08 fevereiro, 2012

Capítulo 5: 1941 a 1950 - O centralismo da capital e o jejum (Parte XV)

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FCPorto –Dragões de Azul Forte
Retalhos da história, conquistas e vitórias memoráveis, figuras e glórias do
F. C. do Porto


Capítulo 5:1941 a 1950 – O centralismo da capital e o jejum (Parte XV)

Época 1949-50 (Continuação)

Digressão aos Açores
6 Jun.1950 – O FC Porto chegou aos Açores para uma digressão durante a qual realizou três jogos. No porto de mar e nas ruas, Ponta Delgada dispensou à caravana portista a mais simpática, calorosa e entusiástica das recepções. O fervor clubista manifestou-se nas belas ilhas açorianas.


Vitória ante o Santos
Jun.1950 – Antes do fecho da temporada,o FC Porto impôs a primeira derrota aos brasileiros do Santos FC, então em digressão por Portugal, graças a um golo de velocíssimo Carlos Vieira.

Síndrome?!
O FC Porto ganhou ao Desportivo da Corunha, venceu o Santos do Brasil… Portanto… Seria que o FC Porto sofria da “síndrome da competição”?! Por que razão ganhava quase todos, senão todos, os jogos extra-competição e não obtinha resultados semelhantes quando disputava as provas nacionais? Poder-se-ia imputar a causa do “mal” ao poder sulista que queimava tudo o que fosse do Norte?
Começava, pois, a vingar a ideia de que a equipa de futebol do FC Porto era óptima no intervalo das competições. E a vitória sobre o Arsenal provava isso. Só que os portistas queriam mais, mesmo sabendo que os árbitros continuavam a ser os seus “anjos negros”.

1950 - Bilhar
Nasceu a Secção de Bilhar, fruto do entusiasmo de Portugal da Mata. Renascida nos anos 60 pela acção de Wilson Neves, revigorou-se em 1990 com Alípio Jorge.
Instalada na antiga Sede, hoje o Bilhar é uma modalidade muito prestigiada no clube, contando com mais de uma centena de atletas, equipas masculinas e femininas e uma Escola (a primeira em Portugal). O FC Porto é considerado a maior organização europeia da modalidade.

Equipamentos da década 1941/1950
No post V, do Capítulo I, iniciei a ilustração dos equipamentos por décadas. Os meus “bonecos”, de amador, têm servido para mostrar o que foi a roupagem do nosso Clube desde os primórdios. Entretanto, e em boa hora, abracei em parceria com o amigo Rui Saraiva um projecto ambicioso: a reboque da narrativa em “FC Porto – Dragões de Azul Forte”, estudar toda a história dos equipamentos e ilustrá-los com recurso à competência e profissionalismo de um ilustrador brilhante.

E assim, desde Julho de 2011, “Manto Azul e Branco” vem reunindo todas as ilustrações enquadrando-as no passado memorável do grandioso FC Porto. Pelo que, estando já publicadas as referentes à década em análise (1941-1950), não se justificam os meus “bonecos” e serão, a partir de agora, utilizadas as ilustrações do “Manto Azul e Branco”.

Eis então as que abrangem a década 1941/1950 (clique em cada hiperligação para aceder):

020: 1939-1943 – De novo os cordões no colarinho, o primeiro Bicampeonato
021: 1943-1945 – O efémero abandono dos cordões
022: 1945-1946 – Pela última vez… os célebres cordões!
023: 1946-1947 – Colarinho em V com grande gola branca
024: 1947-1950 – Meias azuis-e-brancas, pois claro, na vitória ante o Arsenal
025: 1950-1955 – Alternância do tom azul nos calções, a mesma faixa branca

