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FCPorto – Dragões de Azul Forte
Retalhos da história, conquistas e vitórias memoráveis, figuras e glórias do
F. C. do Porto
Capítulo 4: 1931 a 1940 – À conquista do futuro; Bicampeão! (Parte IV)
Época 1932-1933
1932 – Sebastião Ferreira Mendes, assumiu a presidência do FC Porto, sucedendo a Figueiredo e Melo. Neste seu segundo mandato, que cumpriu até Set.1934, não houve títulos nacionais no futebol, mas houve brilhantes vitórias como a histórica goleada de 8-0 ao Benfica e a derrota imposta ao Fisrt de Viena, a “equipa maravilha da Europa”. Destaque também para a inauguração das sumptuosas instalações da Sede do Clube, na Praça do Município, e para a institucionalização da prática do andebol de onze, modalidade que muitos títulos haveria de dar ao FC Porto.
5 Out.1932 – Andebol de onze
Uma das modalidades de mais sucesso no Clube iniciou a actividade e o FC Porto sagrou-se Campeão na primeira edição do Campeonato Nacional, na época 1938-39. O FC Porto tem um palmarés impressionante, mesmo invulgar, em que se destacam 29 títulos nesta primitiva e clássica variante de onze jogadores, que viria a ser extinta em Portugal no ano de 1975. Definitivamente adoptada a variante de sete jogadores, o FC Porto também com ela singrou, como veremos mais tarde.
O primeiro título nacional em Andebol – Agosto de 1939
Uma imensa multidão acorreu à Estação de S. Bento para receber em delírio os jogadores do FC Porto, os primeiros campeões nacionais de andebol (1938-39).
O último jogo disputado com o Sporting, no Estádio do Lumiar, em Lisboa, “teve foros de heróico para os jogadores nortenhos que vieram encontrar na capital um ambiente difícil”. Por claros 7-3 ganhou bem a equipa portista onde se destacavam atletas como Henrique Fabião (no início de uma carreira brilhante e, talvez, a maior figura de todos os tempos do andebol “azul-e-branco), Zeferino Silva, Guerra, Gomes dos Santos e o “capitão” Lopes Martins (que também jogava futebol e outras modalidades).
Na sua edição de 3 de Agosto, em título de primeira página, “O Norte Desportivo” anunciava: “Os valorosos campeões nacionais em hand-ball foram acolhidos com uma recepção grandiosa”. E destacava a “Alma do Povo” e o “agradecimento da cidade do Porto” aos seus dignos representantes.
Campeões de Andebol de 11 (1938-39) - Em cima: Francisco Gonçalves (massagista), Alberto, Guerra, Zeferino Silva, Gomes dos Santos, Henrique Fabião e Joaquim; Em baixo: Carlos Bastos, Teófilo Tuna, Lopes Martins, Raul e José Leite.
Galeria de atletas brilhantes
Foram muitos o jogadores que, ao longo do tempo, deram ao FC Porto o seu magnífico contributo, possibilitando o sucesso admirado no Andebol de Onze. Além dos nomes acima referidos realce para Mário Castro, Teófilo Tuna, Armando Campos, Paulo, Hernâni, Teixeira, os guarda-redes Joaquim e Madureira. Todos “figurarão para sempre na galeria daqueles que, com classe e dedicação, arrastaram para os pelados do andebol de onze grandes multidões que vibravam com os êxitos do seu FC Porto”.
Armando Campos: desportista polivalente, com desempenho brilhante noutras modalidades, de que é exemplo o basquetebol. Figura grada do andebol portista (variantes de onze e sete), tendo servido, com brio, o seu clube durante cerca de duas décadas. Conquistou 13 títulos de Campeão Nacional no andebol de onze e sete no andebol de sete com a camisola azul-e-branca vestida.
Andebol de Onze – Palmarés do FC Porto
Seniores
• Campeonato Nacional : 29 títulos
1938/39; 1939/40; 1940/41; 1941/42; 1942/43; 1943/44; 1944/45; 1946/47; 1948/49; 1949/50; 1950/51; 1951/52; 1952/53; 1953/54; 1954/55; 1955/56; 1956/57; 1957/58; 1958/59; 1959/60; 1966/67; 1967/68; 1968/69; 1969/70; 1970/71; 1971/72; 1972/73; 1973/74; 1974/75.
- O FC Porto venceu a primeira e a última edições do Campeonato Nacional;
- Em 37 edições do Campeonato Nacional, o FC Porto conquistou 29 títulos de Campeão!
- O FC Porto foi heptacampeão (1938/39 a 1944/45);
- Foi dodecampeão – 12!!! (1948/49 a 1959/60);
- Foi eneacampeão (1966/67 a 1974/75).
- Não há nenhum outro clube em Portugal que, em qualquer modalidade de jogo colectivo, tenha sido Campeão 12 vezes consecutivas (dodecampeão)!
Juniores
• Campeonato Nacional : 10 títulos
1950/51; 1951/52; 1952/53; 1953/54; 1954/55; 1955/56; 1956/57; 1957/58; 1967/68; 1968/69.
- Na categoria de Juniores, em 23 edições do Campeonato Nacional, o FC Porto conquistou 10 títulos de Campeão;
- Nenhum outro clube foi tão titulado.
