http://bibo-porto-carago.blogspot.com/
FCPorto – Dragões de Azul Forte
Retalhos da história, conquistas e vitórias memoráveis, figuras e glórias do
F. C. do Porto
Capítulo 4: 1931 a 1940 – À conquista do futuro; Bicampeão! (Parte X)
Clubes das 1.ª e 2.ª Ligas com direito a disputar o Campeonato de Portugal
1.ª Liga:
Assoc. Académica de Coimbra
Boavista Futebol Clube
Carcavelinhos Football Club
Clube Futebol Os Belenenses
Futebol Clube do Porto
Sport Lisboa e Benfica
Sporting Clube de Portugal
Vitória Futebol Clube
2.ª Liga:
(Vencedores das 4 zonas)
Sporting Clube de Braga
Sport Comércio e Salgueiros
União Football de Lisboa
Sporting Club Olhanense
(Vencedores apurados entre os 4 vencidos das zonas)
Leixões Sport Clube
Casa Pia Atlético Clube
Torneio de apuramento Açores-Madeira:
Club Sport Marítimo
Oitavos-de-final
SP. BRAGA - FC PORTO, 2-4 (1.ª mão)
24-5-1936, Braga (Peões)
Árbitro: José Travassos (Lisboa)
Marcadores:
0-1 António Santos (3’)
0-2 Lopes Carneiro (21’)
1-2 Figueiredo (29’ gp)
1-3 Pinga (30’)
2-3 Guedes (60’)
2-4 Carlos Nunes (89’)
Sp. Braga –
Lima; Cunha e Salomé; Quincoces, Muchacho e Sá Campos; Miguel Cunha, Raul Figueiredo, Mica, Guedes Gonçalves e Argentino.
FC Porto – Treinador: Magyar (húngaro)
Romão; Carlos Alves e Avelino Martins; Manuel dos Anjos “Pocas”, Carlos Pereira e Álvaro Pereira; Raul Castro, Lopes Carneiro, António Santos, Artur Sousa “Pinga” e Carlos Nunes.
FC PORTO - SP. BRAGA, 11-0 (2.ª mão)
31-5-1936, Porto (Amial)
Árbitro: João Santos Júnior (Lisboa)
Marcadores:
1-0 Lopes Carneiro (3’)
2-0 António Santos (8’)
3-0 Carlos Pereira (14’)
4-0 António Santos (26’)
5-0 Pinga (36’)
6-0 Pinga (38’)
7-0 António Santos (40’)
8-0 Carlos Nunes (41’)
9-0 Waldemar Mota (44’)
10-0 Pinga (48’)
11-0 Carlos Pereira (87’)
FC Porto – Treinador: Magyar (húngaro)
Romão; Ernesto Santos e Jerónimo Faria; Manuel dos Anjos “Pocas”, Carlos Pereira e Álvaro Pereira; Lopes Carneiro, Waldemar Mota, António Santos, Artur Sousa “Pinga” e Carlos Nunes.
Sp. Braga –
Zeca; Cunha e Salomé; Sílvio, Lopes e Sá Campos; Miguel Cunha, Peixoto, Raul Figueiredo, Guedes Gonçalves e Argentino
Quartos-de-Final
Vingança do Belenenses no Campeonato de Portugal
• Em 19 de Abril, o Belenenses havia baqueado por 1-9, no Amial, diante do FC Porto, em partida a contar para o Campeonato Nacional (1.ª Liga). Menos de dois meses depois, no regresso ao Amial, o Belenenses empatou a um golo, reabilitando-se, podendo os portistas queixar-se de não contarem com Pinga e Carlos Nunes, pedras basilares do seu ataque.
• A 14 de Junho, nas Salésias (Lisboa), novo empate (0-0). O FC Porto outra vez sem Carlos Nunes, já com Pinga, “em condições difíceis pela dureza de entrada do adversário”.
