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No rescaldo do sonho real que vivemos na época passada, alguém a certa altura me chamou a atenção para o facto de que aquela temporada, além de magnífica por si só, foi uma bonita vendetta aos três estarolas que nos tentaram puxar o tapete na novela do acesso à Liga dos Campeões em 2008: os enc@rnados, triplamente humilhados, os afonsinhos, vergados a meia-dúzia no Jamor, e o Platini, forçado a entregar-nos o troféu da Liga Europa, envergando o seu melhor sorriso amarelo. Eu, que não acredito em karmas nem em deuses nem em "cá se fazem cá se pagam", fiquei maravilhada com a ironia do "destino". Lindo! E a Supertaça do passado Domingo tinha que ser o corolário dessa saborosa vingança. Tínhamos que ganhar ao Guimarães, ponto. Era obrigatório.
Além disso, já aqui mencionei o meu carinho especial pela Supertaça. Gosto tanto de a ganhar! É o primeiro título da época, é entrar com o pé direito, entrar a matar - e dar aos novos jogadores a primeira oportunidade de sentir uma parte importantíssima do que é ser Porto: vencer, vencer, vencer! Para além de que é um testemunho vivo do nosso domínio no futebol português desde a sua criação no final dos anos 70. O nosso impressionante currículo de 18 títulos e 27 presenças em 33 edições da Supertaça é ainda engrandecido pelo facto de se tratar de uma competição a que só chegam os melhores: para estar ali, é porque já se ganhou alguma coisa, ou, no mínimo, chegou-se à final da Taça. Das 27 Supertaças em que estivemos presentes, apenas por duas vezes (1981 e 1983 - a cábula do Dragão Azul Forte ajuda ;)) lá chegámos como finalista vencido da Taça – mas em ambos os casos invertemos os papéis e trouxemos o caneco para as Antas!
Se a tudo isto somarmos os 5x0 de 1996, até há bem pouco tempo a minha partida favorita de sempre nas competições internas, acho que percebem a importância que tem para mim abrir a época com esta conquista e o quanto me custam as raras ocasiões em que a deixamos escapar. Este ano não me parecia provável que isso acontecesse, mas como no futebol nunca se sabe, uma pequena dose de nervoso miudinho viajou comigo para Aveiro.
O primeiro golo (um grande golo e bem cedinho, bem como eu gosto ;)) tranquilizou-me, mas sofrer o empate quando o adversário nada fez por merecê-lo redespertou a ansiedade. Fomos para o intervalo a vencer, mas a margem mínima é sempre desconfortável, e ao longo da segunda parte já roí as primeiras unhas da época – literalmente. Até porque o árbitro deixou bem claro nas suas acções que, surgindo a oportunidade, empurraria os vimaranenses para o empate. Só ao apito final pude suspirar de alívio e gritar de alegria. Está feito. 18ª Supertaça, 70º título oficial.
Repitam comigo: septuagésimo título oficial. Com este marco, todos aqueles que estavam em negação foram finalmente obrigados a assumir que somos a equipa mais titulada do futebol português. Já não há tacinhas amigáveis dos anos 50 que lhes valham, e já nem os seus pasquins semi-oficiais podem esconder a realidade. Já não é a velha questão de que nós temos "presente" mas eles têm "história": agora já temos oficialmente uma história mais rica do que qualquer outro clube português. Os números não mentem.
São sete dezenas de títulos – dos seniores de futebol, claro. Admiremos a grandiosidade deste nosso feito. Foram 90 anos de competições oficiais, 48 dos quais decorridos sob o jugo de um regime ditatorial que usava o futebol como forte arma de propaganda política e que elegeu os dois clubes de Lisboa como marionetas principal e secundária desta ridícula encenação. E nós a coleccionarmos anos de travessia no deserto, a acumularmos tristezas e desilusões, mas também força, perseverança e combatividade. A forjarmos o espírito guerreiro que nos havia de guiar a tantas vitórias.
