02 janeiro, 2009

Jesualdo em grande entrevista

"Há meio País a fazer força para que o FC Porto não seja campeão"

"Temos consciência de que somos candidatos às quatro provas que existem no nosso calendário: Liga dos Campeões, Liga, Taça da Liga e Taça de Portugal. Somos o único clube em Portugal nessas condições..."

"... iniciámos a construção de uma nova equipa com a entrada de vários jogadores que projectam o FC Porto como um clube que tem uma filosofia clara: é um clube formador..."

"Alguém disse que eu endureci o meu discurso e que apontava baterias a quem me criticava. Não é nada disso. Ou eu me calo e não respondo às perguntas que me fazem, ou se responder, tenho de ser sério, não posso estar com meias palavras. E assim, ao fim destes quase três anos de FC Porto, percebo que é mais difícil recolher críticas positivas aqui do que noutros clubes. Também percebo que, aqui, para ter reconhecimento e merecer críticas positivas, temos de ganhar muitas vezes seguidas, demonstrando a nossa capacidade para lá de qualquer dúvida razoável ou, às vezes, nada razoável. Em caso de dúvida, o FC Porto, o seu treinador e os seus jogadores são criticados. Apenas quando a qualidade é demasiado evidente, quando os resultados não deixam margem para dúvidas, apenas nessa altura é que pronto, vá lá, com algum esforço, se reconhece qualidade e mérito a esta equipa. E não me digam que não sei do que falo e que não conheço quem são as pessoas que estão na comunicação social. Somos gente que se conhece."

"... numa determinada altura desta temporada, o facto de o FC Porto estar mal deu muito jeito e serviu para esconder outras coisas. Quando a equipa começou a ficar melhor, começou a ser um pouco mais aborrecida e eu passei a ser um treinador agressivo. Porque quando perco, até sou um tipo simpático."

"É evidente que anda meio País a fazer força para que o FC Porto não seja campeão. Não sei se é cansaço pelos três títulos do FC Porto, não sei se é por haver só um lugar na Champions, não sei se é porque se fizeram investimentos demasiado ambiciosos ou se é porque algumas pessoas novas têm qualquer coisa para provar, mas sei que há aquilo que posso descrever como uma grande preocupação com a necessidade de alternância democrática no primeiro lugar."

"É pelo menos tão favorito (ao título) como os outros e tem um trunfo importante nas mãos: depende apenas de si próprio para o conseguir. Serão as nossas competências a ditar o campeão e isso dá-nos alguma tranquilidade porque confiamos muito no nosso trabalho."

"FC Porto está sempre no mercado"

"O FC Porto procura sempre melhorar as suas equipas. O que tem é uma política definida em relação a isso. Todos percebemos que o mercado de Inverno não é um mercado rico. Entendemos que, escolher bem, escolhe-se em Junho e Julho. É nessa altura que se formam as equipas e também não concordo que se possam reforçar muito em Janeiro... A única vantagem é a possibilidade de proceder a contratações cirúrgicas depois de se perceber onde escasseiam as soluções. Mas, para isso, é preciso que haja um trabalho de observação muito cuidado, que haja matéria-prima para o fazer e que haja capacidade financeira para o fazer. Para fazer coisas que não cumprem estes requisitos, mais vale não fazer e resolver os problemas com os recursos que já temos no plantel."

"Não posso dizer que o Stepanov ou o Bolatti falharam ou que não têm capacidade suficiente para jogar no FC Porto porque não tiveram oportunidades suficientes para o demonstrar. Bolatti não falhou. Na última época, o Bolatti não jogou por culpa do Paulo Assunção e este ano, quando entendíamos que o Bolatti poderia jogar, surgiu o Fernando que lhe retirou novamente essa possibilidade. O Stepanov passou por um processo semelhante. Agora, jogadores com as qualidades que ambos têm, precisam é de jogar o que podem fazer com mais frequência noutras equipas. Não são, por isso, jogadores que damos por perdidos."

"É muito complicado encontrar bons laterais, para a esquerda, mas também para a direita. Basta olhar para a Selecção Nacional para o percebermos. Aliás, olhando de relance para os três grandes, percebe-se a dificuldade que existe para conseguir jogadores ao nível das exigências de um lateral. Ora, para mim, como o nome indica, um defesa-lateral é, antes de mais, um defesa. A sua primeira função é defender bem. A maior parte das pessoas, costuma avaliá-los pela sua capacidade para atacar, mas eu não faço isso. Na minha concepção de jogo ofensivo, é importante que os laterais também consigam ser jogadores com capacidades ofensivas. Ora, defender bem e atacar bem não é fácil para jogador nenhum. Depois há mercados, como o Brasil e a Argentina, que potenciam um determinado tipo de lateral que só sabe atacar. E esses não me servem. É verdade que somos mais sensibilizados por alguém que ataca bem, até porque defender é muito aborrecido, mas a verdade é que há defesas que não gostam de defender e isso não pode ser. Aliás, para uma equipa atingir a maturidade precisa de perceber que só consegue atacar bem defendendo bem. Considerando tudo isto, e considerando a especificidade da função do lateral, que tem de defender e de atacar muito bem, é natural que sejam jogadores muito difíceis de encontrar."

"O Benítez ataca bem, tem noções ofensivas boas, mas que não tinha, sob o ponto de vista defensivo, a estruturação táctica que os defesas na Europa têm de ter. E por isso mesmo sentiu dificuldades na adaptação a essas exigências. Como de resto teve também o Fucile, apesar de já ninguém se lembrar disso. Ele também chegou com 21 anos e não conseguiu fazer de imediato aquilo que é capaz de fazer agora. O Bosingwa também não, também ele levou muitos anos para se fixar a lateral e preencher os requisitos da função."

"O Sapunaru tem condições físicas óptimas, apesar de não ser muito rápido. Não é um jogador de explosão, mas é um jogador de ritmo elevado. Tem ainda algumas dificuldades no posicionamento defensivo e é um jogador que, sob o ponto de vista emocional, se desestabilizou em determinada altura. Mas tem todas as condições para vir a ser um grande lateral. No entanto, o Sapunaru está resguardado, porque tinha de ser protegido. Como outros estão resguardados para poderem escapar às críticas e análises negativas que se fazem permanentemente aos jogadores que entram no FC Porto e não conseguem imediatamente comer a bola."

"Ainda bem que o Hulk é individualista"

"para mim é apenas uma solução e uma solução óptima. E digo mais: ainda bem que é individualista. Agora, é preciso perceber que há uma diferença entre ser individualista e ser egoísta e o Hulk não é egoísta... O Hulk veio para o FC Porto porque revelou ter três qualidades importantes: é potente, é corajoso, capaz de assumir o jogo, e finalmente generoso... Agora, é verdade que tinha sobre o jogo táctico um conceito diferente do nosso e por isso foi necessário integrá-lo, ensiná-lo a ele a jogar para a equipa e à equipa a jogar para ele, mas sem nunca o fazer perder as suas características individuais. Era uma perfeita idiotice pedir ao Hulk para não correr com a bola, para não chutar, para não enfrentar os adversários, para não correr 30 metros com a bola. Seria uma perfeita idiotice pedir-lhe isso, mas também seria uma idiotice não o integrar nos nossos métodos."

