20 fevereiro, 2009

Ganhar es”Paços”... para rumar ao Tetra!!!

Perdoem-me o interregno!!! Mas antes de me atirar às questões técnico/tácticas do jogo na Mata Real, permitam-me, que em jeito de atalho de foice, deixe ainda que dissimulado, o meu contributo para o clarificar da abrupta cegueira selectiva que continua a imperar neste rectangulo à beira mar plantado.

Depois do Clássico ter defraudado as minhas expectativas, mas ter contribuido para o hesterismo arbitral, o rescaldo do confronto entre Dragões e Vilacondenses não foi apaziguador, antes teve o condão de ser uma espécie de gasolina como antídoto para apagar fogos, levando a mosquitos por cordas entre Coentrão e demais membros do staff técnico Azul, prontamente atirado para a baila dos média por esse ícone da isenção e mestria no destrinçar dos assuntos futeboleiros lusos, (Rui Santos de seu nome)...

Sem me alongar mais, até porque por vezes o que fica por dizer é o que mais valor e certo está, (ainda que se diga que o silêncio mata), não me admira que hoje tenha ouvido num serviço noticioso, que apesar da luta contra as listas de espera e apesar das diligentes quase 27 mil operações efectuadas no âmbito oftalmológico, foi decidido criar uma 2ª lista de espera porque na verdade confirma-se a existência de um cada vez maior número de cegos em Portugal.

Quem tambem parece enfermar, não direi de cegueira, mas de alguma denotada falta de visão, é Jesualdo Ferreira, (2ª parte no Dragão frente ao Rio Ave e as substituições então avançadas são o expoente máximo da maleita).

Apesar da curta viagem, a partida frente aos Pacenses reveste-se de natural importância nao só pelos 3 pontos em disputa, mas também pelo facto de nutrirem uma simbiose pouco equidistante com o Derby da 2ª circular.

Jesualdo nao enferma só na negatividade, como tal concordo em grau, número e genero, quando apelida o conjunto orientado por Paulo Sérgio como uma equipa que procura um inteligivel futebol, feito de dinâmicas positivas tanto nas abordagens psiquicas como nos desenhos teóricos preconizados pelo técnico do Paços.

O problema é passar da teoria à pratica, e apesar de alguns números sustentarem a lufada de ar fresco que os castores tentam pôr ao cimo do relvado, a verdade é que eles não alicercam, nem são alavancas de uma performance por ai além.

Na verdade, os 23 golos marcados oferecem-lhes os louros de um dos ataques mais realizadores da prova, (tantos golos marcados como os Leões, p.ex...), só que uma vez mais, os sábios do desporto colectivo há muito que dizem que se os ataques ganham jogos, são as defesas que ganham campeonatos ou ajudam a concretizar objectivos, como tal, os 32 golos sofridos deixam um estigma forte nas competências dos canarinhos.

É um binómio absurdo, onde nem a máxima de que o ataque é a melhor defesa ganha pontos, o Paços exibe-se amiúde com grande personalidade competitiva, mas onde se compromete com défices de equilibrio entre o poder ofensivo e o cariz defensivo.

Apesar dos desdobramentos de alguma qualidade, assentes na qualidade técnica de algumas unidades de bom recorte técnico, os castores são por tradição nos jogos frente aos grandes, tradicionalmente dificeis, montados em estratégias de marcações cerradissimas, onde vezes sem conta se vêem dez elementos atrás da linha da bola, tapando todos os caminhos rumo à sua baliza, uma equipa que procura ser um todo harmónico, basculando em função da zona da bola, onde a elasticidade só procura o defensivo, provocando a plasticidade do jogo do seu contendor.

É um aglomerado de jogadores sob um tão curto espaço de terreno, um constante encurtar de espaços de alta densidade e mole defensiva com grande proximidade entre jogadores, sobretudo no que respeita às 2 linhas mais recuadas. Entreajuda e sofrimento, são palavras que os pacenses conjugam na perfeição nestes encontros.

Depois aparecem os movimentos com muita gente no ataque onde o magnetismo pelas redes contrárias é contranatura ao posicionamento elencado, e onde facilmente se observam os ousados balanceamentos ofensivos momentaneos que descaracterizam alguns resultados alcançados pelo Paços.

Este jogo, vale para os comandados de Paulo Sérgio o mesmo que tantos outros, sem a conotação de favoristismo estampada nas mentes, por vezes uma noite boa colectivamente em concordância com um ou outro lampejo individual, dá em surpresas.

Por falar em surpresas, Cássio é a maior de todas na lista dos eleitos do técnico Pacense, onde apesar de tudo, constam as habituais pedras influentes na manobra pacense e para as quais são necessários especiais cuidados a ter com unidades como, Rui Miguel, médio de inegável qualidade, Edson, Carlos Carneiro, setas apontadas ao último reduto contrário e onde Pedrinha e Dedé sao carregadores de piano e das maiores ambições.

Grandes ausentes da contenda, William, o goleador mor do conjunto Pacense, Ozeia o central goleador e expressão maior do jogo aéreo nas bolas paradas, Paulo Sousa o patrão de meio campo e o último a engrossar a lista, Cristiano um virtuoso e veloz elemento ofensivo.

Blocos densos, zonas pressing, dificuldades de progressão pelas alas, grande afunilamento de jogo com óbvias dificuldades na expressividade e largura táctica ofensiva com naturais reflexos na profundidade de jogo, são tudo temas e nuances que vigoram no cada vez mais no parco futebol do Dragão.

