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Os adeptos dos três grandes que têm acções das SAD não têm motivos para festejar. Descubra como pode evitar os autogolos.
No início da presente temporada desportiva e financeira as sociedades anónimas desportivas (SAD) dos três grandes do futebol nacional - Benfica, FC Porto SAD e Sporting -, cotadas na bolsa de Lisboa, precisavam de 90 milhões de euros para deixarem de estar numa situação de falência técnica. Decorridos os primeiros seis meses do presente exercício, apenas a FC Porto SAD se encontra fora do âmbito do artigo 35º do Código das Sociedades Comerciais, como consequência do "reforço dos capitais próprios da empresa-mãe a nível individual em 19,7 milhões de euros", como revela o relatório de contas do primeiro semestre 2009/2010 da instituição. As restantes SAD continuam à procura de soluções, que poderão passar por operações de redução de capital, fusão de activos das diversas participadas da SAD ou mesmo pela venda de passes, capazes de elevar o capital próprio das empresas para, pelo menos, metade do seu capital social.
Para os investidores e potenciais accionistas destas instituições o quadro é suficiente negro para afastar qualquer interesse que possa ter despertado. Sobretudo quando se constata, por exemplo, que nas últimas sete épocas a SAD encarnada apenas por uma vez foi capaz de registar lucros, e na última década, os prejuízos acumulados pela Sporting SAD foram de 34,7 milhões de euros e da FC Porto SAD contabilizaram quase 50 milhões de euros. A fraca liquidez destes títulos, que num ano contabilizam menos negócios que os títulos da EDP numa hora, a volatilidade elevada dos títulos como causa dessa fraca liquidez e o forte risco desportivo associado ao desempenho em bolsa, são motivos suficientes para afastar a maioria dos investidores. Não é por isso de estranhar que não haja um único analista a acompanhar estes títulos e o único fundo de acções nacionais a deter uma "participação desportiva", se bem que quase irrelevante, é o Alves Ribeiro Médias Empresas Portugal. Segundo confessa o seu gestor, Paulo Monteiro, as 4.000 acções que o fundo adquiriu em 1999 quando a Sporting SAD foi para a bolsa deveu-se a uma "decisão emocional" por parte do gestor do fundo na altura. A verdade, é que é também desta forma que muitos dos accionistas das três SAD realizam os seus investimentos. "Os accionistas têm acções por paixão, não pelos dividendos", revelou Domingos Soares de Oliveira, administrado da Benfica SAD em Outubro de 2009 numa entrevista ao Diário Económico.
Acções à boleia dos troféus
De acordo com a tese de mestrado "Sociedades anónimas desportivas e mercado de capitais: análise de uma década", de Luís Miguel Neves, do ISCAL, "a sociedade desportiva evidencia uma certa dependência dos resultados desportivos dado que, se forem positivos, as acções tenderão a subir. Por outro lado, caso a equipa profissional de futebol não consiga conquistar o título ou que demonstre fraca ‘performance' desportiva, as acções tenderão a decrescer." Todavia, na carteira dos investidores que adquiriram acções das SAD dos seus clubes quando estes foram para a bolsa, a única coisa que até agora conseguiram amealhar foram prejuízos. É o preço a pagar por pensar mais com o coração do que com a cabeça.
Luís Leitão, 08/03/2010
# fonte: diário económico
No início da presente temporada desportiva e financeira as sociedades anónimas desportivas (SAD) dos três grandes do futebol nacional - Benfica, FC Porto SAD e Sporting -, cotadas na bolsa de Lisboa, precisavam de 90 milhões de euros para deixarem de estar numa situação de falência técnica. Decorridos os primeiros seis meses do presente exercício, apenas a FC Porto SAD se encontra fora do âmbito do artigo 35º do Código das Sociedades Comerciais, como consequência do "reforço dos capitais próprios da empresa-mãe a nível individual em 19,7 milhões de euros", como revela o relatório de contas do primeiro semestre 2009/2010 da instituição. As restantes SAD continuam à procura de soluções, que poderão passar por operações de redução de capital, fusão de activos das diversas participadas da SAD ou mesmo pela venda de passes, capazes de elevar o capital próprio das empresas para, pelo menos, metade do seu capital social.
