08 fevereiro, 2009

Pai Dragão... põe os olhos no Clássico!!!

Haverá quem não saiba que dia é hoje?

Hoje é dia de clássico… o pai de todos os clássicos. Mais, hoje é dia 8 de Fevereiro, dia em que o chefe do Clã Rocha comemora 54 primaveras, responsável máximo pelo transmitir dos genes Draconianos que me habitam e me solidificam sonhos Azuis. Acreditem ou não, nem sempre foi fácil a sua missão, tal como hoje, lutava-se contra o centralismo, imperava a regra dos famigerados 6 milhões e conotavam-nos como Andrades.

Ciente que a força do Azul haveria de concretizar os seus intentos em mim, manteve-se fiel, advogava em sua defesa muito mais que o acérrimo discurso na defesa das nossas cores, os símbolos das nossas Muy nobre cores… ostentando solenemente no seu Museu pessoal, essa espécie de Olimpo, onde me habituei-me desde cedo a ver um poster da equipa que quebrara o jejum de 19 anos, um comum galhardete, desses que se compram numa qualquer loja de artigos regionais, pomposamente hasteado e sempre secundado por duas bandeiras: uma do FC Porto e outra de Portugal.

Com o passar dos anos, o seu legado foi passando firmemente para mim. É certo que ambos Portistas, fomos divergindo no conceito de sentir o FC Porto. “Duda”, como é conhecido no seio dos que com ele partilhavam as diatribes futebolísticas, vibra com as vitórias, sempre crítico e potencialmente negativista antes de cada jogo, irritava-me o seu discurso de que ía-mos perder e que o Baía era um frangueiro, e se o jogo seguinte era um clássico, o derrotismo era certo.

Com o tempo, percebi que o seu negativismo era fruto do percurso que o antigo regime havia forçado o Porto a viver, de entremeio a discussões paternalistas anos a fio, uma certeza que a sua vontade de que os Dragões ganhem é superior ao receio que tem de o Porto não ganhar…

Intróitos à parte, sei que o que esperam destas linhas é a minha habitual incumbência bloguista para com o antes de a bola rolar. Os desenhos tácticos e estratégicos que nos permitam ganhar, que nos ponham no encalço do trilho vitorioso com um só objectivo… o Tetra.

Espero que não se sintam defraudados por vos trazer hoje uma visão um pouco diferente, tão ou mais realistas que as que vos tenho deixado, mas hoje quem manda é o Sr. João, pelo que a antevisão hoje tem olhos mais experientes, mas o mesmo sentimento Azul.

Os clássicos sabem-se ser como jogos de xadrez onde a cada passo em falso, o adversário se apresta a poder dar a estocada final. A cada minuto dos noventa, o xeque-mate parece eminente. No tabuleiro do anfiteatro azul, as peças de ambos os lados, apesar de em muito diferentes, têm um ponto comum: a versatilidade e força das transições, o vulgo cariz de jogo em contra ataque.

Jesualdo começou a preparar o clássico em Belém, no entanto, e sem que se possa falar de um arranque intermitente, o jogo da jornada apenas ganhou maior projecção após o clássico de Alvalade, habitual mestre do devaneio sobretudo em jogos com este perfil onde habitualmente saca uns quantos Ás de trunfo mas que mais não são que duques.

Desta feita, não é de crer que tal se verifique, até porque segundo palavras do chefe aqui da casa, o onze está mais que alinhavado, sendo um livro aberto para tudo aquilo que se quiser dissecar em volta do mesmo.

Os clássicos conferem uma habitual maior predisposição mental, onde os pormenores da maior ou menor competência ditam leis, outra das observâncias comuns é o número de parelhas que se formam, duelos individuais em cada metro do terreno de jogo sendo que a equipa que mais batalhas ganha nesses desequilíbrios, por norma sai vencedora da partida.

O facto de o jogo ser na casa do Dragão, não enjeita a tradicional tripla no totobola. Na verdade, a inusitada inconstância caseira é um dos factores que o rival pode começar por explorar. Quem de nós não tem bem presente a expressividade da força ofensiva portista nos jogos fora em contrate com a seca de golos no Dragão.

Condição justificativa de tais dados, o facto de os Dragões se sentirem particularmente confortáveis com o maior consentimento de espaço nas costas das defensivas contrárias. Hulk, Rodriguez e até Lisandro são tanto ou mais letais e preponderantes nas suas acções quanto mais espaços conseguem ter ofensivamente, sendo muito mais inconsequentes quando apartados em malhas defensivas muito mais vorazes na ocupação dos espaços defensivos.

