Ora bem. A equação é fácil de memorizar e de uma aparente simplicidade. Comprar barato + potenciar o jogador = vender caro. Tem sido esta a fórmula de sucesso portista, nos últimos anos, permitindo encaixes financeiros significativos, perante a incredulidade geral e a inveja particular dos rivais.
Não se tornando mero entreposto de jogadores, nem ostentando o pomposo nome de Academia num qualquer recinto que sirva de palco a treinos semanais, o FC Porto tem sabido resistir aos tempos modernos, adaptando-se a mercados constantemente em ebulição. Coleccionando títulos e honrarias, mas mantendo sempre um notável espírito de conquista e competitividade, os Dragões mantêm-se à tona da água, num mar europeu infestado de tubarões, sacrificando pontualmente a elevação da equipa a um novo patamar de competência desportiva.
Críticas e opiniões à parte, sobre os gastos do dinheiro – e os prejuízos regulares, riscados a vermelho, nos relatórios financeiros – sabe-se de onde provem as quantias dispendidas em novas contratações.
E os rivais?
Pois. É aqui que a “porca torce o rabo”. O manto de silêncio, habitualmente acompanhante das demonstrações de resultados nos clubes rivais, tem sido a tónica generalizada na imprensa dita desportiva. O Sporting, sabe-se, vive na penúria, numa espécie de reedição moderna das crises da nobreza, contadas nos cadernos escolares. Os herdeiros do Visconde de Alvalade debatem-se com uma escassez de “cash-flow”, endividados até ao tutano por constantes projectos megalómanos, culminando no estado de inanição actual: controlados pela Banca, com um passivo de arrepiante grandeza e muitos dígitos, correndo o sério risco de uma “belenensização”, a médio prazo.
Resposta parcial. Um dos rivais não tem dinheiro. E não gasta acima do que pode, tolhido pelas rédeas curtas do “projecto finance”. Segue o ditado popular. “Quem não tem dinheiro, não tem vícios…”
Basta atravessar um bocado de asfalto e passar para o outro lado da 2ª circular para a história sofrer uma transformação ao nível das fábulas. Separados por mera centena de metros, mas a anos-luz de distância na prepotência, arrogância e despotismo. Na Luz, reeditam-se, sob o imenso aplauso da turba e a concordância encapotada de escribas, os tempos áureos do foragido Vale e Azevedo. Não se rasgam – ainda – contratos, mas esmaga-se de forma contundente a oposição interna. E perpetram-se fugas para a frente, desesperadas, procurando o pote do ouro no final do arco-íris.
Os prejuízos, impossíveis de branquear nos relatórios auditados, são sumariamente explicados com o estafado recurso ao chavão da “falta de sucesso desportivo”, como se este explicasse o buraco negro por onde são sugadas as contas do SLB.
Procurando a eternização do poder, avessa a contradições democráticas, o presidente populista dos encarnados, reconhecido facilmente pelo enorme volume dos seus apêndices auditivos, adquiriu o toque de Midas dos iluminados. O recurso sistemático a receitas futuras, hipotecando os rendimentos de anos vindouros, tudo em nome do “sucesso desportivo”.
Parece um estratagema brilhante, ainda não aproveitado, em tempo de crise económica, por um qualquer político de pacotilha. “Estamos tesos? Estamos, mas não se pensa mais nisso”. Imprudente? Claro, mas alguém há-de, em caso de as coisas não correrem bem – leia-se, “se o Benfas não for campeão” – deitar uma mãozinha caridosa. Não foi assim no passado, com o penhor de acções que de valor nada apresentavam, perante o beneplácito de um poder político predisposto a manter o estado artificial de felicidade encarnada?
E aí reside a explicação para que, ao contrário de anos anteriores, se assista a um cerrar de fileiras tão fervoroso, com a máquina propagandista vermelha a começar, logo na 1ª jornada, a sua operação de cosmética e branqueamento. Porque, sabe-se, este ano o crónico campeão do defeso terá obrigatoriamente de não defraudar os seus adeptos patetas, sob pena de incorrerem num sério risco: o de assistirem, em lugar privilegiado, à coroação imperecível do seu rival nortenho, numa hegemonia que se tornaria esmagadora. Não é assim de estranhar que os “iluminados” da Bola andem tão afadigados com paragonas e textos elogiosos, por um lado, exaltando o plantel encarnado, e dispostos a aguilhoarem o Porto, por outro, com textos execráveis, tendentes à habitual estratégia do branqueamento. Este ano, como forma de solidificar o toque do Rei Midas da Luz, vai valer tudo, numa luta titânica pela supremacia nacional.
Depois de Xistra e do João “pode ser” Ferreira, quem estará na linha sucessória, para o jogo na Figueira? Bruno Paixão? Ou esse ficará resguardado para oportunidade melhor e mais crucial?