• A 17 de Junho o desempate, no Campo do Arnado, em Coimbra. “Antes do jogo, grupos de adeptos percorreram as ruas, empunhando bandeiras dos dois clubes e vitoriando os seus favoritos. Durante o encontro as duas falanges de apoio travaram renhido despique de gritos, incitando os seus ídolos. A vontade do Belenenses pôde mais que a melhor técnica dos portuenses. A única bola do desafio foi marcada aos 11 minutos da segunda parte, por Amaro. Romão, guarda-redes portuense, surpreendido e prejudicado pelo sol, levantou os braços para defender, tocou ainda na bola, mas esta ganhou efeito e acabou por entrar...”.
FC PORTO - BELENENSES, 1-1 (1.ª mão)
7-6-1936, Porto (Amial)
Árbitro: Henrique Rosa (Setúbal)
Marcadores:
1-0 António Santos (9’)
1-1 Perfeito (17’)
FC Porto – Treinador: Magyar (húngaro)
Romão; Ernesto Santos e Avelino Martins; Manuel dos Anjos “Pocas”, Carlos Pereira e João Nova; Lopes Carneiro, Waldemar Mota, António Santos, Magyar e Raul Castro.
Belenenses – Treinador: Cândido de Oliveira
José Reis; José Simões e João Pedro Belo; Mariano Amaro, Jaime Viegas e Rodrigues Alves; Perfeito Rodrigues, Elias Lourenço, Júlio Sousa, Bernardo Soares e Rafael Correia.
BELENENSES - FC PORTO, 0-0 (2.ª mão)
14-6-1936, Lisboa (Salésias)
Árbitro: Cunha Pinto (Setúbal)
Belenenses – Treinador: Cândido de Oliveira
José Reis; José Simões e João Pedro Belo; Mariano Amaro, Jaime Viegas e Rodrigues Alves; Perfeito Rodrigues, Elias Lourenço, Armelim Pinto, Bernardo Soares e Rafael Correia.
FC Porto – Treinador: Magyar (húngaro)
Romão; Ernesto Santos e Avelino Martins; Manuel dos Anjos “Pocas”, Carlos Pereira e Álvaro Pereira; Lopes Carneiro, Waldemar Mota, António Santos, Artur de Sousa “Pinga” e Constantino.
BELENENSES - FC PORTO, 1-0 (desempate)
17-6-1936, Coimbra (Arnado)
Árbitro: Luiz Câmara (Santarém)
Marcadores:
1-0 Amaro (56’)
Belenenses – Treinador: Cândido de Oliveira
José Reis; José Simões e João Pedro Belo; Mariano Amaro, Jaime Viegas e Rodrigues Alves; Perfeito Rodrigues, Elias Lourenço, Varela Marques, Bernardo Soares e José Luís.
FC Porto – Treinador: Magyar (húngaro)
Romão; Ernesto Santos e Avelino Martins; Manuel dos Anjos “Pocas”, Carlos Pereira e Álvaro Pereira; Lopes Carneiro, Waldemar Mota, António Santos, Artur de Sousa “Pinga” e Constantino.
1936 - Hóquei em Campo
O Hóquei em Patins, uma das modalidades mais acarinhadas pelos sócios do FC Porto, iniciou a sua actividade no clube no ano de 1944 e em 1954-55 estreou-se nas competições oficiais. Mas foi muito antes dessas datas que o hóquei do FC Porto começou a dar os primeiros passos. Na fotografia, a equipa de 1936 que, ainda sem patins, deu as primeiras vitórias ao clube na primeira variante da modalidade jogada em Portugal: o Hóquei em Campo! Lembre-se que já em 1929 se jogava no clube esta modalidade.
1936 – Atletismo
Arnaldo Borges sagrou-se Campeão Nacional do salto com vara, com a marca de 3,20 metros. Saliente-se o facto de, na altura, não haver colchão para amparar na queda. Era muito mais difícil! Se era…
Época 1936-1937
Magyar sem magia…
27 Jul.1936 – Apesar de algumas vitórias saborosas, Magyar não se impusera como treinador. O clube fê-lo regressar à Hungria.
