12 julho, 2008

Tomy... um nome a reter!

Tomás Costa: “Sou parecido com o Deco”
Médio argentino apresenta-se aos adeptos do F. C. Porto

A entrevista tinha acabado. Tomás Costa, 23 anos, pegou na máquina fotográfica e registou aquela que foi a sua segunda ida ao Dragão. O médio argentino, recrutado ao Rosário Central por 3,2 milhões de euros e que assinou até 2012 pelo F. C. Porto, ainda está a viver um conto de fadas. Mas promete ajudar a tornar realidade o maior dos sonhos dos adeptos azuis e brancos.

Os portugueses ainda não conhecem o Tomás Costa. Apresente-se como jogador...
Sou um jogador que cumpriu o sonho de chegar ao F. C. Porto e à Europa. Um médio que gosta de jogar preferencialmente pela direita, que corre muito e procura deixar tudo em campo.

Também já desempenhou o posto de lateral direito...
No Rosário, houve um treinador que me colocou nessa posição. E senti-me muito cómodo.

Parece que gosta muito de tentar o remate de meia distância...
Sim, procuro sempre rematar. Na Argentina, remata-se pouco de fora da área, mas já percebi que em Portugal é diferente.

Acha que as características de lutador podem ajudá-lo a vencer no futebol europeu?
Sim, porque sou um jogador rápido, alto e tenho grande dinâmica. A diferença entre o futebol europeu e o argentino é que o vosso é mais veloz, com menos toques, o que me agrada.

O F. C. Porto costuma jogar com três médios. Na Argentina, em que sistema jogava?
Já joguei em qualquer das quatro posições do meio-campo e isso deixa-me tranquilo.

Há algum jogador português com o qual se identifique na forma de jogar?
Sou parecido com o Deco. Gosto muito da forma como ele toca a bola, como consegue chegar à área e fazer golos.

Afirma ter um futebol rápido e com muito garra. De onde lhe vem esse espírito lutador?
Não me foi nada fácil jogar na primeira divisão. Sempre combati muito para vencer. Agora, ainda vou lutar mais, pois tive a felicidade de poder jogar na Europa. Apenas penso em conquistar a titularidade e confirmar a confiança que os dirigentes e a equipa técnica depositaram em mim.

Chegar ao futebol europeu pela porta do F. C. Porto tem um significado especial?
Fiquei surpreendido com o interesse do F. C. Porto. Não esperava jogar num clube tão importante. É praticamente o único clube português conhecido na Argentina. Não vacilei um segundo, conversei com o meu empresário e não tive dúvidas. Havia outras opções, como o Nápoles, mas desde a primeira hora apostei no F. C. Porto. Para além de ser um emblema muito grande, há vários argentinos no plantel, o que me poderia beneficiar na adaptação.

Costumava ver, na Argentina, os jogos do F. C. Porto?
Lá, só passam as partidas da Champions. Apenas transmitem os jogos dos campeonatos de Espanha, Itália e Inglaterra. Passei a acompanhar e a documentar-me a partir do momento em que conheci o interesse. Quando cheguei aqui, as primeiras palavras que me ensinaram em português foi “ganhar” e “campeões”.

No Rosário, era titular indiscutível. Agora, a concorrência é maior. Está preparado para se sentar no banco de suplentes?
A competição dentro do grupo é saudável, pois encontrei um plantel muito amigo, onde fui muito bem recebido. Quero mostrar-me e depois o técnico é quem decide.

Tem acompanhado a polémica em redor da presença do F. C. Porto na Liga dos Campeões?
Ouço falarem disso e li algum coisa na Internet. Mas o F. C. Porto é um clube onde os jogadores apenas se têm de preocupar em trabalhar e jogar. O caso está bem entregue, nas mãos dos dirigentes, que certamente sabem o que fazer para o clube disputar a Liga dos Campeões.

É esse o sentimento do balneário?
Sem dúvida. Existe uma grande estrutura, muita gente a trabalhar em redor dos jogadores. Portanto, eles não têm que se preocupar com esses problemas.

Uma mensagem para os adeptos do F. C. Porto...
Tomás Costa e todos os companheiros vão dar o melhor. Só pensam em ganhar e em serem campeões.

O arranque da Liga é muito exigente. Na segunda jornada, o F. C. Porto desloca-se à Luz e na quinta vai a Alvalade, onde medirá forças com o Sporting, outro candidato ao título...
É verdade, mas acho melhor defrontar os mais fortes no começo do campeonato. Isso transmite-nos ainda maior motivação. Por outro lado, teremos possibilidades de podermos marcar alguma diferença logo no arranque.

O Tomás Costa já conhecia o Estádio do Dragão?
Visitei-o no meu primeiro dia em Portugal. É surpreendente, muito bonito. Espero acostumar-me ao público e ver a casa cheia, a conviver com pressão. Quando pisei o relvado, pensei na possibilidade de fazer alguns golos. Aproveitei para tirar muitas fotos, que mandei aos amigos e à família.

Cumpridas as primeiras duas semanas em Portugal, sente saudades da Argentina?
Claro que tenho saudades da família, mas como me sinto bem no clube e na cidade, tudo se torna mais fácil. Adaptei-me depressa e estou muito feliz.