História – O Andebol de 11 foi criado pelo alemão Karl Schelenz, em 1919. No entanto, o Uruguai reivindica para si a paternidade deste jogo que era praticado num campo similar ao do futebol com dimensões entre 90 m a 110 m de comprimento e entre 55m a 65m de largura, a área de baliza com raio de 13m, a baliza com 7,32 m de largura por 2,44 m de altura (a mesma usada no futebol) e disputado por duas equipas de onze jogadores cada, sendo a bola semelhante à usada na versão de sete jogadores.
Em Portugal, o andebol de onze começou a ser jogado na cidade do Porto, nos finais de 1929, por iniciativa do desportista alemão Armando Tshopp. A primeira apresentação oficial de um jogo de andebol teve lugar em 5 de Outubro de 1930, na “Cidade Invicta”, colocando frente a frente o FC Porto e o Sport Clube do Porto (equipas de carácter oficioso). Em 29 de Março de 1932 foi fundada a Associação de Andebol do Porto. Dos 10 clubes fundadores fazia parte, como é óbvio, o FC Porto. Em 1 de Maio de 1939 é constituída, finalmente, a Federação Portuguesa de Andebol. Na época 1938-39 disputou-se o primeiro Campeonato Nacional sob a égide da FPA. Venceu-o o FC Porto!
O andebol de sete foi introduzido em Portugal em 1949, por outro alemão, Henrique Feist, residente no nosso país. O primeiro torneio oficial da nova modalidade foi organizado por Feist, na vila de Cascais, no Verão de 1949.
A crescente popularidade do andebol de sete, tanto no nosso país como internacionalmente, levou à gradual extinção do andebol de onze que desde há alguns anos deixou de se praticar.
29 Jan.1933 - Belíssima fotografia da Selecção Nacional que defrontou a Hungria, em Lisboa, num jogo amigável. Participaram 5 portistas: (em cima, a contar da esquerda) Avelino Martins (5.º), Waldemar Mota (6.º), Álvaro Pereira (9.º), Francisco Castro (12.º) e (em baixo) Pinga (2.º). Portugal venceu por 1-0, com golo do genial Pinga.
Em Março de 1933 o FC Porto deu mais um passo em frente, inaugurando sumptuosa sede, na Praça do Município, ao cimo da Avenida dos Aliados. Um espaço, enfim, à medida da grandeza do clube.
Salas mobiladas e decoradas a rigor, salão de troféus repleto de testemunhos de vitórias, ginásio amplo e moderno e um grande salão de bilhares, conferiam dignidade ao Clube e orgulhavam os associados.
Numa dependência destinada a perpetuar a memória, constavam dois dos maiores jogadores portistas do passado, Tavares Bastos e Velez Carneiro, e a figura viva, apaixonante, de Norman Hall, com a mesma expressão que ele mostrava, sempre de sorriso posto.
Apurados para o Campeonato de Portugal:
Apurados do Campeonato da época anterior
Futebol Clube do Porto (PORTO)
Boavista Futebol Clube (PORTO
Sport Comércio e Salgueiros (PORTO)
Sporting Clube de Espinho (AVEIRO)
Assoc. Académica de Coimbra (COIMBRA)
Clube Futebol Os Belenenses (LISBOA)
Futebol Clube Barreirense (LISBOA) – estava inscrito na Associação de Lisboa
Sporting Clube de Portugal (LISBOA)
Luso Futebol Clube do Barreiro (LISBOA) – estava inscrito na Associação de Lisboa
União Football de Lisboa (LISBOA)
Sport Lisboa e Benfica (LISBOA)
Casa Pia Atlético Clube (LISBOA)
Vitória Futebol Clube (SETÚBAL)
Sporting Club Olhanense (ALGARVE) *
Apurados da Competição de Classificação (independente dos campeonatos distritais)
Sport Club Vianense (VIANA DO CASTELO)
Sport Clube de Vila Real (VILA REAL)
Sporting Clube de Braga (BRAGA)
Leixões Sport Clube (PORTO)
Assoc. Desportiva Sanjoanense (AVEIRO)
Lusitano Futebol Clube Vildemoinhos (VISEU)
Clube de Futebol União de Coimbra (COIMBRA)
Atlético Club Marinhense (LEIRIA)
Carcavelinhos Football Club (LISBOA)
Sport Grupo União Operária (SANTARÉM)
U.F. Comércio e Industria (SETÚBAL)
Sport Clube Estrela (PORTALEGRE)
Lusitano Ginásio Clube (ÉVORA)
Representante do Algarve *
Club Sport Marítimo (FUNCHAL)
* Os clubes da Associação de Futebol do Algarve estavam impedidos, pela F.P.F., de participar na prova.
1.ª Eliminatória
FC PORTO - VIANENSE, 8-0
7-5-1933, Porto (Estádio do Lima)
Árbitro: Avelino Lima (Braga)
Marcadores: 1-0 Waldemar Mota (12’); 2-0 Pinga (13’); 3-0 Carlos Nunes; 4-0 Carlos Nunes; 5-0 Waldemar Mota; 6-0 Acácio Mesquita; 7-0 Pinga; 8-0 Acácio Mesquita.
FC Porto – Treinador: Joseph Szabo (húngaro)
Miguel Siska; Avelino Martins e Jerónimo Faria; Álvaro Pereira, Zeferino e Lopes; Lopes Carneiro, Waldemar Mota, Acácio Mesquita, Artur de Sousa “Pinga” e Carlos Nunes.
Vianense –
Barbosa; Alves e Fernando; Napoleão, Júlio e Aníbal; Abel, Santos, Viana, Ivo e Peixoto.
Oitavos-de-final
6 golos de Pinga!
