17 novembro, 2008

3 comentários:

  1. Oportunidade ou oportunismo?
    JORGE MAIA (OJOGO de 17.11.2008)

    http://www.ojogo.pt/24-270/artigo761859.asp

    Não acredito que a lealdade tenha um prazo de validade. Lembrei-me disso a propósito da entrevista de Carlos Azenha publicada há dias no Diário de Notícias. A certa altura o ex-adjunto de Jesualdo Ferreira explica que uma das principais funções do treinador-adjunto é ser um "apaga-fogos", expressão usada para descrever a necessidade de controlar os jogadores insatisfeitos. Na mesma entrevista, contudo, refere que Quaresma foi "eventualmente" um problema para Jesualdo Ferreira. Ora, parece-me apenas lógico concluir que se Quaresma chegou a ser um problema para Jesualdo Ferreira é porque o "apaga-fogos" não fez o seu trabalho. De resto, houve outra coisa que me chamou a atenção: a frequência com que Carlos Azenha insistiu na ideia de que vê o jogo de forma completamente diferente de Jesualdo Ferreira. Talvez na altura em que deu a entrevista essa descolagem, para além de oportunista, lhe parecesse lisonjeira. Mas, tendo ele sido o adjunto e Jesualdo Ferreira o treinador principal, é legítimo concluir dessa descolagem que os dois títulos conquistados pelo FC Porto nas últimas épocas tiveram muito pouco que ver com a forma como Azenha vê o jogo. Esclarecedor.

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  2. Pela milésima vez os jornais escrevem " golo valeu 3 pontos ".
    Um golo nunca pode valer 3 pontos. Ou vale 1 ponto ( golo para a equipa que estava a perder e empata, passa de 0 para 1 ponto ) ou dá a vitória e vale 2 pontos( a equipa que estava empatada ganha; passa de 1 para 3 pontos, o golo valeu 2 pontos ).

    TP

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  3. «Querem continuar a ser os reis do Norte, que o sejam à maneira deles»

    Para quem esteve menos atento durante os últimos dias, não será fácil atribuir esta frase lapidar a um autor concreto. Dica: vem do único local do país onde todos os seus habitantes pensam pelo menos uma vez por dia no Rei e no orgulho que têm nele. Ali, a ideia de monarquia é aceite com naturalidade, principalmente pelo legado deixado pelo fundador da Nação. Exclamam com orgulho que são da terra do Rei.

    Esta lógica, porém, deixou de existir em Portugal. Não existe monarquia, muito menos um desejo de regresso a esse passado. Desses tempos só restam expressões como «tens o Rei na barriga». É dessa realeza que se fala agora. O autor é um dirigente de futebol, que quis ganhar protagonismo pela irreverência das acusações e o nervo de quem diz «connosco ninguém se mete».

    Pois bem, o clube do qual esta pessoa é dirigente vive dias de agonia e frustração, pela incerteza do futuro, que tinha tudo para ser brilhante, mas que, num ápice, se tornou sombrio. É difícil perceber a lógica das coisas no futebol português, pelo que as alianças políticas destes agentes acabam por se revelar autênticos desastres estratégicos.

    Alberto Oliveira, o tal vice-presidente do V. Guimarães, decidiu desabafar e ficou a falar sozinho, prejudicando o seu clube (acabou por ser desautorizado pelo presidente). São análises destas, insensatas e incendiárias, que podem transformar a história. Os adeptos vitorianos, orgulhosos e com razões para estarem preocupados, poderão aplaudir o arrojo, mas a fria realidade é que o clube continua sem conquistar troféus e o novo trajecto iniciado no Verão está a revelar-se desastroso.

    A monarquia do Norte, a que Oliveira se refere, permanece impassível e sem dar resposta ao interlocutor. Aliás, neste processo e em tudo o que envolve a questão do protesto junto do Tribunal Arbitral do Desporto, o F. C. Porto tem mantido um absoluto silêncio sobre a posição vimaranense. Mal ou bem, é essa a postura imposta por Pinto da Costa e só os menos atentos esperariam o contrário (veja-se o que aconteceu esta noite no Dragão, com o bracarense António Salvador ao lado do presidente portista na tribuna presidencial).

    Quem mais perde com estas lutas entre cúpulas dirigentes é a equipa, aquela que deveria estar imune a quezílias diplomáticas. A dura realidade é que o Vitória deixou de ser aquele emblema entusiasmante, que ameaçava os grandes e ficava à beira da Liga dos Campeões, transformando-se num adversário aguerrido, mas relativamente fácil de ultrapassar. Cajuda já o confirmou: como consequência desta relação fria entre clubes perdeu Alan, Luís Aguiar e João Paulo.

    É claro que o Vitória vai sobreviver a tudo isto, mas talvez venha a sofrer mais do que estaria à espera. O seu maior orgulho é ser diferente e independente. Falta cumprir esse legado, o que só é possível expulsando as amarras dos algozes que procuram a aliança fugaz para proveito próprio. Mas esta é, porém, uma encruzilhada do tempo, até porque em altura de crise, nem sempre é possível manter a verticalidade e alimentar as ambições.

    Filipe Caetano, jornalista do PortugalDiário.

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