ELES ANDAM AÍ

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Como já por diversas ocasiões tive oportunidade de aqui dizer, vivemos num país onde o analfabetismo tem uma taxa elevadíssima e onde a partir do momento em que a televisão passou a ser a cores e a escolaridade uma obrigatoriedade o Futebol Clube do Porto passou a dominar o panorama desportivo. Ainda assim, a inveja e preocupação com a vida alheia continuam a controlar as mentes tugas mais atrasadas, pelo que o nosso sucesso continua a ser invejada, detestado, odiado, sempre atribuído a factores que não o trabalho, a classe e qualidade.

Felizmente que os olhos da Europa e do Mundo não se deixam toldar por esta cegueira bacoca e sem sentido que prolifera um pouco por todo o lado onde há um lampião ou um jornaleiro, pelo que por entre declarações isoladas de agentes desportivos ou meros amantes do desporto, por entre um ou outro artigo numa qualquer publicação desportiva de créditos firmados, somos frequentemente confrontados com elogios sobre a nossa estrutura, organização e percurso, discurso esse tão distante daquele que cá na terrinha estamos habituados.

Há muito que sabemos que a “máquina vermelha” montada no tempo de Salazar se baseia no controlo absoluto e manipulação da comunicação social enquanto factor de pressão sob todos os agentes desportivos, bem como o controlo absoluto das estruturas de decisão, sejam elas relacionadas com a arbitragem, disciplina ou federativas. Para finalizar a equação ficam a faltar os clubes “amigos”, aqueles que facilitam na hora de facilitar, aqueles que dão na hora de dar, aqueles que se calam na hora de calar.

Esta máquina asquerosa, nojenta, repugnante, que os levou durante décadas a dominar o desporto nacional, que fez com que perante a ausência de meios audiovisuais os escândalos se fossem avolumando sem o devido ênfase, e os registos para a posteridade fossem diminutos fruto da subserviência dos Alfredos Farinhas e dos Aurélios Márcios deste país à beira mar plantado e suas colónias africanas.

De 1982, foi como se tivesse havido um 25 de Abril desportivo, com Jorge Nuno Pinto da Costa a desencadear essa revolução, tendo José Maria Pedroto como principal mentor.

Como é óbvio, quando o poder instituído se sente ameaçado, combate, luta até ao fim, faz-se servir de todos os meios ao seu dispor para não sair da poltrona, um pouco à imagem do que temos visto Kadafi fazer na Líbia.....será coincidência tantas vezes se ouvir falar no “Kadafi dos Pneus”??? Sabem quem ele é?

Mas numa altura em que a democracia há muito reina, ás vezes até demais no nosso burgo político, eis senão quando a “máquina vermelha” dá cada vez maiores sinais de estar viva. Exemplos?

• JORNALISTAS SUBSERVIENTES QUE NÃO DENUNCIAM OS ESCÂNDALOS QUE VÃO OCORRENDO. O que seria de nós se 3m 4 jornadas, na 1.ª jornada tivéssemos marcado um golo em fora de jogo, na 2.ª jornada nos tivesse sido perdoado um penalti aos 87m com o jogo em 2-1, na 4.ª jornada tivéssemos beneficiado de 2 penaltis ridículos e 1 duvidoso, e nos tivessem perdoado uma penalidade? Bom, se tudo isto nos tivesse acontecido, já teria havido um programa especial na SIC Notícias para debater o tema, o record e a bola já não teriam tanta tinta e tantas fotos para colocar nas primeiras páginas. Assim, nada se passa!


• PRESIDENTES DE OUTROS CLUBES QUE COMEM E CALAM, MENOS CONTRA O FC PORTO. Alguém ouviu, mesmo que no seu português aos soluços, o presidente Milo do guimarães a falar no final da partida no estádio sem luz? Alguém ouviu o presidente Carlos Pereira do marítimo falar sobre o arquivamento do caso Kléber por nosso suposto aliciamento ao atleta, ele que até falou em ameaças de morte e que mostraria as provas que tem? Alguém voltou a ouvir o presidente o Setúbal a falar após ter insinuado que na época passada o seu jogador havia falhado propositadamente um penalti no Dragão nos descontos?


• ALMOÇOS “SECRETOS” PARA DEFINIR CANDIDATOS A ÓRGÃOS DE DECISÃO. O que seria se Jorge Nuno Pinto da Costa tivesse almoços com presidentes de outros clubes, já nem vou sublinhar o facto de serem supostos eternos rivais, para cozinhar candidatos à presidência da Federação Portuguesa de Futebol, ou até mesmo com presidentes de certos órgãos para lhe exigir a colocação de determinada pessoa um determinado posto à troca do seu apoio?

Servem estes exemplos apenas para mostrar que a máquina está viva e que isto se torna um ciclo vicioso, senão vejam: Influência decisiva na escolha dos órgãos de poder – consequentes ganhos conseguidos em campo através de erros de arbitragem – clubes subservientes que não se queixam desse prejuízo – imprensa que nada diz sobre os temas – opinião pública que não é esclarecida e alerta dos factos, menos quando são protagonizados pelo FCP.

Por tudo isto e muito mais, não contem comigo nunca para baixar a guarda contra esses carneiros menstruados que em breve devem ser recebidos no Dragão com o ódio que eles merecem que nós tenhamos deles, bem como devemos estar todos bem unidos, bem alertas, bem conscientes das manipulações que certos jornais e televisões tentam fazer a nosso respeito, como por exemplo o suposto mau ambiente que existe no nosso balneário.

Seguimos fortes dentro de campo, é importante também seguirmos fortes e alertas fora dele, pois os parasitas andam aí ao virar da esquina.

Até à próxima,
CARREGA PORTO

PS – A anedota da semana: “É pá, na houve três penaltes, é pá, mas si catro penaltes a nosse favor...”. Uma estátua para JJ!!!!!