23 Ago.36 – János Biri (mais um treinador húngaro), que fora guarda-redes do Boavista, assumiu o comando técnico do FC Porto, a troco de um ordenado de 1500 escudos por mês. Muito bom para a altura. E bom demais para o que fez com a equipa…
Set.1936 – Dr. Carlos Teixeira Costa Júnior, o novo presidente do FC Porto, substituiu no cargo Eduardo Dumont Villares e, passados alguns meses de ter iniciado o mandato, contratou o treinador austríaco François Gutskas que foi o obreiro da conquista do 4.º Campeonato de Portugal do clube. Também contratou o primeiro futebolista brasileiro na história do FC Porto, de sua alcunha Vianinha. O empréstimo obrigacionista que lançou, para a construção de um novo estádio, foi igualmente o primeiro de sempre. Criou a primeira equipa de Ténis de Mesa e assistiu aos acontecimentos que levaram ao incêndio na Constituição e à destruição do Campo do Amial, no meio das guerras de interesses entre o FC Porto, o Progresso e o Académico do Porto.
• Arranque para o Campeonato da I Liga, em 1936-37, com um empate a zero com o Carcavelinhos, em Lisboa.
O FC Porto alinhou com: Romão; Sacadura e Ernesto Santos; João Nova, Carlos Pereira e Anjos; Lopes Carneiro, Waldemar, António Santos, Pinga e Acácio Mesquita (que, enfim, regressava ao futebol depois de ausência).
• De seguida, no Porto, 7-0 ao Vitória de Setúbal. Parecia que o horizonte estava desassombrado. Mas não. O empate, no Amial, com o Sporting (2-2), foi o princípio de uma carreira atribulada.
Reza a crónica: “O jogo teve um começo auspicioso, campo repleto, público entusiástico e a manifestar-se como nos grandes dias, e exibição aceitável dos dois grupos empenhados na luta com o maior interesse. Mas infelizmente foi sol de pouca dura... À primeira infelicidade do árbitro correspondeu o coro de protesto e o Sr. Cunha Pinto, de Setúbal, não soube ter mão em si. Perturbou-se, perdeu a calma e daí em diante cometeu erros sobre erros. Durante a primeira parte o árbitro prejudicou o FC Porto. A partida, que principiara bem, acabou por degenerar num espectáculo aborrecido. Não deixou nunca de haver movimentação e energia a rodos, algumas vezes até levada a condenáveis excessos, mas a verdade é que, como desporto, o desafio desmereceu. O melhor período do FC Porto verificou-se no primeiro tempo, precisamente quando a arbitragem lhe estava sendo prejudicial”.
Romão, guarda-redes do FC Porto, foi advertido pela Direcção, pela forma “desastrada” como actuou contra o Sporting. Recebeu a comunicação antes de um treino, em silêncio, treinou-se com ardor, sempre em silêncio e, depois disso, desapareceu… Ou melhor, retirou-se para Chaves, abrindo caminho ao regresso de Soares dos Reis.
• Mais duas derrotas consecutivas no Campeonato voltaram a toldar o ambiente. Em Coimbra, 1-2 com a Académica — com o FC Porto protestando o desafio, alegando que o árbitro, António Palhinhas, terminara o jogo sete minutos antes do tempo regulamentar. E com o Belenenses, nas Salésias: os três golos sofridos no segundo tempo, não ajudaram a enfrentar a situação e a debelar a crise de que a equipa vinha enfermando.
Vianinha, o primeiro jogador brasileiro da história do FC Porto
3 Nov.1936 – Chegou ao FC Porto o primeiro jogador brasileiro da história do clube, o defesa-direito Vianinha que na época anterior jogara no Sporting. Ficava a ganhar 15 contos por mês, uma fortuna para a época…
János Biri (n. Budapeste, Hungria, 21 Jul.1901 – m. Budapeste 20 Fev.1974), foi guarda-redes internacional no seu país e jogou também no Boavista.
• Em 23 Ago.1936 assumiu o comando técnico do FC Porto, substituindo o compatriota Magyar, a troco de um ordenado de 1500 escudos por mês, considerado muito bom para a altura. Sobressaiu pela inovação metodológica nos treinos onde se obrigava a melhorar a capacidade técnica dos jogadores. Impunha a disciplina, era duro mas educado. Nos penaltis, dizia aos discípulos para marcarem para cima e não para os lados, para onde os guarda-redes se atiravam sempre.