A tendência natural do jogo azul em sua Casa é a de assumir o jogo, tentando desde cedo assumir o papel principal nas acções de jogo da zona intermédia do campo. Desde logo, esta zona do terreno transmite diferenças entre os 2 conjuntos. Fernando é o habitual pivot e âncora da manobra e equilíbrio de jogo, a que os vermelhos contrapõem com 2 unidades centrais, Yebda e Katsoranis, ou seja, o tradicional triangulo de meio campo pode superiorizar-se ao tradicional losango do Quique, sendo que Lucho poderá, desde que jogue no vértice ofensivo bem por trás de Lisandro, ser o elemento de capital importância no desequilíbrio ofensivo.

Quem colherá frutos desta estratégia de jogo onde o triângulo não apareça invertido, é Lisandro que no entender do mister Pai Rocha, em casa deve jogar no meio do tridente ofensivo, atirando Hulk para zonas contíguas à área, mas caindo nas alas e explorando a verticalidade de jogo e poder de fogo de 2ª linha.

Toda e qualquer solução que passe por preencher e colocar gente nos espaços entre linhas, é tacticamente fundamental para o garantir de largura e profundidade ao jogo dos Dragões.

Os melhores desempenhos das Gayvotas têm sido num registo de bloco baixo, onde o apelo à concentração e empenho, disfarça a inocuidade do seu ataque continuado. De facto, pressionam fortemente as laterais rivais, e nem mesmo a qualidade que Ruben Amorim empresta ao jogo interior dos encornados obsta às facilidades que concedem nas saídas pela zona central.

A época azul e branca tem tido registo de alguma debilidade defensiva, ainda que nem tanto de bola corrida. A escalpelizada defesa à zona nas bolas paradas tem sofrido dissabores, sobretudo quando estas são batidas tendo como ponto de mira o 2º poste.

As laterais têm tido natural enfoque, com Cissokho à procura ainda de elevar os níveis de cultura táctica para a posição, Fucile tem sido o único que escapa às críticas, ainda que ambos confiram natural impulsividade e ofensividade às laterais, expondo-se contudo a ataques cirúrgicos que lhes exploram as fragilidades do espaço nas costas, obrigando a que os centrais Azuis se desposicionem nas dobras.

O equilíbrio tem sido conseguido à custa do trabalho altruísta de Meireles, que se desdobra em acções defensivas sobretudo à esquerda. Reyes, Di Maria e Suazo podem ser os que melhores dividendos podem colher deste aspecto negativo do jogo Azul.

Com Fernando a controlar as acções de Aimar, muita da estratégia de jogo encornada passará por colocar no raio de acção de Fernando, alguém que lhe fomente as dificuldades de jogo sobretudo quando em posse de bola.

A dupla de médios da corja é o ponto chave da estratégia da 2ª circular. Perdendo as rédeas e o controlo da zona frontal e sem o apoio dos centrais, permanecem vulneráveis aos constantes rombos entre linhas.

Os clássicos são por norma partidas de enorme grau de intensidade, nervos à flor da pele, emoções qb, enormes anseios fortemente correlacionados com suspiros a cada golo ou passe falhado, em cada momento os duelos individuais intensificam o poder de decisão ficando cada vez mais refém dos desequilibradores. Ninguém olvide que ambos os conjuntos encerram nas sua fileiras elementos que primam por enorme capacidade e qualidade ofensiva.

Penso que não estarei longe da verdade se disser que aos adeptos não interessa como e com que estratégia se ganha, sendo que esta que aqui se alvitra em nada muda o nosso propósito face ao clássico de hoje, vencer!!!

Volto ao inicio, quantos dos nossos progenitores não nos obrigam durante parte da nossa educação a fazer e aceitar coisas que não percebemos o sentido, durante o nosso crescimento escolhem-nos a roupa que vestir, até a religião, haverá muitos que tentam por tudo impôr-nos um clube, mas no fim vale a natural selecção onde só os que transportam uma carga genética forte dizem energicamente: “Não é Portista quem quer, só é Portista quem pode!!!!”.

LISTA DE CONVOCADOS
Guarda-redes: Helton e Nuno.
Defesas: Fucile, Stepanov, Rolando, Pedro Emanuel, Bruno Alves e Cissokho.
Médios: Fernando, Guarín, Raul Meireles, Tomás Costa e Lucho González.
Avançados: Mariano, Lisandro López, Hulk, Farías e Cristian Rodriguez.


# post publicado em simultaneo no fórum fcporto.planetaportugal

12 comentários:

  1. Logo até os comemos Carago !!!!!

    Abraço

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  2. 1º - Parabéns ao teu pai. Sendo portista, revela um bom gosto extraordinário na escolha clubista e no transmitir, para as gerações vindouras, a mística do clube. Que hoje tenha, mais do que prendas materiais, a mais desejada, embrlhada em papel celofane: os 3 pontos, correspondentes à vitória.

