O nosso amor é sem limites….

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Com o Porto sempre, pelo Porto tudo!

Mais uma extraordinária transferta que perdurará para sempre na nossa memória! Uma crónica seria pouco para descrever todas as vivências por que passámos ao longo de três maravilhosos dias, na companhia daqueles com que me sinto bem e com os quais me identifico a 100%, sempre com o intuito de apoiar o mágico Porto. Um modo de vida!

Ao contrário do que as notícias em Portugal faziam prever, o mágico FC Porto disputou na passada sexta-feira a Supertaça Europeia com o todo-poderoso Barcelona, de Pep Guardiola. A famosa equipa que é denominada como a melhor de todos os tempos. Pois, por mim também o é, mas se a melhor equipa de todos os tempos já é difícil de ser derrotada, imaginem agora com o constante benefício por parte das equipas de arbitragem. A dualidade de critérios é gritante e os “blaugrana” são constantemente favorecidos, ao abrigo da UEFA. Isto faz-me encher de orgulho da minha equipa, vim de lá com o sentimento de que demos tudo, que em muitos momentos fomos melhores e encostámos o Barcelona, mas que fomos escandalosamente roubados. É este o termo, roubados!! Para muitos, terá sido o reviver de 1984, em Basileia. Mas adiante, contarei então mais uma viagem deste grande grupo que respira FC Porto 24 horas por dia!

Quinta-feira, véspera do jogo, durante a tarde começam a chegar os primeiros de um grupo composto por quase 60 elementos. No local do costume, as bagagens iam sendo arrumadas e a ansiedade aumentava, à medida que se aproximava a hora de partir rumo ao principado do Mónaco!! Às 19h em ponto o autocarro arranca, completamente cheio. Estava iniciada mais uma deslocação!

As cervejas rolavam, os primeiros cânticos apareciam, as conversas cruzavam-se e o espírito era o mesmo de sempre, impecável!. E foi assim durante praticamente 24 horas. Uma das primeiras paragens foi em Vilar Formoso, hora de jantar. Numa estação de serviço, montámos banquete. Lá estavam alguns civis, nomeadamente um com a camisola da selecção nacional. Aparentemente tudo pacífico, até que chegou a hora de entrarmos novamente no autocarro, e o referido sujeito, quando já estávamos todos prontos para arrancar, dirige-se à sua viatura e troca a camisola da selecção nacional pela camisola dos lampiões, nitidamente como forma de provocação. Caldo entornado. Azar o dele que as portas do autocarro ainda não estavam fechadas, e foi preciso a intervenção da polícia espanhola (estávamos a poucos metros da fronteira) que apareceu de repente e o levou para dentro do estabelecimento. Este herói à distância aqueceu o pessoal, e as gargalhadas nas horas seguintes foram muitas.

O segundo episódio digno de registo foi quando às 3h30 da madrugada demos por nós no aeroporto de Barajas, em Madrid!!! “Mas que é que se passa? Porque viemos por aqui?” Interrogávamo-nos uns aos outros. Soubemos então que aquele desvio foi apenas para levarmos um dos motoristas, que ali tinha que ficar. Começámos então a fazer contas ao relógio, às centenas de kilómetros que faltavam para o destino, e o receio de não chegar a tempo aumentava. A uns dava para rir ironicamente, a outros nem por isso. O motorista não mais teve descanso, pois estava-se mesmo a ver o filme. Às 9h estávamos em Barcelona, onde tomámos o pequeno-almoço e vimos os primeiros adeptos espanhóis.

Às 13h ou 14h estávamos a 500km do Mónaco!!! O autocarro era obrigado a fazer pausas de vez em quando, obviamente, e também por obrigação não ultrapassava os 100 km/h. Aí íamos suspirando e rezando para que não apanhássemos trânsito. O tempo ia passando, e percebíamos que íamos chegar mesmo em cima do apito inicial. Atingimos Nice já passava das 18h e entrámos definitivamente no Mónaco às 19h, um dia depois de sair do Dragão!!! Não é para qualquer um!

Mónaco, lugar espectacular sobre o Mediterrâneo, lindíssimo! Fomos encaminhados pela polícia para uma garagem onde ficavam os autocarros que transportavam os ultras do campeão, e pelo caminho ainda resistimos a uma pedrada de um artista espanhol, que nem lascou o vidro. Às 19h15 saímos do autocarro, pegámos no material e encaminhámos para o estádio. Pelo caminho, tomámos contas das ruas com cânticos dedicados ao FC Porto. Entrámos no estádio cerca de um quarto de hora antes do jogo começar, tinha valido a pena tamanha corrida! Bandeira montada, curva azul e branca de fazer inveja. Estádio pequenino, mas impressionou-me bastante o número de portistas presentes. Se os espanhóis estavam em maioria, a diferença era minúscula. Atrás da baliza defendida por Hélton durante a primeira parte ficaram as nossas claques, os Super Dragões e o Colectivo. Muito material presente no estádio Louis II, onde para além das faixas principais, eram visíveis as dos núcleos, assim como muitas bandeiras gigantes, estandartes e o tradicional bombo. Mostrámos à Europa que também somos fortes na bancada!