"Está muito longe de ser um jogador definitivo e nem sequer é muito fácil prever o que vai ser. Agora, tem todas as condições para se tornar num fenómeno, num verdadeiro fora-de-série. Vamos ver como as coisas vão correr."

"O Lisandro é um jogador único. Ele fez uma evolução como avançado - e eu prefiro chamar-lhe avançado a chamar-lhe ponta-de-lança - fantástica nos últimos anos. Se as pessoas pudessem comparar o Lisandro de agora com o Lisandro que chegou ao FC Porto perceberiam as diferenças. É um jogador ímpar, que por tudo o que adquiriu em termos de competências técnicas e tácticas, não pode ser referenciado como um simples ponta-de-lança, é um jogador global. Tem condições excelentes para ser um avançado em qualquer posição do ataque e nem sequer é como ponta-de-lança que se torna mais importante. Ele é importante jogando e jogando sempre. Aquilo que espero dele neste momento não é o mesmo que lhe pedi no primeiro ano, em que jogava encostado à ala. Neste momento, com tudo o que aprendeu na última época, ele conhece todas as acções ofensivas naqueles 68 metros de largura por 50 de profundidade que tem o ataque. E é útil em cada um desses metros."

"O Cristian está muito longe do jogador que pode vir a ser. Até porque na própria cabeça dele está algo indefinido o jogador que poderá ser. Há quem diga que ele é forte por fora, há quem diga que ele é mais forte por dentro, há quem diga que ele podia ser um médio interior-esquerdo muito bom. Eu não partilho de nenhuma dessas visões em particular. Acho que tem um potencial enorme, que transmite uma agressividade e uma profundidade ao jogo muito grande, não é um organizador, nem um jogador de passe. É um jogador à procura de identidade que deixa a equipa ainda um pouco na expectativa sobre qual a melhor forma de explorar as suas qualidades. Numa primeira fase começou mais adiantado, agora joga mais atrás. Joga dentro da linha de médios para poder ganhar vantagem nos confrontos individuais, jogando para a frente. Mas continua à procura da sua identidade... É um jogador em fase de afirmação, insisto. É um excelente batedor de livres, como se viu no Estrela. Nem ele sabia disso e vai começar a percebê-lo agora. Já era forte nas bolas paradas e no jogo aéreo e penso que pode ser mais ainda. É um jogador à procura do seu espaço e ele é que vai dar os indicadores de tudo o que pode ser porque, convém lembrar, só tem 23 anos."

"Sinto-me muito confortável no FC Porto"

"Sinto-me muito cómodo aqui e muito confortável naquilo que estou a fazer... A minha atenção e concentração está virada para os jogos que temos em Janeiro e não tenho tempo para pensar em mais nada. Não tenho nenhuma obsessão. Para fazer o trabalho até ao final do ano, estou muito cómodo aqui, porque gosto de estar no FC Porto. O que vem a seguir, não sei."

"Queremos a Taça de Portugal"

"... com uma importância acrescida pelo importante prémio monetário que envolve agora. Até que enfim, a prova dita rainha do futebol português é tratada com a dignidade que merece e, como é natural, o FC Porto quer ganhar esse título. A Taça da Liga, sem lhe retirar nenhum do prestígio que já atingiu, ainda é uma competição em fase de afirmação. Será a forma como conseguir evoluir que vai determinar a sua importância a prazo, embora seja nosso objectivo também vencer nessa frente."

"Não só a Taça, as Taças todas, as provas com essas características. Não tenho uma explicação para esse fenómeno. Ou melhor, tenho para a derrota na Taça de Portugal do ano passado. Quando chegámos à final, grande parte da motivação, do espírito colectivo, da capacidade física e da concentração já lá não estava. O Sporting brigou até à última jornada para garantir o segundo lugar, nós fomos campeões a cinco jornadas do fim e isso fez a diferença naquele jogo."

"Quaresma não é melhor jogador no Inter"

"Se ele se arrependeu, não sei porque nunca mais falei com ele e não li nenhuma declaração dele nesse sentido ou no sentido oposto. Pessoalmente, foi uma situação que nenhum treinador gosta. Ter um jogador nas condições psicológicas em que ele estava, perante a eventualidade de sair ou não sair por questões que não tinham nada a vez com o treinador, mas com o que são as leis do mercado... enquanto ele não definisse a sua situação claramente, não era opção e não jogava. Não fazia sentido estar a contar com um jogador e estar à espera de um rendimento que eu sabia que ele não era capaz de dar. Mais do que isso, não iria estar a tapar outros jogadores, limitando-lhes a evolução e a consolidação da própria equipa para gastar energias com um jogador que estava desmotivado e de saída."

"O que foi dito por toda a gente é que ele iria para Itália para ser melhor jogador do que alguma vez tinha sido no FC Porto. Espero que venha a ser, mas até agora parece-me claramente que não é esse o caso."

"Não vou tirar o Lucho só para agradar à crítica"

"No ano passado o Lucho jogava por trás de uma linha de três avançados e, a dada altura da época, em Novembro, passou a ser um jogador de entrelinha, entre o meio-campo e o ataque. Como é um jogador muito inteligente, que percebe o jogo muito bem e que faz tudo o que lhe pedem - e não conheci muitos jogadores deste nível com essa humildade - ganhou uma série de rotinas que a própria equipa lhe permitiu ter. Ora, este ano, o Lucho nunca teve uma equipa estável e essa intranquilidade da equipa transmitiu-se a ele, sendo acentuada depois pela necessidade de uma reorganização táctica. E ele passou a jogar mais como médio interior, com um futebol muito vertical, mais parecido com o que tinha feito no meu primeiro ano de FC Porto. Uma readaptação que lhe custou e que ainda se ressentiu dos maus momentos da equipa, porque ele é um jogador muito sério, que não gosta de perder e que se fortalece com os bons momentos da equipa e enfraquece com os maus. Admito que com o crescimento da equipa registado nos últimos tempos, ele volte ao seu melhor rendimento."

"Não, não o tiro. Ou melhor, não tenho tirado e não vou tirar apenas porque as pessoas acham que o devo fazer ou para agradar a alguém. A responsabilidade é minha e a decisão também tem de ser minha e como sou eu que decido, enquanto eu entender que o Lucho, mesmo com um rendimento menor, é mais importante para a equipa do que outro jogador, vou mantê-lo a ele em campo."

"Foi um momento menos bom (de Hélton) que, infelizmente, coincidiu com um momento menos bom da equipa. Às vezes ficar resguardado algum tempo é bom para todos. E foi bom para o Helton e para a própria equipa. No ano passado, o trajecto da equipa não valorizou muito os jogadores individualmente porque foi tão forte que apagou algumas individualidades. Este ano aconteceu o contrário, e os erros individuais de alguns jogadores tornaram-se mais evidentes especialmente no caso daqueles que no ano anterior tiveram um bom rendimento, como foi o caso do Helton."

"2009 é um excelente ano para ir longe na Champions"

"Na hierarquia das competições, a Liga dos Campeões vem logo a seguir ao campeonato na importância que tem para o FC Porto, nomeadamente ao nível do que é o prestígio internacional do clube. Acrescente-se a isso as questões de natureza financeira, que são fundamentais para o clube, e o facto de até para os jogadores ser uma prova importante. Sendo mais curta e muito mediatizada, é uma prova na qual os jogadores apostam muito e onde vão sempre um pouco mais além em termos de entrega."