• Foi demitido do FC Porto e substituído por François Gutskas, em Fev.1937. De 1939 a 1947 treinou o Benfica onde conquistou 3 Campeonatos Nacionais e outras tantas Taças de Portugal.
• Outros clubes por onde passou: Académico do Porto, Estoril, Vitória de Guimarães, Atlético, Vitória de Setúbal, Oriental, CUF, Académica e Lusitano de Évora.
Carreira no FC Porto
23 Ago.1936 a Fev.1937
Desejado o regresso de Joseph Szabo
O FC Porto marcou Assembleia-geral para aprovar o regresso de Szabo. O Sporting intrometeu-se, gorando o desejo da massa associativa portista. Irresistível e inovador aquilo que o presidente sportinguista Oliveira Duarte ofereceu ao treinador húngaro. Ficou a saber-se que Szabo passava do Sporting de Braga para o Sporting de Lisboa, assinando contrato por três anos, sendo-lhe pagos, para além de 2 contos por mês, 50 escudos por cada empate, 100 escudos por vitória, 1000 escudos pelo Campeonato Regional, 2000 pelo Campeonato da Liga e 3000 pelo Campeonato de Portugal. Era novidade tal esquema remuneratório. Szabo aprendera em Inglaterra, exigia em Portugal… O FC Porto virava-se, outra vez, para a Europa central.
27 Fev.1937 - François Gutskas, austríaco, foi contratado para treinador da equipa de futebol, a troco de dois contos por mês, mas sem a obrigação dos prémios suplementares a que o Sporting se comprometera por contrato com Szabo. Para além de treinador, Gutskas, que substituía Biri, exerceria, também, as funções de massagista.
• A 1 Mar.1937, boa estreia de Gutskas. Com o reforço argentino Reboredo alinhando a médio-centro, o FC Porto bateu o Leixões por 5-0.
Retalhos da história, conquistas e vitórias memoráveis, figuras e glórias do
F. C. do Porto
Capítulo 4: 1931 a 1940 – À conquista do futuro; Bicampeão! (Parte X)
Clubes das 1.ª e 2.ª Ligas com direito a disputar o Campeonato de Portugal
1.ª Liga:
Assoc. Académica de Coimbra
Boavista Futebol Clube
Carcavelinhos Football Club
Clube Futebol Os Belenenses
Futebol Clube do Porto
Sport Lisboa e Benfica
Sporting Clube de Portugal
Vitória Futebol Clube
2.ª Liga:
(Vencedores das 4 zonas)
Sporting Clube de Braga
Sport Comércio e Salgueiros
União Football de Lisboa
Sporting Club Olhanense
(Vencedores apurados entre os 4 vencidos das zonas)
Leixões Sport Clube
Casa Pia Atlético Clube
Torneio de apuramento Açores-Madeira:
Club Sport Marítimo
Oitavos-de-final
SP. BRAGA - FC PORTO, 2-4 (1.ª mão)
24-5-1936, Braga (Peões)
Árbitro: José Travassos (Lisboa)
Marcadores:
0-1 António Santos (3’)
0-2 Lopes Carneiro (21’)
1-2 Figueiredo (29’ gp)
1-3 Pinga (30’)
2-3 Guedes (60’)
2-4 Carlos Nunes (89’)
Sp. Braga –
Lima; Cunha e Salomé; Quincoces, Muchacho e Sá Campos; Miguel Cunha, Raul Figueiredo, Mica, Guedes Gonçalves e Argentino.
FC Porto – Treinador: Magyar (húngaro)
Romão; Carlos Alves e Avelino Martins; Manuel dos Anjos “Pocas”, Carlos Pereira e Álvaro Pereira; Raul Castro, Lopes Carneiro, António Santos, Artur Sousa “Pinga” e Carlos Nunes.