FC PORTO – UNIDOS DE LISBOA, 9-1 (1.ª mão)
14-5-1933, Porto (Campo da Constituição)
Árbitro: Carlos Mesquita (Coimbra)
Marcadores: 1-0 Pinga (1’); 2-0 Waldemar Mota (3’); 2-1 Armando Silva (32’); 3-1 Acácio Mesquita (36’); 4-1 Pinga (51’); 5-1 Pinga (63’); 6-1 Waldemar Mota (65’); 7-1 Pinga (68’); 8-1 Pinga (73’); 9-1 Pinga (84’).
FC Porto – Treinador: Joseph Szabo (húngaro)
Miguel Siska; Avelino Martins e Jerónimo Faria; Zeferino, Álvaro Pereira e Francisco Castro; Lopes Carneiro, Waldemar Mota, Acácio Mesquita, Artur de Sousa “Pinga” e Carlos Nunes.
U. Lisboa –
Carlos Silva; Joaquim Almeida e Viriato Silva; Manuel Silva II, Jaime Rodrigues e Manuel Silva I; João Gerardo Maia, Valentim, Armando Silva, Benjamim e Adolfo Cabanelas.
UNIDOS DE LISBOA - FC PORTO, 4-2 (2.ª mão)
21-5-1933, Lisboa (Campo de Santo Amaro)
Árbitro: Álvaro Santos (Coimbra)
Marcadores: 1-0 Armando Silva (2’); 1-1 Pinga (8’); 2-1 Benjamim (13’); 2-2 Acácio Mesquita (50’); 3-2 J. Rodrigues (60’ gp); 4-2 Adolfo Cabanelas (84’).
U. Lisboa –
Américo Rodrigues; Almeida e Viriato; Silva II, Jaime Rodrigues II e Silva I; João Gerardo Maia, Jaime Rodrigues II, Armando Silva, Benjamim e Adolfo Cabanelas.
FC Porto – Treinador: Joseph Szabo (húngaro)
Miguel Siska; Avelino Martins e Jerónimo Faria; Zeferino, Álvaro Pereira e Francisco Castro; Lopes Carneiro, Carlos Mesquita, Acácio Mesquita, Artur de Sousa “Pinga” e Carlos Nunes.
Quartos-de-final
A goleada de 8-0 ao Benfica!
Na primeira-mão, na Constituição, porque Castro, lesionado, não pôde alinhar, jogou a médio... Joseph Szabo, o treinador. O árbitro seria o espanhol Pedro Escartin.
Pedro Escartin, árbitro espanhol, com os capitães Vítor Silva (Benfica) e Waldemar Mota (FC Porto) antes do jogo do Campeonato de Portugal, em 28 de Maio de 1933, no Campo da Constituição.
Imagem oportuna que mostra os "três diabos do meio-dia" (Acácio Mesquita, Valdemar Mota e Pinga) e também Lopes Carneiro (junto ao árbitro), festejando a marcação de um dos oito golos ao Benfica, na célebre goleada do jogo dos quartos-de-final do Campeonato de Portugal. Marcadores: Valdemar Mota (3 golos), Acácio Mesquita (3), Lopes Carneiro e Carlos Nunes.
Duas semanas mais tarde, o Benfica ganhou o jogo da segunda mão por 4-2, resultado insuficiente para dar a volta à eliminatória e apagar a má imagem deixada na Constituição.
FC PORTO - BENFICA, 8-0 (1.ª mão)
28-5-1933, Porto (Campo da Constituição)
Árbitro: Pedro Escartin (Espanhol)
Marcadores:
1-0 Waldemar Mota (7’)
2-0 Acácio Mesquita (20’)
3-0 Waldemar Mota (29’)
4-0 Lopes Carneiro (57’)
5-0 Acácio Mesquita (65’)
6-0 Carlos Nunes (80’)
7-0 Acácio Mesquita (82’)
8-0 Waldemar Mota (85’)
FC Porto – Treinador: Joseph Szabo (húngaro)
Miguel Siska; Avelino Martins e Jerónimo Faria; Zeferino, Álvaro Pereira e Joseph Szabo; Lopes Carneiro, Waldemar Mota, Acácio Mesquita, Artur de Sousa “Pinga” e Carlos Nunes.
Benfica – Treinador: Ribeiro dos Reis
Pedro Conceição; Francisco Gatinho e João Oliveira; João Correia, Francisco Albino e Gustavo Teixeira; Pedro Silva, Luís Xavier, Vítor Silva, Rogério Sousa e Eugénio Salvador.
Depois da humilhação, agressão a delegado…
Em tarde de sonho, os portistas conseguiram resultado histórico humilhando o Benfica. Dentro de campo, tudo bem, sem contestação ao árbitro ou fricção entre jogadores. O distúrbio surgiria depois do apito final de Escartin. Laurindo Grijó, director da FPF e delegado ao jogo, dirigiu-se à cabina do Benfica, onde o ambiente era, naturalmente, de cortar à faca fruto da humilhação sofrida. Grijó envolveu-se em polémica verbal com Manuel da Conceição Afonso, o presidente do Benfica. Trocaram-se insultos. Grijó foi agredido por um dos jogadores suplentes. Tentou a fuga para o campo, mas as agressões multiplicaram-se. A FPF, reunida em Coimbra, resolveu suspender os jogadores encarnados Eugénio Salvador (esse mesmo, o actor), Ralf Bailão e Miguel de Oliveira, preparando-lhes a irradiação pura e simples.
