Duas semanas após ter completado um ano de idade, e já pelo meu pé, de mão dada aos meus Pais, subi a nave da Igreja das Antas a fim de ser baptizada.
Inexplicavelmente, nunca lá mais voltei... parece-me que está na hora de corrigir esta falha.
Dois anos passados, e do outro lado da Fernão de Magalhães, a camioneta do Colégio Nossa Senhora da Paz, conduzida pelo Sr. Pinto, contornava o encantador Estádio das Antas e descia até às piscinas.
Eu, mais uns tantos lá íamos devidamente sentados (ou não, que naquela altura não havia cá tanta meticulosidade com seguranças e afins), atenção que não é uma crítica, as minhas filhas não vão em passeios do colégio sem que as Irmãs me garantam (e quando digo garantam, é autorizar-me a entrar na mesma) de que há cintos de segurança.
Aproximava-se o meu segundo baptismo... supostamente, não seria ?
Lembro-me bem dos balneários, dois – um para os meninos, outro para as meninas - em tons de tijolo, bancos corridos em ambas as divisões e ganchos de bengaleiros para a roupa.
À saída do mesmo, havia um pequeno quadrado de água que chegava apenas para molhar os pés.
Pois, dos pés, não passou...
No fim da aula, a minha Mãe foi-me buscar e o professor - João Mota - muito pacientemente lhe explicou que aqui, a futura adepta do FC Porto, se recusou determinantemente a por os pés na água.
Ou porque era fria, ou porque tinha muita gente ou porque simplesmente a Mãe não estava lá (conhecendo-me como me conheço, acho que foi mesmo esta), tendo em conta que já aos 3 meses andava na natação do CRB, mais conhecido por Foco.
Mãe que se preze, lá arranja maneira de trocar os turnos no Hospital de modo a conseguir pelo menos nas primeiras vezes assistir às aulas de natação.
Remédio santo, atenta ao professor, mas sempre fitada na Mãe, aqui esta que vos escreve lá atina com a natação e só pára aos 16, com uns anos pelo meio parados e depois retomados com uma “cunha” (shiuuuu, não era para contar) do Dr. Domingos Gomes.
Dos melhores momentos, recordo o aquecimento feito cá fora, em passe de corrida em volta do Estádio, aproveitando sempre para nos sentarmos nas bancadas de pedra que havia viradas para o campo de treinos.
Mas sempre alertas, não fosse caso o treinador – o famoso Belga – vir cá fora.
Procurei por todo o lado, um papel pequenino onde tinha uma dedicatória do José Mota, o meu ultimo treinador enquanto atleta do FC Porto, não o encontrei, mas as palavras nunca as esquecerei:
“A Heliantia a sorrir, tem um brilho no olhar,
Mas está sempre a mandar vir na hora de nadar!”
… algures por 1985…
Quando o “meu” Estádio foi demolido, a sensação de vazio, de impotência foi enorme. Retiram-nos algo nosso, sem consentimento. Ainda hoje, magoa passar pelos espaços antes ocupados por lugares que fizeram parte da minha infância...
Tendo estado no FC Porto muitos mais anos na parte dos “grandes”, é a imagem das paredes em tons de tijolo que sinto falta e ao mesmo tempo que recordo com carinho tão grande.
Faz-me sorrir, constatar que o Futebol Clube do Porto fez parte da minha infância.
Bem... melhor trocar de assunto, venha de lá o futebol no Dragão, já hoje, com clara intuição para um expressivo resultado,
Heliantia.
Inexplicavelmente, nunca lá mais voltei... parece-me que está na hora de corrigir esta falha.
Dois anos passados, e do outro lado da Fernão de Magalhães, a camioneta do Colégio Nossa Senhora da Paz, conduzida pelo Sr. Pinto, contornava o encantador Estádio das Antas e descia até às piscinas.
Eu, mais uns tantos lá íamos devidamente sentados (ou não, que naquela altura não havia cá tanta meticulosidade com seguranças e afins), atenção que não é uma crítica, as minhas filhas não vão em passeios do colégio sem que as Irmãs me garantam (e quando digo garantam, é autorizar-me a entrar na mesma) de que há cintos de segurança.
Aproximava-se o meu segundo baptismo... supostamente, não seria ?
Lembro-me bem dos balneários, dois – um para os meninos, outro para as meninas - em tons de tijolo, bancos corridos em ambas as divisões e ganchos de bengaleiros para a roupa.
À saída do mesmo, havia um pequeno quadrado de água que chegava apenas para molhar os pés.
Pois, dos pés, não passou...
No fim da aula, a minha Mãe foi-me buscar e o professor - João Mota - muito pacientemente lhe explicou que aqui, a futura adepta do FC Porto, se recusou determinantemente a por os pés na água.
Ou porque era fria, ou porque tinha muita gente ou porque simplesmente a Mãe não estava lá (conhecendo-me como me conheço, acho que foi mesmo esta), tendo em conta que já aos 3 meses andava na natação do CRB, mais conhecido por Foco.
Mãe que se preze, lá arranja maneira de trocar os turnos no Hospital de modo a conseguir pelo menos nas primeiras vezes assistir às aulas de natação.