FC PORTO - SP. BRAGA, 11-0 (2.ª mão)
31-5-1936, Porto (Amial)
Árbitro: João Santos Júnior (Lisboa)
Marcadores:
1-0 Lopes Carneiro (3’)
2-0 António Santos (8’)
3-0 Carlos Pereira (14’)
4-0 António Santos (26’)
5-0 Pinga (36’)
6-0 Pinga (38’)
7-0 António Santos (40’)
8-0 Carlos Nunes (41’)
9-0 Waldemar Mota (44’)
10-0 Pinga (48’)
11-0 Carlos Pereira (87’)
FC Porto – Treinador: Magyar (húngaro)
Romão; Ernesto Santos e Jerónimo Faria; Manuel dos Anjos “Pocas”, Carlos Pereira e Álvaro Pereira; Lopes Carneiro, Waldemar Mota, António Santos, Artur Sousa “Pinga” e Carlos Nunes.
Sp. Braga –
Zeca; Cunha e Salomé; Sílvio, Lopes e Sá Campos; Miguel Cunha, Peixoto, Raul Figueiredo, Guedes Gonçalves e Argentino
Quartos-de-Final
Vingança do Belenenses no Campeonato de Portugal
• Em 19 de Abril, o Belenenses havia baqueado por 1-9, no Amial, diante do FC Porto, em partida a contar para o Campeonato Nacional (1.ª Liga). Menos de dois meses depois, no regresso ao Amial, o Belenenses empatou a um golo, reabilitando-se, podendo os portistas queixar-se de não contarem com Pinga e Carlos Nunes, pedras basilares do seu ataque.
• A 14 de Junho, nas Salésias (Lisboa), novo empate (0-0). O FC Porto outra vez sem Carlos Nunes, já com Pinga, “em condições difíceis pela dureza de entrada do adversário”.
• A 17 de Junho o desempate, no Campo do Arnado, em Coimbra. “Antes do jogo, grupos de adeptos percorreram as ruas, empunhando bandeiras dos dois clubes e vitoriando os seus favoritos. Durante o encontro as duas falanges de apoio travaram renhido despique de gritos, incitando os seus ídolos. A vontade do Belenenses pôde mais que a melhor técnica dos portuenses. A única bola do desafio foi marcada aos 11 minutos da segunda parte, por Amaro. Romão, guarda-redes portuense, surpreendido e prejudicado pelo sol, levantou os braços para defender, tocou ainda na bola, mas esta ganhou efeito e acabou por entrar...”.
FC PORTO - BELENENSES, 1-1 (1.ª mão)
7-6-1936, Porto (Amial)
Árbitro: Henrique Rosa (Setúbal)
Marcadores:
1-0 António Santos (9’)
1-1 Perfeito (17’)
FC Porto – Treinador: Magyar (húngaro)
Romão; Ernesto Santos e Avelino Martins; Manuel dos Anjos “Pocas”, Carlos Pereira e João Nova; Lopes Carneiro, Waldemar Mota, António Santos, Magyar e Raul Castro.
Belenenses – Treinador: Cândido de Oliveira
José Reis; José Simões e João Pedro Belo; Mariano Amaro, Jaime Viegas e Rodrigues Alves; Perfeito Rodrigues, Elias Lourenço, Júlio Sousa, Bernardo Soares e Rafael Correia.
BELENENSES - FC PORTO, 0-0 (2.ª mão)
14-6-1936, Lisboa (Salésias)
Árbitro: Cunha Pinto (Setúbal)
Belenenses – Treinador: Cândido de Oliveira
José Reis; José Simões e João Pedro Belo; Mariano Amaro, Jaime Viegas e Rodrigues Alves; Perfeito Rodrigues, Elias Lourenço, Armelim Pinto, Bernardo Soares e Rafael Correia.
FC Porto – Treinador: Magyar (húngaro)
Romão; Ernesto Santos e Avelino Martins; Manuel dos Anjos “Pocas”, Carlos Pereira e Álvaro Pereira; Lopes Carneiro, Waldemar Mota, António Santos, Artur de Sousa “Pinga” e Constantino.
BELENENSES - FC PORTO, 1-0 (desempate)
17-6-1936, Coimbra (Arnado)
Árbitro: Luiz Câmara (Santarém)
Marcadores:
1-0 Amaro (56’)
Belenenses – Treinador: Cândido de Oliveira
José Reis; José Simões e João Pedro Belo; Mariano Amaro, Jaime Viegas e Rodrigues Alves; Perfeito Rodrigues, Elias Lourenço, Varela Marques, Bernardo Soares e José Luís.