Reagiu o Benfica, denunciando o nome do agressor, António Guedes Gonçalves, e anunciando que decidira suspendê-lo de toda a actividade.
BENFICA - FC PORTO, 4-2 (2.ª mão)
11-6-1933, Lisboa (Campo das Amoreiras)
Árbitro: Ramon Mélcon (Espanhol)
Marcadores:
0-1 Jerónimo Faria (3’)
1-1 Augusto Dinis (30’)
2-1 Octávio Policarpo (31’)
3-1 Luís Xavier (39’)
3-2 Pinga (44’)
4-2 Pinho (55’)
Benfica – Treinador: Ribeiro dos Reis
Pedro Conceição; Gustavo Teixeira e João Oliveira; João Correia, Alberto Cardoso e Pedro Silva; Augusto Dinis, Luís Xavier, Vítor Silva, Octávio Policarpo e Emídio Pinho.
FC Porto – Treinador: Joseph Szabo (húngaro)
Miguel Siska; Avelino Martins e Jerónimo Faria; Zeferino, Álvaro Pereira e Gomes Sousa; Lopes Carneiro, Waldemar Mota, Acácio Mesquita, Artur de Sousa “Pinga” e Carlos Nunes.
A 2.ª mão em Lisboa e jogo recheado de incidentes
Outro espanhol, Ramon Melcón, seria o árbitro do jogo nas Amoreiras. Desta feita a vitória coube ao Benfica, por 4-2, insuficiente para suplantar a desvantagem trazida do Amial. Incidentes vários marcaram o encontro.
Crónica de Júlio d'Almeida, na “Stadium”: “O FC Porto é uma equipa digna de se ver jogar. Mais uma vez a sua classe se afirmou de maneira insofismável. Viu-se privada quase de início do seu capitão, Waldemar Mota, que teve de sair do campo depois de carregado deslealmente por Pedro Silva. Censurável o procedimento deste jogador, que levou todo o primeiro tempo na preocupação do jogo violento e caça ao homem. O mesmo se pode dizer de Vítor Silva, capitão do Benfica, que por vezes, esquecendo-se da bola, se entregava ao jogo incorrecto. Melcón, que desde o início vinha fazendo reparos ao jogo de Vitor, resolveu expulsá-lo, quando este carregou Siska. Gasolina nas labaredas! Os adeptos benfiquistas protestaram a decisão de Melcón, o capitão recusou abandonar o campo, o árbitro pediu ajuda policial, nervos sentiam-se à flor da pele, valeu, na circunstância, o poder magnético e o fair play de António Ribeiro dos Reis que, com Vítor Silva insistindo em não acatar a decisão de árbitro, se abeirou do jogador exigindo-lhe que saísse. Pegou-lhe no braço e acompanhou-o na caminhada dando-lhe azeda lição de moral”.
A absolvição de Eugénio Salvador
Entretanto, a FPF reconsiderou e decidiu ilibar Eugénio Salvador, Ralf Bailão e Miguel de Oliveira. O FC Porto contra-atacou, cortando relações com o Benfica. Pelo que acontecera no Amial e pelo que acontecera nas Amoreiras. Os dirigentes do Benfica, em comunicado, lamentaram que se “quebrasse assim o óptimo relacionamento de longos anos”… Lágrimas de crocodilo e hipocrisia a rodos… Já nesse tempo!
O FC Porto haveria de ser eliminado, nas meias-finais, em 3 renhidos jogos que fez com o Sporting.
Retalhos da história, conquistas e vitórias memoráveis, figuras e glórias do
F. C. do Porto
Capítulo 4: 1931 a 1940 – À conquista do futuro; Bicampeão! (Parte IV)
Época 1932-1933
1932 – Sebastião Ferreira Mendes, assumiu a presidência do FC Porto, sucedendo a Figueiredo e Melo. Neste seu segundo mandato, que cumpriu até Set.1934, não houve títulos nacionais no futebol, mas houve brilhantes vitórias como a histórica goleada de 8-0 ao Benfica e a derrota imposta ao Fisrt de Viena, a “equipa maravilha da Europa”. Destaque também para a inauguração das sumptuosas instalações da Sede do Clube, na Praça do Município, e para a institucionalização da prática do andebol de onze, modalidade que muitos títulos haveria de dar ao FC Porto.
5 Out.1932 – Andebol de onze
Uma das modalidades de mais sucesso no Clube iniciou a actividade e o FC Porto sagrou-se Campeão na primeira edição do Campeonato Nacional, na época 1938-39. O FC Porto tem um palmarés impressionante, mesmo invulgar, em que se destacam 29 títulos nesta primitiva e clássica variante de onze jogadores, que viria a ser extinta em Portugal no ano de 1975. Definitivamente adoptada a variante de sete jogadores, o FC Porto também com ela singrou, como veremos mais tarde.
O primeiro título nacional em Andebol – Agosto de 1939
Uma imensa multidão acorreu à Estação de S. Bento para receber em delírio os jogadores do FC Porto, os primeiros campeões nacionais de andebol (1938-39).
O último jogo disputado com o Sporting, no Estádio do Lumiar, em Lisboa, “teve foros de heróico para os jogadores nortenhos que vieram encontrar na capital um ambiente difícil”. Por claros 7-3 ganhou bem a equipa portista onde se destacavam atletas como Henrique Fabião (no início de uma carreira brilhante e, talvez, a maior figura de todos os tempos do andebol “azul-e-branco), Zeferino Silva, Guerra, Gomes dos Santos e o “capitão” Lopes Martins (que também jogava futebol e outras modalidades).
