28 fevereiro, 2009

Clássico... ou uma mão cheia de nada!!!!!

E tudo a Champions mudou!!!

Com efeito, a jornada Europeia consubstancia mesmo que não queiramos, uma natural inversão na forma de olhar o clássico do Dragão.

Em tempos ouve quem granjeasse certo populismo pelo simples facto de afiançar que aquilo que hoje era verdade, amanhã via tornar-se mentira e vice-versa.

Não é menos usual dizer-se que uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa, como tal, a Liga Sagres é Liga Sagres e a Champions é a Champions, ainda mais sabendo-se que no futebol tudo é possível.

Antes de entrar clássico a dentro, e sem me refugiar nas questões da tradicional tripla que estes jogos sempre encerram, diz-me o meu know-how de adepto, que aquilo que é o passado exibicional dos contendores, tem sempre o seu peso bem quantificado no jogo que se segue.

Ninguém ousará olvidar o facto óbvio que a debacle auto-suicida leonina a meio da semana, terá no jogo do Dragão uma porta entreaberta, onde a cada rasgo ou investida do tridente de ataque azul, esta possa assumir contornos Kafquianos e fazer pender a contenda para características antagónicas ao que têm sido a prática comum dos jogos entre os emblemas em causa.

Não fora esses 90 minutos embaraçosos do Leão frente aos da Baviera, e no subconsciente dos correligionários das cores azuis e brancos, pairariam fartas incertezas quanto ao afiançar indiscutível na certeza dos 3 pontos, e porquê???

O ego e a juba leonina no pós-dérbi atingiram um auge pouco visto esta época. A capacidade e competência demonstrada perante adversidade e stress competitivo conferiram aos viscondes um nível motivacional para a partida no Dragão de altíssimo grau e índole, o que conjugado com os recentes 4-1 de Alvalade para a Taça da Liga, ajudava a que se levantassem questões sobre o favoritismo de cada um dos emblemas para a noite de hoje.

Num ápice, toda essa imagem de verde esperança ruiu. Ao invés, a ronda milionária conferiu ao Dragão uma imagem de futebol capaz, unanimemente sustentada numa exibição que roçou o brilhante. Ainda que estes factos sejam de difícil contorno e possam alvitrar um sem numero de quês e suposições, confesso que, e apesar do peso que estas incógnitas sempre acarretam para a equação de um Clássico, em mim pouco ou nada se altera no esmiuçar do técnico/táctico.

Os últimos confrontos, pouco ou nada têm tido de interessante. Cada jogo é uma batalha táctica, regida pela conveniente postura táctica leonina, alicerçada no tradicional 4x4x2, onde o losango é pedra toque e matriz do futebol de Paulo Bento.

Grande concentração táctica, inusitadas tentativas de efectividade na ocupação de espaços, onde o rigor e a competência da interpretação do jogo são palavras-chave.

Sem que pareça, o Sporting é um colectivo que a meu ver denota um certo desligamento entre sectores, por vezes impressiona pela sua capacidade de pressing, desposicionando o adversário, causando-lhe o distanciamento entre linhas, os seus buliçosos avançados reflectem agressividade e determinação, o que atira o jogo para vertentes estratégicas onde o jogo directo causa invariáveis mossas nas defesas contrárias, sempre tendo no deslize alheio um caminho para o sucesso.

Mormente a mão cheia de golos encaixados, a postura defensiva é típica, alternando capacidade defensiva dos duelos individuais sobretudo nas laterais com a interpretação perfeita da zona. O jogo musculado de Rochemback mastiga a saída de bola, Moutinho é um médio volante com capacidade para fazer todas as posições dos vértices do losango, sem grande expressividade nas alas, Izmailov é dos poucos que procura essas zonas do terreno como factor desbloqueador de jogo, para alem de ser possuidor de uma forte meia distância.

Liedson é, como habitualmente, a dor de cabeça de qualquer defensiva. Homem golo por natureza, tem na área o seu habitat preferencial o que aliado ao seu altruísmo o tornam numa peça fundamental quer na vertente ofensiva, quer no cariz defensivo.

Este é um Sporting fragilizado não por força da goleada, mas fruto de algumas baixas: as lesões de Rui Patrício, Miguel Veloso, Vukcevic e Hélder Postiga, que sendo peças habituais dos espartilhos, e teias urdidas pelo técnico leonino, o que a juntar ao emendar de mão no sector defensivo, deve trazer ao Dragão uma equipa verde-branca com a defesa do sábado passado e daí, Pereirinha pode ser o joker, sendo que até Yannick, muito à semelhança do jogo da 1ª volta, possa aparecer como surpresa da organização colectiva rival.

Com a época a caminhar para uma fase decisiva, não se pode falar apenas de pressão unilateral para o Clássico. É verdade que em caso de vitória, o fosso de 7 pontos para o rival de mais logo começa a tornar-se numa vantagem apreciável, até porque no contexto actual, as diferenças cavadas até agora cifram-se na maior vantagem registada entre primeiros e segundos.