Efeméride da década 1941-1950 – Inauguração do Museu Nacional Soares dos Reis
Cerca de dois anos depois do FC Porto ter conquistado o seu 1.º Bicampeonato de futebol, o Museu Nacional Soares dos Reis, instalado no Palácio dos Carrancas, no Porto, era inaugurado. Decorria o ano de 1942.
Antes, em 1833, foi criado por D. Pedro IV o chamado Museu Portuense e instalado no edifício do Convento de Santo António da Cidade actual edifício da Biblioteca Pública Municipal do Porto, em Santo Ildefonso.
Em 1911 o museu ganha nome de Soares dos Reis em homenagem ao escultor do Porto. Grande parte do espólio do modelador faz parte da colecção, sendo talvez a obra mais emblemática a bela escultura, em mármore, de nome “O Desterrado”.
Em 1940, o estado comprou à misericórdia o Palácio dos Carrancas para o que muito contribuiu o empenho do seu director, Vasco Valente.
Depois das obras de adaptação do novo edifício, da autoria do engenheiro Fernandes Sá, o museu foi inaugurado em 1942. À época, as alterações mais notáveis consistiram na transformação das oficinas da antiga fábrica em galeria com iluminação zenital (luz natural por meio de clarabóias), destinada à pintura, assim como a criação de outra galeria, desta feita de escultura, para alojar a obra de Soares dos Reis.
Durante a década de 1940, o museu é enriquecido com as colecções do Museu Municipal. De museu clássico, de Belas-Artes, passa a museu misto, incorporando as chamadas artes decorativas que assentam bem a um Porto industrial.
Sob a direcção do escultor Salvador Barata Feyo, na década de 50, o museu adquire obras de Pintura e Escultura a jovens artistas.
Em 1992, na sequência da criação do Instituto Português de Museus, o Museu Nacional Soares dos Reis iniciou um projecto de remodelação e expansão, da autoria do arquitecto Fernando Távora, concluído em 2001.
O Museu Soares dos Reis honra o Porto e os portuenses.
  • No próximo post.: Capítulo 6,1951 a 1960 – Contestação a Lisboa; a “dobradinha” (Parte I) – Época 1950-51; Dias dos Santos (FCP) vence, pela segunda vez consecutiva, a Volta a Portugal em bicicleta; Campeonato Nacional; treinadores Anton Vogel e Dezso Gencsy; biografia de Dezso Gencsy; Taça de Portugal; regresso do treinador argentino Eladio Vaschetto; momento de grande simbolismo: lançada a semente da relva do Estádio das Antas; Dr. Urgel Horta de novo na Presidência; biografias de Urgel Horta e de Ângelo Carvalho.

8 comentários:

  1. Mais um grande e importante passo na descrição da História do F. C. Porto, e respectivo enquadramento cronológico. Como neste caso do Museu Nacional Soares dos Reis, do Porto (curiosamente em homenagem ao escultor desse nome, e não, mas até poderia ser, ao guarda-redes do mesmo nome, que defendeu as balizas do F. C. Porto), o que naturalmente traz à ideia outro que há-de haver... fazendo precisamente 70 anos de distância entre o histórico da cidade e o novo que vai surgir no Dragão!

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  2. Mais uma bela página da nossa história. Impressionante a multidão que se registou na digressão Portista aos Açores.

    E venha de lá esse Museu, já que nos presenteias aqui com parte do capítulo de hoje dedicado ao museu Soares dos Reis.
    Um abraço.

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  3. Ao domingo de manhã a visita ao Museu Soares dos Reis é gratuita. E às 1100h há uma visita guiada, também gratuita. Apareçam!

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  4. Bela página, mais uma e que se começa a aproximar das minhas memórias...

    Abraço

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  5. Muito obrigado "Anónimo" pela informação. Se eu estivesse no Porto aproveitava, sem dúvida, embora já conheça o Museu. Aconselho a visita a todos os amigos.
    Abraço.

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  6. E chegou ao fim o 5.º Capítulo. Vamos entrar na década de cinquenta e, como diz o amigo Vila Pouca, aproximam-se as nossas memórias, as dos “velhotes” de 60 e 50 anos. Ah, por falar em velhotes: aqui há dias um gajo, calimero e armado em esperto, chamou-me de “avozinho” no Facebook. Eu respondi (elegantemente…) assim: ainda não sou avô, mas não me incomoda que me chame de avozinho. Porque na verdade você é um… leãozinho bebé ou, na melhor das hipóteses, um garoto calimero.
    Hoje eles (calimeros) tiveram outro garoto a arrumar o Nacional da Madeira…
    NB.: na próxima publicação inicia-se o 6.º Capítulo. O que mencionará a primeira DOBRADINHA. Espero continuar a contar com o V/interesse. Obrigado.
    Abraço.
    BibÓ POOOOORTO!

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  7. E pronto, mais uma década de história está documentada. E muito bem. Dizes que os teus “bonecos” de amador não passam disso. Eu acho que não e veja-se só a ilustração que colocas neste post! Claro que as ilustrações do Rui são extraordinárias. Mas as tuas não parecem de “amador”.
    Venha lá a “dobradinha”.
    Beijos.

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  8. Ah, também gostei deste desenho dos equipamentos. Aliás, quer este,quer os da rubrica "manto sagrado...", cada um no seu género gráfico, estão impecáveis!

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