FC PORTO-AVES, 3-1
Aí esta a época 2018-19 oficialmente aberta.
Num jogo intenso, num dia de calor tórrido, assim se disputou a Supertaça “Cândido de Oliveira”, em Aveiro entre o FC Porto, campeão nacional, e o Desportivo das Aves, vencedor da Taça de Portugal. Quatro golos, muita intensidade, disputa useira e vezeira de lances à margem das leis pela parte do Aves e, no fim, o regresso aos títulos e mais uma actuação paroquial vergonhosa da família de padres.
Portanto, estamos, na nova época, de regresso aos velhos hábitos. Regresso às vitórias e regresso às encomendas de paróquia.
Preparem-se que este ano vai doer mais ainda. O polvo continua forte e bem vivo. Aparenta ter tudo controlado: comunicação social, arbitragem e órgãos do futebol português, num país onde tudo assobia para o lado e ninguém se atreve a mexer seja o que for. Vivemos num estado de direito?
O Estádio Municipal de Aveiro, um dos elefantes brancos deste país, pintou-se de azul-e-branco, pincelados por vermelho no topo norte do recinto. Disputou-se a 40.ª edição da Supertaça “Cândido de Oliveira”, com o FC Porto a vencer o seu 21º título na prova. O Dragão não vencia esta competição há cinco anos, época em que os azuis-e-brancos também jogaram neste estádio, diante do V. Guimarães.
Os Dragões apresentaram-se num 4x2x3x1, com Iker na baliza atrás da defesa habitual, o meio-campo com Octávio apoiado por Sérgio Oliveira e Herrera e o ataque com Brahimi e André Pereira (no lugar de Marega) no apoio a Aboubakar.
O FC Porto começou muito bem o jogo, na procura do golo. Com mais bola, com mais circulação, com mais intensidade, o Dragão encostou a equipa das Aves na sua zona defensiva. Nos minutos iniciais, a equipa portista teve uma grande oportunidade de inaugurar o marcador. André Pereira fugiu pela esquerda, cruzou atrasado e Aboubakar rematou forte ao canto da baliza com Beunardeau a responder com uma enorme defesa para a linha de fundo.
O Desportivo das Aves reagiu e começou a sair para o ataque a dois-três toques, de forma a chegar à baliza de Casillas em contra-golpe. Aos 14 minutos, um cruzamento para a área portista é aliviado para a entrada da área, onde o padre de serviço, com a perna, coloca a bola à disposição de Falcão e remata colocadíssimo, fora do alcance de Casillas. Estava aberto o marcador. À entrada inicial forte dos azuis-e-brancos, responderam os avenses com um golo.
O FC Porto reagiu na procura do empate. Continuou a pressionar e a criar espaços na defensiva contrária. Até que aos 25 minutos dava-se um pouco de justiça ao resultado. Combinação perfeita de Brahimi com Aboubakar, com o argelino a rematar por entre as pernas de Beunardeau.
A primeira parte mostrou-nos ainda duas oportunidades para o Desportivo das Aves. Primeiro com um cabeceamento para defesa apertada de Casillas, num lance em que a dupla de centrais ficou mal vista. E depois num remate a rasar o poste do guarda-redes espanhol.
A fechar o primeiro tempo, numa jogada soberba de Corona (substituiu Brahimi por lesão) na direita, a bola é cruzada para a área, Diogo Leite desvia para Felipe e Beunardeau segura o esférico em cima da linha.
No reatamento, os Dragões mostraram desde cedo que estavam ali para levar o troféu pela 21ª vez. Sentiu-se que a vitória seria uma questão de tempo, mas a bola ameaçava não entrar perante um tampão chamado Beunardeau.
Otávio desperdiçava uma oportunidade soberana dentro da área contrária com um remate fortíssimo à figura do Guarda-redes avense.
O FC Porto a ameaçar com golos feitos e o Aves “a dar lenha” perante a complacência vergonhosa, incompetente ou não, do condutor das leis deturpadas do jogo. Ignorância perante faltas claríssimas sobre jogadores do FC Porto e apito a funcionar, alto e bom som, para tudo o que caísse no relvado em tons de vermelho.
Para pintar ainda mais o cenário vergonhoso, Herrera em cima da área avense é agredido no sobrolho, numa falta grosseira e o homem do apito encravado manda seguir o jogo. Na sequência do lance, Sérgio Oliveira é admoestado com um cartão amarelo por falta sobre Braga e os ânimos ficam completamente exaltados.
Uma expulsão incrivelmente perdoada e outra sentenciada para Sérgio Conceição por reagir energicamente e por palavras, perante a vergonha a que se assistia. Estávamos com cerca de meia hora para cumprir. Brahimi, no primeiro tempo, tinha sido castigado com entradas a destempo dos jogadores do Aves e, no segundo tempo, Herrera e, mais tarde, Soares sofreram na pele a permissão de um sujeito que de árbitro só se for pela indumentária que veste e pelo apito que mete na boca.
Aos 67 minutos, Maxi Pereira combinou, na perfeição, com Otávio, entrou pela direita na área e rematou sem ângulo por entre as pernas do Guarda-redes do Aves. Estava operada a reviravolta no marcador. Aquilo que já toda a gente, com dois dedos de testa, via no estádio e na televisão.