Os Dragões sentem os encornados à ilharga. Com a moral em alta, nem tudo foram rosas na visita ao outro lado da fronteira. Se a exibição foi melhor que o resultado, a grande interrogação que sobra do confronto europeu, é como vai Jesualdo lidar com nova crise circunstancial de défice de laterais de raiz à direita?!?!??

Desde logo, Pedro Emanuel não é de todo solução, Fernando é prontamente descartado pelo simples facto de cada vez mais se sentir como peixe na água na sua área de jurisdição. A gestão opcional seja ele de que teor for, não colheu grandes queixumes e lamúrias, o que atesta sob o ponto de vista de fundo de maneio para o sector, sendo que no meu entender, Tomás Costa é quem preconiza o melhor equilíbrio de prós e contras, sendo ainda uma unidade nuclear de polivalência, o que capacita o técnico azul e branco para poder mexer com o jogo, sem ter de recorrer ou queimar uma substituição.

Curiosamente, o jogador das Pampas foi unidade fulcral no resultado da 1ª volta, ainda que investido de outras competências.

O clássico não perspectiva grandes nuances tácticas no que aos Dragões diz respeito. A lista de eleitos, para além das baixas por lesão, apenas traz uma novidade, e logo uma estreia, Andrés Madrid é escolha, (espero que não seja indício de Fernando a lateral direito), não se registando qualquer outra saída ou entrada.

Indesmentível é que o tridente ofensivo está bem e recomenda-se, apesar da parca produtividade caseira, contingências das dificuldades sentidas contra a escassez de espaços e de ter menos capacidade nas transições muito por força dessas três unidades se verem obrigadas a jogar mais de costas para o adversário que a encará-los de frente e em ritmo acelerado.

Hulk deu expressividade a toda a sua explosividade perante a grande montra do futebol europeu, Lisandro reencontrou as balizas e a sua valência em qualquer uma das posições da frente dão-lhe garantia de poder ser um dos homens do jogo, Rodriguez foi extenuante na sua capacidade de cumprir tacticamente como quarta unidade do miolo, sem regatear a esforços no que toca a visar e procurar o último reduto adversário.

Não se pode atirar o jogo para bases de carácter decisivo, até por essa ordem de factos e ainda que passe pela ideia do Dragão assumir uma posição de maior controlo do jogo e de ataque continuado, a alternância do pendor ofensivo e intensidade de jogo vai ditar leis.

Importa que, e apesar do Professor vociferar aos sete ventos a capacidade e competência dos seus centrais na arte do domínio das técnicas individuais defensivas, seria de bom tom que ao individual se juntasse o colectivo e fosse visível um aquilatar de maior segurança e efectividade na gestão do espaço defensivo.

Vai pois a época para uma mão cheia de Clássicos em tons de Azul e Verde. De uma forma ou de outra, raramente estes jogos são desprovidos de interesse ou vazios de emoção e anseios. Em redor do Clássico, apimentou-se com algumas quezílias do foro extra-relvado, pondo a fervilhar e aquecendo o ambiente em torno do mesmo.

Por tradição última, o Sporting pressupõe-se um osso duro de roer; para os Dragões, o desafio afigura-se como intenso, quer colectivamente, quer individualmente, mas onde só um pensamento norteia o Dragão… ganhar, para não ficar com as mãos abanar!!!!!!

LISTA DE CONVOCADOS

Guarda-redes: Helton e Nuno.
Defesas: Bruno Alves, Cissokho, Pedro Emanuel, Rolando e Stepanov.
Médios: Fernando, Lucho González, Raul Meireles, Tomás Costa e Andrés Madrid.
Avançados: Farías, Hulk, Lisandro Lopez, Mariano Gonzalez, Cristian Rodríguez e Tarik Sektioui.

4 comentários:

  1. É o busílis da questão, o lado direito da defesa. Sem os laterais de raiz, quem será a solução?

    Pedro Emanuel não, por muito apreço que se tenha por um jogador que é um exemplo de profissionalismo. Claramente pouco rotinado a jogar nas alas, é ultrapassado com facilidade pelos adversários. A solução terá que passar pela adaptação de Fernando ou Tomas Costa a esse posto específico.

    De resto, os sentimentos de sempre. Vencer, para manter a liderança bem reforçada.

    Que seja uma grande noite!

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  2. Meus amigos não vai ser um jogo tão fácil como nos querem fazer querer, mas estou convencido que vamos ganhar.
    Quanto au lado direito da defesa pode ser um problema, mas não um drama !
    Entre o Tomas Costa ou Pedro Emanuel, neste momento EU prefiro o Tomas ....
    Mas estamos muito preocupados com o lado direito da defesa, e depois podemos ter problemas noutros lados .

    Paulo:
    Estou como tu os sentimentos de sempre Ganhar ... Ganhar ...Ganhar !!!!!

    GANHAR e mais nada .........


    Abraço

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  3. Tá a chegar a hora... já falta pouco... mais um cadinho e ala que se faz tarde :)

    Hoje, é a noite do "Rei Dragão"... mai'nada :D

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  4. Se eu percebesse alguma coisa de futebol também escolhia esta equipa !

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