Na sua edição de 3 de Agosto, em título de primeira página, “O Norte Desportivo” anunciava: “Os valorosos campeões nacionais em hand-ball foram acolhidos com uma recepção grandiosa”. E destacava a “Alma do Povo” e o “agradecimento da cidade do Porto” aos seus dignos representantes.
Campeões de Andebol de 11 (1938-39) - Em cima: Francisco Gonçalves (massagista), Alberto, Guerra, Zeferino Silva, Gomes dos Santos, Henrique Fabião e Joaquim; Em baixo: Carlos Bastos, Teófilo Tuna, Lopes Martins, Raul e José Leite.
Galeria de atletas brilhantes
Foram muitos o jogadores que, ao longo do tempo, deram ao FC Porto o seu magnífico contributo, possibilitando o sucesso admirado no Andebol de Onze. Além dos nomes acima referidos realce para Mário Castro, Teófilo Tuna, Armando Campos, Paulo, Hernâni, Teixeira, os guarda-redes Joaquim e Madureira. Todos “figurarão para sempre na galeria daqueles que, com classe e dedicação, arrastaram para os pelados do andebol de onze grandes multidões que vibravam com os êxitos do seu FC Porto”.
Armando Campos: desportista polivalente, com desempenho brilhante noutras modalidades, de que é exemplo o basquetebol. Figura grada do andebol portista (variantes de onze e sete), tendo servido, com brio, o seu clube durante cerca de duas décadas. Conquistou 13 títulos de Campeão Nacional no andebol de onze e sete no andebol de sete com a camisola azul-e-branca vestida.
Andebol de Onze – Palmarés do FC Porto
Seniores
• Campeonato Nacional : 29 títulos
1938/39; 1939/40; 1940/41; 1941/42; 1942/43; 1943/44; 1944/45; 1946/47; 1948/49; 1949/50; 1950/51; 1951/52; 1952/53; 1953/54; 1954/55; 1955/56; 1956/57; 1957/58; 1958/59; 1959/60; 1966/67; 1967/68; 1968/69; 1969/70; 1970/71; 1971/72; 1972/73; 1973/74; 1974/75.
- O FC Porto venceu a primeira e a última edições do Campeonato Nacional;
- Em 37 edições do Campeonato Nacional, o FC Porto conquistou 29 títulos de Campeão!
- O FC Porto foi heptacampeão (1938/39 a 1944/45);
- Foi dodecampeão – 12!!! (1948/49 a 1959/60);
- Foi eneacampeão (1966/67 a 1974/75).
- Não há nenhum outro clube em Portugal que, em qualquer modalidade de jogo colectivo, tenha sido Campeão 12 vezes consecutivas (dodecampeão)!
Juniores
• Campeonato Nacional : 10 títulos
1950/51; 1951/52; 1952/53; 1953/54; 1954/55; 1955/56; 1956/57; 1957/58; 1967/68; 1968/69.
- Na categoria de Juniores, em 23 edições do Campeonato Nacional, o FC Porto conquistou 10 títulos de Campeão;
- Nenhum outro clube foi tão titulado.
História – O Andebol de 11 foi criado pelo alemão Karl Schelenz, em 1919. No entanto, o Uruguai reivindica para si a paternidade deste jogo que era praticado num campo similar ao do futebol com dimensões entre 90 m a 110 m de comprimento e entre 55m a 65m de largura, a área de baliza com raio de 13m, a baliza com 7,32 m de largura por 2,44 m de altura (a mesma usada no futebol) e disputado por duas equipas de onze jogadores cada, sendo a bola semelhante à usada na versão de sete jogadores.
Em Portugal, o andebol de onze começou a ser jogado na cidade do Porto, nos finais de 1929, por iniciativa do desportista alemão Armando Tshopp. A primeira apresentação oficial de um jogo de andebol teve lugar em 5 de Outubro de 1930, na “Cidade Invicta”, colocando frente a frente o FC Porto e o Sport Clube do Porto (equipas de carácter oficioso). Em 29 de Março de 1932 foi fundada a Associação de Andebol do Porto. Dos 10 clubes fundadores fazia parte, como é óbvio, o FC Porto. Em 1 de Maio de 1939 é constituída, finalmente, a Federação Portuguesa de Andebol. Na época 1938-39 disputou-se o primeiro Campeonato Nacional sob a égide da FPA. Venceu-o o FC Porto!
O andebol de sete foi introduzido em Portugal em 1949, por outro alemão, Henrique Feist, residente no nosso país. O primeiro torneio oficial da nova modalidade foi organizado por Feist, na vila de Cascais, no Verão de 1949.
A crescente popularidade do andebol de sete, tanto no nosso país como internacionalmente, levou à gradual extinção do andebol de onze que desde há alguns anos deixou de se praticar.
29 Jan.1933 - Belíssima fotografia da Selecção Nacional que defrontou a Hungria, em Lisboa, num jogo amigável. Participaram 5 portistas: (em cima, a contar da esquerda) Avelino Martins (5.º), Waldemar Mota (6.º), Álvaro Pereira (9.º), Francisco Castro (12.º) e (em baixo) Pinga (2.º). Portugal venceu por 1-0, com golo do genial Pinga.
Em Março de 1933 o FC Porto deu mais um passo em frente, inaugurando sumptuosa sede, na Praça do Município, ao cimo da Avenida dos Aliados. Um espaço, enfim, à medida da grandeza do clube.