FC Porto – Treinador: Magyar (húngaro)
Romão; Ernesto Santos e Avelino Martins; Manuel dos Anjos “Pocas”, Carlos Pereira e Álvaro Pereira; Lopes Carneiro, Waldemar Mota, António Santos, Artur de Sousa “Pinga” e Constantino.
1936 - Hóquei em Campo
O Hóquei em Patins, uma das modalidades mais acarinhadas pelos sócios do FC Porto, iniciou a sua actividade no clube no ano de 1944 e em 1954-55 estreou-se nas competições oficiais. Mas foi muito antes dessas datas que o hóquei do FC Porto começou a dar os primeiros passos. Na fotografia, a equipa de 1936 que, ainda sem patins, deu as primeiras vitórias ao clube na primeira variante da modalidade jogada em Portugal: o Hóquei em Campo! Lembre-se que já em 1929 se jogava no clube esta modalidade.
1936 – Atletismo
Arnaldo Borges sagrou-se Campeão Nacional do salto com vara, com a marca de 3,20 metros. Saliente-se o facto de, na altura, não haver colchão para amparar na queda. Era muito mais difícil! Se era…
Época 1936-1937
Magyar sem magia…
27 Jul.1936 – Apesar de algumas vitórias saborosas, Magyar não se impusera como treinador. O clube fê-lo regressar à Hungria.
23 Ago.36 – János Biri (mais um treinador húngaro), que fora guarda-redes do Boavista, assumiu o comando técnico do FC Porto, a troco de um ordenado de 1500 escudos por mês. Muito bom para a altura. E bom demais para o que fez com a equipa…
Set.1936 – Dr. Carlos Teixeira Costa Júnior, o novo presidente do FC Porto, substituiu no cargo Eduardo Dumont Villares e, passados alguns meses de ter iniciado o mandato, contratou o treinador austríaco François Gutskas que foi o obreiro da conquista do 4.º Campeonato de Portugal do clube. Também contratou o primeiro futebolista brasileiro na história do FC Porto, de sua alcunha Vianinha. O empréstimo obrigacionista que lançou, para a construção de um novo estádio, foi igualmente o primeiro de sempre. Criou a primeira equipa de Ténis de Mesa e assistiu aos acontecimentos que levaram ao incêndio na Constituição e à destruição do Campo do Amial, no meio das guerras de interesses entre o FC Porto, o Progresso e o Académico do Porto.
• Arranque para o Campeonato da I Liga, em 1936-37, com um empate a zero com o Carcavelinhos, em Lisboa.
O FC Porto alinhou com: Romão; Sacadura e Ernesto Santos; João Nova, Carlos Pereira e Anjos; Lopes Carneiro, Waldemar, António Santos, Pinga e Acácio Mesquita (que, enfim, regressava ao futebol depois de ausência).
• De seguida, no Porto, 7-0 ao Vitória de Setúbal. Parecia que o horizonte estava desassombrado. Mas não. O empate, no Amial, com o Sporting (2-2), foi o princípio de uma carreira atribulada.
Reza a crónica: “O jogo teve um começo auspicioso, campo repleto, público entusiástico e a manifestar-se como nos grandes dias, e exibição aceitável dos dois grupos empenhados na luta com o maior interesse. Mas infelizmente foi sol de pouca dura... À primeira infelicidade do árbitro correspondeu o coro de protesto e o Sr. Cunha Pinto, de Setúbal, não soube ter mão em si. Perturbou-se, perdeu a calma e daí em diante cometeu erros sobre erros. Durante a primeira parte o árbitro prejudicou o FC Porto. A partida, que principiara bem, acabou por degenerar num espectáculo aborrecido. Não deixou nunca de haver movimentação e energia a rodos, algumas vezes até levada a condenáveis excessos, mas a verdade é que, como desporto, o desafio desmereceu. O melhor período do FC Porto verificou-se no primeiro tempo, precisamente quando a arbitragem lhe estava sendo prejudicial”.
