FC PORTO-GUIMARÃES, 4-2
O FC Porto terminou a 1ª volta da Liga NOS na liderança. Em 17 jogos obteve 14 vitórias. Não conseguiu mais porque os homens das decisões inclinaram descaradamente o relvado e isso custou pontos. Na Vila das Aves foi um desses palcos mas a partir daí, o FC Porto sabe que não pode facilitar sob pena de se colocar a jeito e perder os pontos necessários essenciais para a conquista do campeonato.
Com mais pontos, melhor ataque, melhor defesa e líder desde o início da prova, o FC Porto teve que suar muito as estopinhas para levar de vencida um V. Guimarães que se apresentou muito bem no Dragão na 1ª parte do jogo.
Depois do jogo da última jornada, Sérgio Conceição apostou no mesmo onze com duas alterações: Reyes surgiu no lugar do castigado Felipe e Óliver apareceu na vaga de A. André. O espanhol entrou algo nervoso no jogo, bem como toda a equipa. Erraram muitos passes e mostraram-se muito sôfregos no ataque.
Ora os vimaranenses aproveitaram muito bem esta intranquilidade dos azuis-e-brancos e criaram algum perigo junto da baliza de José Sá. O FC Porto não conseguia chegar com perigo à baliza contrária e, nas vezes que ameaçou, o artista de serviço, fiel servil, fechou os olhos a faltas claras e grosseiras na área dos vitorianos.
Primeiro aos 10 minutos quando um defesa vimaranense não resistiu e decidiu testar a malha da camisola de Marega. Um puxão pelas costas que não arrancou a camisola mas quase que a despiu. Depois perto do final da primeira parte quando outro defesa da equipa forasteira agarrou e impediu que o maliano disputasse a bola dentro da grande área da equipa minhota.
Mas aos 20 minutos, quem se adiantou no marcador foi o V. Guimarães. Investida da equipa visitante na meia-direita do ataque e um cruzamento para a área portista onde surgiu Raphinha a antecipar-se ao "distraído" Ricardo Pereira e a bater José Sá.
Brahimi era o mais inconformado na equipa portista perante a desvantagem. Tentou remar contra a maré e o azar mas a equipa não correspondia. A equipa sentia-se atada, presa a uma teia e os jogadores não conseguiam encontrar o equilíbrio e o discernimento necessários para chegar à baliza contrária.
A terminar a primeira parte, o V. Guimarães tem razão de queixa de uma grande penalidade cometida por Corona mas o árbitro também nada assinalou. E eu pergunto: e o VAR? O que estava a fazer o artista do VAR? Três grandes penalidades na primeira parte e nem sequer uma intervenção para amostra. Para que serve este VAR? Para encher os bolsos de quem lá está a ver o jogo descansado e a comer fruta.
Ao intervalo, Sérgio Conceição foi fundamental na reacção da equipa na segunda parte. Manteve o mesmo onze, passou uma mensagem de tranquilidade e os jogadores pareceram transfigurados por completo. Logo aos cinco minutos da etapa complementar, Aboubakar deixou o aviso com um golpe de cabeça que obrigou o guarda-redes contrário à defesa da noite.
Sete minutos depois, Corona na direita fez um cruzamento com conta, peso e medida e Aboubakar no coração da área rematou para a baliza. Estava reposta um pouco da justiça no marcador. O Estádio entrou em ebulição e as bancadas entusiasmaram-se para o resto do jogo deixando de lado os menus e as pipocas dispensáveis.
Brahimi, depois de tanto trabalhar e batalhar na primeira parte, colocou o FC Porto na frente aos 62 minutos de jogo. A passe de Alex Telles, o argelino entrou na área, partiu os rins a um defesa contrário e bateu o guarda-redes veterano do V. Guimarães, picando-lhe a bola. Um golo só ao alcance de génios.
A partir daí, sentia-se que a vitória estava alcançada mas com estas coisas do VAR, nunca fiando. Por isso, o FC Porto continuou a carregar no acelerador. Hernâni, entrado para o lugar de Corona, teve uma das poucas investidas ao ataque e cruzou para a área contrária onde Marega cabeceou para a baliza dos visitantes. Estava decorridos 79 minutos de jogo. Quatro minutos volvidos, o maliano correspondeu muito bem a um cruzamento de Ricardo Pereira e estabeleceu o resultado em 4-1.
