24 janeiro, 2018

O VAR DECIDIU, ESTÁ DECIDIDO.


SPORTING-FC PORTO, 0-0 (4-3 gp)

A segunda meia-final da presente edição da Taça da liga, lucílio, ctt, cerveja, o que lhe quiserem chamar, foi mais uma excelente propaganda para o VAR e seus pares. A continuar assim, iremos ter um VAR com óculos de graduação garrafal. Cada semana que passa, os erros e as vistas grossas aumentam e os artistas mantêm-se impávidos e serenos como se tudo estivesse normal.

Há poucos dias, reuniu a comissão de arbitragem com os clubes em Fátima, não fossem os padres faltar a um importante evento se tal reunião fosse agendada para o Porto, Vila Real ou outro lugar que o valha. O evento serviu para analisar a arbitragem e o VAR. Da tal reunião, os árbitros e o G15-3 terão saído muito satisfeitos com o balanço feito. Segundo eles, o VAR está a funcionar na plenitude e em quase 100% dos casos encontra-se a agir em conformidade. Se eles o dizem, quem somos nós para o contestar?

Não podemos ser obtusos ao ponto de colocar em causa toda esta gente que, pelo menos, nos últimos 4 anos ajuizaram e decidiram tudo em volta das competições a nível interno. Nós temos a mania que somos mais evoluídos e inteligentes que essa gente e que os erros que registámos são coisas das nossas cabeças apenas para implicar. Por isso e por outras situações, eu estou a pensar que deveremos, claramente, perder o jogo com o Estoril "na secretaria" porque os nossos adeptos são inequivocamente um bando de energúmenos que, por não saberem perder, invadiram o campo da Amoreira no intervalo do jogo com o Estoril. E depois ainda tiveram a distinta "lata" de inventar uma história mirabolante de que a bancada, onde se situavam a ver o jogo, estaria a ruir. Mas que mentes mais perversas!


Deixemo-nos de brincadeiras e de cinismos. Vamos ao que interessa e dizer as coisas tais como elas são. O VAR foi claramente decisivo para o desfecho do jogo desta noite entre Sporting e FC Porto. Tal como tem sido para vários jogos ao longo desta temporada. É hora de dar um murro na mesa e dizer basta. Não é tolerável continuarmos a assobiar para o lado e a permitir que incompetentes idiotas continuem a tomar decisões incríveis.

Em primeiro lugar, este jogo teve seis árbitros de campo: o principal, dois auxiliares nas linhas laterais, dois de baliza e um situado entre os bancos para controlar os mesmos e as substituições. Depois, ainda teve o VAR e o AVAR. Tanta gente para ajuizar e conduzir um jogo, não significa que a arbitragem irá ser melhor. Pelo contrário, pode ser um autêntico desastre.

Estavam decorridos os primeiros minutos de jogo, quando na conversão de um livre para a grande área, foi detectado por toda a gente que viu o jogo uma suposta grande penalidade contra o FC Porto. Danilo puxou e agarrou, de facto, Bas Dost dentro da grande área mas só as equipas de arbitragem e do VAR é que não viram qualquer infracção. Uma falta do tamanho dos clérigos. Não viu o árbitro, não viram os árbitros de baliza e não viu o VAR motivos para marcar grande penalidade.

Mas caso fosse assinalada falta de Danilo sobre Bas Dost, o VAR teria que saber analisar uma situação antes de decidir marcar pontapé de penalty. Teria que visualizar a jogada desde o início para verificar se havia ou não alguma infracção anterior. O VAR saberia analisar isso? Se calhar não saberia ou talvez soubesse. A comunicação social tão depressa a apontar esta falta grosseira de Danilo, não foi menos lesta a escamotear e a silenciar um fora-de-jogo de Bas Dost no momento em que Bruno Fernandes bateu o livre para a grande área.


O certo é que o jogo prosseguiu. Não foi assinalado qualquer fora-de-jogo e não foi marcada a grande penalidade por falta de Danilo sobre Bas Dost. Temos então o primeiro grande caso em que o VAR não soube avaliar como deveria ter avaliado.