Não se tornando mero entreposto de jogadores, nem ostentando o pomposo nome de Academia num qualquer recinto que sirva de palco a treinos semanais, o FC Porto tem sabido resistir aos tempos modernos, adaptando-se a mercados constantemente em ebulição. Coleccionando títulos e honrarias, mas mantendo sempre um notável espírito de conquista e competitividade, os Dragões mantêm-se à tona da água, num mar europeu infestado de tubarões, sacrificando pontualmente a elevação da equipa a um novo patamar de competência desportiva.
Críticas e opiniões à parte, sobre os gastos do dinheiro – e os prejuízos regulares, riscados a vermelho, nos relatórios financeiros – sabe-se de onde provem as quantias dispendidas em novas contratações.
E os rivais?
Pois. É aqui que a “porca torce o rabo”. O manto de silêncio, habitualmente acompanhante das demonstrações de resultados nos clubes rivais, tem sido a tónica generalizada na imprensa dita desportiva. O Sporting, sabe-se, vive na penúria, numa espécie de reedição moderna das crises da nobreza, contadas nos cadernos escolares. Os herdeiros do Visconde de Alvalade debatem-se com uma escassez de “cash-flow”, endividados até ao tutano por constantes projectos megalómanos, culminando no estado de inanição actual: controlados pela Banca, com um passivo de arrepiante grandeza e muitos dígitos, correndo o sério risco de uma “belenensização”, a médio prazo.
Resposta parcial. Um dos rivais não tem dinheiro. E não gasta acima do que pode, tolhido pelas rédeas curtas do “projecto finance”. Segue o ditado popular. “Quem não tem dinheiro, não tem vícios…”
Basta atravessar um bocado de asfalto e passar para o outro lado da 2ª circular para a história sofrer uma transformação ao nível das fábulas. Separados por mera centena de metros, mas a anos-luz de distância na prepotência, arrogância e despotismo. Na Luz, reeditam-se, sob o imenso aplauso da turba e a concordância encapotada de escribas, os tempos áureos do foragido Vale e Azevedo. Não se rasgam – ainda – contratos, mas esmaga-se de forma contundente a oposição interna. E perpetram-se fugas para a frente, desesperadas, procurando o pote do ouro no final do arco-íris.
Os prejuízos, impossíveis de branquear nos relatórios auditados, são sumariamente explicados com o estafado recurso ao chavão da “falta de sucesso desportivo”, como se este explicasse o buraco negro por onde são sugadas as contas do SLB.
Procurando a eternização do poder, avessa a contradições democráticas, o presidente populista dos encarnados, reconhecido facilmente pelo enorme volume dos seus apêndices auditivos, adquiriu o toque de Midas dos iluminados. O recurso sistemático a receitas futuras, hipotecando os rendimentos de anos vindouros, tudo em nome do “sucesso desportivo”.
Parece um estratagema brilhante, ainda não aproveitado, em tempo de crise económica, por um qualquer político de pacotilha. “Estamos tesos? Estamos, mas não se pensa mais nisso”. Imprudente? Claro, mas alguém há-de, em caso de as coisas não correrem bem – leia-se, “se o Benfas não for campeão” – deitar uma mãozinha caridosa. Não foi assim no passado, com o penhor de acções que de valor nada apresentavam, perante o beneplácito de um poder político predisposto a manter o estado artificial de felicidade encarnada?
E aí reside a explicação para que, ao contrário de anos anteriores, se assista a um cerrar de fileiras tão fervoroso, com a máquina propagandista vermelha a começar, logo na 1ª jornada, a sua operação de cosmética e branqueamento. Porque, sabe-se, este ano o crónico campeão do defeso terá obrigatoriamente de não defraudar os seus adeptos patetas, sob pena de incorrerem num sério risco: o de assistirem, em lugar privilegiado, à coroação imperecível do seu rival nortenho, numa hegemonia que se tornaria esmagadora. Não é assim de estranhar que os “iluminados” da Bola andem tão afadigados com paragonas e textos elogiosos, por um lado, exaltando o plantel encarnado, e dispostos a aguilhoarem o Porto, por outro, com textos execráveis, tendentes à habitual estratégia do branqueamento. Este ano, como forma de solidificar o toque do Rei Midas da Luz, vai valer tudo, numa luta titânica pela supremacia nacional.
Depois de Xistra e do João “pode ser” Ferreira, quem estará na linha sucessória, para o jogo na Figueira? Bruno Paixão? Ou esse ficará resguardado para oportunidade melhor e mais crucial?
Acho que é o Elmano Santos,se não estou em erro.Já não confio em ninguém.
ResponderEliminarUm texto que reflecte bem aquilo que se passa neste cantinho à beira-mar plantado,e que é já mais que habitual.
Cá estaremos para levar os nossos rapazes para a frente contra o que der e vier.
O Dias Ferreira, sendo a irmã a ganhar as elições (foi a mesma que aceitou as acções sem valor do malfica), também é capaz de fazer uma "forcinha" para o "isporti" receber o rendimento mínimo!