Foi esse espírito, essa mística, que nos catapultou para as estrondosas décadas de 80, 90 e 2000, e que ainda hoje nos define e distingue dos demais. É esse espírito que nos permite prevalecer num país desportivo ainda minado por muitas reminiscências dos tempos que já lá vão, ainda controlado e operado maioritariamente por adeptos de um clube específico que usam e abusam dos poderes e competências que lhes são confiados em seu benefício e nosso prejuízo. São 70 títulos em 90 anos, mas são acima de tudo 2 títulos na alvorada do futebol nacional, 10 títulos arrancados a ferros num contexto absurdamente hostil por jogadores que ficam na nossa história como verdadeiros heróis, e outros 58 títulos em três décadas e meia de incontestável superioridade, em condições ainda adversas mas não o suficiente para travarem a força do Dragão. 58 títulos em 35 anos. É mais do que um título e meio por ano – ou do que três títulos a cada dois anos. É quase sobre-humano. Já pararam hoje para pensar no privilégio que é ser adepto deste clube?
PS – Sobre o Porto Canal: gosto do Flash Porto e do Somos Porto, mas espero que sejam apenas aperitivos. A nova grelha sai em Janeiro e espero mais Porto no Canal ;) Segue ainda uma crítica que tem que ser feita: o site www.portocanal.pt não poderia estar agora em remodelação; deviam ter avançado com esse trabalho há meses e ter colocado no ar a versão nova do site no dia 1 de Agosto, disponibilizando inclusivamente os conteúdos para visualização em diferido e partilha online. Ser Porto é querer sempre mais e melhor!! :)
Se a tudo isto somarmos os 5x0 de 1996, até há bem pouco tempo a minha partida favorita de sempre nas competições internas, acho que percebem a importância que tem para mim abrir a época com esta conquista e o quanto me custam as raras ocasiões em que a deixamos escapar. Este ano não me parecia provável que isso acontecesse, mas como no futebol nunca se sabe, uma pequena dose de nervoso miudinho viajou comigo para Aveiro.
O primeiro golo (um grande golo e bem cedinho, bem como eu gosto ;)) tranquilizou-me, mas sofrer o empate quando o adversário nada fez por merecê-lo redespertou a ansiedade. Fomos para o intervalo a vencer, mas a margem mínima é sempre desconfortável, e ao longo da segunda parte já roí as primeiras unhas da época – literalmente. Até porque o árbitro deixou bem claro nas suas acções que, surgindo a oportunidade, empurraria os vimaranenses para o empate. Só ao apito final pude suspirar de alívio e gritar de alegria. Está feito. 18ª Supertaça, 70º título oficial.
Repitam comigo: septuagésimo título oficial. Com este marco, todos aqueles que estavam em negação foram finalmente obrigados a assumir que somos a equipa mais titulada do futebol português. Já não há tacinhas amigáveis dos anos 50 que lhes valham, e já nem os seus pasquins semi-oficiais podem esconder a realidade. Já não é a velha questão de que nós temos "presente" mas eles têm "história": agora já temos oficialmente uma história mais rica do que qualquer outro clube português. Os números não mentem.
Foi esse espírito, essa mística, que nos catapultou para as estrondosas décadas de 80, 90 e 2000, e que ainda hoje nos define e distingue dos demais. É esse espírito que nos permite prevalecer num país desportivo ainda minado por muitas reminiscências dos tempos que já lá vão, ainda controlado e operado maioritariamente por adeptos de um clube específico que usam e abusam dos poderes e competências que lhes são confiados em seu benefício e nosso prejuízo. São 70 títulos em 90 anos, mas são acima de tudo 2 títulos na alvorada do futebol nacional, 10 títulos arrancados a ferros num contexto absurdamente hostil por jogadores que ficam na nossa história como verdadeiros heróis, e outros 58 títulos em três décadas e meia de incontestável superioridade, em condições ainda adversas mas não o suficiente para travarem a força do Dragão. 58 títulos em 35 anos. É mais do que um título e meio por ano – ou do que três títulos a cada dois anos. É quase sobre-humano. Já pararam hoje para pensar no privilégio que é ser adepto deste clube?
PS – Sobre o Porto Canal: gosto do Flash Porto e do Somos Porto, mas espero que sejam apenas aperitivos. A nova grelha sai em Janeiro e espero mais Porto no Canal ;) Segue ainda uma crítica que tem que ser feita: o site www.portocanal.pt não poderia estar agora em remodelação; deviam ter avançado com esse trabalho há meses e ter colocado no ar a versão nova do site no dia 1 de Agosto, disponibilizando inclusivamente os conteúdos para visualização em diferido e partilha online. Ser Porto é querer sempre mais e melhor!! :)
Excelente, excelente, excelente… como é habitual.