Romão, guarda-redes do FC Porto, foi advertido pela Direcção, pela forma “desastrada” como actuou contra o Sporting. Recebeu a comunicação antes de um treino, em silêncio, treinou-se com ardor, sempre em silêncio e, depois disso, desapareceu… Ou melhor, retirou-se para Chaves, abrindo caminho ao regresso de Soares dos Reis.
• Mais duas derrotas consecutivas no Campeonato voltaram a toldar o ambiente. Em Coimbra, 1-2 com a Académica — com o FC Porto protestando o desafio, alegando que o árbitro, António Palhinhas, terminara o jogo sete minutos antes do tempo regulamentar. E com o Belenenses, nas Salésias: os três golos sofridos no segundo tempo, não ajudaram a enfrentar a situação e a debelar a crise de que a equipa vinha enfermando.
Vianinha, o primeiro jogador brasileiro da história do FC Porto
3 Nov.1936 – Chegou ao FC Porto o primeiro jogador brasileiro da história do clube, o defesa-direito Vianinha que na época anterior jogara no Sporting. Ficava a ganhar 15 contos por mês, uma fortuna para a época…
János Biri (n. Budapeste, Hungria, 21 Jul.1901 – m. Budapeste 20 Fev.1974), foi guarda-redes internacional no seu país e jogou também no Boavista.
• Em 23 Ago.1936 assumiu o comando técnico do FC Porto, substituindo o compatriota Magyar, a troco de um ordenado de 1500 escudos por mês, considerado muito bom para a altura. Sobressaiu pela inovação metodológica nos treinos onde se obrigava a melhorar a capacidade técnica dos jogadores. Impunha a disciplina, era duro mas educado. Nos penaltis, dizia aos discípulos para marcarem para cima e não para os lados, para onde os guarda-redes se atiravam sempre.
• Foi demitido do FC Porto e substituído por François Gutskas, em Fev.1937. De 1939 a 1947 treinou o Benfica onde conquistou 3 Campeonatos Nacionais e outras tantas Taças de Portugal.
• Outros clubes por onde passou: Académico do Porto, Estoril, Vitória de Guimarães, Atlético, Vitória de Setúbal, Oriental, CUF, Académica e Lusitano de Évora.
Carreira no FC Porto
23 Ago.1936 a Fev.1937
Desejado o regresso de Joseph Szabo
O FC Porto marcou Assembleia-geral para aprovar o regresso de Szabo. O Sporting intrometeu-se, gorando o desejo da massa associativa portista. Irresistível e inovador aquilo que o presidente sportinguista Oliveira Duarte ofereceu ao treinador húngaro. Ficou a saber-se que Szabo passava do Sporting de Braga para o Sporting de Lisboa, assinando contrato por três anos, sendo-lhe pagos, para além de 2 contos por mês, 50 escudos por cada empate, 100 escudos por vitória, 1000 escudos pelo Campeonato Regional, 2000 pelo Campeonato da Liga e 3000 pelo Campeonato de Portugal. Era novidade tal esquema remuneratório. Szabo aprendera em Inglaterra, exigia em Portugal… O FC Porto virava-se, outra vez, para a Europa central.
27 Fev.1937 - François Gutskas, austríaco, foi contratado para treinador da equipa de futebol, a troco de dois contos por mês, mas sem a obrigação dos prémios suplementares a que o Sporting se comprometera por contrato com Szabo. Para além de treinador, Gutskas, que substituía Biri, exerceria, também, as funções de massagista.
• A 1 Mar.1937, boa estreia de Gutskas. Com o reforço argentino Reboredo alinhando a médio-centro, o FC Porto bateu o Leixões por 5-0.
- No próximo post.: Capítulo 4, 1931 a 1940 – À conquista do futuro; Bicampeão! (Parte XI) – Últimas jornadas do Campeonato Nacional/Liga 1936-37; Campeonato de Portugal 1936-37; final entre Dragões e Leões; o 4.º Campeonato de Portugal para o FC Porto; apoteose no Porto!; biografias de Gutskas e de Vianinha.