Do outro lado ficaram os catalães. Bancada completamente cheia, onde o destaque naturalmente tem que ser dado às três “tochadas” que fizeram, uma à entrada das equipas, e as outras duas nos golos. Não muito diversificados nos cânticos, não perderam a oportunidade de malhar nos castelhanos, já na segunda parte.

O golo de Messi originou uma escaramuça num dos pontos da bancada onde estávamos instalados, quando um catalão decidiu erguer uma bandeira e festejar em alto e bom som. A polícia serenou os ânimos.

Durante a partida bom espectáculo de um lado e do outro. Notei uma excelente interacção entre os ultras do FC Porto e os adeptos ditos normais, que também puxavam pela equipa em certos momentos.

No final, derrotados mas de cabeça bem levantada, porque nem sequer caímos. A equipa fez questão de vir agradecer o nosso esforço, e os adeptos retribuíam com uma estrondosa ovação. O reconhecimento de parte a parte é merecidíssimo, é excelente que eles saibam aquilo por que passamos para estar ali, e também o contrário, nós sabermos que eles deram tudo o que puderam. O porco Platini, fez a sua vontade e entregou a taça ao Barcelona. Injustamente, aos olhares da Europa inteira.

Sei que hei-de lá voltar, ali ou noutro lugar, porque este troféu quero ver o Porto conquistar!!

Saímos do estádio, exaustos, novamente em direcção ao autocarro, que nos levou até Nice, onde iríamos pernoitar. Mais de 50 Dragões “tomaram de assalto” um hotel no centro de Nice, outra cidade magnífica. Hora de nos refrescarmos, que bem merecíamos, e cerca de uma hora mais tarde, já passava da meia-noite, voltámos a encontrar-nos à porta do hotel.

Andámos então pelas ruas de Nice, numa espécie de passeio turístico, e ao mesmo tempo à procura de um sítio onde pudéssemos comer. Às 3h da manhã o termómetro de uma das farmácias apontava 25ºC. O FC Porto está sempre presente em nós, e fizemos questão de o mostrar a quem também passeava naquelas ruas à mesma hora, que diga-se, não era muita gente. Vimos o centro de Nice e recolhemos aos quartos, pois necessitávamos urgentemente de uma boa noite de sono, na horizontal e sem os barulhos de um motor nos ouvidos.

Dormimos pouco, mas bem. Sábado, levantámo-nos, tomámos o pequeno-almoço e decidimos ir até ao Mónaco novamente, desta vez de comboio e para conhecer bem o principado! Lá passámos o dia todo, almoçámos, passeámos de um lado para o outro, fomos até à porta do mítico Casino Monte Carlo e até deu para andar de barco no Mar Mediterrâneo. Ao final da tarde regressámos a Nice e à nossa espera tínhamos o autocarro! Estava na hora das despedidas a terras francesas e iniciar mais uma longa viagem… até casa!

Mais uma viagem de longas e longas horas, praticamente sem pregar olho. Tudo pelo FC Porto! Marselha, Montpellier e Toulouse viram-nos passar durante a madrugada, até entrarmos em Espanha, desta vez, pelo País Basco, o que permitiu que a viagem se realizasse em menos duas ou três do que à ida. E numa viagem de tantas centenas de kilómetros, isso faz toda a diferença. Engana-se quem está pensar que foi um martírio lá dentro. Connosco a festa é sempre rija, não há volta a dar. As paragens foram as mínimas necessárias. Pouco depois da hora de almoço, no Domingo, entrámos em Portugal. Passámos Chaves em direcção à Invicta e às 16h avistámos o estádio do Dragão! Como é bom voltar a casa, e estava assim finalizada uma aventura fantástica, para contar um dia aos netos!

Amamos o nosso clube, quer ele ganhe, quer ele perca, e apoiamo-lo em qualquer circunstância. Por isso mesmo… até dia 6 na Marinha Grande!!!



Para terminar deixo-vos aqui um vídeo do Colectivo, filmado a partir da bancada central, que demonstra bem a força da claque, assim como de todos os ultras presentes no Mónaco!!

SÓ OS MAIS FORTES SOBREVIVEM, NÓS SEREMOS ETERNOS!

Um abraço ultra.