14 julho, 2009

6 comentários:

  1. MST (BOLA)

    Os exércitos em formação

    TODA a gente fala e escreve — e com razão — sobre as dificuldades que Jesualdo Ferreira vai ter para reconstruir uma outra equipa, depois da SAD do FC Porto o ter aliviado de Lucho e de Lisandro e, muito provavelmente, também de Cissokho e Bruno Alves — que apenas esperam uma proposta concreta para terem guia de marcha. É curioso constatar como, apesar de todas as acções de espionagem ao longo do ano, dos «olheiros» contratados, dos relatórios que se diz receberem regularmente, acabam por ser as actuações dos jogadores nos grandes jogos que despertam a atenção dos treinadores dos clubes de topo e determinam as movimentações do mercado de Verão. Cissokho é disso um bom exemplo: dois desempenhos de categoria frente ao Man. United, nos quartos-de-final da Champions foram o suficiente para fazer disparar a sua cotação do meio milhão de euros que o FC Porto pagou por ele em Janeiro, para os 15 milhões que o Milan quase pagou ou os 12 milhões que se diz que o Lyon oferece. Hulk (provavelmente o activo mais valioso do FC Porto) é o exemplo oposto: duas actuações apagadas nesses jogos e o mercado ignorou-o… por enquanto.
    Agora, a curiosidade está, pois, em saber como vai Jesualdo Ferreira ultrapassar o desmantelamento do eixo central da sua equipa: o que vale a defesa azul sem Bruno Alves? O que vale o meio-campo sem Lucho? O que vale o ataque sem Lisandro? É verdade que o FC Porto, nos últimos anos, tem conseguido ultrapassar sucessivos golpes idênticos na estrutura da equipa e isso deve-se exactamente a Jesualdo Ferreira. Mas também é verdade que, desde a conquista da Champions, em 2004, nunca mais o FC Porto voltou a reunir um onze capaz de chegar perto dessa conquista.

    Já aqui escrevi muito sobre isso, sobre a dificuldade de entender uma politica de contratações e vendas que todas as épocas mexe profundamente com a estrutura da equipa, fazendo com que o FC Porto seja habitualmente dos maiores vendedores do planeta — em valores encaixados — e dos maiores compradores — em número de jogadores contratados e sob contrato. Todos os anos se entregam alguns dedos da mão para receber em troca anéis — a maioria dos quais, de pechisbeque.

    Por uma vez, estou de acordo com o que Ricardo Araújo Pereira aqui escreveu: como é que, tendo facturado mais de 260 milhões de euros em vendas desde que foi campeão europeu, a SAD do FC Porto conseguiu aumentar o défice? Como é que, tendo facturado 40 milhões em vendas na época passada, tendo chegado aos quartos-de-final da Champions, tendo registado o recorde de receitas de assistência no campeonato, conseguiu, do ano passado para este, fazer crescer o défice em mais onze milhões?

    A resposta é só uma: as contratações a granel e a folha de pagamentos de um plantel com 70 (!) profissionais. As contratações de jogadores que certamente nunca ninguém viu jogar antes, como o Bénitez, ou de jogadores que valem muito pouco mas que já foram do Benfica ou consta que são pretendidos pelo Benfica — uma longa lista de «barretes» enfiados, desde o Iuran, o Kulkov e o Jankauskas, até ao Hélder Postiga, recomprado ao Tottenham por que constou que o Benfica o queria ir buscar. Espero bem que a próxima bravata falhada não seja o tão anunciado Falcao. Espero que, sendo esse o motivo principal da compra deste, desculpem, desconhecido colombiano, desta vez, ao menos, o valor dele o justifique. Como sucedeu nos inesquecíveis casos do Jardel (que devemos a Gaspar Ramos) ou do Deco (que devemos a Luís Filipe Vieira) — bem-hajam eternamente.

    (CONT...)

    ResponderEliminar
  2. (CONT...)
    Entretanto, a situação é esta, por enquanto: Jesualdo tem um excesso de laterais (seis); tem cinco centrais, mas, se Bruno Alves sair, fica apenas com um de garantias dadas — Rolando; tem, com a saída de Lucho, um acrescido défice de médios de ataque, reduzido que está a Raul Meireles, porque não é com Tomás Costa e Guarín que lá vai e Belluschi é uma incógnita por desvendar; e, no ataque, tem apenas Orlando Sá para fazer esquecer Lisandro ou a hipótese de puxar Hulk para o meio, que não parece a mais indicada para tirar o melhor proveito das suas características.

