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"Que atire a primeira pedra quem nunca pecou" é, de entre as citações que a cultura popular retira dos livros, aplica de forma abusiva e eleva à condição de verdade absoluta, uma das mais absurdas. Implica que qualquer pessoa que tenha, por qualquer motivo, cometido algum tipo de infracção em qualquer altura da sua vida, fique imediata e eternamente impedida de apontar o dedo a qualquer outra pessoa, independentemente do motivo. Sem relativização, sem contextualização, sem possibilidade de arrependimento. Erraste, azar, nunca mais podes criticar, acusar nem condenar ninguém. Escusado será dizer que se este ditado idiota fosse levado à letra, as leis, regras e convenções seriam inúteis, por inexistência de indivíduos puros e castos que as pudessem aplicar.
Apesar disso, e na plena consciência de que nenhum de nós tem o "cadastro" imaculado, uma pessoa com carácter tem sempre a decência de, como diz o povo, "olhar por si abaixo" e compreender se se encontra em posição de fazer determinada crítica ou se devia, em vez disso, meditar sobre o seu próprio comportamento e a sua própria contribuição para o actual estado de coisas. Isto, sublinho, aplica-se a pessoas "com carácter". Pessoas efectivamente empenhadas em evitar futuros incidentes, e não em instrumentalizá-los em seu benefício.
Já devem ter compreendido que estou mesmo a falar de pedras, e não apenas metaforicamente. Estou a falar das pedras que atingiram o autocarro e o carro do presidente do clube do regime. Quem as atirou não sei, porquê muito menos, mas sei quem mais beneficiou com isso: o próprio clube do regime, que as aproveitou para alimentar a campanha de vitimização permanentemente em curso por aquelas bandas, com o alto patrocínio da comunicação social e de instituições nacionais sustentadas por todos nós.
O discurso do Benfica em relação à violência no futebol é ridículo. Se eles são vítimas de violência? São. Mais do que outros clubes nacionais, e nomeadamente o FC Porto? Nem pensar. E qualquer pessoa minimamente inteligente e atenta apreende facilmente a enorme contribuição do próprio clube queixoso para a violência de que se diz única vítima, sobretudo através das intervenções de adeptos (e dirigentes!) seus em programas de televisão assistidos por milhares e milhares de pessoas. O discurso do Benfica em relação à violência no futebol é ridículo, mas quem desmascara o ridículo discurso do Benfica?
Certamente não será o ministro da Administração Interna (vai e não voltes!), que, não contente por criar em cada deslocação do Benfica ao Dragão um aparato digno de uma visita do Obama à Líbia, ainda se prontificou a vir a público garantir a sua implacabilidade perante um incidente semelhante a outros que estão constantemente a acontecer e sobre os quais nunca lhe tínhamos ouvido uma palavra. Certamente não serão também as instituições e entidades competentes do futebol português, sempre prontas a multar e suspender alguns e a passar esponjas sobre palavras e comportamentos de outros. Certamente não será ainda a comunicação social, com as suas manchetes sobre "terror" e "atentado", incomparáveis às quase invisíveis referências a um incidente semelhante envolvendo o FCP e Pinto da Costa há apenas um ano.
Quem o fará, então? Só restamos nós. Nós, FC Porto. E a direcção fê-lo, num comunicado extremamente pertinente e acompanhado de anexos que não deixam margem para dúvidas. E o que fez a imprensa perante o comunicado que coloca a nu a sua própria falta de ética profissional? Fez de conta. O Record teve mesmo a lata de colocar como título: "Dragões condenam ataque a Luís Filipe Vieira mas enviam um recado ao líder do MAI". Repito: ao líder do MAI. O FCP acusou-os, com todas as letras, de "não cumprir as mais elementares regras de tratamento idêntico para situações equivalentes" e eles, mesmo citando o comunicado inteiro, não sentiram necessidade de defender a sua honra. Pensando bem, estamos a falar do Record, de onde a honra já se foi há muito e nada resta para defender, pelo que se compreende a opção.
