20 janeiro, 2016

RATOS NO PORÃO.

http://bibo-porto-carago.blogspot.pt/

    Lasciatemi cantare
    con la chitarra in mano
    lasciatemi cantare
    sono un italiano

    Tal qual Toto Cutugno, assim parecia cantar o italo-argentino Pablo Osvaldo quando aterrou no Sá Carneiro, confiante que bastaria o seu look de Johnny Depp, e tiques de vedeta de Hollywood, para ter a titularidade garantida e os holofotes na Champions apontados à sua pessoa. Qual Porto, qual equipa? Champions!!! Só isso interessava ao internacional italiano quando assinou connosco. Esse contratempo de ter que jogar em campos enlameados, com equipas das quais nunca ouvira falar, longe do glamour do hino milionário, não entrava nas aspirações do artista. De azul e branco vestido, lembro-me de um punhado de jogos em que conseguiu a difícil proeza de falhar ainda mais golos cantados do que Aboubakar. Especialmente marcante, foi a sua "excelente" contribuição nos 10m finais do jogo com o Dinamo Kiev, em que Pablito trabalhou afincadamente numa possível contratação para o exército ucraniano, espalhando o seu mau feitio pelo desesperado relvado do Dragão.
    Com a sua guitarra na mão, cantando tangos ao Boca, foi o primeiro a partir antes do Natal, e não mais voltou. Gracias a Dios!
    1 de Março de 2015. Por três vezes apareceu isolado frente ao guardião da selecção nacional. Por três vezes fez-lhe passar a bola para o fundo das redes. Hat-trick inesquecível num grande jogo de Tello. Esse mês de março continuaria a ser mágico para o espanhol, marcando o golo da vitória no sempre difícil campo do Braga, e sendo dele o melhor momento do malfadado Nacional - Porto. A desconfiança dos adeptos esmorecia. Todos começavam a acreditar que afinal, o jogador emprestado pelos blaugrana poderia fazer história no Porto. Prestes a atingir esse Olimpo, lesionou-se.
    Não sabemos até que ponto a lesão estendeu-se à massa cinzenta do jogador. A verdade, é que desde Março de 2015, até o presente, não fosse uma fugaz aparição na Póvoa e um par de fogachos esporádicos, muitos portistas pensariam que o lugar de extremo-direito estaria assombrado, tal a invisibilidade do catalão em campo. Ao momento que escrevo este texto, está mais próximo de Florença, do que do campo de treinos do Olival.
    A pré-época estava ao rubro. Jorge Jesus trocara a Luz por Alvalade fazendo ruir dogmas há muito estabelecidos no desporto nacional. Neutral nesse campo de batalha, o FC Porto não quis ficar atrás no barulho mediático, e lança a sua bomba. 20 milhões! 20 milhões de euros por um jogador. A mais cara contratação de sempre em Portugal. Para escarrapachar ainda mais a nossa aparente pujança financeira (!?), estes largos milhões não foram despendidos num jogador titular das selecções do Brasil, Argentina ou Alemanha, mas sim numa promessa semi-desconhecida do futebol francês. Ainda nem tinha calçado umas chuteiras em Portugal, e já Imbula dava ao Porto 2015/16 o epíteto do plantel mais caro, do super-plantel, da equipa maravilha. Entretanto, conforme a frescura da relva ia desgastando a tinta das chuteiras, mais com a noção ficávamos de que Josué teria sido injustiçado. Ou o médio que Paulo Fonseca trouxe de Paços de Ferreira, valia no mínimo 25 milhões, e fizemos uma venda em saldos ao Bursaspor? Ou Imbula valia no máximo uns 5 milhões, e fomos comidos de cebolada? A verdade nua e crua, é que o português na época que fez de Dragão ao peito, mostrou muito mais do que o francês até ao presente. Mesmo que não esbanjasse atributos técnicos em campo, tinha o querer e a raça. O único querer que vi e ouço de Imbula, é o querer sair daqui para fora. Desaparecer para outro campeonato. Um dia, até pode vir a valer a fortuna da sua etiqueta. No presente, Imbula tem uma personalidade que vale 20 cêntimos. Não é debaixo das saias do pai que os Homens mostram o seu valor. É dentro das 4 linhas! Continuo à espera...
Estes exemplos não são de jogadores obscuros do plantel ou da equipa B. Estes 3 jogadores contribuíram directamente para o propalado mito do super-plantel com que a imprensa intoxicou as mentes dos adeptos portistas. Qualquer adepto, mesmo de tenra idade, deveria saber que os craques vêm-se nos golos que marcam, nos cortes que fazem, nas fintas que deslumbram, na garra que colocam em campo. Não nos likes que têm no facebook, ou nos títulos gordos dos jornais. Isso sempre foi domínio do Benfica. Nunca do Porto.

