05 abril, 2013

POLOS OPOSTOS

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Quando um grupo de trabalho é constituído com um objetivo comum, é natural que esse grupo seja o mais homogéneo possível na forma de estar e pensar, na sua ambição e abordagem perante desafios, na forma como encara cada dia e cada dificuldade.
Ora, se em qualquer ramo de negócio ou empresa, o anteriormente enunciado deve ser válido, muito mais isso se aplica quando se trata de uma equipa de futebol como a nossa, onde as ambições devem ser sempre as mesmas e similares a todo o grupo: vencer sempre! Tal pode não ser pontualmente possível, mas quando isso suceda, que pelo menos se perceba que não foi por falta de vontade, atitude, determinação ou ambição.

O que é facto é que essa homogeneidade não tem sido transmitida pela nossa equipa, parecendo clara e evidente a vontade e ambição de vencer em alguns atletas, por oposição a um total desleixo, a um total “deixa andar” corporizado por outros. Castro e Danilo são em meu entendimento, bons exemplos disso!

Quem vê Castro festejar um 3.º golo em Coimbra, quando o jogo estava absolutamente resolvido, com aquela alegria, com aquele orgulho, com aquela satisfação, fica com a nítida ideia que há vontade de ganhar naquele atleta, há orgulho em envergar as nossas cores e vestir a nossa camisola. Ele sabe que não é um prodígio de técnica, mas tem vindo a crescer enquanto jogador, fruto da sua humildade, determinação e garra!
Quando não se tem medo do choque, quando se aborda cada lance como se fosse o último, quando se tem “sangue azul” a correr nas veias, os adeptos sabem reconhecer isso mesmo, independentemente das suas limitações técnicas que todos naturalmente também vêm. Prova afinal de contas inequívoca de que, ao contrário do que muitos intelectuais por aí dizem, os portistas sabem ser reconhecidos e condescendentes para com aqueles que trabalham e defendem afincadamente o nosso brasão!
A nossa história não foi só feita de “solistas”... foram também precisos muitos “carregadores de piano” e foram esses que transmitiram a mística que tantos troféus nos trouxe!
Num plantel aparentemente amorfo e sem ambição, Castro corporiza por estes dias aquilo que os portistas querem ver: honra, alma e atitude!

No pólo absolutamente oposto ao do nosso camisola 6, está o nosso camisola 2 (como é possível??), Danilo “Caga Ouro” de seu nome!
Confesso que fiquei indignado, revoltado e até mesmo enojado com o (não) festejo deste veraneante canarinho, no 2º golo de Coimbra. Foi a cereja no topo do bolo de um artista que passa os 90 minutos de jogo como se de um sacrifício se tratasse, dando sempre mostras de falta de concentração, como quem está ali mas podia estar a fazer outra coisa qualquer naquela hora.
Não parece existir um pingo de raça, de vontade em fazer mais e melhor, de pelo menos transmitir a quem o vê, um pouco mais de atitude competitiva que possa levar à vitória.
O seu comportamento é um autêntico atentado para com os nossos anteriores números 2! Mas mais grave do que tudo isso, é que em minha opinião, ele até tem qualidade, até tem potencialidades para apresentar um rendimento superior... mas não está para se chatear muito, pois afinal de contas até é um internacional brasileiro, até custou uma “pipa de massa” e sabe que tem que jogar, pois como é óbvio, o clube tem que procurar não desvalorizar um ativo dos mais caros da nossa história.
Danilo corporiza aquilo que de pior o futebol moderno tem, e do qual os portistas estão cansados: preocupação única pelo salário no final do mês (um atraso de dias provocou logo uma fúria tremenda ao menino), desprezando a história do clube e os seus adeptos, faltando-lhe garra, determinação e vontade de deixar tudo em campo.

Termino dizendo que estou preparado para não ganhar... só não estou preparado para o fatalismo do “não se pode ganhar sempre”. Eu já sei que não se pode, mas há um direito que nos assiste: é o de tentar! E quem não tenta, quem não luta, quem não deixa a pele em campo, quem não vai até à última gota de suor pelo FC Porto, tem da minha parte a crítica e o desprezo que tal me provoca!

Um abraço,

NOTA FINAL – Há certas coisas nas quais o nosso clube parece ser gerido como o nosso governo gere o país: esforços e reduções sempre nos mesmos, por oposição a regalias intocáveis (algumas delas, totalmente pornográficas) para outros, bem à imagem do nosso povo que aguenta sempre mais austeridade... ai aguenta, aguenta! Espero que uma certa “austeridade” bacoca que é aplicada a alguns no momento dos processos de renovação de contratos, não dê mau resultado lá mais para Maio, confirmando-se o que já há muito se prevê! É que na frota automóvel da classe dirigente, parece não haver necessidade de cortes, reduções ou austeridade...

10 comentários:

  1. "preocupação única pelo salário no final do mês (um atraso de dias provocou logo uma fúria tremenda ao menino)"

    Quer desenvolver? Fiquei curioso...

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  2. Compreendo perfeitamente o que diz de Castro e Danilo.

