Só eu sei... porque não fico em casa!

Um dia verdadeiramente Ultra...

Foi desta forma que terminou o passado Sábado, um dia para mais tarde recordar certamente. Dois clássicos, um em futebol contra os calimeros e o outro em hóquei frente aos lampiões, duas vitórias “in loco” num curto espaço de tempo. O que poderíamos mais pedir?

Um dia verdadeiramente Ultra. Ultra é isto mesmo, apoiar o clube seja onde for, contra qualquer adversidade. Foi o que um grupo de fanáticos portistas fez. Nós cantamos, nós saltamos, nós aplaudimos, nós vibramos, nós soltamos uma adrenalina enorme apenas com o intuito de ajudar a equipa a conquistar a vitória! É indescritível o que vivemos juntos durante um jogo do nosso Porto.

Quando faltavam apenas três horas para o início do primeiro clássico da nova temporada, um FC Porto - Sporting CP a ser disputado no Estádio do Dragão, nós estávamos no pavilhão municipal de Monserrate. O facto de haver futebol impossibilitou que houvesse mais portistas nas bancadas. Mas nós tomámos conta de tudo! De registar ainda assim a presença de alguns elementos do Colectivo e também de um núcleo dos Super Dragões. Durante o jogo, fomos todos a uma só voz!

A concentração foi no nosso Palco das Emoções. Arrancámos para Viana por volta das 12h30, com tempo para comprarmos os bilhetes e almoçar em conjunto por lá. Os que fomos a essa hora, juntamente com os que se juntaram a nós já em Viana, formou um grupo de apoio de quase duas dezenas de Dragões! Já com os bilhetes no bolso (comprados depois da TVI afirmar que já se encontrava lotação esgotada), almoço e passeio pelas ruas enquanto se fazia horas para a disputa da "Supertaça António Livramento". A certa altura, já o Edo tinha recebido uma mensagem que avisava a nossa presença para o jogo. Mensagem à qual simpaticamente respondeu. Não nos falhou mesmo nada!

A hora aproximava-se, rumámos ao pavilhão, onde começámos a distinguir umas cores mesmo nada familiares. Já lá dentro, a festa começou com a entrada dos jogadores para o aquecimento. Eles que logo nos reconheceram e falaram connosco durante um bocado. O recinto não encheu.

Uns minutos antes de começar a partida, entram no pavilhão um grupo de benfiquistas que se dispuseram atrás duma das balizas. As picardias rapidamente começaram, entre cânticos de um lado e do outro. E diga-se que os abafámos, apesar da ligeira inferioridade, tal como ao longo de toda a tarde.

Durante o jogo o ambiente no nosso sector é exuberante e efervescente. O apoio foi constante, e a loucura era máxima quando marcávamos e os jogadores festejavam à nossa beira, à medida que nós corríamos para eles. Pressão sobre os árbitros e sobre qualquer adversário (muitos nos provocavam). Tudo valeu para ajudarmos o Porto nesta conquista!

E no fim de tudo, aquilo que mais me orgulha, é a humildade e o reconhecimento dos nossos jogadores, que fizeram questão de nos entregar a taça nos festejos, partilhando abraços e gritos de alegria! Como disse o Sardoeira Pinto durante o nosso 116º aniversário: “Nenhum dever é mais importante do que a gratidão”. Eles merecem que estejamos com eles.

Por volta das 18h15, já o caneco era nosso, e enquanto ainda havia uns infiéis na bancada oposta que pareciam pedir-nos explicações sobre a vitória, já nós estávamos a pensar na próxima. Ser Portista é assim.

Saímos do pavilhão e nova rumaria do grupo, desta feita para o Dragão, a nossa casa. Chegámos em cima do apito inicial. Estava eu a passar o torniquete da Superior Sul, quando ouço o “GOLOOOOOOO!”, e só tive tempo de ir a correr, entrar na bancada e “atirar-me” para o festejo, no meio dos adeptos em êxtase!