O jogo prosseguiu. Nos primeiros 15 minutos, o Sporting teve algum ascendente sobre o meio-campo portista. Sem criar oportunidades de registo, excepto num lance em que Bruno Fernandes viu um remate ser interceptado por Alex Telles, a equipa azul-e-branca via o seu pêndulo do meio-campo lesionar-se sozinho. Danilo queixou-se da perna e foi imediatamente substituído por Óliver Torres.

Curiosamente, a entrada do espanhol coincidiu com a viragem do jogo. O FC Porto começou a equilibrar o jogo, a ganhar duelos no meio-campo e a ameaçar relativamente a baliza contrária. Sérgio Oliveira que aparece no onze nos jogos de maior exigência teve uma ou outra oportunidade para decidir melhor no último passe mas precipitou-se nas vezes em que se aproximou da baliza de Rui Patrício.

Até que aos 35 minutos, surge o segundo caso do VAR. Contra-ataque rápido do FC Porto com Brahimi a lançar em profundidade Sérgio Oliveira, este apertado, desmarcou Soares que o acompanhava e o brasileiro, que jogou no lugar de Aboubakar, abriu o marcador em Braga. Golo validado pelos árbitros de campo mas segundos depois o árbitro pede um momento. Recua na decisão e, perante instruções do VAR, anula o golo ao FC Porto.

Ora, no lance que vimos pela tv, ninguém no seu perfeito juízo pode determinar com certeza de que Soares está em fora-de-jogo, tal como ninguém pode afiançar que Soares estava em jogo.


A pergunta que eu deixo é a seguinte: como é que o VAR pode ajuizar um lance que mais ninguém pôde avaliar?

a) Estaria o VAR na posse de imagens a que mais ninguém teve acesso?

b) Terá o VAR acedido a imagens com as linhas que as tvs usam nas transmissões e que, por vezes, são colocadas no relvado para ajudar a perceber se há ou não fora-de-jogo?

c) Terá o VAR usado essas linhas que a FIFA e a UEFA recusam liminarmente por considerarem que não são altamente fiáveis?

d) Será que o VAR estaria a ouvir os idiotas da RTP que comentavam o jogo, tendo um deles afiançado e afirmado que Soares estaria, no mínimo, um metro em fora-de-jogo e por aí decidiu anular o golo?

Ninguém saberá com certeza em que é que Soares Dias se baseou para anular o golo. O certo é que a olho nú, ninguém pode dizer se Soares está ou não em fora-de-jogo.

Só um iluminado do Porto Canal, um tal de Perdigão, é que na sua análise pós-jogo viu um fora-de-jogo de Soares e entendeu que a decisão foi bem tomada. Mas quem é este sujeito, com suposto olho de falcão, para afirmar tal coisa? Sujeito esse que nem sequer foi capaz de analisar correctamente o lance na área portista entre Danilo e Bas Dost. E o que é que esse Perdigão está a fazer num canal que é um canal com ligações ao FC Porto e serve para defender os interesses do clube?


Dizem por aí que, alegadamente, esse Perdigão tem um bom "padrinho" dentro das estruturas do FC Porto. Não sei qual é a definição de "padrinho" neste contexto mas gostaria de saber. E também, alegadamente, representa o FC Porto nas reuniões de arbitragem. Não sei se corresponde ou não à verdade mas se for verdade, então o FC Porto está muito mal representado nessas reuniões. Não precisamos de nenhum Perdigão para analisar os lances dos nossos jogos porque esse sujeito faz análises completamente desajustadas, tendo já sido contestado várias vezes por outros companheiros de painel do programa. E para defender os nossos interesses nas reuniões de arbitragem, há com certeza pessoas que defendem muito melhor os nossos interesses do que este sujeito. Com este discurso, jamais. Como sócio, sinto-me envergonhado.

Voltando ao VAR, eu pergunto o que diz o protocolo do próprio VAR. Muito claramente diz que só em casos claros, flagrantes, de certeza é que o VAR deve intervir num lance destes de suposto fora-de-jogo e ajuizar em conformidade. Não foi o caso. Nem Soares Dias, nem Perdigão, de uma forma séria, podem dizer se foi ou não fora-de-jogo.