ResponderEliminarEnid, os 5-0 de 1996, na capoeira de Lisboa, não mais serão olvidados. Dum jogo que está permanentemente vivo na minha memória. Foi um “cataclismo” inesquecível. Mas os 3-1 da última época, para a Taça de Portugal, igualaram o efeito devastador no galinheiro e o júbilo nas hostes portistas. Inesquecível para quem viveu o momento esplendorosamente azul-e-branco!
Obrigado e beijinhos.
BIBÓ PORTO!
Tal como tu tb eu tenho um carinho especial por esta competição que costuma abrir a época.
ResponderEliminarE confirmo que estavas a roer as unhas, sim:)
Mas valeu a pena. Somos Porto!
é de facto muita taça; e é uma grande responsabilidade também. agora não podemos ser iguais ao que eles foram enquanto mais titulados: arrogantes e desprezíveis. temos de perceber com humilidade que para quem nunca ganha, e para quem de vez em quando pensa que pode ganhar, a frustração é grande... (lembro-me de na escola ter precebido como havia gente que odiava os que eram bons de mais no desporto (eu, p.ex.) só porque o eram.)
ResponderEliminarvamos celebrar e andar de cabeça levantada. com unhas roídas ou não; estes 70 já ninguém nos tira.
- em relação aos 48 anos e aos clubes da propaganda, queria só acrescentar que o Salazar não gostava de futebol,e, que a equipe do grande portugal continental e ultramarino era obviamente o malfica, e que a equipe do (pres.) Américo Tomás era o belenenses... não sei qual era o apoio à outra equipe de lisboa, mas pressinto que ela sempre foi a equipe dos viscondes, e nesse sentido não uma equipe dietamente do regime...
Off the topic:
ResponderEliminarO jornal A Bola perdeu a vergonha e enverga descaradamente a camisola encarnada!
Fui leitor de A Bola durante alguns anos no tempo do Vítor Santos. Nesse tempo ainda se podia ler este jornal desportivo porque então o enfeudamento ao SL Benfica era assim a modos que disfarçado. Hoje em dia tal já não acontece , grande parte dos jornalistas de A Bola vestiram a camisola encarnada e destilam descaradamente o seu ódio ao FC Porto, e, pasme-se já não basta denegrir a imagem dos Dragões, ainda há bem pouco tempo tentaram tambem denegrir a imagem da cidade do Porto, chamando-lhe (Palermo)uma cidade de delinquentes. Até onde vai chegar o despudor , o descaramento desta abjecta gente…?!
Somos Porto, sempre!
Obrigada pelos comentários :)
ResponderEliminarReine Margot, felizmente não vivi o antigo regime, mas para dizer que o scp era a segunda equipa do regime baseio-me no que vou lendo. Um dos primeiros episódios que me vem à memória é aquele do adiamento de um Porto x Sporting pela FPF porque o Travassos ficara retido em Madrid por causa do nevoeiro... Cesário Bonito insurgiu-se e foi irradiado! Seria talvez a influência dos viscondes, mas lá que eles também foram alvo de muitas benesses, creio não haver dúvidas.
Saudações Portistas!
Continuo a achar a taça eusebio mto mais importante! lol em todo o caso concordo que a Supertaça tem uma mística especial, como diz o outro "é a tal do gostinho especial"! ;)
ResponderEliminarConcordo com a crítica ao Porto Canal, mas ainda há mto camnho pra percorrer e vai ser um projecto vencedor, co só pode onde o FC Porto se mete!
Saudações
Como sabes não tenho grandes adjectivos para definir os teus posts! Mas desta vez vou comentar...
ResponderEliminarMas é um regalo ver o que escreves e sentir na tua escrita o que é amor ao F C PORTO.
Quanto ao rescaldo da época passada, uma verdadeira época de sonho.
Já no que diz respeito ao meu carinho especial pela Supertaça, desde que seja o PORTO a jogar é para Ganhar!
Os outros gajos devem estar a cozinhar mais uma taça qualquer.....hehehehehe
Enid, que posso eu dizer que já não te tenha dito, mais um delicioso post!;)
ResponderEliminarLucho para além de roer as unhas, tremia, eu até pensei que ela estava com frio, mas ela disse que não...,)
BIBÓ PORTO