Em face do que espero para o jogo na Mata Real, tenho para mim que os problemas que tem sido habitué e recorrentes do jogo dos Azuis e brancos vão fazer nova aparição. Hulk, é cada vez mais o responsável por criar o pânico nas defensivas contrárias, encarregue e solução para quebrar impetos iniciais dos adversários, subjuga o futebol portista a inúmeras transições individuais, o que vindo de um jogador que não apreendeu e enquadra na sua expressão máxima o conceito de melhor decisão e colectivismo, amputa a manobra ofensiva de outras soluções e perigos oferecidos aos opositores.

O técnico Azul já percebeu isso e procurou em Farias um Farol encaminhador de outra perspectiva presencial na área adversária, no entanto, só a rotatividade face à gestão dos cartões poderá atirar "el tecla" para o jogo. Tarik, de regresso aos convocados, indicia mais poder ofensivo para as alas, sobram inusitadas dúvidas, desde o tridente de ataque até a formação da linha centro campista, e sem fugir em grande escala ao modelo comum Azul, restam 4 nomes para 3 lugares.

Com o síndroma dos amarelos a grassar no plantel e no onze mais utilizado, Jesualdo vai fazendo a gestão como quer ou como pode, Fucile é por força disso e de nova arreliadora lesão um dos sacrificados, Stepanov, Benittez e Sapunaru entram de novo nas cogitações do mister, o que em abono da verdade, não me transmite segurança alguma, sejam quais forem as escolhas como solução para a lateral direita.

Se à direita voltam as dúvidas, o controlo e gestão feita pelos Dragões do seu espaço defensivo e adversário deixa muito a desejar, sobretudo porque permite ao adversário grande proximidade com zonas de finalização. É certo que a implicação deste usofruto é aproveitar a explosividade das transições, sendo que o que se permite ao opositor, aliado à ineficácia quando toca a ampliar o score, deixa em constante sobressalto o subconsciente Azul.

Cissokho nao revela ainda andamento consistente para ser titular da defensiva esquerda, quando o seu adversário directo tem veia de driblador e procura o interior do corredor, são evidentes as dificuldades em fechar por dentro.

Mas nem só lá atrás reside o busílis da questão. Meireles e Lucho são elementos cruciais na identificação e aproveitamento dos espaços entre linhas, quando não o fazem, perdem-se as saídas rápidas, as combinações nas alas e com isso maior dificuldade no ganhar da 2ª bola, aumentando a distância entre a zona de criação do desiquilibrio com a aquela onde se ganha a bola.

As dificuldades estão ai, e tal como adiantou Jesualdo, as questões tácticas não podem e não devem nunca ser descuradas, seja qual for o adversário, no entanto, tão ou mais importante que esse extrinseco factor, onde claramente se começa a ganhar vantagem, é na diferença comportamental colectiva. Só um Porto de alta rotação, de grande capacidade pressionante, a jogar com as linhas subidas com grande capacidade de reposicionamento, poderá passar incólume rumo ao Tetra, e que esses intentos se mantenham para memória futura para que quer seja em plena Capital do Móvel ou em outro qualquer campo, se mantenha a máxima para os azuis e brancos, “olho vivo e pé ligeiro” até aos três pontos.

LISTA DE CONVOCADOS

Guarda-redes: Helton e Nuno.
Defesas: Sapunaru, Rolando, Bruno Alves, Cissokho, Stepanov, Pedro Emanuel e Benítez.
Médios: Lucho, Fernando, Raul Meireles, Mariano e Tomás Costa.
Avançados: Tarik, Lisandro, Hulk, Cristian Rodríguez e Farías.

# post publicado em simultaneo no fórum
fcporto.planetaportugal

4 comentários:

  1. Hoje como sempre o F C PORTO tem que jogar para GANHAR.

    Na Mata Real e difícil mas não e impossível.

    Seja em Paços ou noutro lado qualquer

    Jogar para GANHAR mais nada !!!!!


    ABRAÇO

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  2. Então pessoal !!!

    Está tudo em greve ????

    Vamos lá malhar nos mouros !!!!!

    ABRAÇO

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  3. "...uma equipa que procura ser um todo harmónico, basculando em função da zona da bola, onde a elasticidade só procura o defensivo, provocando a plasticidade do jogo do seu contendor."

    Bruno,

    Desculpa lá, mas eu até fico cansado a ler o teu boletim meteorológico, neste caso, pra mais logo na Capital do Móvel :)

    Tu, vou-te contar, andaste na escola do Gabriel Alves, não andaste? olha assume lá, chiba-te lá :)

    Agora, deixando de lado a brincadeira subjacente ao teu post, dizer que mais uma vez, FABULÁSTICA análise que aqui nos deixas... um tipo começa a ler, lê e volta a ler... e até fica sem fôlego ainda antes de chegar ao final :D

    No resto, dizer que não podia estar mais de acordo contigo quando quase finalizas, dizendo: "Só um Porto de alta rotação, de grande capacidade pressionante, a jogar com as linhas subidas com grande capacidade de reposicionamento, poderá passar incólume rumo ao Tetra"... é isso mesmo, não há outra maneira que não esta de seguir em linha recta, rumo ao tão ansiado por tantos de nós, o (bi)TETRA!!!

    (B)amos a eles, carago!!!

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  4. E, pronto, cá estou de volta:)

    Temos de ganhar, ponto final!

    E vou jogar:)

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