28 agosto, 2009

3 comentários:

  1. Rui Moreira n' A Bola.

    Bola no braço ou braço na bola

    1 Depois das coincidências da 1ª jornada, os jogos dos grandes tiveram desfechos diferentes, mas foram marcados por situações semelhantes, ainda que com consequências difversas, de mão na bola, ou bola na mão. Em Alvalade, Benquerença ou não viu que a bola bateu na mão, ou tomou o toque por acidental. Em Guimarães, Proença não teve dúvidas em marcar penalty. Já no Dragão, aconteceu uma situação intermédia, em que o árbitro da partida, que nada vira, assinalou a infracção por indicação do árbitro assistente.
    O aproveitamento dos penalties foi diverso porque Cardozo voltou a desperdiçar, enquanto Falcao soube facturar. Também no capítulo disciplinar, as coisas não foram iguais já que, em Guimarães, apesar de não ser uma jogada perigosa, o jogador da casa foi punido com cartão amarelo, que levou à sua expulsão (ao contrário, aliás, do que acontecera a David Luiz na jornada anterior), enquanto no Dragão, o árbitro poupou o vermelho directo a Cléber, que cortou com a mão a bola que ia para a baliza, mas mostrou-o ao seu indignado colega Clebão. Curiosa esta coincidência de ter havido, três lances cruciais e idênticos que, contudo, foram julgados de forma diferente, o que diz muito (ou pouco) sobre a arbitragem nacional.

    2 Reconheça-se, é difícil decidir entre mão na bola ou bola na mão. Diz a Lei 12 que o livre directo, que na grande área resulta em penalty, será concedido «à equipa adversária do jogador que tocar deliberadamente a bola com as mãos». Para determinar a intencionalidade, o árbitro deve ter em consideração «o movimento da mão na direcção da bola, e não a bola na direcção da mão» (tanto mais que «a posição da mão não pressupõe necessariamente uma infracção»), a «distância entre o adversário e a bola», e avaliar, também, se a bola é inesperada. Ora, a equipa de arbitragem tem de decidir em função de todas estas premissas subjectivas e numa fracção de segundo, o que se complica nos jogos de alta competição onde, para cúmulo, dispõe de meios de observação muito inferiores aos que estão disponíveis a todos quantos assistem ao jogo fora das quatro linhas. Além do mais, a decisão tem, por norma, um reflexo disciplinar, já que a lei determina a expulsão do jogador que impede a equipa adversária de marcar um golo, ou anula uma clara oportunidade de golo, tocando deliberadamente a bola com a mão.

    3 Não havendo uma solução perfeita, tanto mais que a única forma de reduzir a subjectividade passaria por alterar a Lei 12 e retirar a condição de intencionalidade, bom seria que os árbitros portugueses consensualizassem os seus critérios. Mas, se isso parece difícil, tanto mais que cada árbitro tem, tal como os jogadores e treinadores, um estilo próprio, pode-se exigir, pelo menos que, em cada jogo, e nesta matéria como noutras, o árbitro siga um critério uniforme. Em vez disso, há arbitragens que inclinam o relvado para um só lado.

    fonte: http://www.portistaforever.blogspot.com/

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  2. Francisco José Viegas n'A Bola.

    Arte da guerra

    1 Vejamos: conseguirão Falcao, Farías, Hulk, Varela e Orlando Sá dar conta do recado lá na frente, com os contributos de Rodríguez e de Mariano (se este perder o ar de empregado de mesa do Café Tortoni de Buenos Aires)? O problema de quem teve Jardel, Domingos e Gomes é que esse sentimento degenera em «nostalgia do goleador». A «nostalgia do goleador» é uma das mais graves doenças do adepto - porque, de episódica, pode passar a crónica.
    A vantagem de Jesualdo é que os manda reaprender tudo o que já sabiam até que comecem a jogar de régua e esquadro; já começou o trabalho com Varela, está a começar com Falcao. Falcao é promissor neste modelo de jogo; se levar a bênção de Jesualdo, há-de aparecer na área como um fuzileiro em combate, arrastando as tropas, abrindo alas onde antes estava mato puro. Por mim, gosto das campanhas de guerrilha, sem pompa nem circunstância. É aí que se revelam os grandes combatentes, destinados aos exércitos da frente.E não é preciso perceber da Arte da Guerra para fazer o balanço dos últimos três campeonatos.

    2 Soube, por amigos bem informados, que o Benfica vai ter de devolver o título de campeão nacional desta época. Durante os meses de Julho e Agosto não havia redacção de jornal (por mais circunspecta que fosse), comentarista televisivo (por mais fechado que estivesse o seu rosto) sem falar das conversas de fim de tarde com os meus vizinhos no supermercado Tradicional, que não me garantisse o título às primeiras jornadas. Não valia a pena discutir o campeonato e perder tempo a jogar. Bastava discutir estratégia e transformar a I Liga em hipótese de Playstation. Eu bem vi, aos 88', Rui Costa a roer as unhas no último jogo com os «amiguinhos» do Guimarães. Ramires, aos 90', foi o corta-unhas de Rui Costa. Mas não evitou a devolução do troféu.

    3 Deve Liedson ser aceite na selecção? Se for português, sim. Vejo nele um algarvio impuro; Deco era minhoto, cheio de malandrice. Pepe nasceu em Trás-os-Montes.

    fonte: http://www.portistaforever.blogspot.com/

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  3. Jorge Maia n' O Jogo.

    Champions

    A Liga dos Campeões é mais ou menos como um icebergue - e, antes que desatem a escrever os e-mails de ódio, isto não é nenhuma indirecta ao Titanic de Paulo Bento. É só uma metáfora. A ideia é que apenas uma pequena parte da importância que a Liga dos Campeões tem para as finanças de um clube como o FC Porto é perceptível à primeira vista. Claro que há os sete milhões de euros e uns trocos que são garantidos pela participação na fase de Grupos, mais os 800 mil euros que vale cada vitória e os 400 mil euros dos empates, mais os três milhões de uma eventual passagem aos oitavos-de-final, mais os 3,3 milhões dos quartos-de-final, os 4,2 das meias-finais e os 5,5 da final. E ainda há os direitos televisivos que podem render mais uns três milhões depois de a eliminação do Sporting ter deixado o FC Porto sozinho. "Peanuts", digo eu. Mais longe da vista está a promoção dos jogadores garantida pela sua exposição na mais importante montra do futebol mundial. A mesma que permitiu valorizar um jogador como Cissokho 50 vezes em cerca de quatro meses para ser vendido por 15 milhões de euros. É isso que faz da Champions a melhor competição de clubes do Mundo e do FC Porto uma das equipas que melhor a rentabiliza.

    fonte: http://www.portistaforever.blogspot.com/

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