Para os investidores e potenciais accionistas destas instituições o quadro é suficiente negro para afastar qualquer interesse que possa ter despertado. Sobretudo quando se constata, por exemplo, que nas últimas sete épocas a SAD encarnada apenas por uma vez foi capaz de registar lucros, e na última década, os prejuízos acumulados pela Sporting SAD foram de 34,7 milhões de euros e da FC Porto SAD contabilizaram quase 50 milhões de euros. A fraca liquidez destes títulos, que num ano contabilizam menos negócios que os títulos da EDP numa hora, a volatilidade elevada dos títulos como causa dessa fraca liquidez e o forte risco desportivo associado ao desempenho em bolsa, são motivos suficientes para afastar a maioria dos investidores. Não é por isso de estranhar que não haja um único analista a acompanhar estes títulos e o único fundo de acções nacionais a deter uma "participação desportiva", se bem que quase irrelevante, é o Alves Ribeiro Médias Empresas Portugal. Segundo confessa o seu gestor, Paulo Monteiro, as 4.000 acções que o fundo adquiriu em 1999 quando a Sporting SAD foi para a bolsa deveu-se a uma "decisão emocional" por parte do gestor do fundo na altura. A verdade, é que é também desta forma que muitos dos accionistas das três SAD realizam os seus investimentos. "Os accionistas têm acções por paixão, não pelos dividendos", revelou Domingos Soares de Oliveira, administrado da Benfica SAD em Outubro de 2009 numa entrevista ao Diário Económico.
Acções à boleia dos troféus
De acordo com a tese de mestrado "Sociedades anónimas desportivas e mercado de capitais: análise de uma década", de Luís Miguel Neves, do ISCAL, "a sociedade desportiva evidencia uma certa dependência dos resultados desportivos dado que, se forem positivos, as acções tenderão a subir. Por outro lado, caso a equipa profissional de futebol não consiga conquistar o título ou que demonstre fraca ‘performance' desportiva, as acções tenderão a decrescer." Todavia, na carteira dos investidores que adquiriram acções das SAD dos seus clubes quando estes foram para a bolsa, a única coisa que até agora conseguiram amealhar foram prejuízos. É o preço a pagar por pensar mais com o coração do que com a cabeça.
Luís Leitão, 08/03/2010
# fonte: diário económico
certo!
ResponderEliminarpara o pequeno accionista interessará o lucro, para o grande antes de mais interessa o poder*...
e, como tão bem temos visto, junto com o poder vem sempre o acesso ao dinheiro.
e, é essa questão do poder que faz com as SAD só estejam cotadas porque tinha que ser...
para o diário económico isto deve ser uma anormalidade, para mim o que é anormalidade é que o nosso clube faça tão pouco em termos de receita com merchandising e eventos...quando estive na alemanha em 86 (do sec passado) já o Bayern fazia razias nas feiras e à entrada do estádio para apreender os cachecóis não oficializados!... não que eu goste da medida, mas percebe-se bem a intenção... tem que se vender para o japão, a coreia, os estados unidos, e sei lá bem quem, (claro, sem o lucro ir todo para a nike), tem que se vender videos (que tal: "um dia num treino do fcporto"?), tudo...
enfim, a ideia é que se faça lucro e não só com as transferências.
(*ou os irmãos oliveira não teriam participações...)
Viva !
ResponderEliminarObrigado pela difusão do artigo.
E Viva o Porto !
ler esta noticia ajudou-me, em parte, e perceber um pouco mais a mecânica da coisa... mas aos meus olhos, que não tenho uma única acção, se tivesse vontade de a ter, seria sempre, unica e exclusivamente, pelo 'amor à camisola', nunca por outros interesses, porque mesmo que os houvesse, os 'números' apresentado e desde a entrada em cena das mesmas, foi sempre o mesmo... a descer, a descer, a descer, aqui e acolá com uma variação positiva, mas onde recuperar o investimento, é no batalha.
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