Salas mobiladas e decoradas a rigor, salão de troféus repleto de testemunhos de vitórias, ginásio amplo e moderno e um grande salão de bilhares, conferiam dignidade ao Clube e orgulhavam os associados.
Numa dependência destinada a perpetuar a memória, constavam dois dos maiores jogadores portistas do passado, Tavares Bastos e Velez Carneiro, e a figura viva, apaixonante, de Norman Hall, com a mesma expressão que ele mostrava, sempre de sorriso posto.
Apurados para o Campeonato de Portugal:
Apurados do Campeonato da época anterior
Futebol Clube do Porto (PORTO)
Boavista Futebol Clube (PORTO
Sport Comércio e Salgueiros (PORTO)
Sporting Clube de Espinho (AVEIRO)
Assoc. Académica de Coimbra (COIMBRA)
Clube Futebol Os Belenenses (LISBOA)
Futebol Clube Barreirense (LISBOA) – estava inscrito na Associação de Lisboa
Sporting Clube de Portugal (LISBOA)
Luso Futebol Clube do Barreiro (LISBOA) – estava inscrito na Associação de Lisboa
União Football de Lisboa (LISBOA)
Sport Lisboa e Benfica (LISBOA)
Casa Pia Atlético Clube (LISBOA)
Vitória Futebol Clube (SETÚBAL)
Sporting Club Olhanense (ALGARVE) *
Apurados da Competição de Classificação (independente dos campeonatos distritais)
Sport Club Vianense (VIANA DO CASTELO)
Sport Clube de Vila Real (VILA REAL)
Sporting Clube de Braga (BRAGA)
Leixões Sport Clube (PORTO)
Assoc. Desportiva Sanjoanense (AVEIRO)
Lusitano Futebol Clube Vildemoinhos (VISEU)
Clube de Futebol União de Coimbra (COIMBRA)
Atlético Club Marinhense (LEIRIA)
Carcavelinhos Football Club (LISBOA)
Sport Grupo União Operária (SANTARÉM)
U.F. Comércio e Industria (SETÚBAL)
Sport Clube Estrela (PORTALEGRE)
Lusitano Ginásio Clube (ÉVORA)
Representante do Algarve *
Club Sport Marítimo (FUNCHAL)
* Os clubes da Associação de Futebol do Algarve estavam impedidos, pela F.P.F., de participar na prova.
1.ª Eliminatória
FC PORTO - VIANENSE, 8-0
7-5-1933, Porto (Estádio do Lima)
Árbitro: Avelino Lima (Braga)
Marcadores: 1-0 Waldemar Mota (12’); 2-0 Pinga (13’); 3-0 Carlos Nunes; 4-0 Carlos Nunes; 5-0 Waldemar Mota; 6-0 Acácio Mesquita; 7-0 Pinga; 8-0 Acácio Mesquita.
FC Porto – Treinador: Joseph Szabo (húngaro)
Miguel Siska; Avelino Martins e Jerónimo Faria; Álvaro Pereira, Zeferino e Lopes; Lopes Carneiro, Waldemar Mota, Acácio Mesquita, Artur de Sousa “Pinga” e Carlos Nunes.
Vianense –
Barbosa; Alves e Fernando; Napoleão, Júlio e Aníbal; Abel, Santos, Viana, Ivo e Peixoto.
Oitavos-de-final
6 golos de Pinga!
FC PORTO – UNIDOS DE LISBOA, 9-1 (1.ª mão)
14-5-1933, Porto (Campo da Constituição)
Árbitro: Carlos Mesquita (Coimbra)
Marcadores: 1-0 Pinga (1’); 2-0 Waldemar Mota (3’); 2-1 Armando Silva (32’); 3-1 Acácio Mesquita (36’); 4-1 Pinga (51’); 5-1 Pinga (63’); 6-1 Waldemar Mota (65’); 7-1 Pinga (68’); 8-1 Pinga (73’); 9-1 Pinga (84’).
FC Porto – Treinador: Joseph Szabo (húngaro)
Miguel Siska; Avelino Martins e Jerónimo Faria; Zeferino, Álvaro Pereira e Francisco Castro; Lopes Carneiro, Waldemar Mota, Acácio Mesquita, Artur de Sousa “Pinga” e Carlos Nunes.
U. Lisboa –
Carlos Silva; Joaquim Almeida e Viriato Silva; Manuel Silva II, Jaime Rodrigues e Manuel Silva I; João Gerardo Maia, Valentim, Armando Silva, Benjamim e Adolfo Cabanelas.
UNIDOS DE LISBOA - FC PORTO, 4-2 (2.ª mão)
21-5-1933, Lisboa (Campo de Santo Amaro)
Árbitro: Álvaro Santos (Coimbra)
Marcadores: 1-0 Armando Silva (2’); 1-1 Pinga (8’); 2-1 Benjamim (13’); 2-2 Acácio Mesquita (50’); 3-2 J. Rodrigues (60’ gp); 4-2 Adolfo Cabanelas (84’).
U. Lisboa –
Américo Rodrigues; Almeida e Viriato; Silva II, Jaime Rodrigues II e Silva I; João Gerardo Maia, Jaime Rodrigues II, Armando Silva, Benjamim e Adolfo Cabanelas.
FC Porto – Treinador: Joseph Szabo (húngaro)
Miguel Siska; Avelino Martins e Jerónimo Faria; Zeferino, Álvaro Pereira e Francisco Castro; Lopes Carneiro, Carlos Mesquita, Acácio Mesquita, Artur de Sousa “Pinga” e Carlos Nunes.