ResponderEliminarQuanto a nós, bom, está mais que visto que somos um "case study" na Europa do futebol de como rentabilizar jogadores e conquistar vitórias. Vão uns, chegam outros, mas temos tido o "dom" de saber renovar sem hipotecar o sucesso.
Como dizia há uns dias, "é deixá-los ladrar e nós a passar"... que assim continue.
Saudações
Primeira vez que escrevo neste bblog. Sou um assiduo visitante porem nunca fiz nenhum comentario mas agora vejo me na obrigaçao de o fazer. Apenas para "alertar" que foi com alguma pena que nao vi aqui uma homenagem a cesar fidalgo, jovem hoquista do porto que faleceu num acidente tragico.
ResponderEliminarFica apenas este reparo
saudaçoes portistas
O Vieira de Rei Midas só se for as orelhas.
ResponderEliminarA guerra vai ser dura e a propaganda não dará tréguas, mas todos juntos vamos conseguir...
Um abraço
Paulo Pereira, on fire ;)
ResponderEliminarComo eu te compreeendo, c'um carago... afinal, do 1º ao último parágrafo, alinho pelo mesmo diapasão, sem retirar ou acrescentar um vírgula que seja.
A nós, cabe-nos lutar e vencer em campo, que é a nossa génese de nascença, já nós, em parte, vivemos d'um «passado» que chega só amanhã, e como tal, não há que dormir à sombra da bananeira ou de títulos já conquistados, porque o mundo, esse, continua a girar e há que seguir nos mesmos trilhos de sempre: Sangue, Suor e Bitórias, mai'nada!
Anónimo,
ResponderEliminarnão deixa de ser verdade que a (merecida) homenagem não foi aqui feita, digamos que, em forma de post, mas ela mora cá não num todo, mas em parte... bastaria para isso que consultasses o post desta semana do PedroPorto, na 4ª feira, com o título "Formação 2008/2009 - Parte III", e nessa caixa de comentários, encontrarias por lá, mais do que uma referência a esse facto.
no entanto, isso não invalida que tenhas certa e determinada razão, mas, para que a tivesse totalmente, teriamos nós todos, os colaboradores deste blog, de fazer deste espaço de tertúlia, a nossa profissão, a nossa vida, a nossa ocupação a full, e provavelmente, como certamente te aperceberás, tudo isso, não é mais do que imaginação fértil, entendes?
todos nós por aqui, como tb tu mto provavelmente, temos uma vida para além do blog, temos emprego, temos familia, temos vida pessoal, etc etc e não se pode falar de tudo... há algumas que acabam a ser faladas, não tanto num 1º plano, mas num 2º plano, como foi este caso.
a "obrigatoriedade" de o fazer, se assim queres catalogar, era do site do FC Porto e de quem o gere "profissionalmente" e a "full"... ao que sei, e provavelmente saberás tb, essa referência, e muito bem, foi lá feita, portanto, assunto encerrado.
dentro da medida do possivel, tentaremos sempre ocupar o máximo de informação possivel neste espaço de tertúlia... mas isso, sabemos nós, sabes tu e sabem todos concerteza, para "nós", é completamente impossivel fazê-lo, mas tentaremos, no futuro, estar mais atentos, se te apraz isso saber.
Cpts.
Excelente texto...e um retrato perfeito da realidade que nos rodeia...
ResponderEliminarExcelente texto a por a nu uma verdade evidente para todos menos para os seguidores das “papoilas saltitantes”. Vaticino um desastre de proporções bíblicas, quando as derrotas inevitáveis forem surgindo. É que essas parangonas costumeiras por parte da dita imprensa e esse triunfalismo precoce têm um grande senão, de seu nome Futebol Clube do Porto e o seu costumeiro hábito de vencer.
ResponderEliminarViva !
ResponderEliminarExcelente texto e muito pertinente !
Paulo Pereira : Penso que deves ter lido o que tenho escrito quanto à avaliação, quer de Lisandro quer de Cisso.
Hoje, novamente, quer o Parisien quer o l'Equipe dedicam uma página inteira a Lisandro.
Lisandro no l'Equipe ainda aparece com a camisola do Porto, para mostrar o seu itinerário.
E artigos pequenitos de poucas linhas relativos a Cisso. Talvez os mais elogiosos. Ou talvez comece a haver uma pressão para que Cisso opte pela selection. É uma interpretação subjectiva.
Paulo Pereira : Se me permites, retomando o que escreveste : Lisandro foi um contrato barato ou um bom contrato ? ( se me enganei corrige ).
E Viva o Porto !
Sim Porto Maravilha. Tenho lido e tenho seguido as pontuações deles, na página online do L'Equipe.
ResponderEliminarExcelentes pontuações e críticas, provandp que ambos são reforços de peso para o Lyon. Mesmo sem Benzema, as contratações dos dois ex-dragões, aliadas à de Michel Bastos e Gomis conseguiram colocar o Lyon na rota do título.