02 setembro, 2012

"A win is always a win"

http://bibo-porto-carago.blogspot.com/

SC Olhanense 2-3 FC Porto

Liga 2012/13, 3.ª jornada.
1 de Setembro de 2012.
Estádio do Algarve, em Faro/Loulé.
Assistência: 9.498 espectadores.


Árbitro: João Ferreira (Setúbal).
Assistentes: Luís Ramos e Pais António.

SC OLHANENSE: Ricardo; Luís Filipe, Vasco Fernandes, Maurício e Babanco; Fernando Alexandre e Jander; Invanildo, Rui Duarte e Abdi; Yontcha.
Substituições: Yontcha por Targino (55m), Ivanildo por David Silva (67m).
Não utilizados: Bruno Veríssimo, Nuno Reis, Nuno Piloto, Rui Sampaio, Nuno Silva.
Treinador: Sérgio Conceição.

FC PORTO: Helton; Danilo, Maicon, Otamendi e Alex Sandro; Lucho, Defour e João Moutinho; Hulk, Jackson Martinez e Atsu.
Substituições: Atsu por James Rodriguez (36m), Lucho por Varela (68m), Defour por Castro (79m).
Não utilizados: Fabiano, Kleber, Miguel Lopes e Mangala.
Treinador: Vítor Pereira.

Ao intervalo: 1-1.

Marcadores: Abdi (14m), James Rodriguez (43m), Jackson Martinez (49m), Hulk (73m), Targino (86m).

Cartões amarelos: Alex Sandro (15m) Fernando Alexandre (20m), Abdi (27m).

O título que escolhi para estas crónicas refere-se a noites como a de hoje.
Actualmente já não será como nos tempos do Mestre Pedroto, mas uma ida ao Sul obriga sempre a camioneta a passar a ponte.

Ao contrário dos anos 60 e 70, não entramos a perder 2-0, é certo.
Mas juntemos à deslocação a terras mouriscas um treinador escola Porto com raça e ambição, polvilhe-se com uma equipa aguerrida, deite-se-lhe uma pitada de violência, um árbitro com critério largo a fazer vista grossa a entradas assassinas, enfeite-se com um central brasileiro estilo anos oitenta, regue-se com um relvado a dificultar a recepção e progressão com bola, condimente-se com um guarda-redes a querer mostrar serviço, finalize-se com um trinco lesionado, leve-se ao forno no dia pós fecho de mercado e temos a receita ideal para uma noite de pesadelo.

A estratégia dos de Olhão foi bem montada. Desde cedo ficou patente que seria difícil aos desequilibradores azuis e brancos receberem a bola sem alguém por perto a morder-lhes os calcanhares. Não foi sem surpresa que vimos Hulk, diversas vezes, a vir receber a bola de costas perto da linha de meio-campo. O golo dos visitados, sem ser justo, não soou estranho. E fez, desagradavelmente, lembrar Fernando... aquela zona costuma ser varrida por ele.

O que Sérgio Conceição não contava era com a alma e o espírito guerreiro do Dragão, especialmente presentes em jogadores como Maicon, Alex Sandro, Moutinho,e Hulk. O que eu não contava - vide crónica anterior - era com a classe e a magia de James. O que muitos portistas também não contavam foi com o jogo de cintura de Vítor Pereira, que cedo descortinou as bandas laterais complicadas para os seus extremos e num ápice retirou Atsu e lançou James para a zona do camisola 10, entregando o flanco esquerdo ao atrevimento, ao veneno e à sacanagem de Alex Sandro.

A equipa já estava a subir de rendimento. Com a entrada de James em jogo, a Olhanense foi encostada definitivamente às cordas e James tratou de aplicar o primeiro punch, com um golo repleto de classe.

O início da segunda metade foi verdadeiramente diabólico. Toques curtos e rápidos, tabelas fulminantes, pressão alta em todo o campo, passes imprevisíveis (Moutinho e Lucho a darem cartas nestes capítulos) e surge o uppercut de Jackson Martinez, a responder da melhor forma ao passe magistral de James. O KO materializou-se no míssil de Hulk, de potência verdadeiramente assustadora, a fuzilar Ricardo com toda a fúria. Para trás tinha ficado um festival de oportunidades perdidas e várias combinações interessantes. A única nota negativa, a meu ver, prende-se com a apatia de Danilo na lateral direita, demasiado preso lá atrás, denotando demasiadas vezes não estar adaptado à posição, derivando para o meio quando devia investir na linha lateral e na linha de fundo. Miguel Lopes à espreita...

Mas voltando ao "Incrível", há coisas que não se conseguem esconder. Ele e Moutinho suspiraram de alívio pelo fecho do mercado. Quem joga assim no dia 1 de Setembro é porque está de corpo inteiro no clube. Foi essa a resposta cabal que ambos deram ao discurso de Vítor Pereira na antevisão do jogo. Sair por sair não é com eles e, atendendo às propostas que apareceram, foi notório que preferiam a Invicta. Nós por cá agradecemos o privilégio.

