Primeira jornada, 3 pedras (defeituosas) na calçada…

Início empatativo da Liga 09/10, primeiros passos no início da Calçada, obra que se espera regenerativa de nova VIA PENTA, que pode ser a segunda da nossa história. Para que tal aconteça com a naturalidade habitual dos últimos anos é preciso que a magnificência da nossa “máquina” azul e branca continue a ser oleada, continuamente, e neste caso calcetada pelos melhores. Para trás devem ficar e ser corrigidas, aquelas, pedras imperfeitas que se apresentam no nosso caminho, sem nos deixarmos tropeçar em rasteiras velhas há muito conhecidas. É pois e mesmo que o tema se torne repetitivo e não caiba aos adeptos azuis retorquir em defesa do emblema do Dragão que me proponho a identificar algumas das pedras imperfeitas como parte integrante da calçada que vamos calcorrear juntos rumo ao título.

A primeira pedra, e penso ser consensual, considero-a como sendo um verdadeiro diamante a lapidar da nossa imensa e constante montra de joalharia, falo pois de Hulk. Este jogador com nome de super-herói é mais um produto da nossa fantástica prospecção de mercado. Com qualidades físicas muito acima da média e um, ainda, percurso largo de aprendizagem e de consolidação de outras aprendizagens, Hulk pode mesmo vir a ser um caso sério no mundo do Futebol. No entanto, e é bom não esquecer, que quase todos os génios desportivos transportam consigo algo de negativo e lhes tiram algum mérito. Talvez por ser ainda um jogador novo a sua maturidade psicológica ainda não tenha alcançado os níveis de exigência que um desporto profissional como o futebol precisa, o seu comportamento “reivindicativo” para com os juízes da partida, em muitos lances (não discutindo a razão que eventualmente até possa ter), não só o prejudica a si como também a equipa que lhe dá o ganha-pão todos os dias, como foi exemplo na pretérita jornada. Casos como este não são novos nem em Portugal nem no Futebol Clube do Porto, veja-se Quaresma que compadecia da mesma “ingenuidade”. Aqui o problema não é só do jogador mas também do Clube, certamente que possuímos os melhores profissionais em todos os sectores desportivos, até porque a modernidade do desporto assim o exige, mas onde está então o papel pedagógico, a começar pelo treinador e dos seus técnicos, nestes casos? A maturidade psicológica de um jogador deve ser algo, tal como as peladinhas nos treinos, feito na mais tenra idade para preparar e formar não só jogadores mas também homens. A espectacularidade do futebol também se vê nisto, na frieza que uns têm e outros dão-na ao desbarato em troca, só, da sua tecnicidade artística.

A segunda pedra com defeito, identificável esta semana, até pelo maior míope, é claramente a “pobreza” e o estado caótico em que se encontra a nossa arbitragem. Todos nós já mandamos uns pontapés numa bola e sabemos o quanto isso já é difícil fazer com qualidade e eficácia, mas faze-lo com a sensação de que temos de jogar, também, contra uma energia estranha que faz a força da gravidade eclipsar-se, torna-se ainda mais complicado, desesperante e desmotivante. A incoerência, a falta de critério a irresponsabilidade, a falta de profissionalismo e em muitos casos de competência da nossa arbitragem chega a ser gritante. E aquilo que pode ser observado na Mata Real e mais tarde na Luz, deixa o mais imparcial dos adeptos a pensar que algo vai mal, muito mal. Como podem estes senhores fazer cumprir regras pré-estabelecidas se depois avaliam os lances conforme lhes interessa? Segundo o que é do conhecimento geral e público, os árbitros antes dos jogos discutem e falam entre si sobre o jogo que vão dirigir, interpretando estatísticas e dados referentes às duas equipas. Se por um lado isso deveria ser encarado como profissional, por outro permite-nos levantar a suspeição de que certos árbitros podem levar o trabalho de casa feito conforme lhes convier, como são os casos de Artur Soares Dias e Carlos Xistra, contribuindo para aquilo que é um X(s)istema automatizado de anti-FCP.

Por fim, e como que se de uma lança apontada à nossa cabeça se tratasse, temos a mais das pontiagudas pedras, a que devemos (não) dar muita atenção nem relevância. Falo pois da tão “carismática” imprensa desportiva nacional. Se os tempos fossem da outra senhora, ou do outro senhor, o que não teria o seu lápis azul que riscar… Os tempos são outros, mas o capitalismo mantém-se, e no que ao futebol diz respeito, a mesquinhice e a inveja da nossa imprensa escrita e falada, relativamente ao nosso clube, chega a ser doentia, tornando-se numa espécie de campanha contra tudo o que é do Norte. Campanha que há muito vem sendo levada a cabo pelos jornais desportivos da capital, que se orgulham de abafar tudo o que é êxito portista e de contribuir para o não conhecimento das incompetências desportivas e irregularidades dos clubes da 2ª circular. Nos últimos dias essa pequenez de pensamento e de linha editorial desprezível chegou até à televisão do Estado, aquela que é paga por todos os contribuintes e que deveria ter uma conduta irrepreensível regida por um código deontológico que não permite, à partida, tomar este ou aquele “partido/clube”.

Estamos habituados a que a rampa do sucesso seja percorrida com dificuldades e com estas e outras pedras no sapato. Não queremos nem gostamos de facilitismos, apenas exigimos sermos tratados de igual forma e com o reconhecimento que só lá fora nos é dado, porque se assim for, então a calçada portuguesa já é pequena para nós.

Abraço e até para a semana, fiquem por aí…que eu fico.