E quem fala no Record poderia falar n'A Bola - e até O Jogo já não está muito longe dessa linha editorial. As televisões entram no mesmo saco. E não me venham dizer que é para agradar à maioria do público-alvo, que a cantiga de que o clube do regime tem mais adeptos do que os outros todos juntos já nem um recém-nascido convence. É opção pessoal e descarada de gente que encolhe os ombros ao código deontológico da profissão que escolheu em nome de uma cruzada alimentada por ódio pessoal. E se por um lado até dá mais gozo sentirmo-nos constantemente atacados por todos os lados e ainda assim sairmos sempre por cima, sensação que o Escrevinhador muito bem descreveu no seu último post, olhando para as coisas friamente a situação deve indignar-nos. Pintou-se em Portugal a imagem de um clube de província, que só tem adeptos no "Norte" subdesenvolvido, com um presidente mafioso e adeptos arruaceiros, que ganha sempre graças a manobras de bastidores e que vivia às custas da Câmara até que um herói nacional chamado Rui Rio acabou com a mama. Do outro lado, um clube impoluto, o maior de Portugal e um dos maiores do Mundo, cheio de adeptos por todo o lado e que só não ganha porque é sempre prejudicado. Tudo isto é mentira, mas passado como verdade pelos media nacionais dia após dia após dia. Sabe-se lá quantos adeptos já nos custou esta difamação sem tréguas? Quantos patrocínios? Que danos já não poderá ter causado ao nosso prestígio internacional, através de escroques portugueses a colaborar com a imprensa estrangeira, como é o caso gritante da Marca? Continuariam as arbitragens e os conselhos de disciplina a perseguir-nos com tanto à-vontade, se a comunicação social denunciasse essas situações com a mesma veemência com que inventa e empola casos alegadamente prejudiciais ao clube do regime? E o que sentirão os nossos jogadores, sobretudo os estrangeiros, desconhecedores de toda esta palhaçada, quando são injustamente atacados nas páginas desses pasquins repugnantes? Quando vêem que nem conquistar a Taça Intercontinental lhes dá direito a primeira página? Dir-me-ão que estes dois últimos pontos são parte do pão que alimenta a nossa mística (palavra que o clube do regime nos tentou roubar, baptizando com esse nome a sua revista oficial, mas felizmente isto é muito mais do que vocabulário), e eu concordo. Mas isso não torna a situação menos grave. É preciso assumi-lo: isto é grave, injusto e absolutamente inaceitável.
O que podemos fazer? É muito simples. Antes de mais, continuar, na medida das nossas escassas possibilidades, a defender e a divulgar a verdade. Depois, fazer valer o poder que nos assiste enquanto consumidores e não dar um cêntimo a ganhar a essa gentalha. Sem esquecer que, para muitos jornais, a publicidade online já rende mais do que a edição em papel, por isso não devemos sequer visitar os seus sites. E, acima de tudo, admirar profundamente a bravura e a valia de um clube que continua a vencer incontestavelmente nos estádios e pavilhões deste país, mesmo sendo forçado a travar esta absurda e interminável batalha fora deles. E sentir muito, muito orgulho.
Apesar disso, e na plena consciência de que nenhum de nós tem o "cadastro" imaculado, uma pessoa com carácter tem sempre a decência de, como diz o povo, "olhar por si abaixo" e compreender se se encontra em posição de fazer determinada crítica ou se devia, em vez disso, meditar sobre o seu próprio comportamento e a sua própria contribuição para o actual estado de coisas. Isto, sublinho, aplica-se a pessoas "com carácter". Pessoas efectivamente empenhadas em evitar futuros incidentes, e não em instrumentalizá-los em seu benefício.