Mais uma interessante e brilhante descrição histórica de tempos dignos de registo, como tudo o que nos liga ao passado glorioso do F. C. Porto. Desde o futebol ao hóquei, cuja secção de hóquei em patins, apesar de constar informação sobre 1955, teve início em 1944, e após um interregno, regressou em 1954, tendo em 1955 sido conquistado o Regional da A. P. Porto da 2ª Divisão e o, ao tempo, Metrolopitano da 2ª Divisão Nacional (como anotei num artigo na revista Mundo Azul, do antigo Conselho Cultural do FCP e já coloquei em dois artigos no meu blogue, num dos quais com um recorte da revista Stadium a referir precisamente o início de 1944). Modalidade no clube que, mais tarde, depois de ter vencido em 1969 o Metrolopitano da 1ª Divisão, começou na década de oitenta um reinado de autêntica hegemonia nacional, como tem sido patente.
ResponderEliminarDo futebol daqueles tempos referidos, sobressai naturalmente o Pinga, mas também todos os que então tanto dignificaram igualmente a sagrada camisola azul e branca das duas listas verticais, do equipamento estatutário...
Assim, fica mais adiantado um bocado destes belos nacos dos registos historiadores do grande F. C. Porto.
Um abraço
A riqueza da nossa história é uma coisa impressionante, mas a partir dos anos oitenta do Século passado, colocamos cerejas em todos os bolos e no futuro, quando já não estivermos por cá, que os mais novos tenham a mesma vontade e a mesma dedicação para a contarem também.
ResponderEliminarUm abraço
Muito interessantes estes bocados da nossa história sobre as outras modalidades, neste caso o hóquei, o post do Dragão Azul Forte mas tb o comentário do Armando. Abraço aos 2.
ResponderEliminarCaro amigo Armando:
ResponderEliminarNo que respeita ao Hóquei, exprimi-me mal. O que deveria ter escrito era isto:
“O Hóquei em Patins, uma das modalidades mais acarinhadas pelos sócios do FC Porto, iniciou a sua actividade no clube no ano de 1944 e em 1954-55 estreou-se nas competições oficiais. Mas foi muito antes dessas datas que o hóquei do FC Porto começou a dar os primeiros passos.”
Já está corrigido. Obrigado pela chamada de atenção. Um abraço. BIBÓ PORTO!
CAMPEÕES em JUNIORES! Sem apagão… 20.º título na categoria. Parabéns rapazes.
ResponderEliminarCabazada em Andebol: FC Porto 28 – 5enfica 18! Hugo Laurentino: BRILHANTE! Faltam 4 jornadas. Ainda não temos o Campeonato ganho. Prudência e garra, é o que se pede para o que resta jogar para o TRI. Parabéns guerreiros!
BIBÓ POOOOOORTO!
O Braga apanhou 11 mas, amanhã, não precisamos que se vingue no benfas com tantos. Basta um ou dois para começar.
ResponderEliminarNão sabia que o primeiro jogador brasileiro do FC Porto tinha ingressado na equipa em 1936. Vianinha.
Obrigada por mais este “pedacinho”. Bjos.
Nota de esperança: amanhã, mais uma vez, mostraremos o nosso valor ante o “submarino amarelo”.
Dragão Azul forte, mais um obrigado, por mais um pedacinho da nossa história, desta vez com alguma informação de uma das minhas modalidades preferidas, o Hóquei! ;)))
ResponderEliminarBIBÓ PORTO
a cada post semanal que passa da mais fantástica e completa história do nosso fcPORTO que se encontra disponivel na internet, sem qualquer desprimor para o trabalho majestosos e estupidamente fabulástico do Amigo Fernando Moreira, é uma coisa para se ler, reler, admirar e deleitar em silêncio absoluto em respeito pela nossa mais bonita história.
ResponderEliminarmas mesmo no meio desse silêncio de respeito e admiração já habitual, haverá sempre lugar para mais um (já repetitivo, mas nunca demais!) OBRIGADO!!!
venha de lá mais um pedaçinho tão suculento como todos os já anteriores publicados e dados a conhecer.