas são outras, o nosso destino é FUTURO, É VITÓRIA! Com o FC Porto, mesmo às escuras, SÓ VEMOS AZUL.

Nota final: agradecimentos aos autores das caricaturas que usei para construir este post (a identificação foi mantida) e escusas por algumas terem sido modificadas de modo a adaptá-las ao tema.