46.511 adeptos presenciaram o jogo grande da jornada. Super Dragões e Colectivo apresentaram coreografias aquando da entrada das equipas no relvado. No topo sul, cartolinas azuis e brancas e a frase: “FC Porto a vencer desde 1893”. No topo norte, mais uma aula de “tiffo” por parte do Colectivo. Pequenas bandeiras azuis e brancas, acompanhadas pela frase “Tradição Tripeira desde 1893”, e um insuflável gigante (a fachada do antigo campo da Constituição, hoje Vitalis Park), que só foi pena não ter enchido completamente. Parabéns por mais esta obra de arte!



Do lado sportinguista, talvez um pouco mais do que o esperado, estiveram presentes cerca de 1.800 Ultras, divididos pela “Juventude Leonina”, o “Directivo Ultras XXI”, a “Torcida Verde” e a “Brigada Ultras Sporting”. Bateram-se com bom poder vocal durante o jogo, mesmo entrando praticamente a perder.

Os nosso grupos estiveram muito bem em termos de presenças, apresentando sectores lotados, e também em termos de apoio. Nos minutos finais da partida, o momento Ultra do jogo: os Super Dragões começaram a cantar a música que faz furor na curva de Alvalade.

“Força Porto allez… la la la la la… só eu sei… porque não fico em casa..”, ouviu-se em alto e bom som no Estádio do Dragão!

Fim de um grande dia, com duas vitórias do nosso Porto contra dois grandes rivais, em que nós, fervorosos defensores e apoiantes do Clube, contribuímos significativamente para o feito. Estaremos sempre com o Porto!

No próximo Domingo à noite, os TETRACampeões Nacionais têm a deslocação mais difícil para a Liga Sagres, em termos de distância (exceptuando as idas à ilha da Madeira). Uma deslocação histórica, uma espécie de “regresso ao passado”. Desde os tempos do Farense que não se jogava no Algarve para o campeonato Nacional. O jogo é em Olhão, às 20h15, em véspera de feriado. Existe a curiosidade natural de ver como reagiram os nossos seguidores a este jogo.

Duelo Ibérico...

Esta quarta-feira foi dia de “Champions”. O FC Porto recebeu no seu estádio o Atlético de Madrid. Um reencontro, depois da eliminatória do ano passado nos oitavos-de-final da mesma prova.

Os desacatos na Alameda do Dragão provocados pelos madrilenos em Março último, ainda estavam na memória. Em vez de 2700, desta vez eram só 500, mas isso não impediu que os confrontos se repetissem. Esperamos para ver como reage a UEFA do Sr. Platini a este triste episódio, com reincidência da parte dos espanhóis.

A cerca de três horas do início da partida, na zona nascente do estádio, entre o Dolce Vita e o metro, até garrafas de vidro serviram para atacar os Portistas. Pelo menos dois adeptos do Atlético foram detidos e nem chegaram a assistir ao jogo.

Muito boa presença por parte dos Ultras Portistas. Destaque para a coreografia dos Super Dragões. Várias tiras de pano azul que cobriu a bancada, onde se podia ler “Ultras”.

Durante o jogo, apupos naturais para o Assunção e o Simão. O primeiro até teve direito a frase na Curva Sul: “Pesetero Assunção, Deus não perdoa a traição”. Relativamente ao apoio, foi forte por parte dos nossos adeptos, que subiram de tom ainda mais depois da magia de Falcao. Os 15 minutos finais foram de verdadeira loucura! Os espanhóis pouco ou nada se fizeram ouvir, devido também ao número muito inferior ao que trouxeram o ano passado, ao nosso estádio.

O próximo encontro para a Liga dos Campeões é em casa frente aos cipriotas do APOEL. O apoio é bem preciso para se garantir o mais depressa possível o passaporte para a fase a eliminar da competição.

Um abraço Ultra.