Posto isto, o VAR tem condições para continuar a actuar pelos relvados portugueses? Os senhores que lá estão, que visualizam e analisam as imagens têm condições para desempenhar as funções com esta responsabilidade? Tirem as vossas conclusões.

O jogo continuou com um nulo e com ambas as equipas a praticarem um jogo intenso, de luta, muito tácticas e com poucos espaços para a baliza.


A etapa complementar trouxe mais Porto. Os Dragões quiseram ganhar o jogo na segunda metade e mostraram isso em, praticamente, toda a segunda parte. Não obstante, o Sporting teve o lance mais perigoso ao enviar uma bola ao poste num cabeceamento de Coates. Os azuis-e-brancos, no entanto, tiveram algumas oportunidades.

Soares isolado rematou contra Rui Patrício mas o lance foi anulado por fora-de-jogo; Ricardo Pereira teve uma incursão à área contrária, no entanto, rematou à figura do guarda-redes contrário; Aboubakar, que substituiu Soares, interceptou uma bola no meio-campo e, precipitadamente, tentou o remate para a baliza; Waris, que se estreou, cabeceou ao lado; e Marega, no último lance de jogo, entrou na área pela direita e tomou a decisão de rematar quando tinha Brahimi completamente solto para atirar à baliza.

Sinal mais para o FC Porto, claramente mas este facto não chega para vencer jogos. Em três jogos com os eternos rivais, o FC Porto ficou-se sempre pelo "quase", apesar de todas as contrariedades e os malabarismos das arbitragens e do VAR. Os Dragões têm que, de uma vez por todas, não falhar nem comprometer na hora de decidir no momento de atirar à baliza. Os azuis-e-brancos terão que voltar a ter aquela mentalidade que tantas vitórias deram num passado não muito longínquo em que no momento das decisões raramente claudicavam.

Os jogos que virão em breve serão claros testes à capacidade de decisão desta equipa e serão um claro indicador de avaliação para atestar a capacidade mental da equipa e dos seus jogadores.


Não havendo golos (validados) ao fim de 90 minutos, recorreu-se à decisão do vencedor da partida através de grandes penalidades. Herrera, Aboubakar e Brahimi não fizeram a sua parte com competência e o Sporting acabou por ser mais feliz, vencendo o jogo por 4-3.

O FC Porto regressa à Liga NOS no próximo dia 30, dia em que vai jogar a Moreira de Cónegos mais uma jornada com vista a obtenção de mais três pontos essenciais na luta pelo título de campeão nacional.



DECLARAÇÕES

Sérgio Conceição: “Queremos ganhar o que ainda temos para jogar”

Um FC Porto superior
“Ainda não tive oportunidade de ver o golo. O jogo foi intenso, não bem jogado, em especial na primeira parte, porque houve pouco espaço. Tivemos o percalço da lesão do Danilo, que alterou um pouco a estratégia para o jogo: tive de puxar o Marega para a direita e o Sérgio para o meio, para apoiar o Herrera e Óliver. Mesmo assim houve um golo anulado e uma situação de perigo nossa e não me lembro de nenhuma deles. Na segunda parte entrámos fortes, o Sporting teve a bola parada que enviou ao poste e depois nós voltámos a criar situações de fazer golo. Penso que nos 90 minutos ninguém duvida que fomos a equipa que teve as melhores oportunidades. Depois, nas grandes penalidades, que não são lotaria nenhuma porque as trabalhamos, o Sporting foi mais competente.”


O “não” peso da derrota
“A derrota tem impacto. Claro que tem. Na revolta que nós sentimos e na vontade que temos em ganhar o campeonato, a Taça de Portugal e ir o mais longe possível na Liga dos Campeões. Sabemos que somos uma equipa forte, competitiva, e que vai querer ganhar as competições internas que temos para jogar.”

Lição para o futuro
“Vamos ter tempo de preparar esse jogo da melhor forma e saberemos o que fazer para fazer golos, que é o que falta. Em Alvalade tivemos uma mão cheia de oportunidades e hoje também tivemos algumas. Sabemos das fragilidades deles e vamos trabalhar nisso. Às vezes pecamos no último passe, é verdade, mas nestes dois jogos conseguimos criar e ter ascendente. Obviamente que o Sporting tem valor e qualidade.”



RESUMO DO JOGO

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