Sem VONTADE dos jogadores, não há treinador que resista!

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Apoel FC 2-1 FC Porto

UEFA Champions League, Grupo G, 4ª jornada
1 de Novembro de 2011
Estádio GSP, em Nicósia
Assistência: 22.301 espectadores

Árbitro: Gianluca Rocchi (Itália).
Assistentes: Luca Maggiani e Elenito Di Liberatore.
Quarto árbitro: Andrea Gervasoni.
Assistentes adicionais: Mauro Bergonzi e Andrea De Marco.

APOEL: Pardo; Poursaitides, Oliveira, Paulo Jorge e Soloumou; Hélio Pinto, Nuno Morais e Manduca; Charalambides «cap.», Ailton e Tricovski.
Substituições: Ailton por Jahic (77m), Tricovski por Solari (85m) e Manduca por Alexandrou (90m+2).
Não utilizados: Kissas, Kaká, Belaid e Satsias.
Treinador: Ivan Jovanovic.

FC PORTO: Helton «cap.»; Fucile, Rolando, Mangala e Alvaro Pereira; Fernando, João Moutinho e Belluschi; Hulk, Kléber e Varela.
Substituições: Fernando por Guarín (60m), Varela por James (60m) e Belluschi por Defour (76m).
Não utilizados: Bracalli, Djalma, Sapunaru e Otamendi.
Treinador: Vítor Pereira.

Ao intervalo: 1-0.

Marcadores: Ailton (42m, g.p.), Hulk (89m, g.p.) e Manduca (90m).

Disciplina: cartão amarelo para Varela (3m), Mangala (42m), Poursaitides (62m), Manduca (76m) e Charalambides (90m+2).

Há muito tempo que não escrevia as crónicas dos nossos jogos, no entanto neste espaço de tempo de ausência, sempre que pude vi o Porto a jogar. O que ando a dizer há algum tempo é que a equipa não joga não porque não saiba, mas porque me parece triste, sem vontade, sem terem a cabeça aqui. Hoje foi mais que notório em quase toda a equipa. Eu estou sem vontade de escrever hoje, mas lá tem que ser, assumi um compromisso e tenho de o cumprir. Acontece o mesmo com os jogadores do Porto, ou não…

Se fosse hoje escrever tudo o que me apetecia, não seria boa ideia!

Como sabem também sou treinador de miúdos de 12 anos e quem também o é, ou já foi, perceberá certamente aquilo que direi agora! Por muito bons que sejam os nossos atletas, se a vontade, o crer, a ambição não estiveram lá, os que seriam menos fortes, irão ser melhores, a cada minuto, a cada lance, em cada jogo. Jogadores que já passaram no nosso campeonato e que não tinham espaço por cá, hoje ganharam os duelos individuais a todos os jogadores do Porto. Como?

Vamos ao jogo… após uma exibição mais positiva no último jogo na passada 6ª feira, esperávamos, na consequência nova vitória e boa exibição do Dragão. E se o Zenit já tinha ganho durante a tarde ao Shakhtar, a vitória de hoje tornava-se ainda mais importante, a derrota tudo a perder.

Vítor Pereira voltou a mexer no 11 inicial, Fucile regressou à equipa tal como Moutinho e Kléber. Deu a ideia que íamos ter um jogo completamente dominado pela nossa equipa, não podia ser de outra forma, os primeiros minutos disseram isso mesmo mas foi fogo-de-vista. Se tínhamos momentos em que a circulação de bola se fazia com qualidade, logo a seguir um mau passe fazia a diferença pela negativa. Ao longo do tempo fomos deixando de ser capazes de ter bola, porque não existiu mobilidade em nenhum jogador que tem de fazer movimentos de ruptura, coberturas ofensivas e criação de espaços para a entrada de colegas nos espaços vazios. E jogando parados, mal posicionados, no momento de perda de bola estávamos demasiado expostos às transições e contra-ataques dos cipriotas, com velocidade na linha. Um caos hoje a lateral esquerda com Álvaro Pereira a voltar a estar uma nódoa.

Ainda assim numa jogada individual de Hulk nasceu o primeiro lance de algum perigo para a baliza do Apoel. Remate violento, mas à figura do guarda-redes. 2 minutos depois, cruzamento da esquerda do ataque cipriota e Aílton a chegar de cabeça onde Mangala não chegou com o pé… o resultado foi grande defesa de Hélton para o poste. Até ao final da 1ª parte foi um chorrilho de asneiras do Porto a resultar em constantes maus passes, recepções e abordagens às jogadas negativas, permitindo aos jogadores da casa ganharem lances individuais sobre mais que um jogador azul e branco. Num desses lances a ponta de lança brasileiro Aílson passa por rolando e ao passar por Mangala levou um toque ou provocou-o e penalty convertido da melhor maneira pelo brasileiro levando o Porto em desvantagem para o intervalo desde o minuto 41.

