11 julho, 2014

CRÓNICAS DE VERÃO.

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Passo por Quiaios e, inevitavelmente, as memórias assolam o meu espírito. Chegados ao início de Julho, a vida girava em torno da leitura - diária - dos jornais desportivos. Note-se que não havia internet nem espaços televisivos especializados. Estávamos na era dos quatro canais. As notícias desportivas com a mínima densidade eram (só podiam ser) apreendidas através da leitura dos jornais.

Nesse sentido, os jornais desportivos assumiam, à data, uma importância, diria, vital.

Eram a forma, eram o meio de conhecer as possíveis contratações, as efectivas contratações, as contratações dos adversários, as danças de cadeiras dos treinadores, os jogos de preparação com equipas secundárias, nos quais os novos jogadores, mais ou menos obscuros, se davam a conhecer.

Neste contexto, é impossível não recordar "Quiaios". Em primeiro lugar, pela palavra em si, de sonoridade e grafia estranha, estrangeira, quase extra-terrestre. As dúvidas na pronunciação e na própria redacção tornavam a leitura dos jornais caricata, mas, aos olhos de hoje, inesquecível. Em segundo lugar, "Quiaios" era a localidade escolhida, de forma constante e reiterada, por várias equipas - maioritariamente de segundo plano - do campeonato português. Termos como "o enviado especial a Quiaios" ou "em directo de Quiaios" eram frequentes - algo que hoje, entre suíças, estados unidos, holandas e etc., poderia soar parolo e até provinciano.

Mas não. Não naquele tempo. Não agora. Quiaios continua, para mim, a significar o início da festa, o começo de um novo ciclo, uma nova vida, com novas caras, novos jogadores para descobrir, apreciar e admirar.

Este ano não é excepção.

Viva Quiaios. Saudades do futuro.

Pedro Ferreira de Sousa

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