21 novembro, 2008

2 comentários:

  1. Coluna do Senador


    Um sério caso de polícia

    Por
    Rui Moreira (abola de 21-11-2008)


    A operação fair-play desmontou a tese calabresa, mostrando que a comparação entre Porto e Palermo, invocada por pseudo-sociólogos e afins, só pode ter sido inventada por palermas. O problema das claques não tem base regional. Tem a ver com o seu modelo, semelhante ao das milícias, que propicia a infiltração por marginais e radicais. Gente que, protegida pelo ambiente de clã e pelo fervor colectivo, encontra, no seu seio, condimentos propícios à construção de teias de cumplicidades.
    Por isso, as claques devem ser filtradas e legalizadas, para serem menos estanques e terem hierarquias responsáveis e responsabilizáveis. As outras, que são barrigas de aluguer para a marginalidade, só podem ser desmanteladas pela força da lei. Mas a certificação não pode ser um instrumento branqueador.
    No caso da claque benfiquista, o clube deve ser responsabilizado se os materiais ilegais tiverem sido apreendidos dentro das instalações do clube, porque é fácil compreender que essas áreas reservadas dos estádios são a mala diplomática onde se podem esconder armas e drogas, fumos e tochas, que por isso escapam ao controle de acesso aos jogos.
    As claques são úteis como apoiantes, e também fazem parte do grande espectáculo, desde que resistam à subversão dos seus fins: seja pela marginalidade, seja pela mão dos dirigentes dos clubes.
    Infelizmente, é vulgar serem estes a corromper as claques, para as arregimentarem e transformarem em guardas pretorianas ao serviço de desígnios que rigorosamente nada têm a ver com a glória desportiva. Quando as claques servem de escolta aos dirigentes para as suas bravatas cobardes, quando são usadas por eles para silenciarem jornalistas incómodos ou vozes discordantes, deixam de ser úteis e passam a ser, apenas, um problema muito sério e uma ameaça à nossa segurança. Um sério caso de polícia.

    http://alldragonsforum.net/forum/viewtopic.php?f=11&t=1089

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  2. Erros e errantes
    JORGE MAIA (ojogo de 21-11-2008)

    Os ingleses, na sua insular sabedoria regada a cerveja morna e uísque de malte, costumam dizer que "two wrongs don't make a right", uma expressão que, como quase todos os ditados ingleses, soa melhor com sotaque do Yorkshire e cuja tradução mais ou menos livre dá qualquer coisa como dois erros não resultam num acerto. Uma forma simples de dizer que duas asneiras não se anulam mutuamente, negando a fórmula matemática segundo a qual menos por menos dá mais. Vem tudo isto a propósito da dolorosamente medíocre exibição da Selecção Nacional frente ao Brasil e do facto de a mesma ter servido não só para avaliar o trabalho do actual seleccionador, mas também para reavaliar o trabalho do antecessor. Ora, se é verdade que a liderança de Carlos Queiroz e os respectivos resultados na Selecção ao longo dos últimos três meses são, no máximo, medíocres, se é um facto que não existe um fio de jogo, um sistema definido ou um vestígio de rigor nesta equipa, este também não deixa de ser o legado de cerca de seis anos de Scolari à frente da equipa das Quinas. Tudo para concluir que dois erros não fazem um acerto, mesmo que Queiroz seja, à vista desarmada, um erro muito maior do que Scolari.

    http://www.ojogo.pt/24-274/artigo762970.asp

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