Para a 2ª metade da partida necessitávamos de reagir de imediato à desvantagem e esperava-se um Porto muito melhor, com mais ambição do que apenas deixar correr o relógio que daqui a pouco a bola entra… mas isso não é tão simples quanto isso! É preciso correr atrás das coisas que muito queremos e a equipa não, não foi capaz!

Foi uma réplica da 1ª parte até aos 60minutos, altura em que surgem as primeiras alterações operadas por VP. Dupla substituição, saindo Varela e Fernando, curiosamente os dois melhores em campo até ao momento, entrando para os seus lugares Guarin e James. A verdade é que o Porto melhorou a partir daqui ficando com Guarin e Moutinho mais posicionados na frente da defesa, enquanto Belluschi e James ganharam liberdade para as acções ofensivas. A consequência foi mais dinâmica e estivemos mais perto da área mas no momento da decisão foi terrível, cruzamentos sempre maus, remates longe do alvo e perigo foi zero.

As abébias defensivas continuaram e sem o polvo ficou mais dificil de ter os equilíbrios para metermos os laterais sem correr riscos em zonas mais avançadas do terreno. Kléber esteve sempre a lutar muito mas não podemos pedir muito mais a um PL que não tem uma bola em condições na área… nem Falcao fazia golos assim.

Até que chegamos ao minuto 88, onde James Rodriguez conseguiu iludir o árbitro levando-o a apontar para a marca de grande penalidade. Hulk chamado a converter não falhou e empatou a partida. Parecia que com tão pouco tempo para jogar o resultado final era este, esperando no entanto uma reacção muito forte em busca de novo golo pela parte do Porto. O que aconteceu foi completa displicência na recuperação defensiva e com apenas 3 jogadores contra 6 do porto num lance simples de bola nas costas o Apoel consegue fazer o 2-1 com que acabaria o encontro.

Com aquela que era apontada como a equipa mais frágil do grupo fizemos 1 ponto, a questão é que eles foram uma equipa e nós não. Não merecemos passar a fase de grupos!

Vou expor alguns comentários que fui encontrando por aí…

“A verdade é que a culpa não é só do treinador, há muitos jogadores que deveriam ter saído e não se dedicam neste momento nem 1% ao Nosso Clube. Obviamente o treinador também não ajuda e de momento seria a opção mais "simples" de tentar mudar alguma coisa. Pelo menos um murro tem de bater em alguma mesa.”

“Não gostam do treinador e não querem correr dizem antes…”

“Não andam agora a brincar com ninguém nem com a camisola que tem!”

É isso mesmo… respeitem ao menos a camisola que vestem e que vos paga! Mesmo não gostando do treinador ou que não encontrem a motivação com ele!

Notas positivas: Poucas ou nenhumas, talvez Mangala com raça e determinação mesmo errando algumas vezes e Fernando.

Notas menos boas: Zero oportunidades de golo.

Melhor em campo: Fernando

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DECLARAÇÕES

Vítor Pereira

Primeira parte muito competitiva
"Um jogo complicado, já estávamos à espera, muito competitivo na primeira parte mas não muito bem jogado. Entramos bem organizados, com vontade, com crer, mas não conseguimos no último terço colocar a bola no sítio certo. O APOEL fez o golo daquela forma".

Segunda parte completamente diferente
"A segunda parte foi completamente diferente, conseguimos circular, tivemos situações, trabalhámos muito, conseguimos fazer o 1-1 e depois uma equipa com a experiência da nossa tem de nestes momentos serenar e não se deixar levar emocionalmente e garantir pelo menos o empate que faria uma diferença grande".

Penalizados no final
"Trabalhámos muito, quisemos vencer, terá sido isso até que nos complicou. Quisemos ganhar depois do 1-1, caracteriza um bocadinho a nossa alma, mas há momentos, como este, em que é preciso usar mais a cabeça. Fomos penalizados, mas o resultado não traduz em nada o que se passou em jogo. Ainda dependemos de nós, temos de vencer os dois próximos jogos para nos qualificarmos".

Hulk

"É frustrante para nós"
"Lutamos até ao fim, acho que sofremos um primeiro golo em que não foi penalti, o segundo em fora de jogo. É frustrante para nós, que lutamos bastante, mas temos de levantar a cabeça. Infelizmente não correu bem, está difícil a situação, mas não está impossível. Temos de tentar ganhar os dois jogos que faltam".

James

"Temos de pensar no que se segue"
"Na segunda parte fomos mais agressivos, é uma derrota que nos custa muito. Acho que merecíamos mais. Estamos tristes, é uma derrota, mas temos de pensar no que se segue, temos um jogo sábado, temos de vencer".

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RESUMO DO JOGO