Já devem ter compreendido que estou mesmo a falar de pedras, e não apenas metaforicamente. Estou a falar das pedras que atingiram o autocarro e o carro do presidente do clube do regime. Quem as atirou não sei, porquê muito menos, mas sei quem mais beneficiou com isso: o próprio clube do regime, que as aproveitou para alimentar a campanha de vitimização permanentemente em curso por aquelas bandas, com o alto patrocínio da comunicação social e de instituições nacionais sustentadas por todos nós.
O discurso do Benfica em relação à violência no futebol é ridículo. Se eles são vítimas de violência? São. Mais do que outros clubes nacionais, e nomeadamente o FC Porto? Nem pensar. E qualquer pessoa minimamente inteligente e atenta apreende facilmente a enorme contribuição do próprio clube queixoso para a violência de que se diz única vítima, sobretudo através das intervenções de adeptos (e dirigentes!) seus em programas de televisão assistidos por milhares e milhares de pessoas. O discurso do Benfica em relação à violência no futebol é ridículo, mas quem desmascara o ridículo discurso do Benfica?
Certamente não será o ministro da Administração Interna (vai e não voltes!), que, não contente por criar em cada deslocação do Benfica ao Dragão um aparato digno de uma visita do Obama à Líbia, ainda se prontificou a vir a público garantir a sua implacabilidade perante um incidente semelhante a outros que estão constantemente a acontecer e sobre os quais nunca lhe tínhamos ouvido uma palavra. Certamente não serão também as instituições e entidades competentes do futebol português, sempre prontas a multar e suspender alguns e a passar esponjas sobre palavras e comportamentos de outros. Certamente não será ainda a comunicação social, com as suas manchetes sobre "terror" e "atentado", incomparáveis às quase invisíveis referências a um incidente semelhante envolvendo o FCP e Pinto da Costa há apenas um ano.
Quem o fará, então? Só restamos nós. Nós, FC Porto. E a direcção fê-lo, num comunicado extremamente pertinente e acompanhado de anexos que não deixam margem para dúvidas. E o que fez a imprensa perante o comunicado que coloca a nu a sua própria falta de ética profissional? Fez de conta. O Record teve mesmo a lata de colocar como título: "Dragões condenam ataque a Luís Filipe Vieira mas enviam um recado ao líder do MAI". Repito: ao líder do MAI. O FCP acusou-os, com todas as letras, de "não cumprir as mais elementares regras de tratamento idêntico para situações equivalentes" e eles, mesmo citando o comunicado inteiro, não sentiram necessidade de defender a sua honra. Pensando bem, estamos a falar do Record, de onde a honra já se foi há muito e nada resta para defender, pelo que se compreende a opção.
E quem fala no Record poderia falar n'A Bola - e até O Jogo já não está muito longe dessa linha editorial. As televisões entram no mesmo saco. E não me venham dizer que é para agradar à maioria do público-alvo, que a cantiga de que o clube do regime tem mais adeptos do que os outros todos juntos já nem um recém-nascido convence. É opção pessoal e descarada de gente que encolhe os ombros ao código deontológico da profissão que escolheu em nome de uma cruzada alimentada por ódio pessoal. E se por um lado até dá mais gozo sentirmo-nos constantemente atacados por todos os lados e ainda assim sairmos sempre por cima, sensação que o Escrevinhador muito bem descreveu no seu último post, olhando para as coisas friamente a situação deve indignar-nos. Pintou-se em Portugal a imagem de um clube de província, que só tem adeptos no "Norte" subdesenvolvido, com um presidente mafioso e adeptos arruaceiros, que ganha sempre graças a manobras de bastidores e que vivia às custas da Câmara até que um herói nacional chamado Rui Rio acabou com a mama. Do outro lado, um clube impoluto, o maior de Portugal e um dos maiores do Mundo, cheio de adeptos por todo o lado e que só não ganha porque é sempre prejudicado. Tudo isto é mentira, mas passado como verdade pelos media nacionais dia após dia após dia. Sabe-se lá quantos adeptos já nos custou esta difamação sem tréguas? Quantos patrocínios? Que danos já não poderá ter causado ao nosso prestígio internacional, através de escroques portugueses a colaborar com a imprensa estrangeira, como é o caso gritante da Marca? Continuariam as arbitragens e os conselhos de disciplina a perseguir-nos com tanto à-vontade, se a comunicação social denunciasse essas situações com a mesma veemência com que inventa e empola casos alegadamente prejudiciais ao clube do regime? E o que sentirão os nossos jogadores, sobretudo os estrangeiros, desconhecedores de toda esta palhaçada, quando são injustamente atacados nas páginas desses pasquins repugnantes? Quando vêem que nem conquistar a Taça Intercontinental lhes dá direito a primeira página? Dir-me-ão que estes dois últimos pontos são parte do pão que alimenta a nossa mística (palavra que o clube do regime nos tentou roubar, baptizando com esse nome a sua revista oficial, mas felizmente isto é muito mais do que vocabulário), e eu concordo. Mas isso não torna a situação menos grave. É preciso assumi-lo: isto é grave, injusto e absolutamente inaceitável.