"Aquilo que tenho visto do Atlético de Madrid tem sido na perspectiva do adepto de futebol... A partir de agora, terei oportunidade de observá-los de uma forma mais meticulosa, mas aquilo que me parece é que o Atlético tem uma equipa boa com excelentes jogadores."

"É um excelente ano para tentar ir mais longe (além dos oitavos-de-final). Não me parece que a filosofia do Atlético seja a mesma do FC Porto. Eles investiram muito forte na equipa enquanto nós temos uma filosofia de formação, como já referi. Eles jogam muito no campeonato, mas dificilmente o ganharão, pelo que parte da sua aposta para esta temporada passa por uma boa carreira na Liga dos Campeões onde não é certo que possam jogar na próxima época. Mas o FC Porto tem condições para discutir a eliminatória, até porque venceu o seu grupo."

"Creio que o FC Porto só duas vezes conseguiu passar para lá dos oitavos-de-final e numa delas foi campeão europeu. Creio que a frequência com que o FC Porto chega aos oitavos-de-final da Champions integrando o grupo das melhores 16 equipas europeias prova o estofo, o trabalho e a qualidade deste clube. O facto de lhe ser tão difícil ir mais além, prova o enorme fosso que existe entre a capacidade das oito melhores equipas europeias e as restantes onde se integra o FC Porto."

"Equipa? Para já ganhei alguns jogadores"

"Este ano as críticas foram de facto muitas, foram muito fortes e não pouparam ninguém. Atingiram os jogadores que já cá estavam, os que chegaram de novo e, como é costume, também atingiram o treinador. Quem perceber o que é o FC Porto, e é importante que pelo menos os adeptos do FC Porto percebam isso, porque os críticos têm as suas próprias agendas, mas a família, a nação portista deve perceber o que é o FC Porto e que o FC Porto é isto, é a formação constante. Quando os assobios e a instabilidade se manifestam devem ter uma base pedagógica diferente, porque são jogadores novos que se querem afirmar e que precisam de ambiente para o fazer. O ambiente de exigência competitiva neste clube já é alto, se lhe juntarmos um ambiente hostil social e emocionalmente, não vamos conseguir ter jogadores. E a nação portista precisa de perceber isso."

"Ainda não ganhei uma equipa. Para já ganhei alguns jogadores. A equipa estamos a construí-la com esses jogadores, capazes de jogar a qualquer momento."

"... mas tenho de sorrir quando recordo o que diziam do Fernando no início da temporada. Aliás, a dada altura, os críticos disseram que levei muito tempo a escolher o trinco, a perceber que o Fernando era o trinco. Curiosamente o Fernando jogou na Luz na segunda jornada do campeonato, num jogo de grande carga emocional. Jogou ele e o Rolando e o Tomás Costa e o Guarín na segunda parte. Foram corajosos eles e fomos corajosos nós, mas é nesses momentos que se ganham e perdem batalhas e nós ganhámos logo aí o Fernando e o Rolando. E o Fernando só falhou a primeira jornada, com o Belenenses, porque estava castigado. É só um detalhe, mas é revelador da leveza com que é feita alguma crítica. E aquilo que é preocupante para mim é a forma como os adeptos do FC Porto ouvem essas críticas e as tomam como suas."

"Neste momento acho que o FC Porto tem um conjunto de 20 a 22 jogadores que podem entrar a qualquer momento e ser opção em qualquer das quatro competições que vão preencher o nosso calendário."

# entrevista exclusiva publicada na edição do dia 01Jan2009 do jornal O Jogo.

8 comentários:

  1. Em primeiro lugar adoro o vosso blog!!!
    Agora, não quero parecer mal educado, pois não é essa a minha intenção, mas os equipamentos que têm alí deste ano não foram tirados do meu blog?
    respondam por favor
    cumprimentos,
    http://gaspar-sda.blogspot.com

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  2. "Há meio País a fazer força para que o FC Porto não seja campeão"


    Uma mensagem de confiança absoluta. Na conversa que teve com O JOGO, em jeito de introdução a 2008, o treinador bicampeão fala dos jogadores, do campeonato e até da Champions com um optimismo inabalável, talvez até surpreendente, mas coloca o foco sobre a compreensão que entende ainda faltar a respeito do que realmente é o FC Porto neste momento: uma equipa em perpétua formação.


    Entre o balanço do ano que acabou e a projecção do ano que começa, Jesualdo Ferreira prefere o futuro, até porque não tem o hábito de "olhar para trás" embora seja aí que normalmente encontra os adversários. E, negando o pessimismo generalizado, o treinador do FC Porto olha com confiança para 2009. É lá que espera terminar a construção da sua equipa, depois de já ter ganho os jogadores que precisava para as fundações. De resto, também é lá que espera festejar a Taça, a Taça da Liga e o seu terceiro campeonato consecutivo, apesar da resistência que sente no ar à ideia de um tetracampeão azul-e-branco. Uma entrevista tranquila e desassombrada, dada no coração do Porto entre dois cafés servidos no bar do renovado Vitalis Park, antigo Campo da Constituição, onde o entusiasmo dos miúdos da formação do FC Porto dão razão ao optimismo de Jesualdo Ferreira no futuro.



    Já tem saudades de 2008, ou está ansioso por 2009?

    Não tenho por hábito olhar para trás, portanto, o que me interessa agora é olhar com confiança para 2009 que é quando vamos retomar o nosso percurso nas quatro frentes em que estamos envolvidos. Temos consciência de que somos candidatos às quatro provas que existem no nosso calendário: Liga dos Campeões, Liga, Taça da Liga e Taça de Portugal. Somos o único clube em Portugal nessas condições e, portanto, o que está para trás já é passado e aquilo que nos interessa neste momento são os cinco meses de 2009 que nos faltam para terminar uma época que, para já, nos proporcionou a possibilidade de atingirmos um dos nossos objectivos que era chegar aos oitavos-de-final da Liga dos Campeões. De resto, estamos posicionados em todas as competições de maneira a podermos discutir as vitórias finais. Mas foi um trajecto difícil até aqui chegarmos. Pelo menos, aquele que percorremos durante a primeira parte desta nova temporada. De Janeiro até Maio de 2008, em contrapartida, tivemos apenas dois percalços: um foi a derrota justa na final da Taça de Portugal e a saída injusta nos oitavos-de-final da Champions frente ao Schalke 04. De resto, vencer a Liga com 20 pontos de vantagem foi uma demonstração de poderio e de pujança que não deu margem para dúvidas.



    Esta temporada, em contrapartida tem sido bem mais complicada, nomeadamente com a necessidade de reconstruir a equipa...

    Sim, iniciámos a construção de uma nova equipa com a entrada de vários jogadores que projectam o FC Porto como um clube que tem uma filosofia clara: é um clube formador. E é um clube formador porque tem jogadores nas áreas de projecção e formação, mas também é um clube formador na equipa principal. Termos a humildade de reconhecê-lo é a única forma de podermos evoluir. No mercado actual quem não tiver capacidade para formar e tirar partido dessa formação quer a nível desportivo, quer financeiro, não tem futuro.



    Mas não preferia ter a possibilidade de ter jogadores completamente formados?