    Como já disse em alguns blogs...
    Neste momento é difícil jogar mais, por questões motivacionais.

    O coração e o sonho cada vez morre mais no nosso FC Porto, porque os planteis são constituídos maioritariamente por estrangeiros.. jogadores da formação apodrecem o sonho ao rodarem por estrangeiro e por outros clubes da primeira liga (com carreira feita), poucos têm oportunidade no nosso 11, para valorizar milhões de investimentos e empresários...

    A motivação hoje em dia é dinheiro/fama e mind-games... dinheiro/fama de jogar na Champions e Seleções para irem para milionário europeu e ser um deus... mind-games, se houver um líder mediático que aproveite as conferências para criar inimigos, motivações e objectivos públicos (não internos).

    Neste momento não há Champions,...não há inimigos, não há objectivos,... há apenas a motivação de demonstrar brio profissional e "competência e ADN de posse"...e pouco mais.

    Taça da Liga a ninguém motiva, o campeonato é bonito de valorizar, mas para os nossos jogadores não faz variar muito os seus desejos e intenções...

    Mais Castros e menos Danilos...

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  3. Já ninguém se lembra do Castro em Braga, para a Taça de Portugal em que ficou agarrado à eliminação do FCP?

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  4. Lembro-me de em Braga estarmos a ganhar por 1/0 a 20 minutos do fim… E nos últimos 20 minutos, o Danilo marcou um auto-golo infantil, quando não estava pressionado por ninguém nem o lance oferecia grande perigo…

    Lembro-me de Castro ter sido expulso a 20 minutos do fim por uma falta desnecessária perto da linha lateral…

    Lembro-me também de Jackson ter ficado no banco de suplentes por motivos de poupança para o jogo de Paris, que depois acabamos por perder com um frango de Helton…

    Lembro-me que foi um jogo em que podíamos ter ganho perfeitamente, e de forma infantil perdemos…

    E que agora sempre seria mais uma competição que o FC Porto poderia ganhar, e que quase garantidamente vai parar às mãos dos lampiões…

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  5. Castro fez um grande jogo em Braga e a sua expulsão foi injusta.
    Tem progredido muito esta época e tecnicamente é um bom jogador.
    A forma como rematou para o terceiro golo em Coimbra e o toque de calcanhar na assistência para o golo de Defour provam o que acabei de dizer.
    Há jogadores a quem colam certos rótulos difíceis de desaparecer.
    Castro está jogar de forma mais tranquila, faz circular a bola tentando sempre aumentar o ritmo de jogo e tem a grande vantagem de jogar com amor à camisola o que rareia nos tempos que correm.
    Tem tudo para ser um futuro capitão de equipa, à imagem do grande João Pinto.

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  6. Pois é Norte... há muitos mais jogadores que andam lá só por andar. O que eu gostava era de ter um treinador com o carácter do Jaime Pacheco para pôr estes meninos mal habituados a correr e a lutar sempre pela camisola que envergam, é este carácter que os dirigentes estão a deixar fugir e que tem de ser recuperado o quanto antes...
    VIVA O FCPORTO!

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  7. Caro Norte,

    Ganhamos muitos mais jogos com 11 Castros do que com 11 Danilos essa é a nossa realidade, porque se todos tivessem aquele espírito não estávamos a depender de terceiros para chegar ao título podes ter a certeza.
    Nunca houve nem haverá adeptos que critiquem atitude e empenho, agora jogadores que se arrastam e só querem dinheiro à PQP.

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  8. Uma Grande Resposta do CASTRO a todos aqueles que aqui disseram que ele tinha garra mas não servia para o PORTO! E tu sabes que tou a falar para ti. Não vale apena gastar muitos milhoes porque bons jogadores nãp faltam em Portugal nas camadas mais jovens, basta é apostar neles.

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  9. JOHNNY.RATO
    Não, não quero desenvolver!
    As coisas são o que são!

    CARLOS
    Certamente que nos lembramos da infantil expulsão de Castro em Braga...mas quantos exemplos quer iguais? Por exemplo, a cabeçada de Bruno Alves a Nuno Gomes!
    Não fico agarrado a erros pontuais que, mesmo podendo ser pesados, não podem definir o percurso do atleta...o que teria então acontecido a Bruno Alves, Pepe, Maicon e tantos outros?

    ANÓNIMOS
    Jaime Pacheco? Não, obrigado!
    Há treinadores capazes de o fazer sem recurso a quem "vende a mãe por 2 tostões". Não me esqueço da saída para o Sporting...aí sim ficam definidos os traços de carácter.

    Falam para mim em relação a criticar Castro?? Todos mentiriam se disserem que nunca tiveram desabafos em relação a Castro, durante um daqueles jogos em que nada sai bem! Daí a criticá-lo como por exemplo critico Danilo, vai uma distância muito grande.

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  10. Fossem todos como o Castro. Nesta altura, já estávamos com os olhos no tetra. O Danilo começa a fazer-me lembrar o Luís Fabiano, parece que também era assim, preocupado.

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