Quartos-de-final
A goleada de 8-0 ao Benfica!
Na primeira-mão, na Constituição, porque Castro, lesionado, não pôde alinhar, jogou a médio... Joseph Szabo, o treinador. O árbitro seria o espanhol Pedro Escartin.
Pedro Escartin, árbitro espanhol, com os capitães Vítor Silva (Benfica) e Waldemar Mota (FC Porto) antes do jogo do Campeonato de Portugal, em 28 de Maio de 1933, no Campo da Constituição.
Imagem oportuna que mostra os "três diabos do meio-dia" (Acácio Mesquita, Valdemar Mota e Pinga) e também Lopes Carneiro (junto ao árbitro), festejando a marcação de um dos oito golos ao Benfica, na célebre goleada do jogo dos quartos-de-final do Campeonato de Portugal. Marcadores: Valdemar Mota (3 golos), Acácio Mesquita (3), Lopes Carneiro e Carlos Nunes.
Duas semanas mais tarde, o Benfica ganhou o jogo da segunda mão por 4-2, resultado insuficiente para dar a volta à eliminatória e apagar a má imagem deixada na Constituição.
FC PORTO - BENFICA, 8-0 (1.ª mão)
28-5-1933, Porto (Campo da Constituição)
Árbitro: Pedro Escartin (Espanhol)
Marcadores:
1-0 Waldemar Mota (7’)
2-0 Acácio Mesquita (20’)
3-0 Waldemar Mota (29’)
4-0 Lopes Carneiro (57’)
5-0 Acácio Mesquita (65’)
6-0 Carlos Nunes (80’)
7-0 Acácio Mesquita (82’)
8-0 Waldemar Mota (85’)
FC Porto – Treinador: Joseph Szabo (húngaro)
Miguel Siska; Avelino Martins e Jerónimo Faria; Zeferino, Álvaro Pereira e Joseph Szabo; Lopes Carneiro, Waldemar Mota, Acácio Mesquita, Artur de Sousa “Pinga” e Carlos Nunes.
Benfica – Treinador: Ribeiro dos Reis
Pedro Conceição; Francisco Gatinho e João Oliveira; João Correia, Francisco Albino e Gustavo Teixeira; Pedro Silva, Luís Xavier, Vítor Silva, Rogério Sousa e Eugénio Salvador.
Depois da humilhação, agressão a delegado…
Em tarde de sonho, os portistas conseguiram resultado histórico humilhando o Benfica. Dentro de campo, tudo bem, sem contestação ao árbitro ou fricção entre jogadores. O distúrbio surgiria depois do apito final de Escartin. Laurindo Grijó, director da FPF e delegado ao jogo, dirigiu-se à cabina do Benfica, onde o ambiente era, naturalmente, de cortar à faca fruto da humilhação sofrida. Grijó envolveu-se em polémica verbal com Manuel da Conceição Afonso, o presidente do Benfica. Trocaram-se insultos. Grijó foi agredido por um dos jogadores suplentes. Tentou a fuga para o campo, mas as agressões multiplicaram-se. A FPF, reunida em Coimbra, resolveu suspender os jogadores encarnados Eugénio Salvador (esse mesmo, o actor), Ralf Bailão e Miguel de Oliveira, preparando-lhes a irradiação pura e simples.
Reagiu o Benfica, denunciando o nome do agressor, António Guedes Gonçalves, e anunciando que decidira suspendê-lo de toda a actividade.
BENFICA - FC PORTO, 4-2 (2.ª mão)
11-6-1933, Lisboa (Campo das Amoreiras)
Árbitro: Ramon Mélcon (Espanhol)
Marcadores:
0-1 Jerónimo Faria (3’)
1-1 Augusto Dinis (30’)
2-1 Octávio Policarpo (31’)
3-1 Luís Xavier (39’)
3-2 Pinga (44’)
4-2 Pinho (55’)
Benfica – Treinador: Ribeiro dos Reis
Pedro Conceição; Gustavo Teixeira e João Oliveira; João Correia, Alberto Cardoso e Pedro Silva; Augusto Dinis, Luís Xavier, Vítor Silva, Octávio Policarpo e Emídio Pinho.
FC Porto – Treinador: Joseph Szabo (húngaro)
Miguel Siska; Avelino Martins e Jerónimo Faria; Zeferino, Álvaro Pereira e Gomes Sousa; Lopes Carneiro, Waldemar Mota, Acácio Mesquita, Artur de Sousa “Pinga” e Carlos Nunes.
A 2.ª mão em Lisboa e jogo recheado de incidentes
Outro espanhol, Ramon Melcón, seria o árbitro do jogo nas Amoreiras. Desta feita a vitória coube ao Benfica, por 4-2, insuficiente para suplantar a desvantagem trazida do Amial. Incidentes vários marcaram o encontro.
Crónica de Júlio d'Almeida, na “Stadium”: “O FC Porto é uma equipa digna de se ver jogar. Mais uma vez a sua classe se afirmou de maneira insofismável. Viu-se privada quase de início do seu capitão, Waldemar Mota, que teve de sair do campo depois de carregado deslealmente por Pedro Silva. Censurável o procedimento deste jogador, que levou todo o primeiro tempo na preocupação do jogo violento e caça ao homem. O mesmo se pode dizer de Vítor Silva, capitão do Benfica, que por vezes, esquecendo-se da bola, se entregava ao jogo incorrecto. Melcón, que desde o início vinha fazendo reparos ao jogo de Vitor, resolveu expulsá-lo, quando este carregou Siska. Gasolina nas labaredas! Os adeptos benfiquistas protestaram a decisão de Melcón, o capitão recusou abandonar o campo, o árbitro pediu ajuda policial, nervos sentiam-se à flor da pele, valeu, na circunstância, o poder magnético e o fair play de António Ribeiro dos Reis que, com Vítor Silva insistindo em não acatar a decisão de árbitro, se abeirou do jogador exigindo-lhe que saísse. Pegou-lhe no braço e acompanhou-o na caminhada dando-lhe azeda lição de moral”.
