Transformações anatómicas

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Há muitos que o futebol português vive um fenómeno doentio que só a ajuda de um psiquiatra consegue explicar. Eu admito que não tenho competência técnica, nem prática para o avaliar. Porque os problemas médicos do foro psicológico fogem do meu alcance.

Na realidade o FC Porto não tem adversários internos há já muitos anos. De vez em quando lá perde um campeonato devido a epifenómenos (coisas muito raras e de difícil explicação) como contratar uma criatura como Octávio Machado ou despedir um treinador italiano 15 dias depois de o contratar, mas na realidade a força do FC Porto é muito superior a todas as raridades e imprevistos que acontecem no futebol português. Por tudo isso, o FC Porto venceu 7 campeonatos nos últimos 10, mais não sei quantas taças e supertaças (tantas que já lhe perdi a conta), para não falar do retumbante sucesso europeu consubstanciado em 2 Ligas Europa e 1 Liga dos Campeões (e este ano o pote 1 da Liga dos Campeões junto de todos os outros tubarões).

Voltando ao tal fenómeno doentio refiro-me claramente ao clube mais ridículo do futebol português. Já perdi a conta de tantas e tantas coisas ridículas por parte de um clube que se diz o rival mais directo do FC Porto. Este fim-de-semana apenas assistimos a mais umas dessas coisas ridículas.

O clube mais ridículo do futebol português presidido pelo pateta-mor que há uns anos disse “serem mais importantes os lugares na Liga do que bons jogadores” teve este fim-de-semana ao seu dispor 3 grandes penalidades em pouco mais de meia hora. Segundo o analfabeto de serviço, ainda ficou mais um por marcar. Claro seriam 4 grandes penalidades, com um pouco mais de jeitinho, seriam umas 7 grandes penalidades a favor.

Quando na 1ª jornada, Sapunaru sofreu um agarrão pelo pescoço (vulgarmente designado como gravata) punido por grande penalidade, logo se levantaram imensas vozes (como a do analfabeto de serviço) de que aquele até poderia ser penaltie mas que noutro jogo nunca seria assinalado e que penalties daqueles raramente são marcados. Claro, quando um penaltie é assinalado a favor do FC Porto há sempre qualquer argumento, por mais estapafúrdio que possa ser, que ensombra a marcação do mesmo. Como vi escrito há uns tempos, desde 1893 que não deve ter havido nenhum penaltie justo a favor do FC Porto. Todos fruto de uma aldrabice tremenda, bem em contraste com a pureza comovente que se vive para os lados do sul.

Em contraste com a gritaria e acima de tudo a forma cuidada e ínfima como foi analisado esse lance de Sapunaru, o que decerto iremos assistir agora da parte da inefável comunicação social é um completo silêncio sobre 2 das 3 grandes penalidades assinaladas a favor daquele clube. O que se assistiu foi a uma espécie de transformarão anatómica, ou seja, uma cabeça e uma barriga transformados em braço. Mais uma vez, esta transformação anatómica só pode ser explicada por um médico.

Por fim, penso que não seria mal pensada a ajuda de um médico (pode ser de qualquer especialidade) para explicar o porquê de um golo em fora de jogo (de nolito na 1ª jornada), um penaltie perdoado (do feirense na 2ª jornada no estádio da referida agremiação) e de 2 penalties frutos de transformações anatómicas não merecem a gritaria que aconteceu o ano passado numa época em que a superioridade do FC Porto foi tão evidente quanto esmagadora. Também gostaria de saber se agora o sr. presidente da comissão de arbitragem vem, bem ajoelhado ao clube que sempre foi e será do regime, fazer uma analise detalhada às arbitragens do primeiros jogos da Liga?!?!