Não há táctica que resista!

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Não há táctica que resista quando os jogadores não correm. A garra que o ano passado nos valeu tantos sucessos esfumou-se. Quem viu os últimos jogos, constatou que os nossos rapazes são sombras daquilo que já foram. Culpa? Dos próprios jogadores, claro está. Temos um grupo (salvo raro excepções) que acha que já ganhou tudo em termos desportivos e que acha que não ganha nada em termos financeiros. Desmotivados e vaidosos vão para o campo por obrigação e não por paixão. Têm medo de "meter o pé" porque lesionados já não interessam aos senhor Abramovhic e a outros milionários que tais. No meio disto tudo, Vítor Pereira tenta fazer passar uma mensagem, mas o telintar do vil metal impede os jogadores de ouvir.

Os rapazes ainda não perceberam que o tempo de festejar à sombra dos sucessos da temporada 2010/2011 já passou. Ganhos passados não garantem ganhos futuros. Este é tempo de trabalho e não de saudosismos. Para que possamos ter motivos para vestir o fato de gala é preciso vestir agora o fato-de-macaco.

Quando vejo a nossa equipa em campo fico com a sensação de que eles só estão à espera que chegue Dezembro para se irem embora. No meio disto tudo, o nosso treinador é um mero peão perante jogadores de ego tão grande. Ironicamente, Villas-Boas que foi responsável por uma época de tantas alegrias é também o principal culpado por este início de época tão tristonho. Ao sair da maneira como saiu, o Dragão de Ouro treinador 2010 não só fragilizou a imagem da estrutura perante a equipa como abriu a porta para que atrás fossem jogadores como Falcao, Hulk, Moutinho, Alvaro Pereira, Guarín, Fernando. Deste todos, só foi um. Os outros? Esses ficaram contrariados e estão a demorar a assentar a cabeça no lugar.

Permitam-me uma pequena analepse. Quando o professor Jesualdo Ferreira perdeu o campeonato 2009/2010 lembro-me que não o culpei por isso. Todos sabemos que naquele ano houve a saída simultânea de Lisandro-Lucho (que marcaram uma geração no Porto) e o afastamento forjado de Hulk durante 9 jornadas. Qualquer pessoa minimanete racional sabe que o professor Jesualdo Ferreira foi impotente a tudo isso. Independentemente dos sucessos que vieram depois, não vociferei contra o excelente trabalho que Jesualdo Ferreira fez durante quatro anos de Porto. Quando as coisas correm mal devemos esforçar-nos por analisar os motivos do insucesso em vez de criticar cegamente o treinador. É mais fácil arranjar um bode expiatório em vez de reflectir sobre o que está mal.

Dito isto, queria só concluir que enquanto os nossos jogadores entrarem em campo com esta atitude não poderei avaliar o trabalho de Vítor Pereira. Certamente, que o mister não os manda entrar em campo macambúzios. Assim sendo, independentemente do que venha a acontecer, recuso-me a deitar a culpa toda para um treinador que tenta motivar jogadores enquanto estes acham que estão acima de um clube que eu amo e que todos os portistas amam. Somos o maior clube do mundo e se alguém achar que a camisola é demasiado pequena para o seu tamanho, a porta de saída é a mesma da entrada. Agora, vamos ao trabalho e honrem o emblema que carregam ao peito!