    AQUELE que, segundo o presidente do Benfica, é reconhecido por todos como o melhor treinador português da actualidade, estreou-se no comando dos encarnados com um empate frente à modesta equipa do Sion. É verdade que o primeiro jogo da época não quer dizer nada ou quase nada e que, como ele disse, usando um argumento habitual, os outros tinham a preparação mais adiantada. O resultado, de facto, conta pouco, até porque faltaram os internacionais, em especial Ramirez, aparentemente a melhor contratação do Benfica. Relevante não foi, pois, o empate frente aos suíços, mas as declarações de Jorge Jesus, após o jogo. Disse ele que vai ser muito difícil «travar este Benfica». Porquê, é que não entendi: por que razão uma equipa que, mesmo com todas as desculpas e atenuantes, tinha acabado de ser travada pelo Sion, há-de ser muito difícil de travar… por um FC Porto, por exemplo?

    Eis uma declaração muito forte e «ambiciosa», como os adeptos tanto gostam. Junte-se a ela a descrição do jornalista de que «Jesus é um espectáculo dentro do espectáculo», tendo chegado a correr metade da linha lateral para ir protestar uma decisão do juiz-de-linha; junte-se a afirmação do presidente benfiquista de que estamos em presença do melhor treinador português, e temos aí a gerar um caldinho de cultura mesmo à maneira para incendiar bancadas e semear de guerras verbais o campeonato que aí vem. Talvez convenha (ou não convenha…) refrear os ânimos: Jorge Jesus é um treinador promissor, mas provas concludentes dadas e vitórias alcançadas, é coisa que ainda não consta do seu curriculum. Apesar da boa campanha europeia do Braga na Taça UEFA, o 5.º lugar final no campeonato é pior do que Jesualdo lá havia feito e, olhando para a equipa que o Braga tinha no ano passado, a mim parece-me mais uma derrota do que uma vitória. Mas devo estar enganado.

    (CONT...)

    ResponderEliminar
  3. (CONT...)

    TAL como um leitor aqui escreveu, eu também estou a torcer por Lance Armstrong neste Tour de France. Tenho aquela deformação profissional, e incorrigível já, de ex-advogado, de entender que, quando se faz uma acusação ou se levanta uma suspeita e não se consegue prová-la, ou se desiste e pede desculpa ao acusado ou, quando se continua a insistir, entra-se no domínio da calúnia. Foi isso que os franceses fizeram com Lance Armstrong, o homem que mais vezes (sete) ganhou o mítico Tour e mais fez pela sua divulgação recente à escala planetária. Nestes tempos em que o ciclismo foi praticamente liquidado pelo uso generalizado do doping, os franceses tudo tentaram e em vão para o envolverem a ele também nesses esquemas. Não o conseguiram, mas não desistiram da calúnia, em surdina. E é nesse ambiente hostil, ainda a recuperar de uma fractura da clavícula e aos 36 anos de idade, que Lance Amstrong regressou, por amor ao ciclismo e para lavar a honra própria, no terreno de batalha mais indicado para tal.

    A nós, portistas, a história da persistência deste homem soa familiar. Também ao FC Porto quiseram tirar o brilho das suas vitórias, através de um bem montado esquema para inventar «jogadas de bastidores» que pudessem explicar e manchar tão insuportável superioridade desportiva. O tribunal tudo julgou sem razão e sem fundamento, mas isso, claro, não convenceu nem calou os caluniadores. Agarram-se às decisões do Conselho de Disciplina da Liga de Clubes, tomadas à revelia de qualquer contraditório ou regra de justiça comummente aceite, pretendendo fazer valê-las contra decisões todas unânimes de tribunais comuns, onde a clubite não entra e os juízes não são nomeados por uma maioria circunstancial de clubes.

    ResponderEliminar
  4. Na mouche, na mouche... lamentavelmente, digo eu, mas mais uma vez, como em tantas outras, com a p*** da mania de se arborar em ser mais inteligente, voltou a dar o flanco e a meter água por todos os lados.

    Basta, basta pegar nas suas crónicas futeboleiras e compará-las... ao fim da leitura de meia-dúzia delas, com um distância de, já nem digo mais, trimestral, aquilo que hoje é verdade, daqui a 3 meses é mentira, para passados outros 3 meses, já ser novamente verdade.

    Miguel, Miguel, ganha juízo, carago!!!

    Essa conversa, já mete nojo e fastio... já basta os palhaços do costume andarem sempre com ela na boca, agora, ao que parece, tb tu não a largas?

    ResponderEliminar
  5. Onde andam os reforços, carago? Eles que venham, quanto mais rápido definirmos o plantel, melhor...

    ResponderEliminar
  6. Não há dúvida, concordo com as criticas ao MST. Aquele ego descomunal, provoca-lhe retórica desajustada, que tanto o leva por caminhos de lucidez, como o remete para ideias destorcidas de lógica, onde pura e simplesmente se espalha ao comprido. Não é possível estar de bem com Deus e com o Diabo, e ele está sempre nessa tentativa inglória. Bolas pró homem.

    ResponderEliminar