Qual a primeira impressão da cidade do Porto?
O Porto é uma cidade muito bonita e tranquila. Visiteia-a com o meu pai. As pessoas são educadas e falam, cumprimentam-nos. Todos são adeptos do F. C. Porto. Quando for mais conhecido, ainda será melhor, pois todos me tratam muito bem.

Como é o Tomás Costa fora do futebol?
Muito tranquilo e divertido. Sempre de bom humor. Gosto de passear e de estar com os amigos.

E o que gosta de fazer nos tempos livres?
Jogo PlayStation, ouço música e converso com os amigos e a família através da Internet.

Também gosta de pescar...
É verdade! O doutor já me prometeu que quando houver tempo, vamos pescar. E também quero ir à pesca com o Lisandro.

O Tomás Costa não é o único futebolista da sua família...
Somos quatro irmãos. Um deles jogou no Equador e está numa liga secundária, na Argentina. O meu pai, que me acompanha em Portugal, é patologista e trabalha num laboratório de análises. A minha mãe é funcionária administrativa, num hospital psiquiátrico, e a minha irmã é contabilista. O mais novo, de 15 anos, ainda estuda. Cresceu a ver os irmãos jogar futebol... Quero que venha a Portugal, para perceber a grandeza deste clube.

E a namorada, quando vem a Portugal?
Em Dezembro, quando vier a minha mãe. Estar sozinho não é um problema para mim, pois é isso que acontece desde há quatro anos. Tenho os meus compatriotas do F. C. Porto, que me ajudam nesta fase de integração.

Acredita que o facto de estar no mesmo clube de Lucho González e de Lisandro Lopez pode dar-lhe maior visibilidade para chegar à selecção argentina?
Bom, esse é um sonho. A selecção argentina é o máximo. O Lisandro e o Lucho estão nas selecções... É claro que penso nisso, mas o primeiro objectivo é mesmo conquistar um lugar na equipa do F. C. Porto. Por agora, só penso nisso.

Com que idade começou a jogar futebol?
Comecei muito cedo, aos quatro anos, num pequeno clube. Quando tinha 17 anos, um treinador perguntou-me se queria ir para o Rosário. No início foi complicado, pois não jogava muito. Com o tempo melhorei, acostumei-me à mudança para a cidade e tive, finalmente, a possibilidade de jogar no clube de que sou adepto, que é o Rosário Central.

O futebol é, portanto, uma paixão que o acompanha desde os primeiros anos de vida. Já pensou no que vai fazer quando deixar os relvados?
Quando deixar os relvados, a minha ambição é ficar para sempre ligado ao futebol. Não quero ser empresário... Talvez venha a ser treinador ou observador de jogadores, quem sabe! Tenho mesmo é que fazer alguma coisa, pois não consigo estar parado.

Dragão desde os 15 anos
O dragão está na pele de Tomás Costa desde os 15 anos. Parece difícil de acreditar, mas é verdade. É claro que, há oito anos, nem no mais cor de rosa dos sonhos Tomy imaginaria representar o F. C. Porto. A história do dragão que o argentino tatuou na perna direita tem explicação. Tomás Costa adora jogar PlayStation e, quando era mais jovem, o Mortal Combat – cujo símbolo é um dragão –, era o jogo preferido. Tomy já encontrou um adversário no plantel. “Costumo jogar com o Fernando. E ganho sempre”, garante...

Benítez ao volante Lisandro é o GPS
Em ritmo de adaptação à Invicta, Tomás Costa não dispensa a máquina fotográfica e o motorista... Benítez. O companheiro argentino, também ele reforço do F. C. Porto para a época 2008/09, tomou conta do volante nestes primeiros dias em Portugal. “Estamos no mesmo hotel, pelo que vamos juntos para os treinos”, conta Tomy. Quando a dupla se perde nas ruas do Porto, recorre a um GPS muito especial: “Pegamos no telemóvel e ligamos para o Lisandro”.

Ao telefone com Maradona
Os olhos de Tomás Costa enchem-se de brilho quando entra na conversa o nome de Diego Maradona. O médio conta, com enorme orgulho, que já falou com Maradona... pelo telemóvel. Mas o que Tomy queria mesmo, era uma fotografia ao lado do astro, que considera “o melhor jogador de todos os tempos”. “O Lucho tem uma foto ao lado dele!”, conta, acrescentando que El Comandante é um dos jogadores argentinos que “mais admira”.

[ para ouvir a entrevista em formato vídeo, basta clicar na imagem ]

in jornal de noticias

3 comentários:

  1. Tenho uma fezada nesta gajo, pronto!

    Escusava era de se comparar ao hgrande Deco:)

    Revela algum desassombro, personalidade forte. E, digam-me lá, um tipo que tem um Dragão tatuado, desde a adolescência, só pode ser um grande jogador, certo?

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  2. Paulo Pereira:

    Pois, não sei tb porquê, mas tb afino pelo mesmo diapasão... algo me diz que «este», vai ser uma daquelas muito boa surpresa.

    Oxalá não me engane.

    Como já li algures pela blogosfera azul, já não peço que seja outro «Deco», mas se andar lá perto, já me darei por muito, muito contente.

    A ver vamos daqui por mais uns meses se as melhores expectativas se confirmaram ou afinal, tudo não passou de fogo de vista.

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  3. Amigos: de acordo ! Este vai ser de estalo, até os come, carago!
    Pressente-se !

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