A notícia correu livremente pelos becos e ruas sombrias da Invicta. O império Otomano estava em marcha, calcorreando territórios, ávido de conquistas. Encabeçando a imensa legião de muçulmanos, ostentando as cores pretas e brancas da tropa de elite, vinham os idolatrados guerreiros do Besiktas. Rostos crispados, de tez morena, maxilares cerrados, concentrados no único objectivo válido para as suas cores: a derrota do potentado do Norte de Portugal.Lá, alheios a medos e receios, os bravos lutadores do Porto prepararam-se para o confronto. Sabiam o que estava em jogo. Conscientes da sua qualidade, aguardavam serenos, confiantes, olhando de quando em vez para o símbolo do Dragão, ondulando lá bem no alto, junto ao recinto onde tudo se desencadearia. O animal mítico, símbolo de força e poder, de conquistas eternas, emanava uma aura de invencibilidade quase sobrenatural.As gentes do Norte, habituadas a combates anteriores, uniam-se nas preces, sabendo que dos favores dos deuses podia depender a sorte da batalha. Aglomeravam-se em magotes, analisando tácticas, discutindo estratégias, sentindo no seu íntimo um calor agradável, proveniente de experiências anteriores, onde aqueles bravos combatentes, com as suas vestes azuis e brancas, tinham enchido de glória o nome da cidade.E depois, quando se ouviam os primeiros gritos de desespero, com o avanço destemido dos turcos, surgiu Ele. Cabelos negros esvoaçando na brisa da noite, um corpo afilado, misto de músculo e energia, correndo intrépido na defesa dos nobres ideais. E as pessoas prostraram-se, benzendo-se, agradecidas aos céus por aquele guerreiro lutar do seu lado. Murmuraram reverenciadoramente: El Comandante!
Este, como se ouvisse o seu chamamento, virou-se para os seus camaradas de armas e gritou, numa voz tonitruante: Vamos a eles…
Será por certo algo exagerado transformar um mero jogo de futebol numa cruzada, onde o sangue ímpio se misturava com o dos fiéis, caindo agarrados aos baluartes da fé cristã. Mas na 3ª feira, naquele palco dos sonhos que nos continua a fascinar, como meninos a ver um espectáculo de magia, o Porto tornou a fazer história. Qualificou-se para os oitavos da Champions, vencendo pela 2ª vez na sua história a fase de grupos.
Se preciso fosse, mostrou novamente, de forma clara e inequívoca, quem é a única equipa nacional capaz de ombrear com os colossos europeus. Não se trata aqui de dirimir argumentação básica, toldada por sentimentos clubistas. O que o Porto fez é algo recorrente. Algo alicerçado na qualidade. No profissionalismo. Num projecto sério, encetado décadas atrás por alguns visionários que tinham um sonho: transformar o Porto num clube aglutinador de paixões, por todo o Mundo, monopolizador de títulos em terras lusas e dotá-lo de ferramentas necessárias para entrar, por direito próprio, no Olimpo, esse lugar mítico só frequentado pela classe alta europeia.
Pois bem, já todos nós sabemos que aquilo que começou por ser um desejo, rabiscado em pedaços de papel, se transformou em realidade, assumindo proporções gigantescas, transbordando mesmo o mais optimista dos sonhos.
E a pergunta que assola, nesta altura, os pensamentos dos apaniguados portistas é apenas uma: “Até onde pode ir esta equipa?”.
Eu sonho. Eu almejo. Que a próxima paragem seja apenas naquele jogo. O jogo. O que nos faz doentes de ansiedade. Que aumenta a batiada cardíaca, à medida que a hora de início de aproxima. Que nos rebenta o peito de orgulho, ao vermos a equipa pisar a relva, entrando para os 90 minutos mais decisivos da história de um clube. Sim, eu sonho com a final da Champions. Quase todos os dias. Uns dirão que é uma mera utopia. Mas bem lá no fundo, no âmago, mesmo os mais descrentes sentirão uma pontada de fé. É possível. A longa maratona iniciada em Agosto tem apenas 16 sobreviventes. Nós somos um deles. Estamos lá. E não tememos ninguém.
Se preciso fosse, mostrou novamente, de forma clara e inequívoca, quem é a única equipa nacional capaz de ombrear com os colossos europeus. Não se trata aqui de dirimir argumentação básica, toldada por sentimentos clubistas. O que o Porto fez é algo recorrente. Algo alicerçado na qualidade. No profissionalismo. Num projecto sério, encetado décadas atrás por alguns visionários que tinham um sonho: transformar o Porto num clube aglutinador de paixões, por todo o Mundo, monopolizador de títulos em terras lusas e dotá-lo de ferramentas necessárias para entrar, por direito próprio, no Olimpo, esse lugar mítico só frequentado pela classe alta europeia.
Pois bem, já todos nós sabemos que aquilo que começou por ser um desejo, rabiscado em pedaços de papel, se transformou em realidade, assumindo proporções gigantescas, transbordando mesmo o mais optimista dos sonhos.
E a pergunta que assola, nesta altura, os pensamentos dos apaniguados portistas é apenas uma: “Até onde pode ir esta equipa?”.
Eu sonho. Eu almejo. Que a próxima paragem seja apenas naquele jogo. O jogo. O que nos faz doentes de ansiedade. Que aumenta a batiada cardíaca, à medida que a hora de início de aproxima. Que nos rebenta o peito de orgulho, ao vermos a equipa pisar a relva, entrando para os 90 minutos mais decisivos da história de um clube. Sim, eu sonho com a final da Champions. Quase todos os dias. Uns dirão que é uma mera utopia. Mas bem lá no fundo, no âmago, mesmo os mais descrentes sentirão uma pontada de fé. É possível. A longa maratona iniciada em Agosto tem apenas 16 sobreviventes. Nós somos um deles. Estamos lá. E não tememos ninguém.