Para perceberem a bondade e boas intenções da imprensa portuguesa em relação ao nosso clube, Peseiro ainda não chegou a pisar o tapete de boas-vindas do Dragão, e já aparecem notícias sobre o que este disse ou não de um jogador do plantel, com o óbvio intuito de introduzir ruído e desestabilizar a equipa.

A nós adeptos, cabe-nos uma atitude mais crítica em relação à palha que a imprensa nos dá a comer. Afinal, somos Porto, ou uma cambada de pacóvios?

Mais importante ainda, urge estabilizar o plantel com jogadores com a cabeça no clube. Não interessa se vêm do Barcelona, do Guimarães ou do Águias da Areosa. Interessa sim, se querem fazer-se jogadores e conquistarem títulos no FC Porto. De uma vez por todas, temos que acabar com os jogadores que vêm o nosso clube apenas como um trampolim para outros vôos. Não se admite que da equipa que subiu ao relvado do Afonso Henriques, apenas André André e Danilo sabem o que é ser Porto. Um por coração, outro por respeito.

Se com os assobios forçaram (erradamente) a saída do treinador, com a mesma força podem forçar a SAD a entrar no rumo certo. E digo SAD, pois pela recente novela mexicana em torno do treinador, se prova que Pinto da Costa é cada vez mais uma figura decorativa, na ampla teia de interesses que gravitam no Dragão.

Uma nota final para Peseiro.

Exceptuando os utópicos Marco Silva e André Vilas-Boas, nenhum outro técnico reunia consenso entre os adeptos portistas. Como tal, será de uma absoluta desonestidade qualquer eventual incompreensão para com este treinador. Bom ou mediano, a meio do campeonato terá a quase impossível tarefa de conhecer uma equipa desmoralizada que lhe caiu em mãos, transmitir uma ideia de jogo motivadora e vencer jogos. Basicamente, pedir a Lua. Com muita sorte, isto até poderá ser conseguido daqui a um par de meses. Contudo o custo é óbvio. Pontos!

Se quiserem assobiar os nossos eventuais futuros empates ou derrotas, assobiem-se uns aos outros! Afinal, ninguém está de mãos limpas na nossa actual situação.

4 comentários:

  1. Benfica com mais likes no Facebook? Até os portistas vão na propaganda. O choque com a realidade será duro. Não se magoem.

    ResponderEliminar
  2. Viva.
    Em relação ao tello, pelos vistos ainda se paga por cada vez que ele não joga.
    É cada negocio do caralho que se faz pra dar de comer a alguns.
    Serafim Correia

    ResponderEliminar
  3. Uma Sad que contrata Lopetegui o ilusionista portista, Casillas o frangillas, Imbula o embrulha, Pablo Osvaldo o passagem de modelos, Adrian Lopez esse grande artilheiro, Cissoko e que paga para jogadores não jogarem, tornará impossível qualquer tipo de sucesso no MEU, NO TEU, NO NOSSO FCPORTO.
    DEMITAM-SE.
    É por isso que tenho pena de J. Peseiro. Ele não merece este portinho regional.
    O Presidente do Sporting pode ser muita coisa, mas não lixa o clube que ama.
    O NOSSO Jorge Nuno está cansado, por isso, exige-se SANGUE NOVO.

    Luís (O do Nuno Espírito Santo, Pedro Martins, ou Lito Vidigal)

    ResponderEliminar
  4. A opinião/mentiras da imprensa para mim nem entra na minha cabeça.
    Mas que é verdade que se precisa de se limpar ervas daninhas, lá isso é.
    São pessoas snobes quando estão aqui, não transmitem nada de nada.
    Precisamos é de jogadores que venham para aqui com uma cara mais viva e um espírito enérgico.

    ResponderEliminar