    Não e por vários motivos. Porque nenhum jogador formado teria facilidades para chegar ao FC Porto e jogar de imediato, assumindo a filosofia, o processo e os princípios de jogo do FC Porto. Acho que é mais fácil fornecermos esses dados a jogadores novos, com potencial e com qualidade. Por outro lado, os atletas completamente formados com qualidade e capacidade para se imporem de imediato, esses estão muito para além das capacidades financeiras do FC Porto. Que fique claro, então, que o FC Porto é um clube formador, como demonstra a aproximação do plantel principal à equipa de Sub-19 e a criação por nossa iniciativa da Liga Intercalar. Aliás, atendendo à dimensão do nosso mercado, não vejo muito bem que outra forma o FC Porto tenha de competir com as grandes potências mundiais com as quais se confronta na Liga dos Campeões.



    Neste momento, já se percebe uma forma definida no onze e a equipa até já igualou alguns recordes do passado recente. O FC Porto já amadureceu ou está a meio do processo?

    Acredito que esta equipa ainda está à procura de uma identidade. Se é verdade que se percebe que já há aqui uma equipa na linha das que a antecederam, também se percebe que está diferente. Não necessariamente para melhor ou para pior, mas está diferente.



    Em quê?

    É uma equipa que perdeu alguma profundidade ao nível do jogo exterior, perdeu também alguma capacidade para gerir o jogo em relação ao ano anterior, mas em compensação é uma equipa com muito mais potência do que a anterior. É uma equipa que não defende tão bem como a anterior, e não me estou a referir apenas à defesa, mas a toda a equipa. Mas esta equipa não está a defender tão bem como a outra por questões que têm a ver com a adaptação de alguns jogadores e com o enquandramento dos equilíbrios defensivos, que ainda não estão perfeitamente alcançados. É uma equipa que, pela sua potência e capacidade de aceleração do jogo, quando conseguirmos que ela toda o faça em uníssono, acredito que será tão ou mais eficaz do que a equipa do ano passado.



    Disse que já há quem tenha medo que o FC Porto ganhe outro título. A quem se referia? Aos adversários ou aos críticos?

    É preciso esclarecer isso. Alguém disse que eu endureci o meu discurso e que apontava baterias a quem me criticava. Não é nada disso. Ou eu me calo e não respondo às perguntas que me fazem, ou se responder, tenho de ser sério, não posso estar com meias palavras. E assim, ao fim destes quase três anos de FC Porto, percebo que é mais difícil recolher críticas positivas aqui do que noutros clubes. Também percebo que, aqui, para ter reconhecimento e merecer críticas positivas, temos de ganhar muitas vezes seguidas, demonstrando a nossa capacidade para lá de qualquer dúvida razoável ou, às vezes, nada razoável. Em caso de dúvida, o FC Porto, o seu treinador e os seus jogadores são criticados. Apenas quando a qualidade é demasiado evidente, quando os resultados não deixam margem para dúvidas, apenas nessa altura é que pronto, vá lá, com algum esforço, se reconhece qualidade e mérito a esta equipa. E não me digam que não sei do que falo e que não conheço quem são as pessoas que estão na comunicação social. Somos gente que se conhece.



    Sente que a crítica prefere os maus momentos do FC Porto aos bons momentos?

    Sem dúvida e vou mais longe: numa determinada altura desta temporada, o facto de o FC Porto estar mal deu muito jeito e serviu para esconder outras coisas. Quando a equipa começou a ficar melhor, começou a ser um pouco mais aborrecida e eu passei a ser um treinador agressivo. Porque quando perco, até sou um tipo simpático.



    Sente que há uma pressão especial este ano na corrida pelo título pelo facto de haver só uma vaga para a Liga dos Campeões?

    É evidente que anda meio País a fazer força para que o FC Porto não seja campeão. Não sei se é cansaço pelos três títulos do FC Porto, não sei se é por haver só um lugar na Champions, não sei se é porque se fizeram investimentos demasiado ambiciosos ou se é porque algumas pessoas novas têm qualquer coisa para provar, mas sei que há aquilo que posso descrever como uma grande preocupação com a necessidade de alternância democrática no primeiro lugar.



    Disse que o FC Porto está em todas as frentes, mas há responsabilidades diferentes em frentes diferentes, não é assim?

    Claro que sim. Sabemos exactamente quais os objectivos que devemos atingir em cada uma delas. O campeonato, como sempre, é a nossa meta mais importante. Foi sempre importante sermos campeões nos últimos três anos e isso não mudou...



    E o FC Porto é favorito ao título?

    É pelo menos tão favorito como os outros e tem um trunfo importante nas mãos: depende apenas de si próprio para o conseguir. Serão as nossas competências a ditar o campeão e isso dá-nos alguma tranquilidade porque confiamos muito no nosso trabalho.



    Tinha dito que queria terminar 2008 na frente do campeonato, mas não o conseguiu. Qual é o novo prazo?

    Acredito que 24 de Maio, salvo erro. É nessa altura, no final do campeonato, que queremos ser primeiros.





    "FC Porto está sempre no mercado"


    Quanto ao mercado que está quase a abrir...

    Não vou comentar as dezenas de rumores que enchem os jornais todos os dias.



    Mas pode, pelo menos, adiantar se alguns desses problemas na equipa de que falou podem ser resolvidos com recurso ao mercado de Inverno?

    O mercado está aberto e o FC Porto está no mercado. O FC Porto procura sempre melhorar as suas equipas. O que tem é uma política definida em relação a isso. Todos percebemos que o mercado de Inverno não é um mercado rico. Entendemos que, escolher bem, escolhe-se em Junho e Julho. É nessa altura que se formam as equipas e também não concordo que se possam reforçar muito em Janeiro. Desde que os jogadores chegam até que comecem a render, estamos no final da temporada. É um momento em que se podem queimar mais jogadores do que no início da época. A única vantagem é a possibilidade de proceder a contratações cirúrgicas depois de se perceber onde escasseiam as soluções. Mas, para isso, é preciso que haja um trabalho de observação muito cuidado, que haja matéria-prima para o fazer e que haja capacidade financeira para o fazer. Para fazer coisas que não cumprem estes requisitos, mais vale não fazer e resolver os problemas com os recursos que já temos no plantel.



    E também há os problemas das saídas...

    Entradas e saídas são questões complementares e são tão importantes umas como as outras. As saídas podem permitir entradas e permitem evitar a perda definitiva de jogadores que, por uma questão ou outra, não puderam dar o melhor de si.

    O que significa que jogadores como Stepanov ou Bolatti, que são apontados como possíveis dispensas, não são casos perdidos para o treinador do FC Porto?

    Exactamente. Para mim, falhar significa ter oportunidades e não as conseguir agarrar. Não posso dizer que o Stepanov ou o Bolatti falharam ou que não têm capacidade suficiente para jogar no FC Porto porque não tiveram oportunidades suficientes para o demonstrar. Bolatti não falhou. Na última época, o Bolatti não jogou por culpa do Paulo Assunção e este ano, quando entendíamos que o Bolatti poderia jogar, surgiu o Fernando que lhe retirou novamente essa possibilidade. O Stepanov passou por um processo semelhante. Agora, jogadores com as qualidades que ambos têm, precisam é de jogar o que podem fazer com mais frequência noutras equipas. Não são, por isso, jogadores que damos por perdidos.



    Há um problema no lado esquerdo da defesa do FC Porto. É assim tão complicado encontrar um bom lateral-esquerdo?