Remédio santo, atenta ao professor, mas sempre fitada na Mãe, aqui esta que vos escreve lá atina com a natação e só pára aos 16, com uns anos pelo meio parados e depois retomados com uma “cunha” (shiuuuu, não era para contar) do Dr. Domingos Gomes.
Dos melhores momentos, recordo o aquecimento feito cá fora, em passe de corrida em volta do Estádio, aproveitando sempre para nos sentarmos nas bancadas de pedra que havia viradas para o campo de treinos.
Mas sempre alertas, não fosse caso o treinador – o famoso Belga – vir cá fora.
Procurei por todo o lado, um papel pequenino onde tinha uma dedicatória do José Mota, o meu ultimo treinador enquanto atleta do FC Porto, não o encontrei, mas as palavras nunca as esquecerei:
“A Heliantia a sorrir, tem um brilho no olhar,
Mas está sempre a mandar vir na hora de nadar!”
… algures por 1985…
Quando o “meu” Estádio foi demolido, a sensação de vazio, de impotência foi enorme. Retiram-nos algo nosso, sem consentimento. Ainda hoje, magoa passar pelos espaços antes ocupados por lugares que fizeram parte da minha infância...
Tendo estado no FC Porto muitos mais anos na parte dos “grandes”, é a imagem das paredes em tons de tijolo que sinto falta e ao mesmo tempo que recordo com carinho tão grande.
Faz-me sorrir, constatar que o Futebol Clube do Porto fez parte da minha infância.
Bem... melhor trocar de assunto, venha de lá o futebol no Dragão, já hoje, com clara intuição para um expressivo resultado,
Heliantia.
Tenho muitas belas memórias das Antas também. Nostalgia é a palavra adequada. Parabéns pelo post.
ResponderEliminarAntas foi o local que me viu nascer e aprender a amar o FC PORTO! :D
ResponderEliminarAs Antas eram especiais e deixaram muitas recordações, mas acabaram por uma boa boa causa e portanto viva o Dragão!
ResponderEliminarHeliantia tantas vezes fui lançar e até almoçar, ao bar da piscina...
Beijos e abraços
PS-Mafaldinha, lá por ser o Sertanense não dá para facilitar e por isso a camisola da sorte tem de ir.
Olá Heliantia...
ResponderEliminarSaudades da Antas ... pois então, todos as temos, tantas tardes e noites de glória, o início para nós da magia do FC Porto.
Saudades para mim aumentadas enquanto atleta na saudosa pista de cinza onde deixei muito suor.
Quanto à camionete do Colégio - que já não existe - com o grande Sr. Pinto - com quem me cruzei pouco tempo atrás - saudades também de muitas visitas de estudo.
Ah, e o sino ainda lá está....
Pois é. Quantas tardes meio sentado e meio em pé naquelas bancadas de cimento macio nas vitorias e áspero nas derrotas.
ResponderEliminarHeliantia, tantas recordações me trazes neste teu post!
ResponderEliminarComeçando pelas piscinas, e como já tivemos opurtunidade de trocar algumas ideias, também passei por lá 8 anos, o tal quadrado, pelos vistos os chuveiros não deviam funcionar, era mesmo para lavar os pés :)
Agora, os estádios do nosso clube, que me deram e continuam a dar muitas, mas mesmo muitas alegrias, e que falta que eu tinha e tenho de assistir aos jogos quando há paragens no campeonato, isto mais parece um vicio!
Eu tenho a sorte de o meu local de trabalho ser próximo das Antas, o que fez com que diáriamente assistisse à construção do Dragão, e que feliz eu andava, todos os santos dias quando passava na VCI abrandava para ver como estava a crescer a magnifica obra.
No entanto, quando soube que o Estádio das Antas ia ser demolido, fiquei triste, mas atenuou um pouco com a alegria de virmos a ter um estádio novo e com melhores condições, isto até ao dia, em que ao passar próximo do nosso Estádio das Antas, vejo que tinha sido quase todo demolido, pois aí foi encostar o carro e chorar, tipo Madalena arrependida!
BIBÓ PORTO
Sem querer de alguma forma ser injusta com o Dragão, o Estádio das ANTAS será sempre o Estádio das Antas :)
ResponderEliminarJorge, esse sino do colégio e a tabela dos toques muitas recordações trazem das tropelias que eu e as minhas colegas protagonizavamos para desespero da Irmã Fernnades :)
Só mais uma notinha: naquela parte da dedicatória de eu reclamar na hora de nadar, não acreditem :D
obrigada... eu não duvidava do carinho que todos têm do Estádio das Antas, mas... é sempre bom constatar :)
As "Antas", para quem tem mémória, serão sempre as "Antas"... nada, nem outro espaço qualquer, alguma vez ocupará o espaço deste.
ResponderEliminarAli, vivi muitas e muitas alegrias de Dragão vestido... será para sempre, o «meu estádio», pois foi ali que aprendi a AMAR o FC Porto.
Hoje, temos um Estádio do Dragão, igualmente majestoso, mas que é «um outro» que aposto, tb ficará para sempre na memória de todos aqueles felizardos que têm/tiveram a oportunidade de nele conviver.
Parabéns por este momento «nostálgico»!!!
ps - ainda continuas a ter medo de molhar a unha no quadrado? picuinhas :D