Marega, o patinho feio de outrora, foi substituído por Soares para os aplausos e M. Layún entraria, mais tarde, para a ala no lugar de Brahimi. Entretanto, surgiu o entusiasmo e a onda das bancadas com olés, pipocas e lanternas. O Dragão entrou na cantiga e na sequência de troca de bola na rectaguarda portista, um passe disparatado de Reyes fez com que Heldon entrasse na área e batesse José Sá pela segunda vez. Desnecessária esta desconcentração, promovida pelo adepto das vitórias e pelo adepto do assobio.
Antes de terminar, Soares, numa grande investida individual, isolou-se ainda antes do meio-campo e, quando chegou à área com dois companheiros desmarcados, atirou muito defeituoso contra Douglas. Na recarga, Aboubakar foi interceptado por um defesa contrário.
Nota final para mais uma miserável exibição da equipa da arbitragem, com a agravante de se tratar de um árbitro internacional e para um suposto VAR "cego" que continua a não ver os lances para que foi instituído. UMA VERGONHA! Vitória contra tudo, contra todos e contra o VAR!
Próxima paragem, em Moreira de Cónegos na Quinta-feira, para disputar o acesso às meias-finais da Taça de Portugal. A palavra de ordem é vencer e entrar com tudo desde o início para não estarmos sujeitos, desta vez não ao VAR mas à equipa de artistas que vai tomar decisões dentro de campo.
DECLARAÇÕES
Sérgio Conceição: “Não é fácil derrubar esta equipa”
Primeira parte/segunda parte
“A nossa primeira parte teve pouco do nosso ADN. Falhámos passes fáceis e no último terço faltou sempre clarividência para definir bem. Entrámos algo ansiosos e penso que em alguns momentos quisemos fazer as coisas demasiado rápido. Tive o intervalo mais fácil desde que sou o treinador do FC Porto. Corrigimos duas ou três coisas, mas, como já disse, tenho plena confiança nos meus jogadores. Não tive que dizer absolutamente nada, só que tenho mil por cento de confiança neles. Depois, a segunda parte, foi o que se viu. Fizemos quatro golos e podíamos ter feito mais.”
Estar em desvantagem não inibiu a equipa
“Acho que estar em desvantagem não condicionou o nosso jogo. Há dias em que as coisas acontecem assim, simplesmente não saem bem. Nós não pensamos muito no que os outros fazem. Temos consciência da equipa que temos e do coletivo que temos e sabíamos que, com o decorrer do jogo, as coisas iam acabar por surgir. Depois também há que contar com o adversário, que hoje se organizou bem. Foi uma vitória difícil, mas justa.”
Os ajustes ao intervalo
“O nosso início de construção de jogo não estava bem. Criávamos pouco jogo pelos corredores laterais e tínhamos muita gente dentro. O que mudámos na segunda parte foi que procurámos chegar mais vezes com vantagem ao último terço do campo, para aí criar dificuldades aos adversários.”
Já a olhar para a segunda volta
“Os pontos são sempre caros para nós. Temos consciência que queremos ter uma segunda volta ainda melhor do que a primeira. Temos 45 pontos, são muitos, mas isto ainda só vai a meio e temos que fazer mais e melhor. Mas não vai ser fácil derrubar esta equipa, porque é mesmo assim. Ainda hoje sofremos um golo que me parece em fora de jogo e temos um penálti não assinalado com o jogo em 0-0.”
O recado a Rui Vitória
“Nós somos um grupo verdadeiramente forte e não o digo só porque fica bem dizê-lo numa conferência. Eu digo o que sinto e não meto num dia o modo motivador e noutro dia o modo agressivo. Penso pela minha cabeça e não pela cabeça dos outros, pois já sou crescido, sou livre. Tudo que é o meu sentimento eu expresso, sem problema. Há pessoas que me fazem lembrar um boneco que o meu filho tem em casa, que não tem expressão e que assume formas de estar carregando-se num botão. Eu não sou assim.”
A motivação é o trabalho
“A nossa vitamina e a motivação é o trabalho. Não tem a ver com situações externas. O grito e a emoção são importantes, mas isso não chega, talvez chegue só para uma semana. O que nós temos feito é mais do que isso. Temos qualidade no trabalho...e falo de todos. Do departamento médico, à direção e, claro, dos jogadores.”
RESUMO DO JOGO
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