A absolvição de Eugénio Salvador
Entretanto, a FPF reconsiderou e decidiu ilibar Eugénio Salvador, Ralf Bailão e Miguel de Oliveira. O FC Porto contra-atacou, cortando relações com o Benfica. Pelo que acontecera no Amial e pelo que acontecera nas Amoreiras. Os dirigentes do Benfica, em comunicado, lamentaram que se “quebrasse assim o óptimo relacionamento de longos anos”… Lágrimas de crocodilo e hipocrisia a rodos… Já nesse tempo!
O FC Porto haveria de ser eliminado, nas meias-finais, em 3 renhidos jogos que fez com o Sporting.
- No próximo post.: Capítulo 4, 1931 a 1940 – À conquista do futuro; Bicampeão! (Parte V) – Meia-final do Campeonato de Portugal 1932-33; a “santa” união de Lisboa…; época 1933-34; “Pinga” parado à entrada do comboio…; os “três diabos do meio-dia” em três brilhantes vitórias; doença e adeus de Siska, castigo para Szabo.
Ah! Cá está ela o relato dos 8-0 ao clube do Regime e os seus protagonistas.
ResponderEliminarJá agora se o AzulForte ou o Fernando Pinto tiverem algumas informações sobre o First de Viena FC é que no Wikipedia tem pouco mais que o ano de fundação e um resumo muito resumido da sua história.
Azul é muito bonita a nossa história, muito bonita.
Mais uma bela parcela da nossa grandiosa História.
ResponderEliminarContinuo fascinado e sempre à espera de mais.
Abraço
http://longara.blogspot.com/
Mais uma página dourada, onde fica difícil dizer o que impressiona mais, se o texto, excelente, se as magníficas fotas.
ResponderEliminarCom esta qualidade, depois admirem-se dos 2 milhões!
Um abraço
Admirem-se se os Ruis Gomes da Silva deste país vierem informar que estes resultados foram falseados...
ResponderEliminarParabéns pelo excelente trabalho que enche de orgulho todos os portistas
Este é um post que me agrada ainda mais q todos os anteriores pelo destaque dado ao andebol (neste caso de onze, variante inicial da modalidade).
ResponderEliminarE diz o nosso historiador:
"O primeiro título nacional em Andebol – Agosto de 1939
Uma imensa multidão acorreu à Estação de S. Bento para receber em delírio os jogadores do FC Porto, os primeiros campeões nacionais de andebol (1938-39)."
Outros tempos, meu caro. Hoje em dia só o futebol mexe com as multidões.
Belas epopeias que contribuíram para guindar o FC Porto ao ponto mais alto do desporto nacional.
ResponderEliminarUm orgulho que não cansarei de demonstrar.
Viva o FC Porto!
Um abraço
Brilhante, brilhante, brilhante…! Um post fantástico, só por si. Mas com os 8-0 ao benfas, ainda mais fantástico é!
ResponderEliminarO Carlos Resende, naquele voo que deixa rasto (foto assombrosa!), parece estar a dizer como os nossos excelentes andebolistas devem fazer no próximo jogo, no Dragãozinho. Vamos a eles.
Parabéns pelo post e PARABÉNS ao blogue. Dois milhões de abraços!
Um beijo.
benfas é uma coisa que eles usam entre eles para falarem do clube deles, Cristina. É uma coisa dos sócios de Lisboa que os viscondes passaram a usar, para vincarem como os outros são parolos. Mas que os lampiões usam com garbo e honra. O Benfas é uma expressão que me AGRIDE cada vez que a leio de um portista que eu considere. Faço um esforço que não abdico, de passar esta informação ao máximo de portistas, para ver se erradicamos esse termo do nosso léxico, de vez.
ResponderEliminarEu gosto do Post pois toca vários temas que me são caros: a Sede e o Museu. O Andebol de 11. Os anos 30. Os diabos do Meio Dia. O Bi-Campeão. Continua a enorme emoção a ler estes textos. Obrigado e boa continuação!
ResponderEliminareste hISTORIADOR é do camano, c'um carago... já não basta toda a sua sabedoria, conhecimento, paixão e dedicação por esta causa, transformando cada destes pedacinhos semanais, na mais bonita, sentida e completa história do fcPORTO disponivel na internet, e ainda nos presenteia com estas fotos que são um autêntico delirio para quem gosta de olhar pró preto-e-branco do antigamente e ficar com o pensamento bem longe como seria naquela altura, como era, etc...
ResponderEliminarhá quem esteja de Parabéns apenas 1 único dia por ano... mas no teu caso, no mímino, estás de Parabéns 1 vez por semana ;)
As coisas que eu aprendo com o nosso Dragão Azul Forte, desconhecia que tinha existido Andebol de 11, mas fiquei muito bem informada lendo este post...;)
ResponderEliminarQuem deve ter ficado babado com este pedaço da nossa história, foi concerteza o nosso amigo Lucho:)...
BIBÓ PORTO