    É muito complicado encontrar bons laterais, para a esquerda, mas também para a direita. Basta olhar para a Selecção Nacional para o percebermos. Aliás, olhando de relance para os três grandes, percebe-se a dificuldade que existe para conseguir jogadores ao nível das exigências de um lateral. Ora, para mim, como o nome indica, um defesa-lateral é, antes de mais, um defesa. A sua primeira função é defender bem. A maior parte das pessoas, costuma avaliá-los pela sua capacidade para atacar, mas eu não faço isso. Na minha concepção de jogo ofensivo, é importante que os laterais também consigam ser jogadores com capacidades ofensivas. Ora, defender bem e atacar bem não é fácil para jogador nenhum. Depois há mercados, como o Brasil e a Argentina, que potenciam um determinado tipo de lateral que só sabe atacar. E esses não me servem. É verdade que somos mais sensibilizados por alguém que ataca bem, até porque defender é muito aborrecido, mas a verdade é que há defesas que não gostam de defender e isso não pode ser. Aliás, para uma equipa atingir a maturidade precisa de perceber que só consegue atacar bem defendendo bem. Considerando tudo isto, e considerando a especificidade da função do lateral, que tem de defender e de atacar muito bem, é natural que sejam jogadores muito difíceis de encontrar.



    O Benítez preenche algum desses requisitos?

    O Benítez ataca bem, tem noções ofensivas boas, mas que não tinha, sob o ponto de vista defensivo, a estruturação táctica que os defesas na Europa têm de ter. E por isso mesmo sentiu dificuldades na adaptação a essas exigências. Como de resto teve também o Fucile, apesar de já ninguém se lembrar disso. Ele também chegou com 21 anos e não conseguiu fazer de imediato aquilo que é capaz de fazer agora. O Bosingwa também não, também ele levou muitos anos para se fixar a lateral e preencher os requisitos da função.



    E o Sapunaru pode ser um lateral assim?

    O Sapunaru tem condições físicas óptimas, apesar de não ser muito rápido. Não é um jogador de explosão, mas é um jogador de ritmo elevado. Tem ainda algumas dificuldades no posicionamento defensivo e é um jogador que, sob o ponto de vista emocional, se desestabilizou em determinada altura. Mas tem todas as condições para vir a ser um grande lateral. No entanto, o Sapunaru está resguardado, porque tinha de ser protegido. Como outros estão resguardados para poderem escapar às críticas e análises negativas que se fazem permanentemente aos jogadores que entram no FC Porto e não conseguem imediatamente comer a bola.



    Edson, tem estado a jogar como lateral-esquerdo na Académica. Há alguma influência do FC Porto nisso, estão criar uma solução à medida numa barriga de aluguer?

    Não, de todo. O Edson tem 20 anos, é da mesma geração do Fernando e jogou na selecção brasileira a central. Tem excelentes condições físicas para poder vir a ser um bom jogador no futuro e está na Académica ao serviço do seu treinador para evoluir no espaço que lhe for concedido.



    Sem influência do FC Porto?

    Absolutamente nenhuma.



    "Ainda bem que o Hulk é individualista"



    Entre os tais jogadores ganhos, é inevitável falar de Hulk. Há quem diga que o Hulk é quase tanto uma solução como um problema. Sente o mesmo?

    Não, para mim é apenas um solução e uma solução óptima. E digo mais: ainda bem que é individualista. Agora, é preciso perceber que há uma diferença entre ser individualista e ser egoísta e o Hulk não é egoísta. Aliás, nenhum jogador do FC Porto é egoísta e isso é uma vantagem grande da nossa equipa. O Hulk veio para o FC Porto porque revelou ter três qualidades importantes: é potente, é corajoso, capaz de assumir o jogo, e finalmente generoso. Chegou cá a chutar de 30 metros de distância, e 30 metros aqui e no Japão são iguais, a bola é igual, a baliza também tem o mesmo tamanho e os metros que ele percorre em xis segundos também são os mesmos. Essas são as condições que ele trazia com ele. Agora, é verdade que tinha sobre o jogo táctico um conceito diferente do nosso e por isso foi necessário integrá-lo, ensiná-lo a ele a jogar para a equipa e à equipa a jogar para ele, mas sem nunca o fazer perder as suas características individuais. Era uma perfeita idiotice pedir ao Hulk para não correr com a bola, para não chutar, para não enfrentar os adversários, para não correr 30 metros com a bola. Seria uma perfeita idiotice pedir-lhe isso, mas também seria uma idiotice não o integrar nos nossos métodos.



    O Hulk é uma obra inacabada?

    Está muito longe de ser um jogador definitivo e nem sequer é muito fácil prever o que vai ser. Agora, tem todas as condições para se tornar num fenómeno, num verdadeiro fora-de-série. Vamos ver como as coisas vão correr.



    E faz sentido desenhar uma equipa à volta do Hulk?

    Não, não creio. Nem sequer ele tem características para já para ser um líder. Tem condições fantásticas para que a equipa se aproveite dele e para trazer para a equipa situações novas, capazes de criar desequilíbrios importantes. Mas ainda não é um jogador capaz de liderar uma equipa como o FC Porto. E isto não é menosprezá-lo, é defini-lo como aquilo que é de forma clara.



    E, por causa do Hulk, foi difícil convencer o Lisandro a deixar o centro do ataque depois da última temporada?

    O Lisandro é um jogador único. Ele fez uma evolução como avançado - e eu prefiro chamar-lhe avançado a chamar-lhe ponta-de-lança - fantástica nos últimos anos. Se as pessoas pudessem comparar o Lisandro de agora com o Lisandro que chegou ao FC Porto perceberiam as diferenças. É um jogador ímpar, que por tudo o que adquiriu em termos de competências técnicas e tácticas, não pode ser referenciado como um simples ponta-de-lança, é um jogador global. Tem condições excelentes para ser um avançado em qualquer posição do ataque e nem sequer é como ponta-de-lança que se torna mais importante. Ele é importante jogando e jogando sempre. Aquilo que espero dele neste momento não é o mesmo que lhe pedi no primeiro ano, em que jogava encostado à ala. Neste momento, com tudo o que aprendeu na última época, ele conhece todas as acções ofensivas naqueles 68 metros de largura por 50 de profundidade que tem o ataque. E é útil em cada um desses metros.



    Continuando no ataque, o sector parece fixar-se em três jogadores: Hulk, Lisandro e Rodríguez. Este último foi um dos principais alvos de críticas no início da temporada. Acha que neste momento ele já é tudo o que pode ser no FC Porto?

    O Cristian está muito longe do jogador que pode vir a ser. Até porque na própria cabeça dele está algo indefinido o jogador que poderá ser. Há quem diga que ele é forte por fora, há quem diga que ele é mais forte por dentro, há quem diga que ele podia ser um médio interior-esquerdo muito bom. Eu não partilho de nenhuma dessas visões em particular. Acho que tem um potencial enorme, que transmite uma agressividade e uma profundidade ao jogo muito grande, não é um organizador, nem um jogador de passe. É um jogador à procura de identidade que deixa a equipa ainda um pouco na expectativa sobre qual a melhor forma de explorar as suas qualidades. Numa primeira fase começou mais adiantado, agora joga mais atrás. Joga dentro da linha de médios para poder ganhar vantagem nos confrontos individuais, jogando para a frente. Mas continua à procura da sua identidade



    Mas acha-o vítima de alguma forma de ansiedade? Parece demasiado ansioso por provar que vale o que custou...