O 2x3 final e a forma como acabamos o jogo (a tremer) não faz justiça ao que se passou no Algarve. O Porto foi mandão e dominador durante a esmagadora maioria do tempo regulamentar, revelando uma máquina já algo oleada. Vítor Pereira parece estar a corrigir os erros da temporada passada. Isso nota-se não só na aposta de James no centro do terreno, mas também no avanço de Lucho no relvado, situando-se mais próximo da baliza adversária, onde costuma fazer a diferença ora assistindo ora finalizando. O erro de Castro acaba, parece-me, por dar um travo amargo a esta vitória.

No entanto, como me disse um amigo meu, portista dos quatro costados, por SMS logo após o final do jogo: "a win is always a win".



DECLARAÇÕES

Vítor Pereira

“Gostei de praticamente todo o jogo, à excepção dos dois minutos finais. Com o segundo golo, os jogadores do Olhanense acreditaram, cresceram e nós ficamos intranquilos e sentimos dificuldades. Não conseguimos ter a bola, segurar, agir bem, circular, e passamos por algumas dificuldades nos momentos finais. Mas é nas dificuldades que se vêem os campeões e hoje mostramos, mais uma vez, que mesmo a perder, conseguimos dar a volta e vencer.”

“Começámos a perder, mas virámos para 3-1 com muita qualidade e com união, num campo extremamente difícil. Lembro que no ano passado perdemos dois pontos com este Olhanense. Estou satisfeito com o resultado desta noite e, como disse, com a maior parte do tempo de jogo, à excepção dos minutos finais, que temos de rever, reflectir e corrigir.”

“A entrada do James? A partir do momento em que o Olhanense está em vantagem não existe espaço ou profundidade e é preciso um jogador diferente. O Atsu precisa e gosta de espaço para explorar o seu jogo rápido, de velocidade. James é um jogador mais de toque e decisão. Entre linhas, faz a diferença. Entrou muito bem no jogo e trouxe-nos essa qualidade em termos de posse de bola, que, juntamente com os colegas, permitiu virar o resultado.”

“Estamos muito satisfeitos por ter cá Hulk e Moutinho. Se a equipa não estivesse totalmente focada no jogo, de corpo e alma, não conseguia fazer isto, dar a volta ao resultado e garantir a vitória naqueles minutos finais. Fizemos o nosso trajecto e ganhámos com justiça, mas ainda é muito cedo para o 1.º lugar significar alguma coisa.”

Hulk

“Estamos felizes por este resultado positivo. Sabíamos que íamos ter dificuldades aqui, até pelo que aconteceu no ano passado. Tínhamos de entrar concentrados. Entramos a perder, mas a equipa não desistiu e conseguiu dar a volta. Sofremos um pouco no final, mas faz parte. O mister está de fora e vê o jogo de forma diferente; ao intervalo explicou-nos o que estavamos a fazer de errado, nós escutamos os conselhos e conseguimos virar o jogo. Todos os jogos são importantes e para sermos campeões não podemos perder pontos em jogos difíceis como este.”

“Como todos sabem, tenho mais quatro anos de contrato com o FC Porto. Estou bem, sou bicampeão nacional e espero ser tricampeão. Se ficasse desiludido por não ter saído, não tinha vindo para o jogo... Estou feliz, estou num grande clube da Europa e quero ganhar mais títulos com o FC Porto.”



RESUMO DO JOGO

6 comentários:

  1. danilo zero nada, e eficaz a defender, algo me diz que o VP nao o deixa subir, ja tinha acontecido antes.

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  2. o que se passou no fim com o Sergio Con....?

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  3. Quem diz Danilo = Zero não tem a mínima noção do que se passa no relvado.

    Além de estar (muito) longe da melhor forma, é obrigado a subir menos que o LE por ordens de VP (o ano passado era a mesma coisa) e, quando subiu, nunca respeitaram a sua desmarcação, não lhe devolvendo a bola.

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  4. Witsel, Rodrigo e Gaitán

    Anzhi nega proposta por trio das águias

    Clube russo publicou um comunicado no sítio oficial no qual garante não estar interessado nos jogadores, depois de ter sido noticiada uma proposta de 90 milhões.

    O Anzhi desmente, através de um comunicado publicado no sítio oficial do clube russo, ter feito qualquer proposta ao Benfica para a contratação de Witsel, Rodrigo e Gaitán.

    Recorde-se que foi avançada a informação de que o Benfica teria recebido uma proposta de 90 milhões de euros para a transferência dos três jogadores.

    O Anzhi, um clube poderoso financeiramente, e que tem, entre outros, jogadores como Eto'o no plantel, assegura que não tem interesse nos jogadores do Benfica mencionados. in OJOGO

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  5. @JP; eu nem preciso k o Danilo suba pelo seu flanco nos jogos fora,ja me contentava k conseguisse nao ser enxovalhado por tal jogador de expressao futebolistica desconhecida da Somalia k actuava por relvados Hungaros...Totalmente insipiente Danilo na manobra de jogo dos Azuis e brancos ontem no jogo em Olhão!!Já alguem dizia "eu nao percebo nada de futebol", mas com Miguel Lopes o FCP é bem mais consistente nas acções defensivas sobretudo em jogos deste cariz onde os adversarios fazem da verticalidade e objectividade a velocidade dos seus homens do flanco!!!

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