O que podemos fazer? É muito simples. Antes de mais, continuar, na medida das nossas escassas possibilidades, a defender e a divulgar a verdade. Depois, fazer valer o poder que nos assiste enquanto consumidores e não dar um cêntimo a ganhar a essa gentalha. Sem esquecer que, para muitos jornais, a publicidade online já rende mais do que a edição em papel, por isso não devemos sequer visitar os seus sites. E, acima de tudo, admirar profundamente a bravura e a valia de um clube que continua a vencer incontestavelmente nos estádios e pavilhões deste país, mesmo sendo forçado a travar esta absurda e interminável batalha fora deles. E sentir muito, muito orgulho.
BraBo...Clap,clap,clap ...
ResponderEliminarVamos para cima deles Porto!
Grande no conteúdo este post...ia acrescentar mais umas coisas, mas nem vale a pena. Excelente, Enid e um beijinho de parabéns
ResponderEliminarMas eu, em verdade vos digo, até tive pena do talibã cUmerciante,
ResponderEliminartão cabisbaixo que ele estava.
hum... hum...hum... hum.. hum.. hum
"ELAS CÁ SE FAZEM CÁ SE PAGAM"
<<>
A reposta que lhes devemos dar é a que encima este blog.
ResponderEliminarQuanto mais mentirem sobre nós, mais verdades diremos sobre eles.
O seu post cumpre essa premissa na perfeição.
Como sempre, excelente post Enid. Conteúdo claro, conciso, revelador. A "maquina da propaganda vermelha" faz das habituais e constantes "lavagens cerebrais" o seu modo diário de actuação, mentindo descaradamente, sem qualquer pudor, de forma cínica, hipócrita, sem qualquer vergonha na cara, com a complacência e o incentivo doentio da CS. Um nojo de gente, desprovida de qualquer ponta de carácter ou escrúpulos.
ResponderEliminarAbraço
Enid como sempre dizes tudo e como sempre estou completamente de acordo em tudo o que escreves-te!;)
ResponderEliminarBIBÓ PORTO
"Quem o fará, então? Só restamos nós. Nós, FC Porto. E a direcção fê-lo, num comunicado extremamente pertinente e acompanhado de anexos que não deixam margem para dúvidas. E o que fez a imprensa perante o comunicado que coloca a nu a sua própria falta de ética profissional? Fez de conta. O Record teve mesmo a lata de colocar como título: "Dragões condenam ataque a Luís Filipe Vieira mas enviam um recado ao líder do MAI". Repito: ao líder do MAI. O FCP acusou-os, com todas as letras, de "não cumprir as mais elementares regras de tratamento idêntico para situações equivalentes" e eles, mesmo citando o comunicado inteiro, não sentiram necessidade de defender a sua honra."
ResponderEliminarÉ tal e qual como dizes, quem não tem honra, não precisa de a defender.