    Não me parece. É um jogador em fase de afirmação, insisto. É um excelente batedor de livres, como se viu no Estrela. Nem ele sabia disso e vai começar a percebê-lo agora. Já era forte nas bolas paradas e no jogo aéreo e penso que pode ser mais ainda. É um jogador à procura do seu espaço e ele é que vai dar os indicadores de tudo o que pode ser porque, convém lembrar, só tem 23 anos.




    "Sinto-me muito confortável no FC Porto"

    A meio do seu terceiro ano como treinador principal do FC Porto, Jesualdo Ferreira ainda não teve muito tempo para pensar numa quarta temporada, que seria inédita na história de um clube cujas ligações com os respectivos treinadores nunca foram para além de três épocas. "Sinto-me muito cómodo aqui e muito confortável naquilo que estou a fazer", garante Jesualdo para quem a prioridade são os objectivos da equipa a mais curto prazo. "A minha atenção e concentração está virada para os jogos que temos em Janeiro e não tenho tempo para pensar em mais nada. Não tenho nenhuma obsessão. Para fazer o trabalho até ao final do ano, estou muito cómodo aqui, porque gosto de estar no FC Porto. O que vem a seguir, não sei", explicou o técnico.




    "Queremos a Taça de Portugal"


    A Taça de Portugal é uma das prioridades da agenda do FC Porto?

    Sim, e com uma importância acrescida pelo importante prémio monetário que envolve agora. Até que enfim, a prova dita rainha do futebol português é tratada com a dignidade que merece e, como é natural, o FC Porto quer ganhar esse título. A Taça da Liga, sem lhe retirar nenhum do prestígio que já atingiu, ainda é uma competição em fase de afirmação. Será a forma como conseguir evoluir que vai determinar a sua importância a prazo, embora seja nosso objectivo também vencer nessa frente.




    Voltando à Taça, tem sido um objectivo que tem escapado ao FC Porto por entre os dedos nos últimos anos...

    Não só a Taça, as Taças todas, as provas com essas características. Não tenho uma explicação para esse fenómeno. Ou melhor, tenho para a derrota na Taça de Portugal do ano passado. Quando chegámos à final, grande parte da motivação, do espírito colectivo, da capacidade física e da concentração já lá não estava. O Sporting brigou até à última jornada para garantir o segundo lugar, nós fomos campeões a cinco jornadas do fim e isso fez a diferença naquele jogo.




    Sem outros grandes na Taça, as responsabilidades são maiores?

    As responsabilidades são exactamente as mesmas. Até porque temos pela frente o Leixões. E o Leixões é a grande sensação do campeonato. Foi líder com todo o mérito, foi uma equipa que se conseguiu montar em torno do esforço de um director desportivo experiente como é o Vítor Oliveira e que, com o José Mota, formou uma equipa equilibrada, forte e muito competitiva. Tem uma massa associativa muito especial dentro do panorama do futebol português. E depois conseguiu uma coisa notável que foi ganhar cinco jogos fora consecutivos, uma marca que não está ao alcance de qualquer um. No FC Porto, desde que cá estou, fizemos algumas séries de quatro vitórias fora consecutivas, mas nunca conseguimos a quinta. É uma equipa respeitável, vamos defrontá-los num jogo só e teremos de dar o nosso melhor para podermos pensar em seguir em frente.




    Admitindo que não falará de vingança, espera que o mês de Janeiro possa deixar o Leixões mais fraco? Há jogadores do Leixões muito cobiçados...

    O Leixões poderá viver aquilo que todas as equipas médias vivem quando atravessam um período de alguma exaltação. Já começou a passar por isso e vai passar ainda mais. Já começou a ser uma equipa mais observada, mais pressionada e a capacidade para lidar com isso será determinante para a equipa. Como acontece em diversas situações da vida, o mais complicado não é atingir o topo, mas conseguir ficar por lá. Será um teste importante para o Leixões, perceber como vai lidar com a pressão do mercado em Janeiro e até que ponto consegue manter a competitividade para lá do início do ano. O certo é que até agora foi um concorrente importante e uma equipa que nos merece o mais profundo respeito.



    "Quaresma não é melhor jogador no Inter"

    A novela Quaresma complicou-lhe a vida no início da temporada? E acha que ele já se arrependeu de ter ido para Itália?

    Se ele se arrependeu, não sei porque nunca mais falei com ele e não li nenhuma declaração dele nesse sentido ou no sentido oposto. Pessoalmente, foi uma situação que nenhum treinador gosta. Ter um jogador nas condições psicológicas em que ele estava, perante a eventualidade de sair ou não sair por questões que não tinham nada a vez com o treinador, mas com o que são as leis do mercado .




    E atrasou-lhe de alguma forma a preparação da equipa?

    Não, porque, para mim era muito claro: enquanto ele não definisse a sua situação claramente, não era opção e não jogava. Não fazia sentido estar a contar com um jogador e estar à espera de um rendimento que eu sabia que ele não era capaz de dar. Mais do que isso, não iria estar a tapar outros jogadores, limitando-lhes a evolução e a consolidação da própria equipa para gastar energias com um jogador que estava desmotivado e de saída.




    Acredita que Itália foi uma boa escolha para ele, mesmo com José Mourinho na equação?

    O que foi dito por toda a gente é que ele iria para Itália para ser melhor jogador do que alguma vez tinha sido no FC Porto. Espero que venha a ser, mas até agora parece-me claramente que não é esse o caso. Mas quero desejar-lhe a maior sorte do Mundo até porque não vou esquecer nunca importância vital que teve para a conquista dos meus dois primeiros títulos de campeão no FC Porto.



    "Não vou tirar o Lucho só para agradar à crítica"


    Lucho está no centro de algumas críticas e tem sido mais discreto do que é habitual. Disse que ele mudou de funções. Quais?

    No ano passado o Lucho jogava por trás de uma linha de três avançados e, a dada altura da época, em Novembro, passou a ser um jogador de entrelinha, entre o meio-campo e o ataque. Como é um jogador muito inteligente, que percebe o jogo muito bem e que faz tudo o que lhe pedem - e não conheci muitos jogadores deste nível com essa humildade - ganhou uma série de rotinas que a própria equipa lhe permitiu ter. Ora, este ano, o Lucho nunca teve uma equipa estável e essa intranquilidade da equipa transmitiu-se a ele, sendo acentuada depois pela necessidade de uma reorganização táctica. E ele passou a jogar mais como médio interior, com um futebol muito vertical, mais parecido com o que tinha feito no meu primeiro ano de FC Porto. Uma readaptação que lhe custou e que ainda se ressentiu dos maus momentos da equipa, porque ele é um jogador muito sério, que não gosta de perder e que se fortalece com os bons momentos da equipa e enfraquece com os maus. Admito que com o crescimento da equipa registado nos últimos tempos, ele volte ao seu melhor rendimento.




    Há uma crítica recorrente ao facto do professor Jesualdo Ferreira nunca tirar o Lucho de campo...

