29 maio, 2015

APELO.

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Assistimos a um final de época desapontante.

Não soubemos ganhar na Madeira, não soubemos ganhar na Luz e não soubemos ganhar em Belém.

É curioso como entrámos para as últimas jornadas separados por uma distância mínima – apenas três pontos – mas nunca fomos capazes de transmitir ou transparecer uma efetiva convicção de que aqueles pontos eram recuperáveis.

Nervos, disparos do treinador para tudo e para todos, jogos mal conseguidos.

Não se sentia, pelo menos eu nunca senti, a equipa com capacidade, sobretudo anímica, para dar a volta e roubar o título à turma de encarnado.

E agora?

Agora, Lope ficou.

A escolha, por parte do Presidente, demonstra uma confiança inabalável no treinador, mas é arriscada.

O início da próxima época vai ser fulcral, uma vez que a margem de erro e de tolerância será vizinha do zero.

A união de todos (treinador com a equipa, direcção com a equipa e treinador e adeptos com todos) será, por isso, um peça mais do que fundamental - sem a qual o castelo ruirá ao primeiro empate ou derrota.

Dirão: mas para haver união, necessário se torna que todos remem para o mesmo lado.

Respondo: antes disso, é imprescindível saber para onde e por quem se rema.

Nesse sentido, aqui fica um conjunto de perguntas, cuja resposta se impõe (e isto não é apenas um chavão ou frase feita, entendo mesmo que o Presidente deveria prestar estes esclarecimentos aos adeptos):
  • Por que razão a estrutura não saiu em defensa da equipa e do treinador, deixando o técnico sozinho no terreno de combate comunicacional?
  • Essa postura manter-se-á na próxima época?
  • O treinador continuará a ter a, pelo menos aparente, total liberdade para contratar jogadores?
  • Helton renova ou não e, em caso negativo, por que motivo?
  • Em face da quase inexistente transição de jogadores das equipas secundárias para a equipa principal e a falência da denominada Visão 611, qual o modelo a adotar nos próximos anos em relação à formação e à equipa B?
  • Qual o modelo de gestão a adotar nos próximos anos para equilibrar as contas (aposta na formação, encerramento de mais modalidades ou secções, diminuição do tecto salarial e etc.)?
  • Quais as verdadeiras relações com os clubes da segunda circular?
  • Qual é a visão a médio–longo prazo (5 anos) para o projeto Porto Canal?
  • Qual o papel reservado no futuro para as várias individualidades (agentes, comissionistas, representantes e etc.) que gravitam em torno do FCPorto?
  • Quais serão as medidas a adotar com vista a blindar o balneário e a estrutura (dantes, vendiam-se jornais com as contratações dos clubes de Lisboa que acabavam no FCPorto sem nunca se fazer reportagens ou capas sobre o interesse dos azuis e brancos; hoje em dia, semanas ou mesmo meses antes de assinarem contrato, já tudo de sabe e tudo se comenta)?
Antes do jogo jogado, das equipas entrarem em campo e do apito se ouvir, parece-me que o universo FCPorto tem de se unir em torno de um projeto credível, objetivo e claro.

A sensação com que fico é que, nos últimos tempos, deixámos de perceber para onde querem levar o clube, circunstância que causa uma natural dessintonia entre adeptos, direção e equipa.

Digam-nos, com clareza e retidão, para onde vamos, que nós, pelo FCPorto, caminharemos, todos juntos, sem sequer olhar para trás, até onde for preciso.

Fica o apelo de fim de temporada.

Pedro Ferreira de Sousa

3 comentários:

  1. Digam-nos com clareza e verdade... Não precisamos de mais nada... Só de verdade, de uma equipa unida e vencedora, sem medo e sem nenhum complexo de inferioridade... SOMOS PORTO e temos que sabber sê-lo, mas para tanto temos que saber com o que contar: excelente post, com o qual concordo em absoluto!

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  2. Sim caro Pedro
    Está nas nossas mãos questionar a Direcção. Aquilo que devemos evitar é o que se passou no último mês: Portistas contra Portistas. Já passei por isso há muitos anos e os resultados desportivos só apareceram 19 anos depois.
    Abraço

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  3. William Wallace30 maio, 2015



    As questões colocadas são MUITO pertinentes mas têm lugar próprio : uma Assembleia Geral de sócios, mexam-se e façam-na.

    Não é pela net que se debatem questões de fundo.



    P.S. - Não sou sócio

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