Não temos um mago da táctica no banco, que se apelida a si próprio de especial, nem o mágico Deco a perfumar o meio-campo de classe, ou o imperial Ricardo Carvalho lá atrás, sustendo as investidas adversárias. Pois não. Mas temos a imprevisibilidade de Quaresma, a velocidade de Tarik, a codícia de Lisandro ou o trabalho de sapa de Paulo Assunção. E no meio, nessa zona nevrálgica onde os entendidos dizem que se decidem a maioria dos jogos, possuímos um dos melhores médios mundiais. Planando, quase sempre omnipresente, como se cada jogada, cada passe, cada corte, fosse feito sem esforço, está Lucho. Peito aberto para os combates de titãs que se avizinham, numa equipa que sabe que é possível. Que acredita. Que lutará até ao fim.
Eu acredito. E tu?
[nota do administrador] este blog foi nomeado por aqui na categoria de "desporto". No próximo sábado, dia 15, será conhecido o vencedor. Seja 'ele' qual for, com esta nomeação, o prémio já é nosso. Em nome de toda a nossa 'equipe', obrigado!
[nota do administrador] este blog foi nomeado por aqui na categoria de "desporto". No próximo sábado, dia 15, será conhecido o vencedor. Seja 'ele' qual for, com esta nomeação, o prémio já é nosso. Em nome de toda a nossa 'equipe', obrigado!
Paulo eu tb acredito. Passo a passo lá chegaremos. O teu texto está lindo, fantástico, de qualidade suprema, q mais posso dizer? e sobre o Lucho, o verdadeiro, já somos 2 os seus admiradores.
ResponderEliminarOntem com um frio terrível lá fui a Santo Tirso ver o meu FC Porto. Mais uma vitória do nosso andebol, 31-25 ao Sp.Horta. Domingo visitamos o ABC e estou com fé q passamos para a frente.
ResponderEliminarestou como tu...eu Sonho e Acredito...afinal de contas, a vitória é a recompensa dos crentes...
ResponderEliminarBamos a Eles CARAGO, sem euforias...somos capazes
Paulo, como sempre, mais uma das tuas crónicas, que passe o palavreado utilizado, nos apela quase sempre ao sentimento mais profundo... mais uma vez, conseguiste.
ResponderEliminarEu, por força do (bom) hábito... acredito sempre, mesmo naquelas alturas em que já tudo parece perdido, a fé, essa nunca esmorece!!
Nós somos o FC Porto... somos o Porto... somos «orgulhosamente» Portistas... somos 'únicos' neste país infestado de «invejosos e rídiculos»... mai'nada!
aKeLe aBrAçO,
Viva !
ResponderEliminarMais um texto e mais uma excelente produção escrita.
Eu acredito. Claro que acredito tanto mais que agora já não há a pressão dos objectivos fixados no início. Há maior força mental, creio eu. Mas também há que saber ser hulmide : Não pensar que há adversários faceis.
E agora é só esperar mesmo pelo sorteio !
E Viva o Porto !
Como diz e bem o Estilhaço, temos outro chico-esperto, quiçá ansioso pelas luzes da ribalta e pelo mediatismo das cameras. Pacheco Pereira tece umas considerações pouco abonatórias sobre a violência k grassa na noite tripeira, aludindo de forma enviezada a ligações perigosas entre claque e segurança.
ResponderEliminarSe já se sabe k este servicinho deve ter sido encomendado pelo amiguinho k ocupa os Paços da cidade, o bloguista do Abrupto tem uns tiques narcisistas, adorando ouvir o som da própria voz, nem k seja a debitar uma série de alarvidades. Se já ninguém o leva a sério na política, pk teremos nós k ouvir tão "douta" personagem?
Afirma, alto e bom som, k o filme os Sopranos podia ser realizado no Porto. É um facto, terrível, é certo, mas um facto. Por acaso o realizador dos Simpsons não se lembrou disso, pois o papel daquele velho execrável, k vive como um eremita na sua gaiola dourada, odiando tudo e todos, cabia k nem uma luva ao ex-político, ex-candidato a candidato, ex-quase famoso, ex-intelectual tido como sério...
Abraço,
Também conheço um rapaz que acredita e sonha com a vitória na Champions. Se eles acreditarem como nós, acredito que lá chegaremos.
ResponderEliminarO texto está simplesmente fantástico.
Um abraço.
Boas.
ResponderEliminarMais um excelente post Paulo. Assim mitigas as minhas abébias ao blog. Este homem vale por dois carago!!
Em relação ao futuro do nosso Porto na Liga dos Campeões... pois bem.... se o onze base mantiver a bitola exibicional até Março e a segunda linha começar a ganhar algum estofo, acho plausível fazermos algo de engraçado na prova(com alguma sorte nos sorteios), caso contrário... dificil.Mas acreditar, acredito sempre, está me no sangue.
P.S: A minha modesta e (ultimamente nula) participação na actividade deste blog não mitiga o orgulho que tenho ao vê lo ser nomeado para melhor blog desportivo do ano. As reservas também têm um papel preponderante na equipa :).
Abraço.
Texto muito bom!!!
ResponderEliminarNão admira que este seja um blog nomeado para a categoria de melhor blog desportivo português...
Um abraço