    Não, não o tiro. Ou melhor, não tenho tirado e não vou tirar apenas porque as pessoas acham que o devo fazer ou para agradar a alguém. A responsabilidade é minha e a decisão também tem de ser minha e como sou eu que decido, enquanto eu entender que o Lucho, mesmo com um rendimento menor, é mais importante para a equipa do que outro jogador, vou mantê-lo a ele em campo.




    O Helton precisava de parar aqueles três ou quatro jogos para voltar ao seu melhor nível?

    Não se tratou disso. Foi um momento menos bom que, infelizmente, coincidiu com um momento menos bom da equipa. Às vezes ficar resguardado algum tempo é bom para todos. E foi bom para o Helton e para a própria equipa. No ano passado, o trajecto da equipa não valorizou muito os jogadores individualmente porque foi tão forte que apagou algumas individualidades. Este ano aconteceu o contrário, e os erros individuais de alguns jogadores tornaram-se mais evidentes especialmente no caso daqueles que no ano anterior tiveram um bom rendimento, como foi o caso do Helton.



    "2009 é um excelente ano para ir longe na Champions"


    Na hierarquia das competições, qual é o lugar ocupado pela Liga dos Campeões?

    Vem logo a seguir ao campeonato na importância que tem para o FC Porto, nomeadamente ao nível do que é o prestígio internacional do clube. Acrescente-se a isso as questões de natureza financeira, que são fundamentais para o clube, e o facto de até para os jogadores ser uma prova importante. Sendo mais curta e muito mediatizada, é uma prova na qual os jogadores apostam muito e onde vão sempre um pouco mais além em termos de entrega.




    Atlético de Madrid parece uma equipa desequilibrada, boa do meio-campo para a frente, mas frágil atrás. Concorda com essa análise?

    Aquilo que tenho visto do Atlético de Madrid tem sido na perspectiva do adepto de futebol, e por isso mesmo tem sido uma observação pouco meticulosa. A partir de agora, terei oportunidade de observá-los de uma forma mais meticulosa, mas aquilo que me parece é que o Atlético tem uma equipa boa com excelentes jogadores. O Atlético de Madrid é uma grande equipa, apesar de viver um pouco na sombra do Real. Mas tem um grande currículo e uma história riquíssima.




    Mas 2009 é um bom ano para o FC Porto ir além dos oitavos-de-final?

    É um excelente ano para tentar ir mais longe, sim. Não me parece que a filosofia do Atlético seja a mesma do FC Porto. Eles investiram muito forte na equipa enquanto nós temos uma filosofia de formação, como já referi. Eles jogam muito no campeonato, mas dificilmente o ganharão, pelo que parte da sua aposta para esta temporada passa por uma boa carreira na Liga dos Campeões onde não é certo que possam jogar na próxima época. Mas o FC Porto tem condições para discutir a eliminatória, até porque venceu o seu grupo.




    Os oitavos-de-final são uma barreira psicológica ou desportiva?

    Creio que o FC Porto só duas vezes conseguiu passar para lá dos oitavos-de-final e numa delas foi campeão europeu. Creio que a frequência com que o FC Porto chega aos oitavos-de-final da Champions integrando o grupo das melhores 16 equipas europeias prova o estofo, o trabalho e a qualidade deste clube. O facto de lhe ser tão difícil ir mais além, prova o enorme fosso que existe entre a capacidade das oito melhores equipas europeias e as restantes onde se integra o FC Porto.



    "Equipa? Para já ganhei alguns jogadores"


    Houve uma fase da temporada em que o FC Porto foi uma equipa muito criticada. Já houve alguma crítica que o tivesse tirado do sério?

    Este ano as críticas foram de facto muitas, foram muito fortes e não pouparam ninguém. Atingiram os jogadores que já cá estavam, os que chegaram de novo e, como é costume, também atingiram o treinador. Quem perceber o que é o FC Porto, e é importante que pelo menos os adeptos do FC Porto percebam isso, porque os críticos têm as suas próprias agendas, mas a família, a nação portista deve perceber o que é o FC Porto e que o FC Porto é isto, é a formação constante. Quando os assobios e a instabilidade se manifestam devem ter uma base pedagógica diferente, porque são jogadores novos que se querem afirmar e que precisam de ambiente para o fazer. O ambiente de exigência competitiva neste clube já é alto, se lhe juntarmos um ambiente hostil social e emocionalmente, não vamos conseguir ter jogadores. E a nação portista precisa de perceber isso.




    Mas ainda assim conseguiu ganhar uma equipa...

    Ainda não. Para já ganhei alguns jogadores. A equipa estamos a construí-la com esses jogadores, capazes de jogar a qualquer momento.




    Entre esses jogadores ganhos, diria que Fernando foi a sua obra-prima?

    Não diria isso, mas tenho de sorrir quando recordo o que diziam do Fernando no início da temporada. Aliás, a dada altura, os críticos disseram que levei muito tempo a escolher o trinco, a perceber que o Fernando era o trinco. Curiosamente o Fernando jogou na Luz na segunda jornada do campeonato, num jogo de grande carga emocional. Jogou ele e o Rolando e o Tomás Costa e o Guarín na segunda parte. Foram corajosos eles e fomos corajosos nós, mas é nesses momentos que se ganham e perdem batalhas e nós ganhámos logo aí o Fernando e o Rolando. E o Fernando só falhou a primeira jornada, com o Belenenses, porque estava castigado. É só um detalhe, mas é revelador da leveza com que é feita alguma crítica. E aquilo que é preocupante para mim é a forma como os adeptos do FC Porto ouvem essas críticas e as tomam como suas.




    Mas houve outros jogadores ganhos desde o início do ano, para além do Fernando e do Rolando...

    Neste momento acho que o FC Porto tem um conjunto de 20 a 22 jogadores que podem entrar a qualquer momento e ser opção em qualquer das quatro competições que vão preencher o nosso calendário.



    ojogo.pt
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    IMPORTANTE e esclarecedora entrevista do Prof.JF, a merecer divulgação.

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  3. Em relação à frase em destaque " que há meio País à espera que não sejamos campeões ", como se fosse preciso, basta ver as capas dos pasquins deportivos centralistas...
    Para mim é o regresso à desavergonhada intoxicação pública, assumida por um miserável escriba do rascord faz algum tempo em que dizia que passaram anos a fio a tentar mostrar a valia galinácia sabendo que isso era falso mas não tinham qualquer rebuço em mentir.
    Mas é disto que nós gostamos, é isto que nos dá força para fazer das tripas coração e continuarmos a ganhar.
    Força Porto.

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  4. Olá!

    Eu sou o verdadeiro Cristiano Ronaldo!

    Um abraço de CR7

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  5. bluE bOy:

    Um execelente post.

    PS - Hoje o meu blogue faz anos, quem quiser ir ver, vá a:

    http://campeoesfcporto.blogspot.com

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  6. A entrevista de Jesualdo revela equilibrio, sensatez, conhecimento do que a casa gasta e da realidade do futebol português, mas há uma coisa que Jesualdo não pode esquecer e que é: no F.C.Porto não há tempo para ter tempo.
    Sobre a L.C. e ao contrário do que já vi escrito, ele não fala em ganhar a C.League, mas em ir mais longe.
    Um abraço

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  7. Conferência de Imprensa de Jesualdo hoje no Olival e convocados para domingo:

    A conversa fluía em torno do jogo com o Nacional quando se perguntou a Jesualdo Ferreira se a pausa de Natal poderia ter influência no rendimento da equipa. «A pausa que tivemos foi curta, mas na minha opinião foi fundamental», respondeu o treinador. «A equipa trabalhou bem nesta semana.»