A vantagem deu algum descanso e conforto ao FC Porto. Ficou mais tranquilo em campo e com mais espaço para explorar as costas da equipa da Vila das Aves. O treinador meteu a carne toda no assador e o FC Porto respondeu com Óliver e Soares para os lugares de André Pereira e Aboubakar.
O Desportivo das Aves jamais conseguiu ameaçar a baliza de Iker Casillas e os Dragões sentenciaram a partida num remate colocadíssimo de Corona de fora da área, com a bola a entrar junto ao poste da baliza de Beunardeau.
A justiça do resultado chegava a seis minutos do fim. Um bom jogo de futebol ficou manchado com as cenas lamentáveis promovidas e protagonizadas pelo elemento da partida que deve passar sempre despercebido.
O jogo terminou e depois veio a festa. Jogadores e restante comitiva chamados ao palco para receber as medalhas e mais uma taça erguida a caminho do Museu do FC Porto.
Destaques finais para a grande exibição do homem do jogo, Maxi Pereira, na manobra ofensiva da equipa e para o endiabrado Corona que, na esquerda, correspondeu, na perfeição, ao substituir o lesionado Brahimi. Herrera encheu o meio-campo e Aboubakar parece querer voltar aos melhores momentos. Por fim, André Pereira, até ver, poderá ser uma solução muito interessante para o FC Porto versão 2018-19.
Os azuis-e-brancos regressam à competição no próximo sábado com a recepção ao Desportivo de Chaves, jogo a contar para a 1ª Jornada da Liga NOS 2018-19.
DECLARAÇÕES
Jogadores destacam arranque de época vitorioso
Casillas
“Sofremos lesões e o nosso treinador foi expulso, por isso esta Supertaça saiu-nos cara, mas estamos contentes. Espero que os jogadores que saírem lesionados recuperem o mais rápido possível. Estou muito feliz pela conquista desta Supertaça, que é o meu segundo troféu pelo FC Porto.”
Maxi
“O golo foi graças à equipa, que fez um esforço muito grande. Felizmente consegui fazer um golo e estou muito contente por ter ajudado a equipa a conquistar mais um troféu.”
Felipe
“Falámos muito sobre este jogo. Era importantíssimo, mas sabíamos que era continuação do que fiemos o ano passado. Era importantíssimo, mas ganhámos. A nossa equipa estava bem preparada psicologicamente e sabíamos que o só jogo termina após 90 minutos.”
Diogo Leite
“Melhor não podia pedir. É um dia inesquecível do qual me orgulho muito.”
Alex Telles
“Todos são figuras importantes, todos aqueles que trabalham diariamente. Do guarda-redes ao roupeiro, toda a gente que trabalha em prol do FC Porto. Este troféu é merecido, pois só nós sabemos o quanto trabalhamos diariamente. Temos de lutar para conquistar o máximo de títulos possível. Tudo pode acontecer numa final como esta, mas o importante foi o espírito da equipa, que mostrou o quanto o FC Porto é grande.”
Herrera
“Estou muito feliz por esta conquista. Sabíamos que este título era importante para começarmos a época da melhor maneira. Estou muito feliz por ajudar a equipa e o clube, pois este clube está habituado a isto, a conquistar títulos. Sinto-me bem física e animicamente, com confiança. Essa confiança, devo-a ao mister. Tento trabalhar sempre de forma a não o desiludir e para que nunca deixe de confiar em mim. Esta equipa está habituada a jogar contra tudo e contra todos. Somos como uma família e é este caminho que nos vai levar a grandes vitórias e a grandes títulos.”
Óliver
“É um trabalho de toda a época passada. Começar esta a ganhar outra vez é muito bom. Estamos muito contentes pelos adeptos, por este mar azul, que voltou a ser muito importante. Não foi fácil. O Desportivo das Aves jogou muito bem, mas reagimos bem e somos justos vencedores.”
Corona
“Ambas as equipas queriam a taça, pois era só um jogo, mas creio que fomos superiores e melhorámos ao longo dos 90 minutos. Queríamos muito entrar com o pé direito e começar a época a ganhar. Quando fiz o golo, pensei na minha família. Desde que estou aqui, sempre fomos a equipa a abater, por isso temos de trabalhar para sermos ainda mais fortes esta época.”
Brahimi
“É um grande dia para nós. Queríamos começar a época com um título e conseguimo-lo. Queremos ganhar, ganhar e ganhar. Temos de nos acostumar a ganhar. Agora temos de continuar a trabalhar para melhorarmos e lutarmos pelos outros títulos. Estou a desfrutar do FC Porto e sinto-me feliz por ter conquistado mais um troféu pelo meu clube.”
André Pereira
“É sempre um prazer jogar com este símbolo ao peito. Foi especial por termos conquistado mais um título, que queríamos muito levar para o nosso Dragão. Tenho a confiança do mister e sei das minhas capacidades, por isso só tenho de fazer o meu trabalho para ajudar a equipa. Jogue dez ou 90 minutos, vou entrar sempre de alma e coração.”
Soares
“Senti um estalo no adutor e vi que não dava mais para continuar. Agora é recuperar bem e voltar o mais rápido possível. Estou feliz pela conquista de mais um troféu, que é o meu segundo no FC Porto. Que venham muitos mais.”
RESUMO DO JOGO
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