    2º - E depois o jogo. É um daqueles jogos que me faz corroer de nervos. E muitos. Não porque reconheça qualidades por aí além do adversário de hoje, mas porque as vitórias contra os vermelhos sempre corresponderam a uma espécie de justiça. Divina. Vencer um clube que procura, por todos os meios, mesmo os mais ilícitos ganhar, é sempre prazeiroso. Habituei-me a vê-los, não como adversários, mas como inimigos. Figadais. Clube de gente mesquinha. Pequena. Tacanha. Por isso, cada vitória adquire um significado especial. São mais do que míseros triunfos. São vitórias épicas, derrotando um clube maléfico.

    3º - A equipa que hoje subirá ao relvado é, significativamente, superior ao opositor. Muito melhor. E, sendo assim, só factores alheios ao jogo poderão impedir a conquista da vitória.

    4º - No onze base, um posto ainda não totalmente estabilizado. Cissokho e a lateral esquerda, local de contínuas dores de cabeça, tem sido um factor sempre explorado pelos técnicos adversários. Veremos como reage o novo reforço, numa prova de fogo.

    Hasta la Victoria!

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  3. «Habituei-me a vê-los, não como adversários, mas como inimigos. Figadais. Clube de gente mesquinha. Pequena. Tacanha.»

    Penso exactamente o mesmo, Paulo Pereira.

    BRUNO ROCHA:

    Parabéns pela antevisão excelente deste grande jogo e já agora dizer q tb o meu pai é pessoa de mt bom gosto, aliás aqui por casa, na casa dos meus pais, meus sogros é tudo azul e branco. O meu irmão é q dp de casar é o único em casa a sofrer pelo Porto... mAS a sua filha, mimha afilhada, essa já a inscrevi no dragão:)

    BRUNO ROCHA:

    Tive o prazer de te cumprimentar ontem no pavilhao vila conde antes do rio ave-gafanha em futsal, sabendo q pertencias ao corpo técnico dos visitantes. Saí ao intervalo, com 3-1 para os vilacondenses, já vi na net q perdeste 6-3. Melhores dias virão.

    abraço.

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  4. Sim amigo Lucho, antes demais um obrigado por teres roubado mais um pouco do teu tempo para ires ate ao Pav.dos DEsportos em Vila do Conde...efectivamente perdi (fui roubado), ui ja pareco a corja dos calimeros...Foi um bom jogo onde em momentos decisivos o adversario foi mais forte e experiente quando assim é o nosso trabalho so pode sair valorizado...Outra palavra para o palco do jogo sim senhor um fantastico pavilhao que tens na tua cidade..clubes ha que disputam a mesma divisao e jogam num qualquer rectangulo coberto por telhas so pra nao ser ao ar livre (caso do Boavista..pav. do Viso é horrendo para qualquer que seja o clube ainda mais para um historico)...
    Que logo seja um dos dias melhores a que tenho direito..

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  5. Bom post amigo BRUNO ROCHA.

    Força fcp, vámos ganhar ás avestruzes!

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  6. A ver se hoje já ficam a 4 pontos de distância. Era da maneira que baixavam a bolinha e que havia um tumulto no ninho dos milhafres... Entretanto o Maniche concedeu uma entrevista ao canal 1 a dizer que hoje vai torcer pelo Porto e que para o campeonato quer que o nosso clube vença. Este quando vier cá merece ser aplaudido, por tudo o que fez quando cá esteve. Agora o outro tem que sair com as orelhas a arder...

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  7. Há muitos anos - mais de 20 - esperava tranquilamente sentado,no barbeiro, a minha vez de cortar o cabelo ( bem mais farto à época ... ).
    Nas conversas frequentes das barbearias - um dos locais mais interessantes para frequentar, devido precisamente aos variados temas que aí se desenvolvem - um cliente já de certa idade disse a dada altura:
    " Para mim, antes morrer do que ser do Benfica ".
    Logo, vamos a eles.

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  8. já agora que o Rodriguês marque 2

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  9. Concordo inteiramente com o Paulo Pereira...
    Este é daqueles jogos em que é fundamental vencer e convencer...isto porque se tivermos o azar de ter uma escorregadela, lá teremos de aturar os milhões de labregos por esse país fora durante semanas a fio...
    Acho que o FC POrto tem melhor equipa, melhores jogadores individualmente, e está, claramente a jogar muito mais que o Benfica...Só que por vezes no futebol os factores externos conjugam-se e a surpresa acontece. No entanto, acredito que vamos ganhar logo e por números avultados...

    BIBÓ PORTO!!!!!!!!!!!

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  10. Viva !

    Muitos Parabéns ! Belo texto !

    Sim Lisandro no centro! Mas hoje é um Porto-Benfica . Quero lá saber de estratégias ... Quero é que se ganhe !

    E Viva o Porto !

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  11. Bruno,

    Parabéns pó teu Pai "Dragão"... porque quanto ao resto, daqui a pouco mais que 1h45m, é comê-los e mai'nada... sem dó nem piedade!!!

    Tá a chegar a hora de pagarem a factura... com juros!!!

    Mi(b)ou....

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