(Quase) tudo como dantes

[ post para ser lido com as colunas de som ligadas ]

Está quase tudo como dantes.
Numa semana em que, mais uma vez, se menosprezaram feitos históricos, a parangona dos média apontou, logo após o desastre do Partenon, os mil, duzentos e oitenta e nove dias (vai em extenso para ainda parecer mais!!!) sem alcançar a liderança.
Pois que se somem, pelo menos mais oito, e se substituiam as pré-preparadas capas já bafientas e meias roídas pelas traças pelas costumeiras acusações à arbitragem.
Mas nem tudo foi assim tão mau. É que fiquei, pelo menos, com parte do problemas dos presentes a oferecer resolvida.
Para aproveitar a taxa reduzida do IVA, vai seguir este para uns, este para uns outros e aproveitando ainda as promoções segue também este para quem tenha de evitar situações semelhantes a esta.
Claro, todos devidamente embrulhados em papel azul e branco.

E por falar em Natal, permitam-me recordar uma história, já aqui contada em Agosto de 2007 que, apesar de simples, continua actualizada.
Ora aqui vai:

Esta é uma história simples, tão simples como outra qualquer.
E como qualquer e toda a história, começa por 'Era uma vez' e pela vontade de alguém a escrever.

-"Ora bem, deixem-se lá de estórias e passem à história dessa história!", exclamaria o Tône.

Era uma vez um menino que quando questionado sobre o que queria ser quando fosse grande não hesitava em afirmar, com o seu sorriso traquina e covinha no queixo, que queria ser um grande jogador de futebol, ter na garagem um Ferrari cor de rosa choque e em casa uma loira natural, de formas perfeitas e com medidas proporcionais.
Uns anitos depois fomos encontrá-lo a jogar matrecos nas Fontainhas, aonde tinha chegado num Volvo alaranjado a gás natural dos STCP, a comentar activamente com a sua esposa o possível benefício da implantação de algumas (bastantes) gramas de silicone e da oxigenação dos pêlos que cobrem o couro cabeludo.
Ora esta é a tal história simples e dedicada a uns 6 milhões de Meninos Perdidos que continuam a viver os seus sonhos de infância. Persistem em viver na sua Terra do Nunca que continua pequena demais para a sua grandeza.

E porque o futuro não é mais o que era, continuam com um Peter Pan na sua versão Dumbesca, que nem sequer necessita de asitas para voar mas já não apita tanto como o que costumava apitar.
A Wendy, que já foi escritora, tem andado recatada, quiçá, a preparar o seu próximo manuscrito a ser utilizado como prova irrefutável por uma qualquer Comissão.
A novidade é uma fada Sininho nova que deixou de jogar à bola. É alvo de fortes aplausos quando assiste aos treinos, equipa agora de fato Armani e gravata de seda mas não perdeu o jeito de actuar nos túneis de acesso.
Têm também um Capitão Gancho novo. Este com sotaque Castelhano e considerado por muitos, um special one dos tempos modernos que... só quer ser primeiro em finais de Junho (daí o empate de ontem - diria o Rato).
E até o Barrica já duvida se a Liga dos Campeões kompensa(n).

Um bem-haja para estes Meninos pois já todos fomos, um dia, assim.
Seria até triste, muito triste e quase impossível imaginar a Terra do Nunca vazia de Meninos Perdidos que se recusam a crescer e que continuam a acreditar no seu Peter Pan.

É! O tempo muda mas está, quase, tudo como dantes.

Venham Mais Cinco My Music - by José Afonso