Futuro risonho

A vitória do FC Porto sobre o Arsenal teve, de facto, um sabor especial, não só pela pesada derrota que havíamos sofrido em Londres, mas como também pela importância de terminar o grupo em 1º lugar. Ao vencer o grupo, o FC Porto evita “tubarões” como o Manchester Utd, Juventus, Liverpool ou, pior que tudo, Barcelona; no cenário actual e a bem dizer da verdade, o FC Porto terá a temer o Chelsea e o Inter (este ano um pouco aquém das expectativas nesta competição). Vamos ser francos, ao actual Real Madrid podemos muito bem ganhar, ao Atlético Madrid, Lyon ou Villareal a nossa superioridade é evidente. Somos mais fortes, temos mais experiência na Liga dos Campeões, somos TRICAMPEÕES… querem mais razões pelas quais temos tudo para ganhar a estes adversários?!?!

Depois da vitória do FC Porto, seguiram-se inúmeros comentários por parte dos nossos adversários de que o Arsenal teria apresentado não uma “equipa B”, mas sim uma “equipa Z”. Segundo estes, a maioria dos jogadores apresentados por Wenger pertenceriam às reservas dos “Gunners”.

Posto isto, resolvi fazer um pequeno exercício estatístico de modo a comprovar a verdade científica tão veiculada pelos nossos adversários de que aquele Arsenal teria sido uma verdadeira “equipa Z”. No início deste mesmo exercício, as minhas expectativas de comprovar tal verdade científica eram deveras muitas. Vamos então aos números:

• No jogo com o FC Porto jogaram pelo Arsenal, Almunia, Eboue, Gallas, Djourou, Silvestre, Denilson, Ramsey, Song, Diaby, Vela e Bendtner. No jogo seguinte a contar para a Liga inglesa, e importantíssimo dado o atraso pontual dos arsenalistas face à concorrência, dos 12 jogadores que o Arsenal utilizou frente ao Middlesbrough, 7 (SETE) também actuaram no Dragão… Ou seja, ficamos a saber que o Arsenal, além de arriscar reservas em jogos decisivos da Champions (estava em causa o 1º lugar de um grupo da Champions…coisa pouca!), também em jogos da Liga Inglesa repete a gracinha… Surpresa das surpresas, estava derrubada a tal verdade científica.

O FC Porto melhora a olhos vistos… a série de vitórias consecutivas (8!) que o clube já leva só pode aumentar os níveis de confiança para encarar o futuro, quer a nível interno, quer a nível europeu. Há dois anos consecutivos que perdemos por uma unha negra o acesso aos quartos–final da Liga dos Campeões (1º com o Chelsea graças a um frango de Helton, 2º graças a uma exibição verdadeiramente espantosa do GR adversário). Este ano, tenho fé que iremos passar!

Os dois jogos que faltam até ao Natal revestem-se de grande importância. A passadeira vermelha está desdobrada para os nossos adversários mais próximos, por isso, é muito importante que o FC Porto não perca pontos nos próximos jogos. Deste modo, ficará a 2 pontos do líder, e passará a depender, única e exclusivamente do seu próprio mérito, uma vez que ainda irá receber o líder no seu próprio estádio, perante os seus fantásticos adeptos. E como sabem, desrespeitar o FC Porto no Dragão é algo para acontecer de 5 em 5 anos… e este ano já aconteceu com o Leixões!

Por tudo isto, antevejo que o futuro do FC Porto vai ser bastante risonho. A equipa demonstra mecanismos e entrosamento cada vez mais evidentes. Há jogadores que têm vindo a subir de forma e começam a atingir níveis aceitáveis. Tenho gostado de ver Fernando no meio-campo, um jogador que dá consistência ao jogo da equipa. Além disso, há a solução de Péle, um jogador muito caro e com grande margem de progressão. Outro dos jogadores que me têm surpreendido pela positiva é Guarin… muito bem no jogo em Setúbal, decisivo em Cinfães, é um jogador cada vez mais participativo no jogo da equipa. Por fim, o jogador uruguaio que o FC Porto contratou este ano: não, não perfilho da ideia de Miguel Sousa Tavares de que este é mesmo um mau reforço; não, não tenho rigorosamente nada contra o homem; agora, uma coisa é certa: Rodriguez está a melhorar, é um jogador rápido e explosivo mas tem de melhorar muito no último passe, no último remate, ou seja, na conclusão das jogadas. Rodriguez foi a contratação mais cara, por isso os níveis de exigência para com ele têm de ser obviamente superiores aos que aplicamos ao Sapunaru ou ao Fernando. Estarei totalmente errado?!?!?!