    «Acho que nos mantemos com as mesmas capacidades, embora o próximo jogo possa mostrar um pouco menos de ritmo. Na minha opinião, já o disse, devia ter sido uma pausa maior e devia ter-se feito o campeonato com um calendário diferente, até porque se trata da época em que chegámos ao Natal com menos jogos da Liga.»

    «Mas o calendário já está feito e eu preparei-me e tratei de preparar a equipa para ele. O mês de Janeiro é longo, vamos fazer sete jogos e temos tempo para recuperar eventuais percas que tenham acontecido», acrescentou, referindo que ter sete jogos num mês não é mau para a equipa. «Não acho que nos vá afectar. Ter muitos jogos é bom».

    «Vai permitir manter os 27 jogadores preparados e motivados. São três competições distintas, para nós é importante que seja assim e gostamos que seja assim. Se exceptuarmos o Rabiola e o Tengarrinha, que são mais novos e estão a fazer a formação no clube, todos os restantes 23 ou 24 jogadores têm condições para jogar.»


    O F.C. Porto prepara-se para jogar com o Nacional, um adversário de má memória como poucas. A formação da Madeira foi aliás a única equipa que na última época não foi batida pelos azuis e brancos. Foi também o adversário que há quatro anos venceu por 4-0 no Dragão, na maior derrota caseira da presidência de Pinto da Costa.

    Ora estes factos não foram ignorados por Jesualdo Ferreira, que admite nesse sentido tratar-se de um adversário especial. «Sim, é verdade, o jogo com o Nacional traz-me à memória os maus jogos que fizemos com esta equipa na última época. Por isso todos nós temos consciência das dificuldades que este jogo nos traz», referiu.

    «Estamos conscientes das dificuldades por dois factores. Em primeiro lugar porque o Nacional continua a ter boas equipas, como é hábito, e esta é claramente uma boa equipa. Em segundo lugar porque o Nacional o ano passado foi a única equipa a quem não conseguimos ganhar, foi até responsável por duas derrotas do F.C. Porto.»

    Por isso o treinador fala de um F.C. Porto ao melhor nível para vencer. A vitória é aliás o único objectivo. «Queremos ser líderes, queremos ser campeões e este é um jogo importante para isso. Espero um F.C. Porto ao nível do que mostrou na sequência de dez jogos em que ganhou, reequilibrou-se e mostrou ser um sério candidato ao título.»

    O último jogo do Nacional, no Estádio da Luz, com o Benfica, serviu de aviso. Embora nem fosse preciso. «Todos nós pudemos observar um Nacional muito bom no Estádio da Luz, que jogou bem e criou muitas oportunidades. Com o F.C. Porto vai ser um jogo necessariamente diferente, até porque o Nacional joga em casa», referiu.

    «Pela qualidade dos jogadores, pela astúcia do seu treinador e pela boa temporada da equipa vai ser um jogo difícil. Considero um jogo nuclear para nós. As ausências de Alonso e Nené? Não considero que seja um factor positivo. Primeiro não sabemos quem vai jogar e depois o Nacional tem um plantel de qualidade para suprir essas baixas.»

    A arbitragem voltou a ser tema de debate e Jesualdo Ferreira deixou esta sexta-feira a sua opinião sobre o tema. O treinador considera que os árbitros terão sempre influência nos campeonatos, mas também defende que os juízes passem a ter melhores condições. E contesta a polémica em torno da arbitragem de Pedro Henriques no Benfica-Nacional.

    «Se fosse com o F.C. Porto já tinha acabado a polémica, se calhar tinha acabado no dia seguinte», afirmou o treinador, em conferência de imprensa. «O F.C. Porto perdeu dois jogos e não viram ninguém do clube referir-se à arbitragem nos jogos que perdeu. Falámos das nossas incompetências. Não tínhamos que estar a perder, durante 15 dias, tempo e energia com coisas que não nos interessam minimamente.».

    «Eu acho que as arbitragens vão ter sempre influência em todos os campeonatos. É impossível chegarmos ao fim e todos sentirem que foram premiados pelo seu trabalho», prosseguiu o técnico: «O que me parece é que há uma pressão grande sobre a arbitragem. Este ano mantém-se.»

    Jesualdo defende por isso melhor ambiente para o sector. «Os árbitros têm de ter condições para trabalhar. Se calhar têm mesmo que ser profissionais no futuro. Vivemos num negócio em que todas as estruturas são profissionais. Os únicos que não são, e têm uma decisão grande no jogo, são os árbitros. Mas para serem profissionais têm que ser suportados, ter uma boa formação, uma estrutura que os enquadra, têm de ser protegidos.»

    O técnico passou depois para o caso concreto de Pedro Henriques, que teve nota negativa no jogo em causa por parte do observador, segundo noticia «A Bola». «O Pedro Henriques foi o único que teve nota negativa. Eu gostava de ver as outras avaliações dos árbitros. Porque é que as outras não são públicas?», questiona Jesualdo. «Foi o pior árbitro até agora? Porque é que foi o único que teve nota negativa?»

    Jesualdo Ferreira revelou esta sexta-feira que Tomás Costa está indisponível, a dois dias do encontro com o Nacional. O médio tem uma gripe e é o único jogador que não entra nas contas do treinador do F.C. Porto.

    Lucho Gonzalez, que tinha apresentado queixas no tornozelo direito, está portanto apto. «O Lucho está bom», referiu Jesualdo Ferreira em conferência de imprensa. «Está a cem por cento».

    «Só tenho um jogador indisponível, que é o Tomás Costa, tem um problema gripal e não está em condições. De resto está tudo em condições», revelou o treinador esta sexta-feira.

    Ora por isso a estreia de Rabiola e o regresso de Pelé são as notas de maior destaque da lista de convocados de Jesualdo Ferreira para a viagem do F.C. Porto à Madeira, onde no domingo defronta o Nacional.

    Com as entradas de Rabiola e Pelé, tendo saído apenas Tomás Costa, Jesualdo aumenta o lote de convocados pra 19 atletas, o que significa que terá de haver mais um preterido para o jogo.

    Rabiola, como já se disse, estreia-se esta época em jogos da Liga, ele que já tinha sido chamado para outras competições, particularmente para a Taça de Portugal.

    De fora fica também o lateral Sapunaru. O romeno «está apto», garantiu Jesualdo Ferreira, mas não foi convocado.

    Os convocados do F.C. Porto concentram-se este sábado bem cedo no Dragão, saindo às oito horas em direcção ao aeroporto, onde pouco depois embarcam no avião para a Madeira.

    Lista de convocados:

    Guarda-redes: Helton e Nuno;
    Defesas: Fucile, Rolando, Bruno Alves, Pedro Emanuel, Stepanov e Benítez;
    Médios: Fernando, Guarín, Lucho, Mariano, Pelé e Raul Meireles;
    Avançados: Lisandro, Hulk, Rodriguez, Farias e Rabiola.

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  8. "O ambiente de exigência competitiva neste clube já é alto, se lhe juntarmos um ambiente hostil social e emocionalmente, não vamos conseguir ter jogadores. E a nação portista precisa de perceber isso."

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