22 dezembro, 2007

“O bom filho à casa torna”

É indiscutível. O sorteio foi simpático para nossas cores. O Shalke 04 – a par dos católicos do Celtic – eram os adversários mais acessíveis, no plano teórico, que nos poderiam calhar no sorteio de hoje em Genebra. E saiu-nos o brinde germânico.

Convêm no entanto lembrar que batalhamos por este favoritismo ao obter a liderança do nosso grupo. Não comungo da ode vermelha que se generalizou após o sorteio que “O FC Porto no sorteio foi novamente bafejado pela sorte“. Enganam-se.

A hegemonia portista no campeonato interno e a consequente consolidação ao nível europeu permite-nos almejar posições de destaque nos sorteios, evitando os conhecidos tubarões, por isso é legitimo dizê-lo: este FC Porto europeu é fruto do trabalho e não do acaso.

E defendo esta tese porque me parece que o desmesurado optimismo – que já roça a euforia exacerbada – pode minar o espírito combativo e aguerrido da nossa equipa, transformando-a sobranceira. Estou confiante, mas com um optimismo calculado e suportado pela abnegação e consistência exibicional actual. O panorama futebolístico é pródigo em alterações e até Fevereiro/Março muita coisa pode acontecer.

O Shalke 04 é um histórico alemão e embora neófito nestas andanças tem um palmarés recheado com 7 títulos de campeão nacional. 4 Taças da Alemanha e uma Taça Uefa na época 96/97.

Incomparável ao nosso, é certo, mas têm um plantel com jogadores que podem desequilibrar, sobretudo na frente: Asamoah e Kuraniy; no meio campo os mais desconhecidos Grossmuller, Ozil e Jermaine Jones. No sector mais recuado o nome mais sonante é o do lateral direito Rafinha. O dinamarquês Lovenkrands (ex: Glasgow Rangers, jogador que nos feriu de morte na inenarrável campanha europeia do FC Porto da era Adriaanse) também integra o plantel.

Lincoln transferiu-se para o Galatasaray e o turco Alintop para o Bayern. Duas ausências de peso na antiga estrutura da equipa que secundou o campeão alemão Estugarda na época transacta.

Existe ainda um factor que pode ser negativo/ positivo para o desenlace da eliminatória, a paragem de Inverno da Bundesliga e o reajustamento do plantel germânico.

Assim sendo, resta-nos esperar até Fevereiro e rezar que as peças fundamentais da máquina azul e branca não se lesionem gravemente, visto que a nossa 2ª linha ainda não demonstrou potencial que assegure um acréscimo qualitativo na caminhada europeia (desculpem o meu cepticismo). Em suma, em condições normais, este obstáculo será ultrapassado com sucesso.

Que o regresso a Gelsenkirchen seja um prelúdio para uma nova epopeia vitoriosa na Europa…..

Saudações.
CJ

ps - Desejo-vos, sem excepção, um santo Natal e uma entrada auspiciosa no ano 2008.

2 comentários:

  1. Viva !

    A paragem de inverno, em teoria, deve ser positiva, para o Porto.

    Mas o "General Inverno" pode decidir diferentemente. Isto é, se o mês de Fevereiro for bem frio o Porto vai sofrer na Alemanha. Nada pior, para bons tecnicistas, que jogar em pisos gelados ou meios gelados. E há também a incógnita do mercado.

    Há uma grande diferença entre jogar num terreno pesado ou não. Sobretudo para quem não está habituado.

    Esperemos, pois,desejando que muito gelo e neve se derretam.

    Concordo contigo : O Porto está onde está por mérito próprio.

    Continuo a pensar que o Porto tem possibilidades de chegar aos quartos. Veremos o que nos resevam as condições climatéricas !

    E Viva o Porto

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  2. Concordo que havia adversários mais difíceis,mas quem pensar em facilidades,vai ter uma surpresa.
    Esperemos que o que aconteceu na Choupana, tenha sido uma excepção e não o pronúncio de algo igual à época passada.
    Um bom Natal e saudações portistas.

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